Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 46
Dream or nightmare?


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Jonay Fanfics e Caroline Halliwell Black pelos comentários do cap anterior



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652950/chapter/46

Depois de sair da sala de Severo, Bianca foi para a cama, achando que se fosse sonhar, seria um pesadelo em que Fred era torturado e nada do que ela fizesse para parar adiantava, mas se enganou.

A sala comunal da Sonserina. Mesmo que só tivesse estado lá uma vez, Bianca nunca se esqueceria do lugar verde e preto.

–Era um pouco diferente na minha época – disse alguém atrás de Bianca. -Mas mantém o requinte.

–Bellatrix – a grifinória grunhiu, procurando sua varinha nas vestes.

–Apontar a varinha para mim em um sonho não vai adiantar nada – a mulher caçoou. - Pensei que fosse mais inteligente que isso.

–Fala logo o que você quer antes que eu acorde e vá até aí te matar.

–Eu não quero ser chata, nem discutir a psicologia dos sonhos com você, mas vir até aqui não é ir ao salão comunal da Sonserina, é ir aonde realmente estou.

–Ou seja, a casa dos Malfoy.

–Como você é presunçosa, pestinha. Igual ao seu pai, aquele imundo traidor do sangue

–Não fale assim dele – a menina rosnou. - Meu pai é muito melhor do que você, sabe disso. Ele daria a vida por cada um de seus amigos, mas você morreria por Tom, não morreria?

–Tom? - Bellatrix se espantou.

–Ah, esqueci. Para você, ele é o Lorde, o Mestre, sempre superior. Ele te esnoba, te humilha, tenta se casar comigo bem na sua frente e você continua aí, fiel. Merece pontos por isso – ela disse, debochada.

–Vai pagar por isso, Black.

Então o sonho acabou, e conforme aprendera durante os últimos anos, todo sonho tem um significado, e então pôs-se a pensar no sentido daquele. Não era ofender Sirius, então só poderia ser uma coisa. Em breve, Bellatrix entraria em Hogwarts, usando como porta o salão comunal da Sonserina.

Draco! Além de sonserino e sobrinho da Comensal, o garoto cedia facilmente aos interesses da família. Bianca alertaria-o no dia seguinte, por ora, precisava dormir. Tentou adormecer de novo, mas não conseguiu. Há anos, Fred disse que ela podia ir dormir com ele sempre que seus pesadelos a incomodassem, então Bianca sentou na cama, mas foi surpreendida.

–Oi princesa.

–Fred? - ela sussurrou. - O que faz aqui?

–É de se esperar que eu não consiga dormir depois de ser torturado sem aviso prévio, não é? - a garota corou no escuro e Fred riu consigo mesmo. - Resolvi vir aqui te ver então.

–Quando chegou?

–Você estava gemendo, algo sobre Sirius ser melhor do que alguém… não entendi o que falou depois disso.

A menina ficou quieta. Estava feliz de ter Fred ao lado dela, mas não estava pronta para explicar a situação. Encolheu-se, as costas na parede e ofereceu:

–Deite.

O ruivo obedeceu e aconchegou a namorada em seu peito. Brincando com os cabelos de Fred, Bianca refletia. Sabia que Bellatrix daria a vida por Tom, a quem amava, da mesma forma que a morena daria a vida por seu ruivinho, e essa era a única coisa que tinham em comum, afinal Bellatrix era puro-sangue, Bianca era mestiça, Bellatrix fora sonserina, Bianca era grifinória, Bellatrix era Comensal, Bianca era da Ordem, Bellatrix torturava, Bianca jamais o faria. Somos perfeitamente opostas, a menina pensou, como ímãs de polos iguais, e assim como os ímãs, não podemos nos encontrar, ou tentaremos destruir uma a outra.

–Em que está pensando? - Fred perguntou.

–Vou lhe explicar por que Severo lhe mandou aquele Cruciatus. Ele estava me ensinando a me defender das torturas de Bellatrix.

–Porque você precisa disso?

É hora de contar, Bianca suspirou.

–Sabe o que são doppelgangers? - o menino negou com a cabeça. - São duas pessoas que têm a mesma aparência, como gêmeos, mas as personalidades são opostas, e inevitavelmente, ao se encontrarem, tentam se matar.

“Descobri há pouco tempo que sou doppelganger de Bellatrix, e como já nos encontramos, ela está na fase de tentar me matar, e eu preciso aprender a me defender e a atacá-la, também”.

