Sirius' daughter escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652950/chapter/1

No largo Grimmauld, doze, Sirius estava com a namorada trouxa, Elis. A filha dos dois, Bianca, repousava no berço de madeira que Sirius “construíra”.

-Bianca é linda – comentou Sirius –, como você.

Elis sorriu. Amava Sirius, desde que eles haviam se encontrado na King's Cross há dois anos. Juntos há seis meses, Bianca contava quatro meses de idade, mas devido ao sangue bruxo – que Elis desconhecia – já falava e andava.

Sirius não aguentava mais. Precisava contar a Elis seu segredo.

-Elis, notou o desenvolvimento de Bianca, não notou?

-Tão nova e já fala e engatinha! - a mulher exclamou. - Um fenômeno da ciência!

Sirius amava Elis, mas a achava uma tola por não ser capaz de entender a existência da magia, preferindo crer na atrasada ciência trouxa, mas fazia-se hora. Quando Bianca crescesse, com o poder do sangue Black, não tardaria a dar indícios de magia, e não haveria como esconder isso de Elis.

-Não é ciência – disse ele. - É magia.

-Oh, por favor, Sirius, isso não existe.

Não existe, é?, ele pensou. Num gesto exagerado, sacou a varinha e pronunciou:

-Accio porta!

E a porta da frente se escancarou, assim como a boca de Elis. Sem pensar duas vezes, ela tomou Bianca e correu porta afora. Sirius até cogitou segui-la, mas já esperava sua reação. Ela não estava pronta, mas certamente Bianca estará.

ANOS DEPOIS…

Elis levou Bianca para o Brasil, onde a comunidade bruxa era muito pequena, quase nula. Agora Elis sabia deste mundo oculto, mas em nome do amor que ela sentia por Sirius, guardou seu segredo. Para um “alívio”, Bianca não demonstrou sinais de bruxaria, levando Elis a pensar que Bianca seria uma daquelas bruxas que Sirius chamava de “abortadas”.

Mas isso até um dia, mãe e filha estavam no carro, indo para a praia, quando um vulto preto atravessa na frente do carro, fazendo com que Elis freie repentinamente e bata o carro numa encosta. Elis não aguentou e morreu na hora, segurando a mão da filha de dez anos. No momento em que sua cabeça tombou, um uivo soou ao longe.

Em algum lugar, Bianca pensou. Alguém se importa com a mamãe. Tão longe quanto de onde o uivo viera, alguém respondia aos pensamentos de Bianca.

Eu te amo Bianca, e amava sua mãe. Depois de algumas horas, os socorristas vieram e retiraram Bianca com vida, mas Elis foi levada diretamente ao necrotério. Naquele mesmo dia, Bianca se curou e Sirius, que a seguira até ali, sabia que precisava agir antes que a levassem para um orfanato. Ligou para Lupin pedindo ajuda.

-O que quer que eu faça? - perguntou Lupin do outro lado da linha.

-Venha ao hospital e diga que é o assistente social que vai retirar uma menina chamada Bianca Wilker.

-Vai sequestrá-la, Black?

-De forma alguma. Ela é minha filha.

-E Elis? Por onde anda?

Sirius suspirou de forma longa e afetada antes de responder:

-Morta, e é por isso que quero que vá buscá-la. Não vou permitir que ela vá para um orfanato tendo um pai vivo.

Lupin desligou e começou a arrumar-se, mas se atrasou e o assistente social trouxa entrou no quarto de Bianca estava e começou a fazer-lhe perguntas. Sirius observava tudo isso da escotilha minúscula do quarto, e a raiva subia-lhe ao rosto. Ele não podia deixar que levassem sua menina.

-Tire as mãos da minha filha, seu trouxa!

O assistente encarou Sirius.

-Esta menina não tem pai – disse ele. - Está sob jurisdição da Vara da Infância Brasileira.

-Esta menina – Sirius vociferou – tem um pai e um nome. Bianca Wilker Black. Agora saia daqui.

Com um estalo de dedos, Sirius estuporou o homem e pegou Bianca no colo. Cobriu-os com a capa da invisibilidade e seguiu para fora do hospital. Bianca adormeceu nos braços do pai, porém quando acordou, estava em uma cama confortável, em um quarto muito grande, onde um bichinho feio e miúdo fazia a limpeza. Ela nunca vira criatura mais estranha na vida.

-Monstro! - veio um grito do andar inferior.

A criatura fez uma reverência profunda à garota e desceu a escada. Sirius subiu e disse:

-Tudo bem, Bianca?

-C-como sabe meu nome?

Sirius apenas apontou as fotografias penduradas na parede, que mostravam ele e Elis, tantos anos mais jovens. Uma delas chamou muito a atenção de Bianca, que retratava o casal com uma menininha, de olhos fechados. De repente, ela os abriu, revelando um par de olhos castanhos, idênticos aos de Bianca.

-Ela se mexeu! - exclamou Bianca. - Ela abriu os olhos!

-Você esperava que ela ficasse parada? - questionou Sirius. - Desculpe, me esqueço que ainda tem muito a aprender.

-Sobre o quê?

-Magia, minha filha.

-Hã? Magia?

-Vai me dizer que sua mãe lhe disse que não existe magia?

Sim, ela disse isso, pensou Bianca, chorando ao lembrar da mãe. Sirius abraçou-a, oferecendo consolo, e sem hesitar, ela o aceitou. Mesmo de mundos diferentes, Sirius e Bianca tinham algo em comum – além da magia -, amavam Elis.

O relógio na parede oposta bateu doze vezes, indicando a meia-noite. Uma coruja voou rasgando pela janela e depositou uma carta na cômoda.

-Hoje é seu aniversário? - perguntou Sirius. - Onze anos?

-É… porque?

Sirius se levantou, pegou a carta e deu a filha.

-Leia – incentivou.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!