Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 89
Bury your face in my shoulder


Notas iniciais do capítulo

Season finale gente! Com este capítulo se vai a sexta temporada, mas haverá a sétima no próximo, okay?



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—O que fazemos? Partimos ou varremos a cidade atrás do livro? - perguntou Bianca, aflita.

—De um lado, Severo disse que só receberíamos a pista e que esta nos levaria ao livro – disse Harry -, de outro, podemos pedir ajuda aos ciganos para vasculhar Paris.

—Não custa nada perder alguns dias para ter certeza de que não está aqui – disse Vítor. - Se estiver, saímos no lucro.

Mas já pedimos ajuda demais aos ciganos, talvez eles se neguem a ajudar, pensou a menina. Os olhares dos meninos a convenceram a concordar com o pedido. Os olhos deles eram ávidos. Estavam ali para ajudá-la, segui-la.

—Okay, vou falar com Anabell, mas ela é capaz de nos enxotar hoje à noite.

Voltaram ao pátio, Bianca à frente, os meninos em seus encalços. Anabell conversava com um cigano mascarado, cuja postura séria fez com que todos enrijecessem.

—Clopin – disse Anabell. - Minha amiga precisa de mim. Pode nos dar um minuto?

O homem saiu, fuzilando Harry de tal modo que o moreno escondeu o rosto no ombro esquerdo de Bianca.

—Precisamos que os ciganos se certifiquem… - Bianca começou.

—Que seu grimório não está perdido em algum lugar de Paris – Anabell completou sorrindo. - E antes que perguntem, grimórios…

—São livros onde bruxos registram seus feitiços – Bianca emendou rindo. Os meninos a encararam pasmos. - Severo me explicou, disse que ele mesmo escreveu um ou dois grimórios. Eu não sabia que o meu livro se enquadrava nessa categoria – ela se voltou para Anabell.

—Eu nunca vi seu grimório, mas posso sentir que é um por ser um livro bruxo. Os ciganos podem ler a energia de livros assim.

—Você poderia localizá-lo? -perguntou Fred, ansioso.

—Sim – eles se animaram. - Por um preço. Um de vocês fica aqui, renuncia à magia complexa e se torna um cigano.

Vítor fez menção de se prontificar, mas Bianca o deteve, e corado, ele escondeu o rosto no ombro da amiga. Harry pediu a Anabell um segundo para debaterem a questão.

—A missão era minha, o livro é meu, quem tem de ficar sou eu – disse Bianca.

—Se você abrir mão da magia complexa, o mundo bruxo será destruído e o cigano também – disse Fred. - Além disso, você é que deve destruir a Horcrux e enfrentar Voldemort.

—Ele tem razão – disse Vítor. - Será bom para mim sumir, ficar onde meu tio não poderá me achar. Eu fico.

—Não! - sussurrou Clopin à porta do quarto. - Nenhum de vocês deve ficar. Anabell devia a vida a Sirius, e para compensá-lo, aceitou manter vocês em segurança pelo tempo que estiverem em Paris. Mudando de assunto, a patrulha encontrou uma carta, para a senhorita Lupin-Black;

Bianca tomou o envelope das mãos do homem e assim que ele saiu, rompeu o lacre, curiosa. Você conseguiu. Mantenha o anel seguro e espere novas instruções – vindas de mim, é claro. S.P.S.

—S.P.S…— refletiu Fred. -Quem é esse?

—Severo Prince Snape – ela respondeu, guardando o anel no bolso. - Está na hora de irmos.

Vítor aparatou para a Bulgária, Fred foi para a U.M, Bianca levou Harry para o largo Grimmauld por meio da Aparatação Acompanhada. A sala de estar estava deserta, o relógio no console da lareira indicava uma da manhã. Pé ante pé, seguiram para os quartos que eles ocupavam quando iam à casa e pela primeira vez em muitos meses, dormiam sem preocupações pesando em seus ombros.

Antes de adormecer, Bianca tomou um banho e ao tirar o casaco, sentiu o peso do anel, e sorriu consigo mesma. Falta pouco, pensou, fitando seu reflexo sorridente, mesmo que eu não saiba o que há por vir. Talvez uma pista, ou o próprio livro, se eu tiver muita sorte.

Na manhã seguinte, Sirius e Remus não estranharam quando Bianca e Harry apareceram na cozinha para o café da manhã.

—Conseguiram? - perguntou Remus com interesse corriqueiro.

—Sim – Bianca lhe mostrou o anel.

