Como Não Esquecer Essa Garota escrita por Eponine


Capítulo 9
Quando Nymphadora fez doze anos




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A senhora Tonks fez uma festa surpresa para Dora no verão.

Audrey recebeu a missão de convidar os amigos de Dora em Hogwarts, pelo jeito a senhora Tonks não conhecia Audrey muito bem, pois a tarefa quase a enlouqueceu nas últimas semanas de aula:

Ela fez um cronograma, uma lista de convidados uma lista do que todos deveriam levar, uma lista de músicas, ela fez um milhão de listas e detalhes, coisas que somente Audrey poderia pensar. Tentei me vestir da melhor forma possível, mas eu só tinha um punhado de roupas e todos já me viram com elas, então não vi porque me esforçar tanto.

Andamos até a vizinhança e de longe era possível ver a pequena concentração de gente de frente para a casa dos Tonks. Charlie estava com sua boina herdada de nosso tio Gideon, se achando muito adulto enquanto carregava a torta de nossa mãe e eu o embrulho com o nada surpreendente presente: Um suéter.

— Olá Frankie. — sorriu Charlie, tocando o ombro da garota loura com as madeixas presas em um rabo de cavalo. Ela estava bem bonita com uma espécie de kimono, três vezes o seu tamanho, provavelmente pego de sua mãe. Ela virou-se e o analisou rapidamente.

— Quem é você? — questionou. Segurei o riso com a decepção de Charles, mas nossa atenção foi desviada.

— Meninos, aí estão vocês! — sorriu Andrômeda Tonks, saindo da casa com as mãos sujas de algo semelhante a chocolate. — Dora já deve estar chegando, eu pedi para que a mãe de Audrey chegasse por volta das quatro horas...

— Tia, sinceramente, a senhora acredita que Dora vai chegar aqui sem saber de nada sendo que Audrey tem aquele tique nervoso no olho esquerdo toda vez que está mentindo ou escondendo algo? — indagou Franchesca, olhando a mulher de madeixas castanhas, aparentemente pensativa.

— Vamos rezar para que sim, Frankie. Ah, obrigada Charles... Obrigada William. — Andrômeda apontou a varinha para a bandeja de torta e o presente, para que não sujasse com sua mão, voltou para dentro da casa barulhenta. Haviam poucas pessoas, na verdade, grande maioria era da vizinhança.

Charlie, Franchesca e eu fomos para o fundo do jardim e nos sentamos no gramado, observando o local.

— Onde estão os parentes de Dora? — perguntei, assustado. Eu tinha tantos parentes que qualquer pessoa que não conseguisse lotar sua casa com mais de vinte primos, tios, avó tios e outros era anormal. Franchesca abriu sua bolsinha de ombro, pegando um pirulito e distribuindo entre nós.

— Você não sabe? — sua bochecha esquerda ficou grande por conta do pirulito. — Já ouviram falar de uma tal de Bellatrix Lestrange?

— Olá ge...

— Cala a boca e senta. — Charlie e eu nos entreolhamos após a grosseria de Franchesca com Nicholas Spinnet, que mal havia chegado. O garoto sentou-se fungando, como sempre, parecia que ele tinha uma gripe eterna. Ajeitou seus óculos e fez pernas de índio como todos, aparentemente nervoso. — Enfim, ela é louca. Foi presa em Azkaban após matar vários trouxas e bruxos, ela era namorada de Você-Sabe-Quem. Só tem gente ruim na família de Dora. E eu acho que eles não podem sair de Azkaban para vir aqui, não?

— Eles... Hum, eles são os Black. — disse Nicholas, ajeitando-se na grama, fungando. — Eles são uma família de sangue puro muito antiga, e o pai de Dora, o senhor Tonks, é um... Bem, ele é nascido trouxa. Então... Bem, eu acho que a senhora Tonks não é muito querida em sua família.

— Por que? — questionou Charlie. — Papai namorou uma menina trouxa uma vez, não foi, Bill? E somos uma família de sangue puro, nosso avô não deserdou papai.

Franchesca mordeu seu pirulito e aproximou-se da roda.

— Uma vez, meu irmão fez um elogio a uma moça trouxa, eu tinha cinco anos. — seus olhos eram sombrios enquanto nos olhava, séria. — E então meu pai cortou seu rosto com a varinha. Em plena sala de jantar. Respingou sangue em mim.

