Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 88
Festival of Fools


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada a Jonay Fanfics pela recomendação super linda e fofa! Eu amei (eu já tinha te dito isso, mas okay). A quarta recomendação da fanfic, ai que orgulho da minha história heheheehehe
Obrigada a Juliana Sato pelo comentário do capítulo anterior



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As vozes suaves ecoavam. A estática a percorria, seu coração batia forte. As lembranças boas e ruins não deixavam sua mente, cada toque permanecera. Não dá mais, pensou, eu tenho de falar com ele.

A morena caminhou até o quarto do garoto usando toda a coragem da Grifinória para não desistir. A corrente de estática em suas veias não se atenuou quando os nós de seus dedos tocaram a madeira da porta. O garoto abriu, surpreendendo-se ao vê-la.

—O que te tráz aqui?

—Atrapalho? - Hermione se retraiu. A abordagem fria de Jonay a acovardou.

—Não, de forma alguma. Eu estava estudando até mais tarde. O professor Snape quer que eu faça os exames finais algumas semanas antes dos demais sextanistas -para o caso de algo acontecer antes dos demais sextanistas fazerem os exames, quero dizer, completou mentalmente.

—Se quiser, eu ajudo a revisar – ela disse, respirando rapidamente. Se eu não morrer de hiperventilação antes, pensou nervosa.

Jonay assentiu, admitindo-lhe a entrada. Os livros escolares estavam guardados no armário, a escrivaninha ocupada por livros de genealogia bruxa e uma foto de Hermione na sala comunal da Grifinória, lendo Hogwarts, uma história.

—Como conseguiu?

—Comprei de Colin Creevey, quintanista. O conhece?

Ela assentiu. Tomaria muito mais cuidado quando Colin estivesse por perto.

—Suas roupas estão jogadas pelo quarto, seus livros no malão… você não estava estudando. O que fazia?

Jonay suspirou, pegando um livro de genealogia e colocando no colo dela. A capa dizia Estudantes de Hogwarts dos anos de 1971 a 1977. Hermione abriu o livro no índice, que organizava os nomes dos estudantes pela ordem alfabética dos sobrenomes. Jonay tomou o livro de novo e abriu na página onde começava a lista da letra S e correu o indicador até o nome Sanchez, Martim.

—Voldemort foi muito ardiloso quando atacou minha família – disse o garoto -, pelo menos é o que eu acho, porque eu só sei o nome do meu pai porque voltei ao passado e falei com ele, mas não tive tempo de perguntar sobre minha mãe e aqui não tem nenhum registro de que Martín Sanchez tenha se casado.

—Os livros registram que o Menino-Que-Sobreviveu é Harry, porque era isso que todo mundo achava. Talvez na sessão da Grifinória haja algum livro com a história real. Amanhã eu passo lá e pesquiso, okay?

—Okay – respondeu o garoto. - Er… boa noite.

—Boa noite – ela disse ansiosa.

—Um minuto – ele pediu antes que ela se afastasse. - Será que eu, você… nós….

Rindo, Hermione se inclinou e beijou-o.

*********

Arriscar, dar uma chance, recomeçar. Haviam muitos nomes para aquilo, mas Fred chamaria apenas de oportunidade. Uma oportunidade para você despedaçar o coração dela, não é seu monstro?, acusou-lhe a consciência. Uma oportunidade para ser feliz, consolou-lhe o coração.

Enquanto o ruivo enfrentava seu dilema, Anabell pediu à Bianca para falar com um visitante que desejava vê-la. Foram até a entrada do pátio, onde estava Harry Potter.

—Anabell, pode nos deixar a sós? - pediu Bianca. A cigana deu-lhes as costas e voltou para dentro. - O que faz aqui?

—Depois da nossa conversa sobre eu gostar de meninos ou de meninas ficou meio implícito que eu não podia vir, não é? Mas eu não ia deixar você sozinha com Krum, nem com Fred, que a essa hora, já deve ter mandado a universidade pro espaço e vindo atrás de você.

Bianca teve vontade de socar o garoto.

—Se preocupa tanto comigo, porque não se decide e toma uma providência?

—Tipo o quê? Te beijar?

Antes que a garota respondesse, Harry avançou e a beijou.

