Bianca tivera uma ideia. Umbridge tinha de sair e Dumbledore tinha de ficar, e algumas pessoas aliadas dela podiam cuidar daquilo. Jonay e Hermione juntaram o grupo novamente e Bianca se pronunciou:

–Na última reunião, disse que deixaria vocês a par do que eu havia pensado, e eis aqui minha ideia: todos aqui concordam que Umbridge tem de sair de Hogwarts o quanto antes e Dumbledore deve ficar? - todos assentiram. - O que proponho é nos unirmos. Se Fudge vir que há um grupo de alunos contra essa troca, vai desistir da ideia.

–Certo, mas para termos mais força, precisamos de um nome. Alguma sugestão? - perguntou Jonay.

–Armada de Dumbledore – respondeu Fred.

Formou-se então a Armada de Dumbledore. O grupo se dispersou e então Draco puxou Bianca pela manga, no exato momento em que Pansy e suas seguidoras sonserinas passavam pelo corredor e lhe deu um beijo.

–Ficou louco, Malfoy? - ela perguntou irritada.

–Desculpe, foi preciso.

–Muito bem, agora me largue – ela bateu no braço do garoto.

Bianca voltou para o seu quarto, e não pôde evitar pensar em Draco e seu beijo enquanto se deitava. Fora um simples toque dos lábios dele na bochecha dela, mas ficara marcado na mente dela. Esse era um dos grandes problemas de Bianca. Cada toque, cada beijo, cada olhar, cada contato com qualquer um, ficava gravado em sua mente, de um modo que ela nunca conseguia esquecer de tão intenso.

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Draco Malfoy andava de um lado a outro em seu quarto, frustrado. Beijara o rosto de Bianca apenas para que Pansy visse, mas de verdade, era outro rosto que ele queria beijar. Queria ter beijado faces tão macias quanto as dela – talvez um pouco mais ásperas devido aos tapas levados na vida -, ter visto outro rosto corar que não o dela. Um rosto que passara no corredor, atrás de Pansy. Um rosto que se irritara porque Draco beijara Bianca ou porque queria estar no lugar dela.

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Não podia ser. Aquilo não tinha acontecido. Não na frente dele. Desde sempre, ele sabia que Bianca era uma alma livre, nada a prendia a ninguém, mas ela não saia por aí “se esfregando” com qualquer um nos corredores como algumas meninas da idade dela faziam. Ela tinha o direito de beijar Malfoy se quisesse, mas tinha que ser bem na frente dele?

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Precisava ser assim? Tinha que ser ela, a sua irmãzinha? Não podia ser ele? Porque Malfoy não o via como realmente era? Qual era o problema? Era Gina? Tudo bem, ele poderia mostrar ao mundo que ele e a ruiva não tinham nada – o que era verdade – se fosse preciso.

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No decorrer da semana, O MBWP parecia dividido. Harry e Fred andavam o tempo todo juntos, enquanto Draco e Bianca iam para cima e para baixo de mãos dadas. Bianca não gostava daquilo, ela queria seus amigos unidos de volta, e tentava argumentar com Draco, mas o loiro não podia deixar que os sonserinos imaginassem que eles tinham terminado, não quando aparentavam estar tão bem.

–Mas Draco! Nós nem somos namorados!

–Nós passamos essa imagem, infelizmente.

–Não interessa! Eu tenho que me dedicar aos meus assuntos, como a Armada de Dumbledore.

A discussão do casal foi interrompida pela chegada de um berrador para o menino Malfoy.

–Oi Draco – disse a carta, com a voz da sra. Malfoy. - Sabia que eu recebi uma carta de Georgia Parkinson, dizendo que a filha dela, Pansy, descobriu que você tem uma namorada? Por Merlim Draco! Uma menina qualquer fica sabendo da sua vida e eu não? Quer saber filho? Essa garota vai jantar conosco na sexta-feira, junto a Sirius e a filha dele, entendeu?

Com um risinho de canto, o Malfoy disse:

–Acabou. Vamos contar a verdade para minha mãe e logo ela escreverá milhões de cartas esfregando isso na cara das amigas dela, principalmente Georgia Parkinson.

