O Clã Traven escrita por M Schinder


Capítulo 6
Derramar V: Padrinho


Notas iniciais do capítulo

Voltei!
Depois de um longo e tenebroso inverno eu e a Blue voltamos! o/
Quem esta feliz??? Euu o/ kkkk

Parei... Vamos ao que interessa: espero que gostem do capitulo!!!



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Hinata possuía os olhos perolados arregalados e seus braços envolviam o corpo tremulo de Fuu. A garota aparecera, de repente, há alguns minutos em seu quarto em busca de ajuda e estava prestes a explicar-lhe do que fugia quando a porta foi aberta novamente, só que desta vez bruscamente. Naruto encarava as duas com repulsa e riu com escárnio quando a morena colocou-se entre ele e a presa fugitiva de maneira protetora.

Normalmente, dentro de sua mente confusa e perdida, ele evitaria se envolver ou chegar perto dela. Oferecera ajuda para irritar seus irmãos e porque seu amigo Kurama afirmara que seria divertido, mas não aceitaria que ela o impedisse de capturar e devorar sua presa.

Sem pensar duas vezes, atirou-se para cima delas. Assustada, Fuu correu para longe e tentou esconder-se atrás do guarda-roupa. Deixada para trás, Hinata foi empurrada para o chão pelo ataque repentino. Naruto tentou afastar-se e ir até a outra, mas a garota que era mantida no chão segurou suas roupas e aprendeu-o da melhor maneira que podia.

Ele era extremamente forte e Hinata foi obrigada a lutar de verdade para mantê-lo onde estava. Naruto se debatia e puxava, para longe, as mãos que o prendiam, mas nada parecia fazer com que ela largasse. Urrou com ódio e impulsionou-se para frente, em direção a sua presa.  Hinata foi arrastada por alguns centímetros, ainda deitada no chão, sem o largar e Fuu gritou de novo, prensando-se contra a parede.

***

Minato encarou cada um de seus filhos. Eles pareciam completamente perdidos e não era para menos, nenhum deles esperava que o pai viesse visitar sem avisar com muita antecedência. O líder Traven odiava surpresas e graças a isso sempre dava algum tempo para que os garotos arrumassem qualquer bagunça ou problema que pudessem ter antes de encontrá-los. Pelo jeito ainda há alguma coisa a ser resolvida.

— O que aconteceu? – questionou sem largar Sasori. Justamente aquele gêmeo era quem o deixava mais preocupado e não deixaria que ele fugisse da conversa que pretendia ter com ele. Sabia que ele estava evitando sangue e precisava descobrir o porquê. – E onde estão Naruto e Hinata?

Enquanto tentavam arranjar uma resposta convincente para a primeira pergunta, os irmãos começaram a questionar-se sobre a segunda. Nenhum deles fazia ideia de onde estaria Naruto, mas todos sabiam que a garota estava trancada no quarto. Pensando em arrumar algum tempo para que encontrassem o irmão e a presa fugitiva, Itachi estava pronto para falar sobre Hinata quando um grito ecoou pelo salão de entrada.

O cheiro de sangue invadiu as narinas de todos os vampiros que estavam ali. Um segundo grito, em um tom completamente apavorado, foi ouvido e fez com que os garotos, que apenas podiam imaginar o que estava acontecendo, travassem e encarassem o pai com culpa. Sasori, por algum outro motivo que ele não quis parar para entender, subiu as escadas correndo e sendo seguido por Kurenai, que largara as coisas de seu chefe no chão, e Kakashi.

— Vocês vão me explicar o que está acontecendo agora mesmo – avisou gélido. Os garotos pensaram em voltar por onde apareceram, mas o olhar ameaçador do pai manteve-os parados mais uma vez. – E se alguma coisa aconteceu com Hinata, vamos ter sérios problemas.

***

Sasori apareceu no batente da porta e olhou para dentro do quarto. Hinata estava sentada no chão; algumas marcas roxas espalhavam-se por seus braços e ela escondia o rosto em suas mãos. Um pouco mais a frente, Naruto estava de costas, grudado no pescoço de uma garota que o Traven nunca vira em sua vida. Ela parecia uma boneca de pano, sem vida.

Aproveitando que o irmão estava muito ocupado para que notasse qualquer coisa, Sasori avançou até Hinata e colocou suas mãos em seus ombros. Assustada, ela tentou debater-se para longe, o que apenas ajudou a chamar a atenção de seu irmão. Naruto largou a garota e virou-se para os dois, ele estava visivelmente descontrolado e teria pulado para cima deles se Sasori não tivesse mostrado as próprias presas, como um aviso.

Mesmo sem ter alguma razão, Naruto não conseguiria enfrentar Sasori. Não tinha medo; apenas era esperto o suficiente para não querer enfrentar o irmão sem ter poder necessário para aquilo. Sabendo daquilo, Sasori levantou-se e puxou Hinata consigo. A garota parara de se debater, mas ainda olhava para Naruto e para a garota morta como se estivesse em transe. Arrastou-a para fora do cômodo e deixou para que Kakashi e Kurenai acalmassem o outro.

