Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 86
Would you back to me?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Juliana Sato e One Simple Boy pelos comentários do cap. anterior



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652950/chapter/86

O dia esperado chegara. A final de quadribol, Sonserina contra Grifinória. Os catorze jogadores estavam reunidos em um barracão, onde podiam receber a visita daqueles que tinham convidado.

Harry e Bianca não puderam ver seus pais, pois segundo eles, o Ministro da Magia, o Chefe dos Aurores, e um casal que teve uma “morte” épica e abnegada chamariam muita atenção, portanto eles se contentaram em esperar de lados opostos da barraca, o início da partida e observar as visitas alheias. Gina e Rony estavam rodeados pelos Weasley, de tal forma que não se conseguia distinguir quem era quem.

Um nó se formou na boca do estômago de Bianca. Se os Weasley estavam ali, qual era a chance de Fred não estar entre eles?

Faltavam dez minutos para o início do jogo, os visitantes saíram da barraca, porém um ficou para trás.

—Boa sorte – disse. Bianca nem precisava olhar para saber quem era. Conhecia bem sua voz. Bem demais.

—Obrigada – ela respondeu, tentando ser neutra. Não havia motivo para grosserias, afinal.

—Não falei com você. Falava com meus irmãos.

Diante da declaração e saída do ruivo, Bianca se dirigiu a uma fenda, de onde podia ver as cinco arquibancadas. Uma para cada Casa e a central, destinada para funcionários da escola, Sirius, Remus, Lily e James.

Ela percebeu que Harry também esquadrinhava a plateia ao lado dela. Madame Hooch, árbitra da partida, chamou os jogadores para o campo, onde se posicionaram, cada equipe um uma extremidade, encarando-se furiosamente. O apito soou e os jogadores levantaram voo.

Harry tentava localizar o pomo, e Bianca voava a seu lado, usando as duas pontas do bastão para repelir adversários e balaços, atitude elogiada por Tyler e comentada pelos espectadores, principalmente Sirius e James.

Enfim, Harry encontrou o caminho até o pomo, apontando-o para Bianca discretamente, a fim de que Melissa não percebesse. A bolinha estava metros acima deles. Ganharam altitude e Bianca sabia que era hora de se levantar.

Teve o cuidado de não colocar os pés nos freios. A falha de Sirius fora se apoiar nos freios em dado momento. Ajeitou o bastão no ombro e rebateu, como em uma partida de baseball, levando o pomo diretamente para as mãos de Harry.

—FIM DA PARTIDA! - gritou Blaise Zabini. - VITÓRIA DA GRIFINÓRIA! A taça é dos leões.

Enquanto o time grifinório era saudado pela torcida, uma azaração atingiu Bianca, desequilibrando-a. A garota despencou mais de trinta metros, de cabeça para baixo, em direção as balizas.

—Potter, segure-a! - gritou um torcedor grifinório, Harry podia jurar que era Fred, mas havia muitas vozes gritando.

Ele mergulhou em direção à garota, mas antes que ele pudesse agarrá-la, ela bateu com a cabeça no aro mais baixo, formando instantaneamente uma poça de sangue. Harry recolheu a menina em seus braços e a levou para ala hospitalar.

******

—Ela está bem, sr. Black -disse a enfermeira docemente. - Sei que sabe pelo que ela está passando.

—Certo Papoula. Pode me deixar sozinho com ela? - a enfermeira deixou a sala. - Eu sei que você está me ouvindo. Já estive no seu lugar, mas assim que deixei a maca, tomei uma decisão da qual me arrependo até hoje. Larguei o quadribol. Não vou te obrigar a continuar se não quiser, mas conseguiram fazer Rebatendo o Pomo, acho que deviam investir nisso.

—Obrigada pai – ela sorriu.

—Algum lugar dói? Vou chamar a Pomfrey.

—Não precisa, estou okay, mas pode chamar Jonay, por favor?

—Okay, até depois.

Sirius saiu e Jonay entrou, perguntando:

—Está bem, querida?

— “Querida”? - disse alguém à porta. - É assim que te chamam agora?

—E o que você tem a ver com o jeito como a chamo? -perguntou Jonay, ríspido.

—Pensei que não fosse dessas que correm pro primeiro que veem depois de terminar um relacionamento – ele ignorou Jonay.

—Isso continua não sendo da sua conta – Jonay fez-se notar.

—Precisa de porta-voz? Fale comigo, Bianca!

—Caia fora daqui, Frederich – disse a menina. - Quero descansar.