–Certo, e o que isso tem a ver comigo sendo torturado?

–Ele disse que minha mente rejeitaria as tentativas dela de me fazer sofrer, se eu sofresse mais de outra maneira, e Severo acertou quando supôs que ver você sob o efeito de Cruciatus seria minha maneira de sofrer mais.

–Danadinha – ele riu, abraçando mais a menina. - Achei que o prof. Seboso tinha pirado de vez quando me mandou sentar e me torturou, mas agora que sei porque ele fez isso, acho que me ofereceria para fazer tudo de novo.

–Ficou louco, foi? -ela deu um tapa de leve na orelha dela. - Ah, falando em loucura, alguém gentilmente me enviou o diário de Bellatrix Rosier Black Lestrange, mas ainda não o li. Que tal lermos agora?

Fred assentiu, enquanto a menina pegava o livro no malão. A capa era de veludo verde escuro, tinha o brasão da Sonserina do lado direito, e o brasão dos Black do lado esquerdo. A primeira página estava quase caindo e tinha as pontas comidas por traças, mas ainda conseguiam ler a caligrafia caprichosa.

Eu sou Bellatrix Rosier Black, tenho dezessete anos, sou sangue-puro, sonserina, e em dois dias, me casarei. Não estou nem um pouco atraída por meu noivo, Rodolphus Lestrange, mas vou me casar com ele por duas razões:

1. Ele é sangue-puro, e eu preciso zelar pela pureza do sangue Black.

2. Preciso desse vínculo para fazer parte do Círculo Íntimo. Se meu nome estiver na lista dos Comensais do Círculo, estarei mais próxima daquele que realmente amo, Tom Marvolo Riddle.

–Vamos ver o que aprendemos até aqui – disse Fred. - Aos dezessete anos, Bellatrix já era Comensal e dá-se a entender que fazia tempo desde que a Marca Negra foi posta em seu braço.

–Ela se casou por interesse – disse Bianca, agitando a varinha displicentemente —, mas disso eu já sabia.

–Chega de Bellatrix por hoje, está bem? - o ruivo fechou o livro. - Que tal pensarmos um pouco em nós?

Seja mais exato, por favor.

–Estou com saudade da minha princesa.

–Eu sempre estive aqui, Fred. Nunca me afastei de você.

O ruivo baixou o olhar.

– Sim, está, nunca disse que não estava. O que quis dizer é que você mudou. No primeiro ano, você era apenas a menina que estava no lugar errado na hora errada, e acabou sendo sequestrada por Voldemort. No segundo, fingiu que era seu próprio pai para evitar que ele fosse sequestrado. No terceiro, foi para a Espanha a mando de Dumbledore buscar um garoto que até hoje não se sabe exatamente quem é e o que faz aqui, além de liderar um grupo de alunos contra uma diretora tirana. E esse ano, descobriu ser conectada a pior Comensal da Morte que já pisou na Terra e precisa aprender a se defender urgentemente. Eu não sei o que você é, Bianca, mas, com certeza, não é uma princesa.

A menina bufou baixinho.

–A questão, Fred, é que eu não posso ficar parada esperando que resolvam os meus problemas por mim. Eu realmente queria que o mundo não girasse tanto ao meu redor. É muito cansativo.

–Egocêntrica – ele sussurrou, mas ela ouviu. Bianca fez uma careta, que incentivou Fred a continuar falando. - Você acha mesmo que o mundo gira ao seu redor? Deixe-me contar uma coisa sobre você. Desde os onze anos, faz o que quer, sem pensar nas consequências. Quando agarrou a Pedra Filosofal e se deixou ser levada por Voldemort, tornou a vida de Sirius um inferno. Foi nessa época que ele voltou a beber, sabia? - seu tom foi ácido. - Depois, quando levou Voldemort e os Comensais para a Espanha e o verdadeiro Sirius te viu, ele pensou que estava ficando maluco. Não me surpreenderia se ele dissesse que seu bicho-papão é ver a si mesmo com a Marca Negra no braço, e isso graças a você. E então, você viaja sem avisá-lo e ele pensa que você morreu. Para finalizar, eu poderia apostar que ele não sabe sobre a doppelganger.

–Tudo o que disse é verdade – ela foi grossa. - Mas porque jogou essas coisas na minha cara? Está terminando comigo?

–Acho que sim… - ele se levantou. - Boa noite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!