Sem saber o que realmente fazer, levou-a para o quarto mais próximo – o de Sasuke – e obrigou-a a sentar-se na cama. Ela tremia e o cheiro de medo, angustia e confusão saia por seus poros e infestava o lugar. Seus olhos não focavam nada e Sasori sentiu-se perdido por não poder ajudar. Hesitante, segurou as mãos dela e ajoelhou-se a sua frente, a única coisa que veio a sua mente.

***

Depois de ouvir atentamente cada uma das explicações de seus filhos, Minato ficou estarrecido e, sem dar explicações, correu para o andar superior. Não gostou nada da cena que encontrou: Kurenai cobria o corpo de uma garota qualquer com um lençol branco; Kakashi segurava Naruto em um canto, mas o garoto, que saíra de sua fúria enlouquecida, olhava para o teto como se nada estivesse acontecendo. Sua roupa, assim como a parte do quarto que a garota repousava, estava encharcada de sangue.

— Onde está Hinata? – perguntou para Kurenai que se afastara do corpo.

— Sasori levou-a para algum dos quartos e...

Ele não esperou que ela terminasse de falar e saiu do cômodo. Não demorou muito para encontrá-los. Os olhos da garota estavam inchados e apontados para baixo, como se evitasse ter que olhar para qualquer outra cena macabra; Sasori a encarava com preocupação e o nó, que se formara ao ver o estado da garota, aumentara ao observar a expressão do filho. Controlando-se, avançou alguns passos o que fez com que Sasori desviasse os olhos e o encara-se. Dando espaço para o pai, ele observou-o sussurrar alguma coisa para Hinata, que, pela primeira vez em algum tempo, reagiu ao encará-lo e o seguiu para fora dali.

Antes de sair, Minato lançou um olhar, para o filho, de que ainda iriam conversar e guiou a afilhada para fora. Sasori observou o pai sair e Kurenai entrar. Ela mostrava sua irritação com o olhar ameaçador – olhar que ele conhecia muito bem – e ordenou para que descesse e se juntasse a seus irmãos. Sem realmente querer fazer aquilo, levantou-se e caminhou para fora do quarto do caçula. Enquanto descia as escadas, ficou imaginando onde Hinata dormiria naquela noite. Sangue não é tão fácil de limpar assim...

***

Minato colocou-a sentada no sofá de seu escritório e sentou-se ao seu lado. O lugar deveria ser o único cômodo limpo daquela parte da casa. A mansão da família Traven fora construída pela primeira geração de vampiros puro sangue há, pelo menos, um milênio e, com o passar dos anos, o lugar fora sendo adaptado para a época em que estava. A mansão possuía três andares, vários metros quadrados e era dividida em duas partes: a frente, que era usada pela família, empregados, enfim, onde vivem em geral; e a trás, onde ficavam os quartos em que Hinata encontrara o diário, muitas velharias e coisas valiosas de família e o escritório do senhor Traven. Normalmente, ninguém era autorizada a passar para aquela parte da casa, apenas Kurenai para limpar o escritório de seu chefe.

— Hinata, você está bem? – questionou tentando captar a atenção dela para si. – Naruto fez algo para você?

— Não – respondeu. Suas primeiras palavras depois do acontecimento. – Ele não fez nada comigo. Mas matou aquela garota, que não fez nada para ele...

O julgamento estava implícito e Minato obrigou-se a continuar sério. Não era sua intenção que ela tivesse que passar por aquele tipo de situação, mas, mais cedo do que imaginava, ela teria que se acostumar com aquilo. Passando um de seus braços pelos ombros dela, abraçou-a com cuidado. Não ficou surpreso por ela começar a soluçar baixinho, o cheiro de medo fluía por sua pele.

— Não fique assim – pediu apertando-a com carinho. – Eles não vão chegar perto de você, pode ter certeza.

Aquele não era o medo de Hinata. Escondendo-se no ombro que lhe era oferecido, ela sentiu nojo de tudo aquilo. Tentara defender a garota, mas tudo que pensava era se descobririam o diário que estava escondido em seu armário; ficara com medo de Naruto pular em sua garganta e aliviada quando ele lhe evitou e foi para cima dela. Sussurrara aquela parte, ocultando o diário, para Sasori e ele dissera que era normal. Normal para quem? Que tipo de ser humano se importava mais consigo mesmo do que com os outros? O garoto dissera que todos. Mas eu ainda podia ter evitado que ela morresse. Pensou lembrando-se do momento em que soltou Naruto ao pensar que ele fosse pular em sua jugular.

— Pode confiar em mim? – Minato perguntou tentando conseguir outras reações. Para ele, que já estava vivo há mais de um século, os humanos quebravam muito facilmente e não queria que aquilo acontecesse com sua sobrinha.

— Sim, senhor.

