Sexta-feira chegou e os alunos receberam um comunicado: as saídas aos finais de semana estavam suspensas até segunda ordem. A primeira coisa que Bianca fez depois de mandar a Armada se reunir foi escrever para o pai, contando a mais nova patifaria da diretora e lhe pedindo conselhos.

–Até que não é tão ruim ficarmos presos aqui – disse Hermione, pensativa. - Amamos este lugar e também, temos dois dias a mais para aprontar com a Vaca Rosa.

–Eu tinha planos, Mione – disse Fred frustrado.

–Tudo bem, mas se não fizermos nada a respeito da Umbridge, podemos até ficar sem férias, e aí, não vão ser só os planos do seu fim de semana que serão cancelados – disse a morena secamente.

Os dois estavam caminhando para a sala precisa quando escutaram um choro baixinho vindo de um corredor escuro. Aproximaram-se dali e encontraram Neville Longbottom encolhido, a mão esquerda sangrando.

–Neville – Hermione chamou -, foi a Umbridge que fez isso com você?

–F-foi – o menino soluçou.

–Vem com a gente, vamos te dar alguma coisa para estancar o sangue – disse Fred. - Vamos levá-lo conosco - ele sussurrou para a menina.

Juntos, os três seguiram até a sala precisa e todos que já estavam lá se viraram para encarar Neville. Hermione ergueu a mão ferida do garoto, como um sinal de que ele era um deles, e não um espião. O coração de Bianca apertou quando ela o viu. Sirius lhe contara que Bellatrix tinha um Crucio poderoso, que usara para torturar Frank e Alice Longbottom, os pais de Neville, até a loucura, quase matando-os. Bianca já tivera uma “palhinha” do Crucio de Bellatrix, e sabia o quanto doía. De repente, um novo objetivo se colocou na lista de Bianca: ensinar Neville a dar Cruciatus tão fortes quanto os de Bellatrix e ajudá-lo a torturá-la.

Fred explicou para Neville de que se tratava aquele grupo e todos os integrantes se dispuseram a contar a história de suas cicatrizes. Apenas Draco e Jonay não possuíam uma, mas eles prometeram que em breve teriam algo escrito em suas mãos, para provar que realmente pertenciam a Armada de Dumbledore, mesmo que Harry e Hermione dissessem que eles não precisavam perder a boa imagem que tinham com a diretora. Se eles continuassem com as mãos intactas, poderiam ser espiões muito úteis – certo, para Harry, a ideia de Draco sentado à mesa de Umbridge escrevendo frases com seu próprio sangue era assustadora.

–Precisamos descobrir porque Umbridge nos quer aqui nos finais de semana – disse Bianca. - E você vai fazer isso Draco. Suborne a Sapa Velha, se for necessário.

O loiro assentiu, rindo. Jonay começou a lhe passar informações sobre os horários livres da diretora, e enquanto o garoto falava, Bianca se perdia nos olhos azuis de Fred, que ria de uma piada que Jorge contara. Quando o ruivo percebeu que a menina estava lhe olhando, ele retribuiu o olhar, divagando no sorriso fofo dela.

Draco prometeu que agiria no dia seguinte a reunião terminou, só restaram a morena e ruivo na sala. Bianca correu para os braços de Fred e sussurrou:

–Eu sei que você queria fazer isso do jeito certo, mas vamos ter que fazer como der – ela disse, abraçando o pescoço dele.

–Você me dá medo de tão madura, sabia? - ele riu. - Tudo bem, a causa contra Umbridge é mais importante do que um capricho meu. Seu pai sabendo ou não, te amo e te respeito da mesma forma.

Bianca riu e pensou: preciso de um pote de chantilly. Seu pedido foi atendido e ela colocou o dedo no pote, correndo-o pelo longo e fino nariz de Fred, rindo.

–Ah! De onde surgiu isso? - ele exclamou, fazendo o mesmo.

Antes que ela respondesse, ele pediu um pote de chantilly para a sala também e começaram a primeira e maior guerra de chantilly que a sala precisa já vira. A tarde tinha caído quando eles deixaram o lugar, cobertos de creme branco. Usando suas varinhas para se limparem – e sujando os corredores também – eles se espremeram pelos vãos do caminho, escondendo-se de Filch e chegaram à Grifinória. Harry e Jorge caíram na risada ao vê-los com os rostos ainda sujos e nem notaram que o casal estava de mãos dadas.

–Precisamos contar para eles – Fred sussurrou no ouvido de Bianca. -São nossos irmãos, no final das contas.

Suspirando, Bianca se sentou na poltrona ao lado de Harry e Fred sentou no sofá com Jorge.

–Nós estamos namorando – disseram juntos, preparados para uma explosão de nervos.

Harry e Jorge se encararam chocados. Não era segredo para ninguém que Bianca e Fred se gostavam desde que a menina chegara a escola, e que viveram os dois últimos anos em tapas e beijos, mas ninguém esperava que eles fossem um dia, oficializar o namoro. Deram vivas e bateram palmas, além de parabenizá-los.

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A escola podia estar no caos com Umbridge no comando, mas isso não importava para Fred e Bianca. O ruivo sabia que agora, nenhum Cedrico Diggory metido à besta iria “esbarrar” com Bianca – não agora que o casal andava junto para todos os lados – e a morena estava ciente de que nenhuma menina desocupada daria em cima de Fred. No sábado à tarde, Draco convocou uma reunião com Bianca para contar o que havia descoberto.

–Ouvi uma conversa dela um Fudge por telefone. Primeiro ela falou sobre uma Menina Preferida e uma profecia… depois disse que tinha instaurado a regra da permanência na escola durante os fins de semana para ficar de olho na menina da profecia, já que o tribruxo não funcionou. Não entendi muito bem essa história, então achei melhor falar contigo primeiro.

–Eu entendi e vou explicar pro pessoal na reunião, pode ser?

Draco se retirou e Bianca tentou absorver as informações passadas pelo loiro. O tribruxo tinha como objetivo Umbridge capturá-la, mas como o próprio Lorde o fizera primeiro e a Vaca Rosa precisava provar que era competente, inventara de prender os alunos em Hogwarts para ter dois dias a mais por semana para tentar agarrá-la. Mas Bianca não ia deixar.

A mente de Bianca funcionava a mil. Ansiava por provocar Umbridge, e poderia ser em forma de texto, já que ela adorava escrever. Juntou a Armada e anunciou.

–Precisamos mostrar que não gostamos dessa história de ficar aqui aos sábados e domingos. Podemos escrever um texto anônimo e deixar na porta dela. O que acham?

Cabeças se moveram em aprovação. Jonay entregou para ela uma pena e um pergaminho, e os alunos iam dando ideias, que Bianca prometeu aperfeiçoar depois.

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Esparramada em sua escrivaninha, Bianca tentava transformar as ideias dos amigos em um poema.

Eu sou como um leão

Você não pode me enjaular ou eu arranco sua mão

Eu sou como uma cobra

Não me toque ou mordo sua dobra

Sou como um texugo

Me prende e eu te enrugo

Sou como um corvo

Me mate e eu te torno apenas um estorvo

Esse é o nosso recado para você, diretora

É melhor nos deixar ir embora

Ou a coisa só piora

Com o texto pronto, Fred e Jorge se ofereceram para colocá-lo no escritório da mulher com algumas Bombas de Bosta junto – cortesia dos gêmeos Weasley.