Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black
Notas iniciais do capítulo
Obrigada a Jonay Fanfics pelo comentário do cap. anterior
A morena decidiu passear um pouco pelo campus de Hogwarts na manhã seguinte em seu tempo livre e encontrou Jonay na torre de Astronomia, registrando estudos em seu caderno.
—Oi! - ela disse, assustando-o. - Senti saudade.
—Eu também – ele deu um beijo no rosto da namorada. - Quando chegou aqui?
—Ontem à tarde. Eu ia te procurar, mas com o banquete e as novas medidas de segurança, não tive tempo.
—Entendo… -disse o rapaz. - Como estão todos?
—Estamos todos preocupados, é claro, mas pelo que o jornal disse, a maioria já passou por uma… crise dessas.
Jonay olhou fundo nos olhos da jovem. Ela estava escondendo algo.
—Herms, o que você sabe que eu não sei?
**********
Andrômeda pediu a Sirius e Remus que adotassem seu neto, um menino metamorfamago que adorava mudar sua aparência, tendo como base os membros da família Black. Sua preferida era uma jovem de cabelos e olhos castanhos. Ele queria saber seu nome, que estava grafado na tapeçaria, em letras complicadas. Como bom desenhista que era, copiou as letras em um pergaminho e foi até Remus, que estudava na biblioteca algumas pilhas de livros, como sempre fazia depois de chegar do trabalho.
—O que foi Teddy? - ele perguntou para o garotinho, cujos cabelos estavam longos e cacheados, e emolduravam um belo par de olhos cinzentos.
Teddy esticou-se para entregar-lhe a nota, e Remus leu em voz alta:
—Bianca Wilker Lupin-Black. O que quer com isso?
—Ela é bonita – Teddy confidenciou, sorrindo. - Eu vi a foto dela na tapeçaria e gostei… - ele vacilou a voz, como se tivesse medo deter feito algo errado.
—Está usando-a como modelo de treino? -o menino assentiu. - Boa escolha.
Sorrindo, o menino puxou um livro de genealogia e abriu-o na parte dos Black. Acompanhou com o dedo a linhagem, até a geração de Bellatrix, Narcisa, Andrômeda, Sirius e Regulus. Era como se a família tivesse se extinto neles.
—Ela não está aqui – comentou casualmente.
—O livro é muito mais velho que ela, é claro – o homem riu com a constatação dele.
—Onde está a senhorita Bianca?
Remus se espantou com a inteligência do menino. Teddy sabia ler com quatro anos de idade -seu problema eram as letras “decoradas” - e era muito perspicaz, só podia ser filho de Nymphadora. Pelo que Andrômeda dissera em sua carta, na China, Nymphadora conhecera David Thelisian, um auror dos Estados Unidos e se casaram. Teddy – ou Theodore – morava com os avós Tonks desde os dois anos, porque Nymphadora e David tinham um estilo devida muito arriscado e não podiam cuidar do menino.
Eles têm medo que lhes aconteça o mesmo que se passou com Lyall e Remus, escrevera Andrômeda, Lyall saiu em congressos, desmascarando lobisomens e então Grayback mordeu o filho deles. Se Teddy ficar conosco, fica mais seguro, mas Ted e eu decidimos escondê-lo, diluir seu nome, antes que o pior aconteça. Com carinho e toda a gratidão do mundo, Andrômeda R. B. Tonks.
Cuidar de Teddy não era problema nenhum, ainda mais quando o menininho já adquirira o hábito de chamar Sirius de dad ou daddy e Remus de pai ou papai. Não que reclamassem, adoravam ser pais daquele garoto. Teddy pulou no colo do pai e observou os livros.
—Feitiços para Despertar… Poções Potentes para Almas Presas ao Outro Mundo…— leu atentamente. - O que é tudo isso?
—Para a senhorita Bianca – Remus riu ao chamá-la daquela forma. - Ela pode ser encontrada. Nesta casa.
—Sério? - os olhos dele brilharam, como os de um pintor conhecendo a musa. - Posso vê-la?
Remus assentiu e guiou-o ao sepulcro de Bianca. O menino se aproximou do caixão e indagou:
—Ela é minha irmã, não é?
—Mais ou menos isso – disse o homem. - É por ela que estudo tanto, para trazê-la de volta.
—Para que ele lute contra o bruxo mau que quer matá-la – completou Teddy. - O daddy já contou essa história.
Remus afagou a cabeça cacheada do filho, que olhou sugestivamente para a armação que sustentava o caixão, como se pedisse permissão para falar com ela. Remus assentiu, erguendo-o nos ombros para que pudesse vê-la.
—Oi senhorita Bianca. Não fomos apresentados, mas meu nome é Teddy e vou começar a dividir os pais com você. Se pudesse abrir os olhos para conversarmos, eu agradeceria.
Inesperadamente, Bianca abriu os olhos castanhos e sentou-se. Sorriu para Teddy e disse a Remus:
—Não posso ficar muito tempo.
—Quinze minutos – pediu o homem, estupefato. - Me dê quinze minutos e voltarei com algo para te segurar.
Ela assentiu e voltou-se para o pequenino, que saltou para seu lado e sorriu, acariciando sua bochecha.
—Você é tão bonita… - em um piscar de olhos, ele transformou sue rosto no dela.
—Obrigada… metamorfo? - ela disse, sorrindo.
Ele assentiu, gargalhando. Para diverti-la, ele mudou a cor de seus olhos para azul, em seguida verde e depois, cinza.
—Eu poderia ser muito bonita se meus olhos fossem cinzas – ela disse, triste.