***

Naruto entrou na sala sob os olhares de seus irmãos. Eles haviam sido reunidos em uma das salas mais afastadas da entrada da casa, ordens diretas de Minato para Kurenai, que acabar de sair. Nenhum deles sabia o que esperar do irmão ou do pai; Sasori e Gaara eram os únicos que conversavam em silêncio e quando Naruto entrou calaram-se para observar o que faria.

O loiro encarou cada um deles com o sorriso maluco normal. Ele não parecia ligar para o que acontecera, mas era óbvio que estava tão tenso quanto eles com a chegada do pai. Jogando-se em uma das poltronas vazias, ele fechou os olhos e decidiu que ignorar os outros seria melhor.

O lugar estava fadado a cair em silêncio novamente, mas Sasuke não achou que suportaria aquilo: - O que vocês acham que o pai veio fazer aqui?

— Vai saber... – murmurou Nagato sério.

— Vai ver ele veio conhecer sua protegida – sugeriu Itachi irritado. O “protegida” saiu cheio de asco e repulsa.

— Pode ser... – concordou Nagato acabando com o assunto.

Ainda sem querer ficar remoendo o tipo de castigo que teriam, Sasuke resolveu que preferia continuar a fazer perguntas e deixar seus irmãos irritados do que deixar que o silêncio reinasse novamente.

— Onde você estava, Sasori?

Todos, sem exceção, olharam na direção dos ruivos. Gaara ergueu suas sobrancelhas para o irmão, como se dissesse que lhe havia avisado. O ruivo deu de ombros e abriu um sorriso gentil e falso para eles. Sasori não parecia disposto a responder e deixou que sua expressão falasse por si.

— Não vai nos contar, não é? – questionou Itachi revirando os olhos.

— Só acha que isso não é da conta de vocês – revidou com um dar de ombros.

Gaara lhe fizera aquela pergunta alguns momentos antes e, pela primeira vez em sua vida, Sasori respondeu a verdade: que não sabia e não estava com vontade. Para sua surpresa, o gêmeo dissera que lhe entendia que não o julgaria. Aquilo o pegara desprevenido, mas o fizera recordara de quem era a única pessoa em quem podia apoiar-se. Os gêmeos trocaram olhares e os irmãos entenderam que não obteriam nenhuma resposta dos dois. Insistente, Sasuke voltou-se para o garoto que permanecia calado.

— Naruto, o que aconteceu lá em cima?

— Mas ele está falante hoje, não é mesmo? – questionou Sasori irônico. Em circunstâncias normais, Sasuke faria de tudo para evitar conversar e até estar no mesmo cômodo durante muito tempo que os outros, mas não estava a fim de tomar uma bronca por algo que não sabia. Encarando o irmão que acabara de falar, sem tempo para decidir. – O que foi? O gato comeu sua língua agora?

As bochechas do menor ficaram vermelhas de raiva e ele se levantou pronto para defender-se quando Naruto abriu os olhos e passou a rir como um maníaco. Seus dentes, normalmente brancos e brilhantes, ainda estavam um pouco sujos com o líquido vermelho e seus olhos assumiram, novamente, a cor amarelada.

— Vocês querem saber o que aconteceu? Muito bem então.

Naruto não escondeu nenhum detalhe, até mesmo o momento em que Hinata segurou-o perto de si. Enquanto ele contava, os irmãos, mais que chocados, iam empalidecendo aos poucos e não sabiam o que fazer ou falar. Ele, obviamente, perdera o controle e agira como qualquer vampiro agiria e, mesmo sabendo disso, os irmãos não podiam deixar de julgá-lo. Naruto não era nenhuma criança descontrolada, há muito passara disso e se aquela notícia se espalhasse seria o começo da ruína da família.

— Você perdeu a cabeça, Naruto – comentou Nagato sério. – Isso foi muito irresponsável e uma loucura.

— Eu tinha esquecido o prazer de caçar – continuou ignorando o irmão mais velho. – Vocês deveriam tentar é muito...

— Espero mesmo que não esteja com ideias desse tipo, Naruto.

Como se fossem um, os irmãos olharam para a porta e encontraram o pai observando-os com os braços cruzados. Ele parecia extremamente insatisfeito com o que ouvira. Caçar era contra uma das maiores leis de convivência que o Conselho do Sangue criara e qualquer um que a quebrasse era perseguido e morto. A sala voltou a cair em silêncio e nem mesmo Sasuke teve coragem para abrir a boca.

— Muito bem. Quero começar dizendo que deixarem aquela garota escapar foi a maior idiotice que vocês já fizeram na vida – decretou puxando uma das cadeiras, que estava ao redor da mesa, e sentando-se. – Com isso, posso garantir que ninguém vai sair daqui sem me explicar porque isso aconteceu e como. Sem contar, é claro, que, conhecendo o irmão que vocês têm, deixar Naruto sozinho foi outra loucura. Quem vai começar?

