Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 61
Where are you?


Notas iniciais do capítulo

Oi gentes!
Obrigada a Juliana Sato por comentar o último cap.



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—Obrigado pela ajuda, Juliana – Sirius agradeceu. - Se tiver algo que eu possa fazer por você… basta dizer.

—Tem uma coisa. Meu irmão Daniel sumiu há alguns meses.

—Irei encontrá-lo.

**********

—Harry…

O nome saiu engasgado da boca de Bianca, empurrado pelos soluços e atropelado pelas lágrimas. Ela conferiu o pulso, nada. Inexistente. Então ela se dobrou em soluços e agarrou-se ao corpo do menino.

—Volte para mim Harry – ela suplicou.

—Ele não vai voltar tolinha.

A voz fina a fez agarrar a varinha, apertando o punho. Bianca se virou na direção de Bellatrix que se aproximava dela a passos largos e rápidos.

—Fique longe de mim! - Bianca a ameaçou.

—Não vou matá-la, só vim deixar isso – a mulher atirou um embrulho no peito dela. - Ah, e boa sorte. Vai precisar, para poder conviver com a culpa.

Que culpa?, a menina pensou, voltando o olhar para Harry. Será que eu o matei? Não pode ser, eu estava sem varinha. Preciso de ajuda. Ela tornou a cobrir o corpo de Harry e o escondeu com um feitiço de Desilusão, depois desceu a rua, procurando algum bruxo que pudesse ajudá-la, mas não foi isso que encontrou.

—Bianca?

A garota estremeceu. De todas as pessoas do mundo, aquela era a última que esperava encontrar. Paralisada, ela tentou se virar para a mulher que o chamara, mas seus pés não obedeceram.

—Seu pai te tornou tão mimada que me ignora? Vire-se para mim, garota!

—Oi mãe… - a menina suspirou.

Elis torceu o nariz.

—Vagando pelas ruas à noite… não quero nem pensar o que está fazendo, mas não seria assim se tivesse ficado comigo. Olhando você agora, toda suja e molhada, fico feliz em ter fugido, já que ele pretendia te transformar nessa coisa mimada.

—Não fale do meu pai assim – a menina rosnou.

—E os amigos dele não eram melhores. Como se chamavam? Ah!, James, Peter e Remus. Horríveis, os três. Mas o Remus era o pior, te mimando e estragando mais do que os outros.

—Chega! - Bianca gritou, dando um tapa no rosto da mulher.

Elis ergueu a mão para revidar, mas um coro de vozes grossas e arrepiantes a impediu:

—Tire as mãos dela!

Elis congelou, enquanto o grupo se aproximava, revelando Sirius e duas pessoas que tinham as faces cobertas.

—Você ouviu, Elis – disse Sirius calmamente. - Tire as mãos de Bianca ou consigo um mandado de prisão contra você.

Elis ajeitou as roupas e saiu como se nada tivesse acontecido. Automática, Bianca correu para os braços do pai e o abraçou. Duas mãos se apoiaram solidariamente em seus ombros. Remus e Severo.

—O que faz aqui? E por que está nesse estado? - perguntou Sirius.

—Tem… tem uma coisa que você precisa ver. Todos vocês precisam.

Ela guiou os três até onde havia escondido o corpo de Harry. Desfez o feitiço e então se entregou às lágrimas novamente Severo a abraçou com doçura e sussurrou-lhe:

—Use a Pedra da Ressurreição.

A menina franziu as sobrancelhas, sem entender. Silencioso, Severo puxou o pingente que ela usava, a pedra que Dumbledore lhe dera em seu aniversário de quinze anos, e usava todos os dias desde então. Sempre fora uma pedra cinza e perfeitamente redonda, mas hoje era azul brilhante.

—Coloque no bolso dele – o pocionista instruiu.

Temerosa, ela assim fez, e o rapaz abriu os olhos.

—Harry? - ela chamou, abrindo um quarto de sorriso.

—Não, sou Daniel… quem é você?

Os olhos de Bianca se arregalaram, como os de Sirius.

—Como assim seu nome é Daniel? - o homem perguntou. - Alguém mexeu na sua memória, Harry?

—Eu não sou Harry – o garoto disse irritado. - Meu nome é Daniel.

Remus olhou fundo nos olhos do rapaz. - Usaram a Império nele. Severo, você sabe de alguma coisa?

O homem assentiu, dizendo que trataria disso em Hogwarts. Os cinco aparataram e enquanto Remus acompanhava Bianca de volta ao quarto e Severo ia para a Sonserina, Sirius encaminhava Daniel até a sala de Dumbledore, onde Juliana esperava por notícias.

—Juliana! - Daniel exclamou.

—Desculpe, mas quem é você? - a menina perguntou confusa.

—Seu irmão, Daniel.

—Que brincadeira de mal gosto é essa? - ela passava o olhar de Daniel para Sirius. - Esse não é o meu irmão, parece Harry Potter.

—Revelio! - anunciou Snape entrando na sala de supetão, a varinha apontada para Daniel.

Em um instante, os cabelos pretos cresceram e se tornaram menos rebeldes, os olhos verdes tornaram-se pretos e se esticaram, tornando-o um perfeito gêmeo de Juliana.

—Você disse que explicaria aqui o que aconteceu.

—O verdadeiro Potter foi sequestrado há meses, e trocado por ele – gesticulou para Daniel —, com a finalidade de pegar segredos de Bianca e levá-los para Voldemort, mas ele falhou, porque eu avisei Bianca para que não confiasse em ninguém, então os planos mudaram.

—O que foi feito com ele?

—É complicado… Bellatrix possuiu Bianca esta noite e matou Daniel. Com a alma de Bianca rompida, ela criou uma Horcrux. Em outras palavras, Bianca é imortal.