—Que é isso? - perguntou Sirius.

—Uma bússola – respondeu Harry. - O problema em Hogwarts já foi normalizado?

Sirius assentiu e disse que logo Lily e James chegariam para pegar Harry e que estavam muito preocupados com a segurança do filho.

—É perfeitamente compreensível – Bianca defendeu os padrinhos quando Harry torceu o nariz. - Eles acabam de voltar dos mortos, mal conhecem o filho que têm e você some.

—Almofadinhas! Aluado! - alguém gritou desesperadamente do lado de fora da casa. - Abram.

—É o meu pai – disse Harry, correndo para atender.

De fato, eram Lily e James Potter, quase desmaiando, os cabelos embaraçados em torno de seus rostos.

—Sirius Orion Black! -esbravejou Lily, se apoiando em James e avançando para a sala de estar. - Soltar dementadores nas ruas foi uma ideia muito, muito idiota.

—As pessoas estão apavoradas! O que queria que eu fizesse?

—Rita Skeeter publicou que Voldemort apareceu em Hogwarts e o Ministério mandou dementadores patrulharem as ruas, para o caso de ele ser visto novamente – explicou Remus para os garotos. - Eu e Sirius achamos estúpido, porque sabemos que enquanto Bianca não ceder, ele inevitavelmente nos atacará, mas o júri estava em maioria.

—Vocês dois! - Lily esbravejou para Harry e Bianca, como se os notasse pela primeira vez desde que chegara. - Onde estavam?

—Lírio, calma – James pediu, detendo a esposa. - Eles têm de estar vivos para contar a história.

Engolindo em seco, Harry contou uma versão resumida dos fatos, omitindo a parte em que um do grupo quase ficou preso no pátio dos milagres para sempre.

—E agora eu tenho de esperar outra indicação – disse Bianca, finalizando o relato.

—Sua carona chegou – disse Sirius.

—Carona? Que carona? - ela olhou para Remus confusa. Ele se manteve impassível.

Monstro abriu a porta e lá estava Elis Wilker.

—Vamos Bianca – ela disse com frieza.

—O que ela faz aqui? - a voz de Bianca quebrou.

—Vim te buscar – respondeu Elis com obviedade.- Seu pai não te avisou?

—Não, não avisou.

Pelo canto do olho, Bianca viu James fazer-lhe um gesto que dizia: vai ficar tudo bem. Lily sorriu amavelmente, como quem diz: confie em nós, você vai voltar para casa em breve. Ela fitou os pais, e percebeu que eles lutavam para não arrancá-la das mãos de Elis. Dando-se por vencida, pegou a bolsa que Monstro estendia e seguiu Elis para fora, acenando para os bruxos ao passar pelo batente.

Um taxista abriu as portas de seu carro para elas. Em silêncio, Elis se sentou no banco do carona e Bianca deixou a cabeça tombar contra o vidro do banco traseiro. Chegaram ao aeroporto e embarcaram para o Brasil em igual silêncio.

*******

Fred contou a Jorge tudo que acontecera durante a viagem, incluindo o episódio da quase volta.

—Só amigos? - Jorge indagou. - Meu caro, você é incapaz de ser só amigo dela. Acho que já te disse isso.

—É inevitável! Sempre que estamos juntos, brigamos.

—Quem muito briga, muito ama – Jorge riu.

—Okay! - Fred gritou. - Eu não consigo viver sem ela! Satisfeito agora?

—Se não consegue viver sem ela, corra atrás.

—Pela milésima vez, em nome de Merlim. Ela. Não. Me. Quer.

—Ela pediu para voltarem. Jeito estranho de não querer.

—E ficou com Harry depois. Jeito estranho de querer.

Jorge suspirou. Era tão fácil e tão difícil ao mesmo tempo. Dê tempo ao tempo, diria para o irmão, mas Fred e Bianca há muito esperavam as circunstâncias certas, e dada a situação do mundo bruxo – Voldemort em Hogwarts, uma Horcrux perdida, o número de Comensais da Morte aumentando desproporcionalmente ao de aurores, uma possível guerra em breve – exigia que as pessoas agissem se quisessem obter algo.

—Vocês podem sair qualquer dia desses. Nos formamos em dois dias e Bianca está com a mãe – propôs Jorge.

—Vou pensar em alguma coisa…

—Não vai pensar em alguma coisa. Vai fazer alguma coisa.

—Tipo o quê?

—Isso é com você irmãozinho, mas se apresse, okay?


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