Como já era esperado, todos se olharam antes de dizer qualquer coisa. Minato cruzou as pernas e entrelaçou os dedos, apoiando-se calmamente sobre as mãos unidas. Nenhum deles cometeria a terceira loucura: tentar sair dali sem responder suas questões. Então, graças a sua e a imortalidade dos filhos, possuía todo o tempo do mundo para esperar pelas respostas.

***

Com cuidado, Hinata abriu a porta e olhou para os lados. Graças a falta dos panos escuros, o quarto era invadido pela luz da lua. Tudo parecia normal, mas o cheiro de sangue ainda exalava e fez com que seu estômago revirasse e quase a convenceu de que era melhor ir embora. Entretanto, a necessidade de encontrar a única coisa que a ligava a uma realidade mais perto do normal – mesmo que fosse uma coisa de uma vampira – foi maior e fez com que entrasse de uma vez.

Com a brutalidade que Naruto usara para atacar a garota, o armário fora empurrado para o lado. Rezando para que tudo estivesse tranquilo, abriu a porta e vasculhou pelas roupas que estavam jogadas. Para seu alívio, o diário estava no mesmo lugar em que o deixara. Sentiu a tensão deixar seu corpo. A preocupação por descobrirem que pegara, sem permissão, o diário de alguém sumiu rapidamente e foi substituída pela pressa em encontrar outro lugar para escondê-lo. Não sabia o que estava acontecendo com os irmãos ou o que aconteceria e nem estava mais tão interessada em conversar com seu tio – naquele momento, claro! – então, quase que correndo, voltou para o quarto que lhe fora entregue e jogou-se em sua cama.

“03 de Junho de 19XX.

O festival do sangue, deste ano, finalmente chegou. Como um dos dias mais importantes no calendário vampiro – que era praticamente idêntico ao dos humanos, com a exceção dos feriados – era celebrado, obrigatoriamente, por todas as famílias, puro sangue ou não.

Minha mãe estava maluca, pois tentava preparar tudo para a visita de nossos parentes distantes. (Uma das muitas vantagens de se morar longe de toda a sociedade: podíamos receber parentes e fazer grandes bailes sem que nenhum humano – normal – notasse). Se eu estou animado? Nenhum pouco. Não é um hábito vampiresco ter sentimentos humanos, principalmente os de alegria. E, na verdade, eu não gosto muito da minha família. Mas cá estou eu novamente escrevendo  para você sobre algo que não quero, mas vou fazer.

Minha roupa está perfeitamente passada e depositada em cima de minha cama. Ela cheira a rosas, graças ao novo sabão em pó que as empregadas estão usando. Estamos nas férias de verão, então não faço ideia de como ELE esteja. Ainda estou sendo mantido trancado dentro de casa – pelo menos, o tanto quanto minha mãe consegue me manter aqui.

Está quase chegando a hora de eu ir arrumar-me, pensei em falar mais sobre o festival para você, mas alguém está batendo na porta e apressando-me.

Mesmo curiosa sobre o  festival, ao ouvir as batidas na própria porta, Hinata enfiou o diário embaixo de seu colchão e levantou-se para atender a pessoa. Kurenai estava parada a sua frente, segurando uma bandeja com um prato de sopa em cima. Não tendo certeza se conseguiria comer, a garota deixou que a governanta entrasse e depositasse as coisas em cima da mesa de estudos.

— Pela expressão que fez, creio que não queira comer – começou hesitante. – Mas você ainda precisa se alimentar. Você não é como eles...

A garota desviou os olhos para o lado. Sabia que Kurenai não dissera com um sentido pejorativo, mas ela estava cansada de ser a diferente. Respirando fundo e um pouco revoltada consigo mesma, ela se direcionou até a mesa e sentou-se começando a comer. De costas, escutou a governanta soltar um suspiro, dizer “até logo” e sair. Sem vontade, largou os talheres que usava e voltou a sentar em sua cama. Nem mesmo pensar no diário fazia com que imaginasse que se aproximava de alguém daquela raça. Todos estavam muito distantes de si e não imaginava como poderia continuar daquela maneira.

Chateada, abaixou-se para pegar o diário e olhou para a capa gasta. Sentia que estava perto de descobrir quem escrevia aquele caderninho, mas de que importava? Eu não sou uma deles mesmo.

***

— Posso afirmar que a culpa não é nossa – começou Itachi chamando a atenção de todos. – Se Sasori não tivesse faltado a garota não teria fugido.

— O fato de não terem conseguido impedir uma garotinha diz muito sobre os vampiros que vocês são – retrucou o gêmeo irritado. Não esperava menos dos irmãos, já sabia que eles tentariam voltar-se contra si, mas aquilo ainda conseguia tirá-lo do sério. – E de quem foi a ideia de deixar Naruto sozinho?

— Foi do Itachi – respondeu Sasuke sem hesitar. Recebeu um olhar furioso do irmão, mas não queria ficar manchado com o pai. – Ele quem disse que deveríamos nos separar para encontrar a garota.