—Harry Potter… - ela murmurou contra a bochecha dele – eu vou acabar com a sua raça.

—Já que estou prestes a morrer, posso fazer um último pedido? - ela assentiu. - Posso te beijar de novo?

Bianca deu o primeiro passo, segurando o moreno pela nuca e beijando-o no canto dos lábios, Harry aprofundou o contato, pressionando a língua contra os dentes dela.

—Nós nunca faríamos isso um ano atrás – ela riu.

—Como poderíamos? Seus pais estavam quase me adotando.

—Onde estava com a cabeça nos últimos seis anos? Você foi adotado por eles, por isso passava as férias em casa.

—Sabe onde eu estava com a cabeça? Em você.

—Boa saída – ela elogiou. - Mas se pensava tanto em mim, por que nunca me disse antes?

—Touché – disse ele, beijando-a de novo. - Okay, sou meio desligado, admito.

Meio?, ela riu mentalmente e o beijou. Ele era totalmente diferente de Fred, que era cuidadoso, como se Bianca fosse quebrar a cada toque. Harry era forte, mas sabia respeitar o espaço da garota.

Ela confiava nele, sabia que podia deixar as coisas fluírem que iam parar quando ela se sentisse desconfortável, ao contrário de Draco, que temia Harry, como se o garoto fosse machucá-lo cada vez que o beijava ou sempre tivesse más intenções.

—Por que demoramos tanto para fazer isso? - Harry riu.

—Não sei – ela deu uma suave gargalhada -, está tarde, vamos entrar.

De mãos dadas, eles seguiram para os quartos de hóspedes. Bianca voltou ao seu quarto, onde Krum terminara o banho, com uma toalha enrolada na cintura. Sem nada dizer, Bianca entrou na suíte e tomou um banho. Conjurou uma camisola de cetim azul e deitou-se em sua cama.

—Boa noite Vítor.

—Boa noite Bianca.

No dia seguinte, Anabell e os outros ciganos estavam preparando-se para o festival dos tolos. A líder francesa disse aos britânicos que poderiam aproveitar a festa, mas em poucas horas, a praça central estaria cheia de gente.

—Vai ser mais difícil de encontrar a pista, mais suspeitos – opinou Fred.

—Somos em quatro, podemos nos dividir – propôs Vítor.

O ruivo concordou, remoído. Ele e Harry dividiam o quarto, e o moreno fizera questão de relatar em detalhes a “conversa” que tivera com Bianca na clareira. Fred duvidava que houvesse algo mais confuso do que sua mente no momento. Bianca pedira-lhe para voltar, mas vinte minutos depois, beijara Harry loucamente à luz do luar. Destinou um olhar à morena, cujos olhos castanho acinzentados diziam: Precisamos conversar. À contragosto, o rapaz se aproximou dela, que sussurrou:

—Eu tenho de pedir desculpas. Eu errei quando pedi para voltar. Tem uma coisa que aprendi com nossos términos…

—Nós só podemos ser amigos – Fred completou o raciocino dela. - Pelo MBWP 2.

Os quatro subiram para a cidade. Haviam ciganos tocando, dançando e lendo mãos. Na praça central, um homem baixinho sentava-se a uma mesa na sombra de uma marquise com uma garrafa de cerveja trouxa nas mãos. Quando seus olhos encontraram os de Bianca, ele correu.

—Eu vou atrás dele – disse Bianca. - Fiquem de olhos abertos e disparem faíscas vermelhas se estiverem em perigo.

A passos largos, ela encurralou o homem em um beco sujo. Ele usava uma capa preta e tremia. Lentamente, Bianca encostou a ponta da varinha em sua nuca oleosa.

—Quem é você?

—P-Peter Pettigrew, senhorita.

Bianca se esforçou para lembrara de onde o conhecia. Um dia na Floresta Proibida, ele a salvara depois de um Jorge sob Imperius tê-la imobilizado, para que Voldemort a levasse. Pelo que ela sabia, Pettigrew era um agente duplo, como Severo, mas ela não confiava nele.

Foi Severo que me contou sobre a pista, talvez porque Voldemort contou a ele, então a pista deve estar com Pettigrew. De fato, ele tinha um anel na mão gorda.

—O que é isso? - ela sibilou, apontando a joia.

—Um anel, obviamente.

