Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 99
The tale of the three brothers




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—Podemos descansar? - pediu Harry, ofegante.

Estavam em um pequeno bosque, cortado por um riacho que parecia ser fundo. Era um bom lugar para tirar um tempo. Fred destinou uma pequena olhada para o anel. A seta havia sumido, parecia um sinal de que eles deviam parar por ali. Montaram acampamento e tiraram um cochilo de poucas horas. Durante a noite, Jorge sentiu sede e foi beber água do rio.

Sobre uma pedra à margem oposta, sentava-se uma bela mulher, que o olhava com olhos vorazes, talvez esperando que ele caísse e se afogasse. Ao vê-la, ele se assustou e correu de volta para o acampamento, tropeçando em Bianca no caminho.

—Tudo bem, Jorge? - ela disse, sonolenta.

—Tem uma mulher no rio…

Bianca se levantou e acordou Harry e Fred. Juntos, foram até o leito do rio, mas a mulher não estava mais lá.

—Ela estava ali… - disse Jorge, assustado.

—Vamos atravessar – propôs Harry. - Todos juntos.

Eles sabiam que a proposta de Harry era que usassem as varinhas para construir uma ponte e assim, passar. Fora complicado tirar galhos das árvores que fossem fortes o bastante, ainda mais em quatro varinhas, mas enfim construíram uma ponte fixa e a atravessaram.

Não se ouvia som mais alto do que as respirações cortadas deles. Fred acendera o Lumus em sua varinha e os quatro tropeçavam a esmo pelas pedras.

—Ela devia estar aqui – disse Jorge, quase chorando.

—Surpreendente – disse uma mulher surgindo de trás de uma árvore. - Faz muito tempo desde que outros conseguiram passar por esse rio. Como de costume, eu devo presenteá-los. O que querem ganhar de mim?

Assim que a mulher fez a pergunta, Fred soube onde estavam. No rio profundo que era cenário do conto dos três irmãos, e a mulher certamente era a morte. Se tudo fosse correr como na história, eles teriam direito às relíquias da morte, e a não ser que fossem espertos o bastante, morreriam logo com a posse das peças, mas eles estavam em quatro e já possuíam duas das três relíquias.

—Pensando bem – disse malignamente a morte, olhando para Fred -, as regras mudaram. Eu escolherei os presentes que receberão, segundo o maior desejo de seu coração – e desapareceu.

No bolso de Harry surgiu um telefone celular trouxa. Bianca sabia como usar, e habilmente, conferiu os contatos registrados. Havia apenas um. James e Lily – casa. Enrolados nos pescoços de Fred e Jorge estavam dois camafeus idênticos. Ao abri-los, encontraram fotos da família Weasley.

Bianca sentiu-se triste por um segundo, porque não tinha ganhado um presente, mas assim que formulou seu pensamento, um arco e uma aljava completa surgiram em sua mão. Voltaram ao acampamento, e Bianca guardou suas novas armas na bolsa, mas Harry dormiu com o celular no bolso, suas mãos apertando as teclas, pensando se valeria a pena discar.

Já os gêmeos dormiram apertando os camafeus. Queriam continuar ajudando Bianca, mas também queriam voltar para casa, ficar com a família, e esse conflito os atormentou a noite toda.

********

—Bom dia – Bianca sorriu para Fred ao acordar. - Você fica bonito com grama no cabelo.

—Bom dia – ele respondeu, beijando-lhe.

Não era apenas um beijo de bom dia. Era um beijo de saudade, apaixonado. Realmente fazia algum tempo que eles não se beijavam decentemente, e eles aproveitavam cada segundo do contato. Fred a envolveu em um abraço. Queria estar com ela, proteger sua garota do que fosse preciso, dos maiores perigos, da varinha de Bellatrix e de Voldemort, mas, ao mesmo tempo, sentia saudades dos pais e dos irmãos e queria vê-los uma última vez antes do pior acontecer.

—Está tudo bem? - Bianca perguntou quando Fred parou o beijo abruptamente.

Ele esfregou o pescoço, sobre o cordão do camafeu.

—Está… - o garoto engasgou.- Vamos acordar os outros agora? Acho que já é hora de ir.

Assentindo, ela se levantou e ajeitou os cabelos com os dedos, pulando sobre Harry para despertá-lo.

—Bom dia – ela disse brincalhona. - Vamos dar o fora daqui.

Harry e ela começaram a empacotar as coisas enquanto Fred e Jorge traçavam uma rota com base no anel. A seta parecia mais apagada, opaca, e não apontava para uma direção apenas. Na superfície da pedra amarela agora havia uma rosa-dos-ventos desenhada, o que tornava a joia inútil.

—Hey Bianca – disse Fred. - Achamos que o grimório está em algum lugar por aqui, porque o anel não indica uma direção precisa.

—Deixe-me ver – ela tomou o anel e colocou-o no dedo. -Aponta para o norte.

—Eu ainda vejo a rosa-dos-ventos – opinou Jorge, ao que o gêmeo concordou.

Harry aproximou-se e disse que via uma seta indicando o norte. Dois contra dois. Empate qualificado. Bianca e Harry concordavam que era melhor seguir para o norte, já que era a única instrução que tinham, mas Jorge e Fred pensavam que era melhor ficar e procurar pelo livro na clareira onde estavam.

—Vamos fazer assim – disse a menina — vasculhamos o território e se não encontrarmos, seguimos para o norte. Não é muito grande, vamos levar três ou quatro dias no máximo.

Fizeram como ela propusera e não encontraram o grimório. Harry pensava que não precisavam passar mais dias procurando quando sabia que não iam encontrar nada. Se voltassem mais cedo para casa, ele teria mais tempo para ficar com seus pais, falar com eles, antes da guerra. Sentiu então o telefone celular pesar em seu bolso. Ele não precisava ir embora. Lily e James estavam a uma ligação de distância.

Tirou o aparelho do bolso, mas hesitou antes de ligar. O que diria? Eu estou voltando para casa? James o deserdaria se soubesse que estava abandonando uma amiga por puro egoísmo, ainda mais Bianca, sua melhor amiga. Mas ele precisava. Passara dezesseis anos sem os pais, e agora os tinha de volta. Bianca entenderia, quando ele tivesse a chance de explicar, mas isso teria de esperar. Harry tinha de partir imediatamente, aproveitar o máximo de tempo possível.

Pegou todas as suas coisas, e na calada da noite, partiu. Cobrira-se com a Capa da Invisibilidade, de modo a não precisar das amostras que colheram. Enquanto caminhava, ligara para a casa, mas eles não atenderam. Liguei muito tarde, devem estar dormindo, pensou. Deixou um recado na caixa postal, talvez eles já estivessem acordados quando Harry chegasse na manhã seguinte. Estou voltando, dissera.

Ao mesmo tempo, Fred e Jorge continuavam seu conflito. A quem eram mais leais? A Bianca ou a sua família? Como não conseguiam dormir, foram para a margem do rio, pensar um pouco.

—Parece que Harry foi embora – disse Fred. - Não quero deixá-la sozinha. Você pode falar com eles por mim, não pode? Dizer que eu os amo, mas que Bianca precisa de mim?

Jorge assentiu, pegou sua mochila e partiu.

 


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