—Não. Quero saber o que tem entre vocês dois.

—Estamos saindo. Namorando, na verdade – Jonay riu, com escárnio. - A verdade dói, né?

Dando de ombros e tentando esconder as lágrimas, Frederich saiu. Bianca fuzilou Jonay com os olhos, mas logo riu.

—Sabia que perdoar idiotas completos é uma virtude Bianca? - disse um ruivo à soleira da porta. - Calma, calma, sou o Jorge. Fred só está agindo como o idiota que é. Como você está?

—Estou bem, obrigada. Voltando a falar do seu irmão, o que quis dizer com “agindo como o idiota que é?”

—Vai dizer que acreditou naquela história de “não consigo conciliar os estudos e o namoro”? Ele estava fugindo.

—De quê?

Jorge chutou o chão três vezes, avaliando se valia a pena dizer o que pensava. Valia, pela história de Fred e Bianca.

—É idiota, mantenha isso em mente, está bem? - ela assentiu. - Depois que ele tentou casar com você há dois anos e desistiu, pensou que quando você terminasse a escola, as pessoas iam pressioná-los para que se casassem. Tudo o que aconteceu o fez pensar se ele ia querer mesmo casar. Por isso tomou uma decisão: terminar o relacionamento com você o quanto antes, confiando que o tempo curaria sua mágoa.

—Entendi, então para não casar, ele preferiu despedaçar o coração da garota que ele supostamente amava. Muito lógico – Bianca revirou os olhos.

—Eu sou um idiota mesmo. Jorge, Jonay, vocês poderiam…

Olhando torto para o ruivo, Jonay saiu, seguido por Jorge.

—Acho que ele já disse tudo, não? Sou idiota e peço perdão.

—Até posso perdoar sua idiotice, mas o gelo antes da partida… vai ser difícil.

—Perdoo mas isso não significa que voltamos. Eu preciso de tempo para pensar.

—Certo, te dou todo o tempo do mundo, mas preciso saber… Jonay estava brincando não estava? Sobre vocês serem namorados?

—Não – Fred ficou pálido como as paredes – ele estava me defendendo. Ou pensava que estava.

Aos poucos, Fred recuperou a cor e saiu. Fez menção de beijar a garota, mas se conteve. Madame Pomfrey disse que Bianca já estava bem, então ela foi para o campo, onde James, Sirius, Remus, Lily e Harry a esperavam.

—Está tudo bem?-perguntou Harry.

—Está. Foi apenas uma concussão, nada demais.

Foi então que os gritos começaram, como se uma das torres tivesse explodido ou algo do tipo. Sirius, Remus, James e Lily correram para dentro do castelo, enquanto Harry, ao receber um olhar de Sirius, rebocou Bianca para a sala comunal.

—O que acha que aconteceu? - ele perguntou, sentando-se em uma poltrona.

—O pior, só pode ter sido isso.

Infelizmente tiveram que esperar horas. A sala comunal aos poucos se encheu de grifinórios, mas nenhum sabia o que tinha acontecido. A agonia tomava conta da dupla. E se seus pais tivessem morrido? Ambos iam perder os pais e padrinhos no mesmo dia. James e Lily morreriam outra vez. Observavam os outros irem e virem, como antes do jogo, mas dessa vez estavam abraçados e de mãos dadas, muito diferente de horas antes.

—Black – Tyler chamou do buraco do retrato -, McGonagall está te esperando na sala dela.

Ela se despediu de Harry com um beijo no rosto e seguiu Tyler. No escritório da diretora estavam Lily, James, Sirius e Remus. Bianca suspirou aliviada, todos estavam bem.

—Senhorita Lupin-Black, seus pais decidiram levá-la de volta para casa.

A menina esticou os olhos para a madrinha. Lily era conhecida por priorizar os estudos acima de tudo, como Hermione. Ela nunca permitiria que Bianca deixasse Hogwarts, ainda mais quando a menina não sabia o porquê disso tudo.

—Vai ser por pouco tempo querida – disse a ruiva, afagando os cabelos da garota. - Eu prometo.

Bianca acabou cedendo. Minerva colocou um frasco trincado sobre a escrivaninha, ao qual os cinco se agarraram. A Chave de Portal os levou para o largo Grimmauld, de onde Lily e James aparataram para Godric's Hollow.

—Odeio Chaves de Portal – disse Bianca, ao se levantar.

—Monstro! Sirva o jantar – disse Sirius

—Sim patrão – era impressão ou o elfo sorria para Bianca?