Ansiosos, eles começaram a se acusar. Nenhum queria receber a culpa e, como crianças, passaram a discutir e quase a gritar. Apenas observando, Minato, de braços cruzados, deixou que seus filhos brigassem por algum tempo. Escutava cada uma das palavras e, aos poucos, conseguiu formar uma imagem quase completa do que acontecera. Algumas pontas ainda estavam soltas, mas pretendia conectá-las rapidamente.

— Já chega – Ordenou fazendo com que todos se calassem. – Pelo que entendi, desde que começaram a discutir, vocês estavam na hora de jantar e Sasori não apareceu. Sendo assim, uma garota sobrou e ficou olhando-os se alimentar. Apavorada, ela fugiu. Vocês estavam tão entretidos com suas presas que derem tempo suficiente para que ela se escondesse e, quando notaram e saíram em busca, Naruto foi o único que conseguiu encontrá-la. É isso?

Sempre foi conhecido que vampiros não precisavam respirar, o que os irmãos comprovaram ao término da frase de seu pai. Nenhum deles fazia nada, estavam estáticos encarando o mais velho. Os olhos azuis claríssimos, os quais Naruto puxara os seus, pareciam poder ler a alma que ninguém acreditar existir neles. Sasuke se remexeu incomodado e desviou o olhar; não suportava voltar-se contra o pai e acreditava ser de muito mau gosto ficar encarando os outros; Naruto também abaixou a cabeça. Não estava nem um pouco arrependido com o que fizera, mas nem mesmo sua loucura era insana suficiente para ir contra aquele homem; Gaara olhou rapidamente para o gêmeo, que desviara há muito o olhar e observava a porta como se quisesse fugir dali, estava mais preocupado com aquela reação do irmão do que com o castigo que estava a caminho. Apenas Itachi e Nagato suportaram o olhar do vampiro chefe. Ambos possuíam o mesmo pensamento: Se não suportassem aquele homem, como subiram até onde queriam?

— Vou entender isso como um sim - continuou relaxando seus músculos tensos. Entretanto, sua mandíbula permanecia tencionada firmemente. - Então, vocês quase deixaram que o segredo escapasse e...

— Ah! - interrompeu Nagato erguendo-se. Toda a atenção ficou centrada em si e Minato arqueou as sobrancelhas pela reação exagerada do filho.

— Algum problema, Nagato? Creio que esse não seja o modo de um primogênito portar-se.

— O senhor fala sobre entregar o segredo - começou ignorando o comentário sobre sua posição familiar. - Mas não acha isso hipócrita? Quem foi que trouxe uma garota humana para essa casa? Quem foi que entregou o segredo para um humano?

A palavra humano estava carregada de nojo e ódio. Nagato demonstrava tudo que Minato não queria. Culpou-se por ter permitido que a mãe e a avó o criassem por tanto tempo e, por um minuto, ficou a se perguntar se mais algum deles possuía todo aquele sentimento ruim; se eles realmente consideravam humanos apenas comida.

— Nada a dizer, hã? - completou Itachi.

O líder sabia que seus filhos mais velhos fariam de tudo para tirá-lo de seu lugar de direito. "Iguais as mães" pensou lembrando das mulheres com quem fora obrigado a procriar. 

—  Tenho muita coisa a falar sobre esse discurso de ódio - rebateu levantando-se depois de espalmar a mão, que antes massageava levemente a têmpora, com força no tampo da mesa. Surpreso, Nagato caiu na cadeira. - E tenho que dizer, antes de mais nada, que estou decepcionado com todos.

Eles sabiam muito bem porque o pai sentia-se daquela maneira. Provavelmente, durante aqueles poucos dias, Kurenai contara toda a interação entre eles e Hinata (e, com certeza, ela não sabia de tudo ou ele estaria prestes a matá-los).

Minato Traven era um dos três lideres do Conselho de Sangue e era totalmente contra o discurso de afastamento que o mais velho dos três pregava. Dizia ser antiquado e que devia estar em desuso. Ele acreditava nos humanos e era algo que assustava toda a população de vampiros tradicionalistas, que ainda eram a maioria. Os poucos que o apoiavam não eram nem de sua família ou de parentes distantes, eram pessoas que possuíam relacionamentos com humanos ou que foram transformados em vampiros. O último líder não tomava partido, pois desaparecera muitos anos atrás.

***

— Não importa quem ele é! Eu quero ir embora.

Hinata estava na cozinha, descalça. Vestia nada mais que um shorts e uma camisa de algodão. O frio invadia seu corpo por todos os lados, mas estava pior pela sola de seus pés. Entretanto nada daquilo lhe importava. A urgência de voltar a ter uma vida normal, sem vampiros que deveriam ser apenas criaturas de livros e sem assassinatos a sangue frio. Queria devolver o diário, esquecer de tudo aquilo e voltar para o orfanato, onde se tornaria uma freira ou iria direto para a faculdade.