—Acho que ele é meu – cantarolou, estendendo a mão. Ele se negou a entregar. - É claro que não ia ser fácil… não sou sua amiga Bellatrix, mas tenho um Crucio forte. Quer experimentar?

Tremendo como nunca, ele jogou o anel nos ladrilhos e desaparatou.

—Covarde – resmungou ela, pegando o anel.

Voltou à praça, analisando a peça. Era uma pedra amarela e ouro. Havia uma seta estampada que apontava para o norte, devia ser o brasão de uma família antiga. Em que isso me será útil?, ela refletiu.

—Que anel é esse? - perguntou Harry, aproximando-se dela e beijando-a.

Acho que é a nossa pista – disse a menina. -Estranho… jurava que a seta apontava para o norte.

—Deixe-me ver – pediu Vítor.

O búlgaro brincou um pouco com a joia, apontando-a para todas as direções , depois decretou:

—É uma bússola.

***********

—Estudando como sempre, Hermione?

A morena suspirou frustrada. Odiava ser interrompida enquanto lia, ainda mais por pessoas prepotentes.

—O que quer, Duda?

—Só estava averiguando. Parece que todo mundo está partindo ou de malas feitas. Bianca, Harry, Draco… porque todo mundo está fugindo?

Seja gentil, Hermione disse a si mesma.

—Ninguém está fugindo. Já ouviu falar em Você-Sabe-Quem? Ele matou muitas pessoas em nome da causa puro-sangue.

—Mas ele não foi detido por Jonay anos atrás?

—Ele está de volta e tem feito muitas coisas ruins. A maioria de nós teme uma guerra e Bianca está fazendo tudo o que pode para impedir.

—Ela não devia deixar alguém mais qualificado cuidar disso? O que será de nós, nascidos trouxas, com uma puro-sangue comandando um exército? Seremos privados de sobreviver, seja qual for o lado vencedor. E ainda por cima estamos contando com uma adolescente para fazer tudo isso. O mundo está perdido.

—Essa “adolescente” já enfrentou Voldemort mais vezes do que posso contar – disse Jonay, aproximando-se -, então sugiro, sr. Dursley, que cale a boca.

Contrariado, Duda saiu da biblioteca e Jonay se acomodou à direita de Hermione.

—Tudo legal? - ele saudou-a com um beijo no rosto.

—Tudo. Veja o que achei! Batilda Bagshot escreveu uma versão de História da Magia diferente da que conhecemos. Aqui, os Potter só constam na lista de vítimas de Voldemort. No capítulo sobre a queda é contado o seguinte: Em 1 de janeiro de 1980, o casal Martín e Roberta Sanchez foi brutalmente atacado pelo Lorde das Trevas, que tentava assassinar o filho deles, Jonay. Apenas Roberta estava em casa quando o ataque aconteceu, foi morta e Martín teve a memória alterada. Isso quer dizer que podemos trazê-los de volta!

—Como? Minha mãe está morta e meu pai não se lembra de mim.

—Podemos dar um jeito no seu pai com um contrafeitiço eficiente. Já sua mãe… a Pedra da Ressurreição da Bianca será o suficiente.

—Tenho outra pergunta. Se Batilda escreveu este livro, quer dizer que as pessoas conheciam a minha história, então por que ninguém se lembra?

—Seu pai não foi o único obliviado. Veja – ela puxou outro livro da pilha cujo título era 1980, o ano esquecido e abriu na página que dizia: a maioria da população bruxa não se lembra do que aconteceu no ano de 1980 – nem eu mesmo -, o que nos leva a crer que os bruxos foram submetidos a um poderosíssimo Obliviate, todos ao mesmo tempo. Se isso for verdade, logicamente não temos como saber, não há nada a ser feito, infelizmente. Tenho pena das mães e pais que acordaram em 1 de janeiro de 1981 com bebês que não reconheciam, dos casais que perderam um ano de relacionamento, daqueles que perderam o último ano de vida de seus entes queridos, de todos aqueles que perderam um ano de suas vidas.

—Vai dizer que Batilda esqueceu de publicar o primeiro livro? - questionou Jonay.

—É brilhante! - exclamou Hermione. - Um ano foi tempo suficiente para Voldemort alterar a memória de todo mundo, matar os Potter e criar uma nova história.


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