Logo, a família estava à mesa com uma suntuosa refeição. Entre uma garfada e outra, olhares eram trocados, mas nenhuma palavra era dita.

—Patrão Black – Monstro chamou timidamente. - O correio chegou.

—Ah sim – disse ele. - Se me dão licença…

—O que raios está acontecendo?- Bianca perguntou.

—As proteções que encobrem Harry vão ser transferidas para Godric's Hollow, agora que Lily e James são os responsáveis por ele. - disse Remus.

—Mas não vai adiantar. Voldemort conseguiu ferir Harry no ano passado, extraiu a Horcrux que havia nele.

—Eles não sabem disso.

—A mudança das proteções… influencia em algo para mim?

—Sim. Não vai poder ficar aqui por muito tempo. Logo você irá para outro lugar, como Godric's Hollow, ou a casa da sua mãe.

—Eu não tenho mãe! - a menina gritou.

Remus suspirou. Bianca estava nervosa, e ele a entendia. Tirada do lugar mais seguro do mundo sem saber o motivo, a “ameaça” de passar uma temporada com alguém que odiava, a tensão que acompanhava a chegada do dia seis de janeiro… ela tinha o direito de extravasar a raiva.

—Bianca, entendo seu ponto de vista, mas peço que entenda a nossa colocação também.

—Por que sempre me pedem isso? Se penso diferente, não entendo o pensamento de vocês! - a garota bateu o pé no soalho. - Seria muito mais seguro para mim voltar para Hogwarts do que me misturar com trouxas – ela respirou fundo. - Tudo bem. Se precisar de mim, estou no meu quarto.

*******

—Senhorita Lupin-Black? - Monstro bateu à porta do quarto.

—Meus pais te mandaram aqui?

—Não senhorita. Monstro veio fazer companhia porque sabe que está triste.

—Obrigada pela solidariedade, Monstro – ela acariciou a cabeça do elfo.

—Minha senhorinha não quer partir – ele afagou a mão da garota. - Não quer se juntar aos trouxas imundos. Parece o meu antigo senhor Regulus – os olhos dele se encheram de lágrimas.

—Não Monstro, não é assim – ela foi gentil, secando o rosto do elfo. - Não tenho problemas com trouxas, tenho problemas com Elis, que por acaso é trouxa.

—Monstro vai protegê-la, senhorita, Monstro promete. Ah!, chegaram cartas.

Eram de Jonay e Fred. Abriu primeiro a do moreno. Era curta, mas vorazes.

Bianca,

Sei que quer saber o que aconteceu, e vou lhe dizer. Voldemort aproveitou que as proteções de Hogwarts foram abaixadas para entrar e roubar minha varinha. Eu tentei resistir, mas não tive chance. Ele me desarmou rapidamente e tomou minha varinha, dizendo: “E o Menino-Que-Sobreviveu perde a Varinha das Varinhas para o Lorde das Trevas”, e desaparatou em seguida.

Se pesquisar, vai descobrir que a Varinha das Varinhas, a Pedra da Ressurreição e a Capa da Invisibilidade são as Relíquias da Morte, e juntas, tornam seu dono o Senhor da Morte. Você e Harry serão os próximos.

Jonay.

Bianca sorriu preocupada. Pelo lado bom, Jonay estava seguro. Pelo ruim, ela seria a próxima a ser atacada por Voldemort. Talvez o primeiro fosse Harry, mas se de qualquer forma, ela estivesse longe do mundo bruxo quando acontecesse, suas chances de se defender ou a Harry seriam mínimas. Ela abriu a carta de Fred, que fora mais gentil ao escrever.

Bianca,

Fiquei sabendo que te mandaram de volta para casa – também!, com Hogwarts explodindo, eu faria o mesmo. Espero que esteja bem e que Remus e Sirius estejam te protegendo sem te sufocar. Harry me contou que planeja passar o verão com Lily e James, então, se quiser fazer algo nas férias, estou à disposição.

Mudando de assunto e voltando para nossa conversa na ala hospitalar depois da final de quadribol. Desculpe se estou transgredindo a tênue linha de perdão recém-reestabelecida entre nós ao escrever esta carta, mas precisava fazer uma pergunta. Se Jonay não existisse, você voltaria comigo?

Fred.

Bianca se virou ara pegar uma pena, mas se espantou ao encontrar alguém em sua cama.

—Krum! Que raios…

—Eu vim te buscar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!