Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 94
"You can't let me!"


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Juliana Sato e Jonay Fanfics pelos comentários



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Bianca foi para seu quarto e trancou a porta, deixou que as lágrimas caíssem e pensou em todos de quem sentiria saudade: Sirius, Remus, Harry, Fred, Severo, Jonay, Hermione. Sabia que eles sentiriam saudade dela, mas não havia meio de evitar. Tudo o que ela podia fazer era adiantar a data esculpida no vidro.

Isso podia ser chamado de “solução dos covardes”, mas ela precisava exatamente disso. Escreveu uma carta rápida.

Para quem se der ao trabalho de ler.

Se for Harry, meus pais, Fred, Jonay, Severo, Mione ou qualquer um ligado a eles (nesse caso, entregue isto a uma das pessoas antes citadas), saiba que eu fiz isso sozinha e por vontade própria. Não culpem ninguém e muito menos uns aos outros, porque quando o fim do ano chegar, vocês precisarão estar mais unidos do que nunca.

Desculpem, eu amo cada um de vocês.

Conjurou uma faca da cozinha e pressionou-a contra o estômago. Pontos pretos dominaram sua visão, começando pelos cantos, até que o mundo escureceu por completo.

*****

Fred foi até a casa dos Potter, para certificar-se que Bianca estava bem.

—Eu não sei – respondeu Harry, ajeitando os livros de escola. - Não a vejo desde que chegou do cemitério com Aberforth, estava meio estranha para falar a verdade.

—Ah droga – disse Fred, subindo as escadas com pressa.

O ruivo tentou abrir a porta da garota, mas estava trancada. Ele a forçou, mas a menina queria tanto ficar sozinha que a imperturbara de um jeito que ele não conseguia desfazer.

—Bianca? Bianca! - Harry chamou. - Não adianta, só Remus ou Sirius conhecem magia tão avançada quanto ela. Eu vou ligar para eles, só não deixe ela se machucar ou coisa pior.

Enquanto Harry ia para a sala de estar, Fred sentou-se com as costas apoiadas na parede e conversava baixo com Bianca, sem saber se ela ouvia, mas querendo com todas as forças que ela respondesse. Qualquer coisa. Sim, não, eu te odeio, eu te amo. Tudo valia. Os minutos se arrastavam até que Sirius e Remus aparatassem na porta da casa. Fred ouviu-os dizer: O que foi? Aconteceu alguma coisa? Ela está bem? E a reposta dada por Harry era uma só: eu não sei.

Os três chegaram ao corredor de cima, onde Fred parecia falar sozinho. Sirius destrancou a porta, mas hesitou antes de entrar. Pressentia que algo estava errado.

—Weasley – disse Remus, mas não era ele quem falava. Era o chefe dos aurores. Fred sabia que Remus só o chamava pelo sobrenome quando falavam de auror para auror. - Entre e veja se ela está bem.

O ruivo assentiu e entrou. Fechou a porta atrás de si, preparando-se para o que veria. E foi exatamente como tinha imaginado. Bianca estendida no carpete, uma faca fincada na barriga e uma poça de sangue a seu redor.

—Não! - os joelhos dele fraquejaram, caindo ao lado dela. - Não! Não! Não! Volte! Você não pode me deixar! Você não pode ir!

—Fred? - chamou Harry. - Ela escreveu uma carta.

Tremendo, Fred leu a carta. Me ama? A gente acaba de voltar e logo depois você me deixa para trás. Ainda é capaz de dizer que me ama?

—O que estão fazendo aqui? Fred, por que está chorando? - balbuciou Bianca, tossindo sangue e tentando levantar-se. - Ai, isso doí.

Rápido e indolor, Harry retirou a faca, fazendo a garota suspirar de alívio. Fred perguntou porque ela havia feito aquilo. Bianca contou sobre a lápide com seu nome e como se sentira.

—Muito nobre – disse o ruivo -, mas nós precisamos muito mais de você. Eu preciso de você mais do que os outros. Não consigo viver sem a garota que amo. Não me abandone, por favor.

—Nunca mais – ela prometeu.

Houve duas batidas impacientes na porta e sussurros abafados em seguida, dos quais Bianca entendeu algo como: como ela está?

Esquecemos de avisar – começou Harry -, Remus e Sirius estão aqui.

Bianca tirou a camiseta sangrenta, colocou uma nova e cicatrizou o ferimento, gesticulando para que Fred abrisse a porta para seus pais.

—O que aconteceu, filha? - Sirius perguntou, examinando o quarto, em busca de indícios, mas Bianca tinha sido competente em esconder a faca e limpar o sangue enquanto trocava de camisa em seu banheiro.

—Nada, eu… tive um problema com a porta.

—Então por que Harry está segurando sua carta de suicídio? - questionou Remus.

