Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 111
"I'm sorry for your baby"/ There is no time for tears


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a Jonay Fanfics pelo comentário do cap. anterior



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—A senhorita Lupin-Black foi esfaqueada no ventre. Acreditamos que foi proposital. Lamento.

—Ela sabe?

Paul negou com a cabeça, admitindo a entrada dele no quarto. Bianca estava sentada na cama, olhando sonhadora na janela. Fred imaginou o que se passava na cabeça dela. Ela deve estar pensando na aparência do bebê, elencando nomes, a cor do quarto… ah, Merlim, ela vai me odiar, mas não mais do que eu me odeio.

Por mais triste que ele estivesse, não podia deixar de se sentir aliviado por vê-la bem.

—Oi querida -ele beijou com fervor.

—Oi… - ela disse, melancólica – é estranho. Eu não sinto mais nada aqui – ela baixou os olhos para o ventre.

—Então… as punhaladas que Bellatrix te deu acabaram por matar a Hope.

Foi instantâneo. Bianca começou a chorar. Fred a abraçou, mas ela o afastou com gentileza, então o homem deixou o quarto, pensando em alertar os visitantes de Bianca sobre a perda, ou, pelo menos, aqueles que sabiam que ela um dia engravidara. Por sorte, encontrou Harry e Draco no corredor.

—Acabei de vê-la – informou-lhes – está acordada e bem, exceto pelo bebê.

—Foi Bellatrix, não foi? - perguntou Draco, ele assentiu. - Ela não podia partir sem causar estragos – socou um corrimão.

—Ela está chorando rios de lágrimas, e eu não tive coragem de ficar com ela, sabendo que não fiz nada para proteger o bebê. Eu achei que estava fazendo o certo, mas fui negligente.

—Fred, calma… - disse Harry.

—Calma? Você sabe como ela ficou depois que descobriu que estava grávida? Mesmo a guerra e Hogwarts desmoronando, ela tinha esperança. Pela primeira vez, ela tinha uma lista de coisas que queria fazer no futuro. E eu não fiz nada por ela, pelo futuro que ela planejou, pela minha filha.

Após um pouco de silêncio, os três se entreolharam. O buraco no peito de Fred e Bianca já estava feito, e dificilmente seria preenchido. Durante o resto dos dias no hospital, eles tiveram o bom-senso de não dizer nada sobre o acontecido, mas tiveram um problema quando uma enfermeira “deixou escapar” para Sirius e Remus que Bianca fora vítima de um aborto natural. O casal foi procurar Fred para entender o que se passava.

—Ela descobriu que estava grávida quando passou mal enquanto trabalhava e eu a socorri.

—Mas as Relíquias não poderiam ter salvo o bebê?

Fred negou com a cabeça. Os três estavam com lágrimas nos olhos, e teriam chorado, se Paul não tivesse interrompido-os para dizer que Bianca teria alta naquela tarde.

******

Bianca passou duas semanas, sozinha em seu quarto, até Teddy adentrar o aposento com três notícias: a universidade do Ministério aceitara sua inscrição para o curso de direito mágico, a começar em primeiro de setembro; uma carta de testamento, escrita por Severo Snape e um pedido de Draco Malfoy para que ela advogasse em sua defesa perante o Ministério.

A carta de Severo lhe chamara mais a atenção, então dedicou-se a ela primeiro. O envelope estava um pouco amassado, e tinha seu nome na frente. Aquelas palavras, seu nome, escrito na caligrafia a fez sorrir.

Aqui se encontram as últimas vontades de Severo Prince Snape.

A residência na rua das Fiações, número 6, minha conta em Gringotes, e tudo mais que estiver em meu nome deverá ser passado a minha única e universal herdeira Bianca Wilker Lupin-Black.

Além da curta nota testamentária, Severo deixara uma carta para ela. A minha mais querida aluna, grande amiga e… uma namorada fofa.

