– Eu posso explicar!

– Você percebe como isso soou clichê?

Pergunta debochada.

– Sim, mas... Me escuta!

Peço.

– O que? Não foi porque você quis? Não importa, tá bom? Você fez!

Grita apontando um dedo de forma acusatória, lágrimas descendo cada vez mais pelo seu rosto.

– Não, não fiz! Empurrei ele no segundo seguinte!

Acho que ela vê a verdade nas minhas palavras porque o ódio some. Ouso ficar aliviada, apenas para ouvi-la dizer:

– Isso não muda o fato de que Brandon quer você e quando ele almeja alguma coisa, mais cedo ou mais tarde, ele consegue. Acredite, eu sei.

E é aí que percebo: não se trata de mim. Isso é sobre ela. Como não seria? Catherine está numa profunda imersão na própria dor e não enxerga mais nada.

– Se realmente quer Edgar, é melhor ir rápido porque enquanto seu coração não estiver completamente comprometido, é uma presa fácil. E talvez não seja bom a gente continuar se vendo.

– Tá me dispensando?

Ela ri e abraça-me.

Parece demais com uma despedida. Quero falar para que pare, fazer qualquer coisa, mas não consigo porque sei que está certa, que é melhor para sua felicidade ficar, pelo menos por enquanto, longe de mim.