—Você é bonita – Teddy garantiu. - Já li muitos livros de arte, e todas as musas têm traços como os seus. A propósito, sou Teddy.
—Você é muito fofo! -ela o abraçou. - Me fale de você. É filho de Dora Tonks?
O garotinho negou com a cabeça e respondeu:
—Meus pais são Sirius e Remus. Quero dizer, eles não eram até poucos dias, mas agora, o sr. e a sra. Tonks, que cuidavam de mim, me mandaram para cá, dizendo que eu ia ganhar uma família de verdade, e ganhei.
—Seja bem-vindo à família, Teddy Black-Lupin.
Bianca sentiu uma súbita fraqueza e tombou ao lado do garotinho. Teddy entendeu o que se passava. Os quinze minutos chegaram ao fim e Bianca voltava para o lugar de onde viera. Remus precisava se apressar.
—Pai! -ele gritou. - Papai!
Remus chegou, trazendo um frasco fumegante, e dosou o conteúdo na boa entreaberta de Bianca. Baixou Teddy do caixão e levou dali, dizendo que ela precisava de um tempo para se recuperar.
—Vá chamar o daddy. Ela vai querê-lo aqui quando acordar.
Teddy obedeceu e logo voltou, com Sirius correndo atrás dele.
—Acho que encontrei a poção certa – informou Remus, orgulhoso de si mesmo.
Entraram no quarto no momento em que ela se levantou, trêmula. Sirius amparou-a e abraçou-a com gentileza.
—Oi papai – ela murmurou contra o paletó dele.
—Senti sua falta, baixinha.
Ela pulou do caixão e foi para os braços de Remus e começou a chorar. Agradecia-lhe por tê-la acordado, com a voz embargada.
—Vai ficar tudo bem agora querida – ele a tranquilizou.
*******
Bianca mostrou aos pais o arco e aljava que recebera da Morte e foi treinar no quintal, acertando maçãs, mas não tinha uma mira muito boa.
—Largue isso – disse Sirius, trazendo duas espadas embainhadas. - Tiro à distância não será útil na guerra, diferente de luta corpo a corpo…
Bianca ajeitou o corpo para defender-se, mas o golpe não veio. Sirius jogou uma espada a seus pés e empunhou a própria.
—Em guarda – ele disse, sorrindo com malícia.
Ela o atacou com a ponta da lâmina, de modo a espetar sua mão e fazê-lo soltar a espada, mas Sirius previra o “amadorismo” da filha e fez um eficiente contramovimento, aparando o golpe.
—Precisa treinar mais, gracinha – ele riu.
—Você que pensa, camarada.
Em um misto de adrenalina, raiva e tenacidade, ela investiu contra o punho da espada dele, mas com a parte chata da lâmina, Sirius a desarmou e disse:
—Lembra no cemitério de Godric's Hollow, quando dissemos que íamos treiná-la? - Bianca assentiu. - Era disso que falávamos. Luta com espadas, tiro com flechas, golpe de punhal, feitiços avançados… tudo.
—Entendi – ela disse.
—E isso implica melhorar seu condicionamento físico. Não adianta saber mil maneiras de vencer um oponente se não aguenta correr até ele. Meia hora de corrida, agora.
******
—Eu… puf...definitivamente não…puf… sou atlética – ofegou Bianca, mais suada do que nunca.
—Aqui, isso vai ajudar – Teddy lhe ofereceu uma garrafa de água.
—Obrigada, T.
—Amanhã não melhora em nada, desculpe. Começa às cinco da manhã com o daddy e depois do almoço, treino com papai até as nove da noite. Merlim! Eles querem te matar?
Bianca esfregou a testa com um lenço e foi direto para a cama. O restante dos dias dela foram resumidos a treinos e alguns poucos progressos. Depois de algumas semanas, ela melhorara a mira, os feitiços e a esgrima, porém, a melhor palavra para defini-la em lutas diretas era desastre.
—Impressionante – disse Sirius ao final de um treino. -Teddy venceria de você fácil, fácil. E ele nem chega a um metro e trinta.
—Seja realista, que bruxo deixaria a varinha para me socar?
—Quatro palavras – ele ergueu quatro dedos. - Bellatrix. Rosier. Black. Lestrange. Ela adoraria guardar a varinha e socar seu rosto.
—Certo, dos Lestrange, espera-se tudo, mas me socar seria baixa de calibre, mesmo para ela.
—Faz sentido que um bruxo com um mínimo de decência, dignidade e respeito por um inimigo desarmado não partiria para agressão física de fato, mas, como você disse, dos Lestrange, deve esperar-se tudo.
Bianca bebeu um pouco de água e secou a face em uma toalha.
—De qualquer forma, acho que você está pronta. Remus localizou a adaga e foi buscá-la. Enviaremos Teddy para uma base segura da Ordem, e então, esperamos.
Ela chutou o piso e pensou: esperar o quê? Que Bellatrix e os Comensais batam na porta e digam que vão atacar? Eles têm que começar por algum lugar, nem que seja essa casa.
—Ela não viria aqui, viria? - perguntou a jovem, mordendo o interior da bochecha.
—Ah, com certeza sim. Ela cresceu aqui, não há lugar em que se possa esconder. Ela provavelmente te encurralaria em um quarto e faria bastante sujeira. Tem que ser um lugar que ela conheça mal, só que como tem recursos, Bellatrix já andou por todos os lugares do mundo bruxo e trouxa.
Pense Bianca, pense, ela se desafiou. Tem de atrair Bellatrix para um lugar que a vantagem seja sua, que você conheça bem. Em um estalo, lhe veio a resposta:
—Já sei.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!