— Hinata, por favor, vamos conversar...

— O único com quem quero conversar é com o senhor Minato - retrucou cruzando os braços. Odiava ter que agir daquele jeito com Kurenai, mas precisava se impor se queria ter alguma chance se conseguir o que desejava. - Ficarei em meu quarto até que ele vá conversar comigo. Não farei mais nada se ele não disponibilizar algum tempo para mim. Estou aqui ha mais de um mês e nada: Quero isso agora!

A expressão de Kurenai mudou rapidamente. Novamente, Hinata escolhera a hora mais inoportuna para agir como aquela mulher. Preocupada com aquela reação inesperada e revoltada, ela concordou e disse que iria chamá-lo. Satisfeita, a garota deu as costas para a  governanta, saindo da cozinha.

***

Dois coisas aconteceram no momento em que Minato anunciou que estava decepcionado com eles: Gaara sorrira satisfeito com as palavras do pai e Sasori quase pulara em pé. Os dois ficaram chocados e satisfeitos com o pai por defender os humanos. Não entendiam direito o porquê, mas estavam começando a concordar.

O ruivo mais velho, Gaara, ajeitou-se no sofá e permitiu que seu olhar encontrasse com o de Nagato, que estava pronto para pular no pescoço do irmão que ria de si. O gêmeo, por mais que evitasse entrar em contato com humanos, possuía a mesma opinião do pai com relação a eles porque não acreditava que seres tão frágeis pudessem ser algum risco para si e sua espécie.

— Será que entenderam? - questionou analisando cada um deles. As expressões opostas dos gêmeos chamaram sua atenção do mesmo modo que a de indignação e confusão dos outros. - Ótimo. Vocês passarão duas semanas sem comer e espero que assim aprendam a se controlar - sua frase foi recebida com grunhidos insatisfeitos e irritados. - E irão ter que mudar seus modos, pois tenho uma boa notícia.

Os irmãos se calaram novamente, esperando apavorados o que estava por vir. Aquela casa fora o lugar em que amadurecera e crescera como vampiro e nada mais que justo que seus filhos tivessem a mesma oportunidade, pensara Minato ao mandar os garotos para morar ali e, para deixá-los ainda mais tranquilos mudou-se para um apartamento que possuía perto de sua empresa. Entretanto, notara, talvez tarde demais, que seus filhos não eram maduros suficiente para tomar suas próprias decisões e cuidar da mansão principal da família e, acima de tudo, precisava cuidar de Hinata.

— Qual a boa notícia? – questionou Gaara quebrando o silêncio.

***

— Senhor Minato!

Surpreso, o líder virou-se para a mulher que o seguia apressada pelas escadas. Sua governanta e braço direto possuía uma expressão extremamente triste e pesada, seu corpo parecia tenso e o cheiro que fluía de seu corpo era de decepção.

— Aconteceu algo, Kurenai?

— Não. Quero dizer, sim... Quero dizer... - ela hesitava e olhava para os lados como se não quisesse dizer o que estava acontecendo. - Não é nada, eu posso resolver...

— Kurenai - chamou interrompendo-a. - Diga-me logo o que está acontecendo.

— Bem... A senhorita Hinata está trancada no quarto e exige falar com o senhor. Ela disse - mais uma pausa. A tristeza pareceu aprofundar em seu olhar e um suspiro escapou por seus lábios. - Ela disse que quer ir embora.

Era óbvio o quão infeliz Kurenai estava em pensar que a garota fosse embora e sua vontade também fez com que a garganta do Traven apertasse. Ele pretendia resolver alguns problemas de trabalho - por ter ficado quase uma hora trancado com os garotos, recebera milhares de ligações desesperadas de seus investidores e subordinados - e depois dormir, mas precisava conversar com Hinata primeiro.

— Kurenai, mande que ela vá a minha sala em cinco minutos - ordenou. E, ao perceber uma indecisão, sorriu gentil. - Não se preocupe.

 

Com passos rápidos, Kurenai cruzou a casa. Sua expressão não mostrava nada, mas seu coração batia acelerado. Hinata a seguia devagar e seus passos hesitavam a cada metro que cobriam. Sentia-se feliz com a perspectiva de sair dali, mas ainda queria saber mais sobre o pai e a ligação que ele possuía com vampiros. Sua mente se enrolava com o conflito e, graças a isso, acabou não percebendo quando Kurenai parou de andar.

— Chegamos.

Os olhos perolados encararam a porta de madeira maciça que fica na parte mais profunda da casa. Uma coisa que Hinata percebera com todo o tempo que estava ali era que os Traven gostavam de se isolar. Respirando profundamente, agradeceu a Kurenai e bateu duas vezes na porta.

— Pode entrar. - A voz saíra abafada, mas era audível que estava séria. Vagarosamente, ela girou a maçaneta e abriu a porta.