Bianca teve um tremelique ao arrancar a carta da mão do garoto e recitar a história da lápide. Sirius e Remus assentiram e pediram para que ela os levasse até o cemitério. Remus – enquanto chefe dos aurores- delegou uma nova tarefa a Fred: fazer guarda na casa dos Potter e impedir que Bianca tentasse se matar de novo.

Juntos, pais e filha foram para o cemitério de Godric's Hollow. Bianca rapidamente localizou o jazigo dos Dumbledore, mas não a lápide de vidro. Bianca se assustara, pensava que estava ficando louca.

—Não, você está bem – consolou-a Sirius, olhando nos olhos da garota. - Aquilo foi um aviso. A guerra chegará, agora temos certeza.

—O que faremos? - ela perguntou, os olhos marejados como os de uma garotinha.

—Vamos melhorar as defesas e te ensinar a atacar – disse Remus, piedoso. - Vamos esconder você. Já fizemos isso uma vez, só erramos porque confiamos na pessoa errada, mas não faremos isso de novo.

—Mas não vai ser como dezessete anos atrás. As coisas mudaram, Bellatrix e eu…

—Nós podemos te tornar forte contra ela. Tem um jeito de separar as doppelgangers. Vai levar muito tempo, mas a Ordem pode conseguir facilmente.

—Outro problema. Elis. Eu tenho que deixá-la ir, se não vou carregá-la aonde for pelo resto da vida, e talvez depois da morte – ela mostrou a fita em seu braço.

Voltaram para a casa dos Potter, e Remus e Sirius foram com James e Fred convocar uma reunião de urgência da Ordem da Fênix, e Bianca foi escrever em seu diário.

Eu ganhei mais uma cicatriz hoje, totalizando três. Um B fino no ombro, Não Devo Contar Mentiras no dorso da mão direita e uma punhalada na barriga. Eu tentei me matar hoje mais cedo, porque descobri que vou morrer até o final do ano, e eu pensei que se eu me matasse, as pessoas ficariam com raiva de mim, e não de Bellatrix, ou Voldemort, ou Marvolo…

Aí você pensa: “Você não deveria odiar todos os Comensais da Morte? Eles te matariam se tivessem a chance”, mas eu não quero ser a causa de mais ódio no mundo. É altruísta até demais, eu sei, mas ainda assim.

Enquanto isso, no andar de baixo os membros da Ordem da Fênix se reuniram, mas ninguém entendia nada sobre o elo das doppelgangers, apenas Bianca podia explicar.

—Eu vou chamá-la – disse Sirius, subindo as escadas. - Hey, querida, precisamos de você.

A menina assentiu, levantando-se.

—Um minuto – pediu o homem. - O que está te chateando agora?

—Nada – a garota mentiu.

Ela desceu, sendo recebida pelos olhares ávidos dos reunidos. O grupo agora contava com Aberforth, que parecia bem confortável conversando com Minerva. Bianca então desceu a gola da camisa, mostrando o ombro direito, e explicou sobre o elo doppelganger. Depois disso, Remus falou sobre um objeto capaz de quebrar o elo, uma adaga que poderia desfazer a ligação sem que elas precisassem duelar até a morte uma contra a outra.

—E onde podemos encontrar isso? - perguntou Severo.

—Ai é que está. Talvez esteja perdido no mundo – disse Sirius -, talvez Bellatrix já tenha encontrado e destruído a adaga.

—Por que ela destruiria? - perguntou James.

—Porque ela quer que a ligação exista – explicou Fred. - Ela usa isso para atingir a Bianca e pessoas próximas a ela.

Depois de mais alguns debates, ficou decido que Harry, Jorge e Fred montariam guarda para Bianca durante o verão – para que ela pudesse libertar Elis -, enquanto os outros se concentravam na busca pela adaga.

******

Sirius permitira que Bianca voltasse para o largo Grimmauld, pois haviam dois aurores cuidando dela, e um acompanhante para todas as horas extra. Remus partira em uma expedição com alguns ordenados para averiguar a mansão dos Malfoy pela adaga, Sirius resolvera se distrair cozinhando, e descobrira que a comida era um hobby interessante, já que bloqueava os demais pensamentos.

Estava absorto cortando legumes para fazer um quiche de queijo. Bianca não comia nada há três dias, quando tentara se suicidar, e sentia-se muito fraca e com “pouco estômago para conseguir segurar comida bruxa”, segundo suas próprias palavras, então Sirius se aventurava na cozinha, preparando o prato trouxa favorito da garota.

—Bianca! - ele chamou. - Está com fome?

Silêncio. Sirius chamou novamente. Ainda silêncio. Mais uma vez. Nenhum ruído. Será que tentou de novo?, ele correu escada acima. Bianca estava deitada em sua cama, enrolada em si mesma, tremendo.

—Bianca? Bianca, o que está acontecendo? - ele perguntou, mas ela continuou suando frio. - Querida, filha, fale comigo.

Não houve resposta.


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