Acho que estou em meu leito de morte agora. Acabo de redigir meu testamento, por precaução. Caso esta carta chegue às suas mãos antes do testamento – espero que seja assim – saiba que eu te deixei tudo que possuo.

Herdeiros são aqueles que mais amamos, e que nos pertencem. Por mais que eu tenha amado Lily e que você não me pertença, sei que suas mãos são as melhores para meus bens.

Obrigado pelos anos de felicidade, minha querida.

Severo P. Snape.

Se o nome no envelope lhe dera um sorriso, a carta a fez chorar. Fungando e limpando as lágrimas, Bianca escreveu uma curta resposta para Draco, dizendo que advogaria em sua defesa, porém o método em que ela pensara não seria bom para Lucius e Narcisa.

******

Bianca, Sirius e Remus aparataram para o Ministério da Magia meia hora antes do início das audições.

—Draco será o primeiro do dia – informou Sirius. - Por que não o procura e o acalma?

Ela assentiu e foi até o corredor onde seu amigo estava sentando, abraçando os joelhos e tentando se controlar para não chorar. Vê-la o animou. Draco ergueu a mão e tocou o rosto da amiga, sorrindo.

—Sinto  muito pelo bebê.

Ela afagou as costas de sua mão, ignorando-o.

—Escute, eu consigo te tirar daqui, mas o que eu disser será um argumento a mais para condenar seus pais. Tudo bem para você?

Draco assentiu, grunhindo que eles tinham que pagar por tudo que fizeram a ele e a todos os outros. Com um sorrisinho, ela se despediu, voltou ao departamento de mistérios, onde encontrou Sirius e Remus. Entraram no tribunal, junto com a equipe do juri. Bianca sentou no lugar indicado, ao lado de Sirius. Os últimos jurados chegaram pouco a pouco – entre eles Lily e Kingsley – e logo Remus e James conduziram Draco para o centro da sala.

—Juiz: Sirius Orion Black, analista do caso: Lily Evans Potter, escrivã e promotora: Bianca Wilker Lupin-Black – disse Kingsley, dando início a sessão.

Lily se levantou, limpou a garganta e listou as acusações contra Draco. Aliciamento e participação nas atividades dos Comensais, por vontade própria, e lealdade ao autodeclarado Lorde das Trevas. Bianca se ergueu antes que os jurados tivessem tempo de refletir as palavras de Lily e emendou:

—O réu é inocente – suspiros se arrancaram pela sala. - Há argumentos que provam que Draco Black Malfoy foi obrigado pelos pais a se aliar aos Comensais. Com a sua permissão, sr. Black.

Tentando esconder o orgulho que sentia da filha, Sirius deu a ela permissão para usar a penseira e projetar nela as lembranças de Draco para todos verem.

Lucius e Narcisa Malfoy, feitos de fumaça, surgiram no salão, de frente para um amedrontado e igualmente esfumaçado Draco, de doze anos. Enquanto Narcisa segurava seu braço, Lucius o Marcava. Draco desfalecia em lágrimas e seu braço exalava vapor.

O jovem sentado na cadeira acusatória observava a cena com morbidez, mas lembrava muito bem do aroma de carne queimando e de sua surpresa ao perceber que vinha do seu braço.

—É o bastante – disse Sirius, dissipando a fumaça com as mãos, percebendo o horror das pessoas. - O réu provou sua inocência.

*****

Bianca e Draco foram para o Beco Diagonal, onde encontraram Fred e Harry em frente a Florean Fortescue, os dois imersos em anúncios sobre alugueis e vendas de apartamentos e lofts próximos a U.M.

—Dependendo do que for mais vantajoso, compramos um e depois que vocês se formarem, viramos senhorios de república – sugeriu o ruivo.

—Pode ser – resmungou Harry, com um lápis pendendo dos lábios.

—Gostei desse – opinou Bianca, apontando o anúncio em questão. - Dois dormitórios, varanda grande, mobília, barato… é perfeito.


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