A sala do senhor Traven era enorme. As janelas estavam cobertas com o pano negro, igual a todas as outras da casa; a mesa, que ocupava o centro da sala, era de madeira nobre e parecia ser extremamente resistente, havia três cadeiras a sua volta - uma toda estofada e de couro, atrás da mesa, e mais duas, um pouco mais simples, que estavam disponíveis para as visitas. Alguns quadros espalhavam-se pelas paredes e, curiosamente, não havia nenhuma foto das três mulheres que estavam penduradas na sala. Uma era de uma senhora com uma aparência muito aristocrática e expressão séria; outra era, com certeza, uma foto de família: O senhor Minato estava na frente, com a mulher da outra foto e um outro homem atrás. O resto das fotos eram dos garotos. Alguns mais jovens, sorrindo, brincando - completamente diferente da situação em que estavam. O clima dentro da sala era muito diferente do resto da casa. Era confortável, aconchegante e convidativo. Hinata não pode deixar de se perguntar se aquilo fora proposital ou não.

— Hinata! É um grande prazer te receber - comentou Minato do outro lado da sala. Ele estava sentado sob um sofá, com um livro sobre a perna esquerda e um sorriso gigantesco em seu rosto. - Pode se sentar. - adicionou levantando-se e indo parar atrás da mesa.

Hesitante, Hinata caminhou para perto da mesa e, sem se virar, ouviu a porta ranger até se fechar. Sentou-se em uma das cadeiras livres e analisou o homem que sorria animado. Ele parecia tão feliz em tê-la ali... Ela nunca recebera tantos sentimentos felizes direcionados a si e receou em quebrá-los, mas ainda precisava fazer a coisa certa para sua sanidade.

— O que a trás aqui? Claro que eu sei que deve estar pronta para fazer um monte de perguntas sobre tudo, mas Kurenai disse que era urgente - tagarelou enquanto colocava um líquido esquisito dentro de uma xícara.

Por um momento, ela ficou se perguntando como não vira o bule e as xícaras ali e se poderia beber aquilo que ele delicadamente levava aos lábios. Percebendo que era encarado, Minato sorriu de uma maneira um pouco menos alegre e negou com a cabeça. Entendendo o recado, ela se lembrou de porque estava ali.

— Senhor Traven, eu...

— Pode me chamar de Minato! Minha afilhada merece mais do que senhor Traven.

Mais um sorriso gentil. Hinata começava a sentir-se encabulada e queria sair correndo dali. Por alguma razão, ela preferia o tratamento distante e frio dos garotos do que aquele reconfortante. "É mais difícil falar as coisas assim" concluiu engolindo em seco.

— Hã... Uhn. Minato. Bem, eu queria dizer que fiquei muito feliz com sua carta e hospitalidade - tentou desviando o olhar. - Mas eu gostaria muito de voltar para casa. Esse não é meu lugar e não entendo como meu pai pode ter entrado em contato com o senhor.

Silêncio. Hinata mordeu levemente o lábio inferior enquanto via o sorriso desaparecer e uma seriedade mortificante tomar conta do rosto do senhor Traven. Ela não sabia se tinha falado demais, mas não podia mentir para aquele homem. Se fosse verdade, ele ainda era o mais perto de uma figura paterna que jamais teria.

— E eu gostaria de devolver algo e lhe pedir desculpas - continuou percebendo uma ponta de curiosidade na expressão dele. Com cuidado, retirou o diário de dentro do casaco, que usava, e colocou-o sobre a mesa. Nem por um segundo Minato reagiu àquilo. - Eu encontrei isso enquanto vasculhava a casa em uma noite. E acabei lendo... Me desculpe. Foi a única coisa com que me identifiquei nos dias que fiquei, mas sim foi errado pegá-lo.

Silêncio novamente. Minato girava lentamente o líquido que ainda restava em sua xícara. Ele parecia distraído olhando para dentro do copo e parecia ter esquecido que ela estava ali. Hinata sentiu o coração acelerar e planejava como iria sair correndo quando ele descansou o objeto de porcelana na mesa.

— Hinata querida, sinto muito - agora ele realmente parecia triste e as esperanças que ela construíra começavam a se despedaçar. - Eu sei o quão deve estar se sentindo deslocada, já passei por isso, mas não posso deixar que vá. Seria extremamente perigoso... E eu realmente fiz uma promessa a seu pai e, para cumpri-la, preciso que fique por mais um tempo. E, além disso, você ainda é menor de idade e eu sou seu tutor responsável.

— Não posso ficar aqui... Os meninos me odeiam - contrapôs acreditando que seria um fato incontestável e sua passagem para fora dali.

— Eu não acho que seja bem assim - murmurou lembrando-se dos gêmeos. Hinata direcionou-lhe um olhar confuso, mas Minato preferiu deixar aquilo de lado. - E mesmo que seja, não importa, pois eu passarei a morar aqui e eles não vão mais te colocar em situações perigosas.