—Quando ela o trouxe de volta, trouxe o verdadeiro Daniel – concluiu Juliana, sorrindo.

—Juliana, Daniel, voltem aos dormitórios – disse Dumbledore e os garotos obedeceram.

—Muito bem, resolvemos o problema da garota, mas agora temos outro. Onde está Harry?

*********

—Moleque!

Há anos não ouvia aquele grito, mas Harry sempre conheceria a voz do tio Válter. Sonolento, abriu a porta do quarto e foi para a cozinha, onde os Dursley estavam reunidos.

—Esta noite receberei um empresário e a filha dele para jantar. Vamos repassar o plano. Precisamos estar em posição às oito horas. Petúnia, você vai estar…?

—Na sala de visitas – disse tia Petúnia sem pestanejar – esperando para dar as boas-vindas como manda a etiqueta.

—Ótimo, ótimo. E o Duda?

—Vou esperar para abrir a porta – Duda deu um sorriso desagradável e hipócrita. - “Posso segurar seus casacos, sr. e srta. White?”

—Eles vão adorá-lo – exclamou tia Petúnia arrebatada.

—Excelente Duda – disse tio Válter. Em seguida dirigiu-se zangado a Harry. - E você?

—Vou ficar no meu quarto, fingindo que não estou em casa – disse Harry monotonamente.

—Exatamente – disse tio Válter sarcástico. - Eu os levo para a sala de visitas e apresento você, Petúnia, e sirvo os drinques. Às oito e quinze…

—Eu anuncio o jantar – disse tia Petúnia.

—E Duda, você vai dizer…

—Posso acompanhá-la à sala de jantar, srta. White? - disse Duda oferecendo o braço gordo a uma mulher invisível.

—Meu perfeito cavalheirinho – fungou tia Petúnia.

E você? - perguntou tio Válter malevolamente a Harry.

—Vou estar no meu quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não estou em casa – respondeu Harry sem emoção.

—Precisamente. Agora vamos procurar fazer elogios realmente bons ao jantar. Petúnia, alguma sugestão?

—Válter me contou que é um excelente jogador de golfe, sr. White… onde foi que a srta. comprou seu vestido, por favor, me conte, srta. White?

—Perfeito… Duda?

—Que tal… Tivemos de fazer uma redação na escola sobre nosso herói, sr. White, e eu escrevi sobre o senhor.

Essa foi demais tanto para Harry quanto para Harry. Tia Petúnia debulhou-se em lágrimas e abraçou o filho e Harry mergulhou embaixo da mesa para que não o vissem rindo.

—E você, seu moleque?

Harry fez força para manter a cara séria enquanto se endireitava.

—Vou estar no meu quarto, sem fazer nenhum barulho, fingindo que não estou em casa.

—E pode ter certeza que vai – disse tio Válter com vigor. - Os White não sabem que você existe e vão continuar sem saber. Quando terminar o jantar, você leva a srta. White de volta à sala de estar para o cafezinho, Petúnia, e eu vou puxar o assunto dos contratos. Com sorte, estará selado e assinado antes do noticiário das dez.

A tarde se arrastou para Harry, que tentava entender: a) como fora parar na Casa Pequena quando deveria estar no cinema com seus amigos; e b)como chegara ali na Rua dos Alfeneiros.

Enfim a família White chegou e Harry se escondeu entre os balaústres para vê-los. Para surpresa de Harry, os White na verdade eram os Black. Seu padrinho e irmã foram cordialmente recebidos por Duda, que não pareceu reconhecer o Ministro da Magia e a grifinória – ou eles estavam usando algum feitiço que os disfarçasse ou Duda era burro demais mesmo.

Por sorte, o moreno podia ouvir tudo que era dito na sala onde o jantar ocorria, perfeitamente de acordo com o plano de tio Válter. Os elogios exagerados começaram, mas logo foram interrompidos rudemente por Sirius.

—Sr. Dursley… estou muito interessado em fechar negócio.

—Duda – Bianca chamou em um sussurro sedutor. - Me mostra a sua casa?

Merlim, ela é ótima atriz. Convence até a mim, Harry pensou, resguardando uma risada ao mesmo tempo que Sirius e correu para o quarto onde deveria estar. Duda e Bianca subiram a escada de braços dados, a contragosto dela. A menina parou em frente a porta fechada de Harry e perguntou.

—O que tem aqui?

Sem esperar resposta, bateu, e Harry abriu, perguntando:

—Em que posso ajudar?

—Duda, dá licença? - Bianca pediu, sorrindo, e o garoto se retirou. - Que tonto – os dois riram e se abraçaram. - Certo, garoto. Sirius está distraindo seus tios. Remus está no carro. Pegue suas coisas e vamos dar o fora.

Harry socou todos os pertences no malão e pulou pela janela, diretamente nos braços de Remus.

—Valeu cara.

—Por nada rapaz. Para o carro.

Em segundos, Sirius saiu da casa conduzindo Bianca pelo braço. Os quatro entraram no carro e logo Bianca começou o interrogatório.

—O que diabos fazia aqui?

—Não sei. Dormi em outro lugar, mas acordei aqui.

A garota assentiu. - E esse outro lugar seria…

—Não sei bem onde ficava, mas era isolada e pequena. Tudo muito bagunçado e o único lugar em ordem era a cozinha. Era tão arrumada que parecia um santuário.

Uma cozinha-santuário, Bianca refletiu. A casa dos Gaunt.

—E há quanto tempo está lá?

—Desde o dia do cinema… mudando de assunto, o que aprontou esse ano?

—Voltei no tempo, fui possuída pela minha doppelganger… nada de mais, você sabe.


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