Bianca riu sonoramente, nervosa. Não estava preparada psicologicamente para jantar de novo na casa dos Malfoy como Bianca Black, muito menos para ser Bianca Black, a namorada de Draco.

–Tudo bem, eu vou lá, mas quero usar uma tiara.

–Vou te dar uma de presente de namoro.

–Ah é? Somos namorados agora?

–Por mais imbecil que Georgia Parkinson seja, minha mãe considera verdade tudo o que ela diz, então somos namorados para Narcisa Black Malfoy, a pessoa mais importante dessa história, então sim, nós estamos juntos, pelo menos até sexta.

–Tudo bem, obrigada pela tiara de qualquer forma.

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O vestido e a tiara dados por Draco ficaram perfeitos em Bianca. O tom verde prateado da joia combinava perfeitamente com o vestido e as sandálias pretas. Ela se admirava no espelho do descanso da escada quando seu pai surgiu atrás dela, usando um terno preto ajustado.

–Boa escolha – a menina elogiou.

–Remus me ajudou – ele olhou o terno, desconfiadamente, como se pensasse que uma cobra fosse sair do bolso a qualquer momento. - Vamos?

Aparataram e como na semana anterior, encontraram Draco na sala de estar. Ele estava encantado com a beleza de Bianca, mas ele tinha de sair por cima naquela.

–Wow! Eu podia ser estilista!

–Foi você quem comprou a tiara, não foi? - Sirius perguntou, apontando para a peça na cabeça de Bianca. O loiro assentiu e os três riram.

A família Black/Malfoy/Lestrange estava sentada à mesa e Narcisa anunciou, a voz esganiçada:

–Draco, querido, onde está sua namorada?

–Bem aqui ao meu lado – o rapaz respondeu. Narcisa fez uma careta espantada. - Desculpe mamãe, deixe-me explicar. Pansy estava andando pelos corredores quando eu encontrei Bianca e a cumprimentei com um beijo no rosto, então ela deve ter pensado que somos namorados.

–Oh – disse a mulher, bebericando o vinho. - Que engano lastimável.

–Você queria que seu filho namorasse a prima de segundo grau dele? - Sirius sussurrou.

–Seria melhor namorar a própria prima Sirius, do que ter uma filha com uma trouxa – disse Bellatrix, em um tom provocativo. Será que enfim conseguiriam descobrir a verdade sobre a mãe de Bianca?

Vou mentir agora, disse Sirius na mente de Bianca. Prepare-se. A menina assentiu minimamente e cortou um pedaço de bife de dragão.

–E quem disse que a mãe de Bianca era trouxa? - ele respondeu no mesmo tom da prima.

–Descobriremos agora. Narcisa, agora.

Rápida como um raio, Narcisa agarrou a mão de Bianca e a espetou com uma faca, gerando um corte mínimo. Deixou algumas gotas pingarem em um guardanapo enquanto Bellatrix fazia o mesmo com Sirius.

–Vou mandar Severo analisar isso – informou a Lestrange. - Se houver um mínimo traço de sangue trouxa no sangue dela – ela apontou Bianca –, nós saberemos, e então, toda a comunidade bruxa saberá que os Black não são mais sangues-puros.

Quem se importa?, Sirius pensou ao pegar a mão da filha por baixo da mesa e aparatar de volta para o largo Grimmauld. Na varanda, ainda segurando a mão de Bianca, ele notou que as costas da mão esquerda dela tinha uma cicatriz. Uma marca engraçada, parecia formar uma frase. Não devo contar mentiras.

–Como conseguiu isso? - ele perguntou.

–Com a Sapa Velha, Harry, Fred e Jorge também têm…

–Não me interessam eles. Quero saber como foi que você ficou marcada desse jeito.

Bianca respirou fundo e contou a história, deixando Sirius chocado no final.

–Porque impedi Remus de se candidatar esse ano? - ele perguntou, olhando para cima. - Porque, Merlim?

–Porque não queria que ele arriscasse a vida – ela sorriu. - Acredito que esse tipo de proteção se chame amor.