— Vou ter mesmo que ficar aqui? - questionou hesitante. Queria gritar, queria chorar e pedir para sair dali, mas sua garganta estava cheia de angústia e nervosismo. Se ficasse ali, o que poderia acontecer? Como se defenderia contra aqueles garotos?

— Posso fazer uma pergunta? - questionou chamando a atenção dela, que apenas acenou com a cabeça. - Você confia em alguém aqui dentro? Gosta de alguém daqui?

— Gosto - respondeu hesitante.

— Quem?

— Kurenai, Kakashi e... - Hinata parou de falar e olhou para o padrinho com surpresa. De onde saíra aquele "e"? Duas imagens vieram a sua mente, mas ela fez questão de afastá-las. - E só.

— Entendo... - uma das sobrancelhas dele estava arqueada, mas ele fez questão de deixar para lá aquilo, pelo menos naquele momento. - Então fique aqui pensando neles e por mim. Só quero protegê-la, Hinata.

— Me proteger do quê?! - questionou irritada. Não entendi nada do que estava acontecendo, nem sua imaginação conseguia ir tão longe para entender. - O que você tanto esconde de mim?

— Se você soubesse, eu não poderia dizer que sou amigo de seu pai - murmurou mais para si do que para ela. Hinata se sentiu ainda mais confusa, parecia estar caindo em um poço tão fundo que não sabia se poderia sair. - Mas vai ter que ficar aqui. Sinto muito. Pode passear, viajar, estudar e fazer o que quiser, no horário que desejar, mas ainda faz parte dessa família. E está sob meus cuidados.

Era visível que ele não ia abrir mão ou ceder sobre aquilo. Decepcionada e sem saber o que fazer, ela resmungou em concordância e se levantou para sair. Quando estava perto da porta e girando a maçaneta, ouviu seu nome ser chamando de maneira gentil.

— Hinata, fique com isso. - Ela se virou confusa e percebeu que ele lhe estendia o diário. Confuso, olhou para ele com a testa franzida. - Vai lhe ser útil. Como disse que fez lhe sentir confortável, por favor, pegue.

Já suficientemente atolada em segredos, sentimentos estranhos e pessoas ainda mais esquisitas, correu para pegar o caderno, sem forças para fazer perguntas, e saiu em disparada da sala.

***

Do segundo andar, da janela de seu quarto, Gaara podia observar todo o jardim de entrada. Sasori estava deitado em sua cama, pálido e adormecido, estava há mais tempo sem comer do que os outros e não parecia disposto a nada. Entretanto, o mais velho desistira de tentar fazer o mais novo ceder e tomar o sangue animal, então estava debruçado sobre o parapeito da janela observando até onde sua vista podia alcançar.

Nada lhe chamava realmente a atenção, mas aquilo mudou. Viu Hinata atravessar a porta como um furacão e cair sentada na grama. De tão longe, Gaara não conseguia saber o que ela sentia, mas teve a impressão de que a menina não estava nada bem. Apertou a madeira em que se apoiava com força. Queria socar alguém e tinha uma vaga ideia do porquê.

— ... Precisa de proteção - gemeu Sasori. Gaara jurava que o gêmeo pode ver o que acabara de ver e estava falando de Hinata. "Ou pode só estar delirando" completou sem realmente acreditar naquilo.

 

Calada, Hinata observava o portão de saída com ansiedade. Já sentira a sensação de estar presa, muitas vezes passara por aquilo dentro do orfanato, mas não com aquela intensidade. Afinal, poderia cruzar aquele portão em um instante e sair dali, sumir, mas algo lhe dizia que muito mais estava escondido, que sua vida correria riscos inimagináveis se saísse de perto daqueles seres.

Seus olhos se encheram de água, entretanto, somente uma lágrima escapou, molhando sua bochecha e descendo até seu pescoço. Estava tão perdida que não sabia o que sentir. O diário repousava em seu colo e parecia pedir para que fosse aberto. Ler era a única ação normal que podia ter ali. Tensa e ainda sem saber o que fazer, olhou para o horizonte. O Sol começava a nascer. A vista era linda, mas não sabia por quanto tempo poderia observá-la.

De repente, um arrepio subiu por sua espinha. O mesmo frio que sentira por quase toda a infância e que a fizera chorar durante varias noites. Sem se levantar, girou o corpo a procura de quem estava lhe observando, mas nada, como sempre, surgiu a suas vistas. Apavorada, colocou-se em pé e correu para dentro da casa.


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Notas finais do capítulo

E entao, o que acharam?
(perdao pela falta de acento nas notas, estou em um PC que nao sei usar kkk)

Enfim, quero dar uma noticia otima! Nao acabou! uhuuuul! dancinha
Vai ter uma segunda temporada, que ja esta sendo escrita, e vai ter mais entre essa familia e a Hinatinha! (alguns segredos serao revelados, mas sempre ha mais para descobrir, nao e mesmo? rsrs)
Espero todas (os) na proxima! >3

Beijinhos coloridos da Blue e meus o/