Eu estava horrorizado.

Antes que eu pudesse me pronunciar, o senhor Tonks apareceu na janela que dava no jardim para chamar a todos que estavam no jardim. Corremos para dentro da casa levemente escurecida, onde todos estavam sentados ou encostados na parede próxima a mesa do bolo, prontos para quando Dora entrasse na casa.

Avistei Louise Spinnet ao lado do irmão e nem me toquei que não tinha perguntado por ela quando vi Nicholas. Ela estava não bonita que eu quase perdi a hora em que Audrey abriu a porta. A luz não se acendeu, e sim o bolo extraordinariamente lindo e colorido preparado pela senhora Tonks, que explodiu em velas e pequenos explosivos que chegavam ao teto e caiam sobre nós como purpurina.

Assisti Franchesca abrir a língua para cima para que caísse em sua boca e experimentei o mesmo, me surpreendendo em saber que era açúcar. Nymphadora estava grudada no braço direito de Audrey, congelada na porta enquanto começávamos a cantar parabéns. Seu cabelo estava azul vibrante assim como quando fora selecionada. Ela aproximou-se furtivamente, ainda impressionada com a quantidade de gente dentro da casa.

Foi bem legal quando ela entendeu que estava tendo uma festa de aniversário e sorriu enormemente, apagando sua vela. A música voltou a tocar e todos foram em cima dela para cumprimenta-la, então eu afastei-me um pouco para fazer isso depois de falar com Louise, que também afastou-se da multidão.

— Eu não sabia que estava aqui! — sorri, aproximando-me.

— Ah, oi Bill. — ela também sorriu, Louise é bem sorridente. Novamente eu fiquei sem graça, mas esse sentimento era tão frequente que eu estava começando a me acostumar e conseguir ultrapassá-lo. — Eu vim trazer Nicholas, na verdade. Dora não gosta muito de mim, então eu meio que planejei um passeio pela vizinhança até dar a hora de voltar com Nick.

— Sozinha? — indaguei. Meu coração estava a mil. Ela mostrou uma bolsinha minúscula, semelhante a de Franchesca.

— Bem, nem tanto assim, talvez eu sente em algum lugar e faça algumas miçangas. Quero fazer uns brincos de rabanete para a pequena Luna, lembra que eu comentei so...

— O que está fazendo aqui? — indagou Nymphadora, aparecendo de repente do nosso lado. Assustei-me com a frieza em que ela falou com Louise. Fiquei extremamente desconfortável com a situação, então tentei desviar a atenção de Dora.

— Parabéns, criança! — sorri, abrindo os braços para lhe dar um abraço. Ela pareceu notar minha existência e sorriu levemente, dando-me um abraço breve. — Onde está meu bolo?

— Não cortei ainda, vamos brincar de snap explosivo lá fora. — convidou ela, indo na frente. Eu fiquei parado enquanto ela tropeçava em seu próprio pé e então olhou para trás, rindo, esperando que eu estivesse atrás dela. — Ops! — riu mais um pouco e então ficou séria, olhando Louise. — Vamos, Bill.

Olhei para Louise, desconfortável.

— Você quer ir? Charles sempre ganha, mas é legal. — convidei. A tensão era tão forte que eu podia tocar se quisesse. Nymphadora parecia irritada, Louise parecia a ponto de sair correndo e eu estava ali, entre as duas.

The Smiths - I Won't Share You

Como eu disse outras vezes, Dora e eu já não éramos amigos. Éramos pessoas que se conheciam muito bem e que às vezes, quando preciso, se ajudavam. Ou compartilhavam olhares cheios de significado, como naquele dia. Nymphadora continuou parada com sua camiseta suja de algo e sua saia de bolinhas, não combinando bem um pouco com suas galochas roxas e meia calça verde.

— Vou apresentar a vizinhança a Louise. — decidi, dando um olhar cheio de culpa para Dora. Mas ela apenas virou-se e saiu em direção do jardim, correndo em direção da partida de snap explosivo, entrando no meio, sendo abraçada por Audrey e Frankie.

Eu nem me lembrei de Dora pelo resto do dia, pois foi mais que incrível. Louise e eu inventamos mais de mil brincadeiras no escorregador enferrujado do parquinho, nos penduramos por horas no trepa trepa e ainda giramos tanto no girador que quase vomitamos todos os doces que comemos na festa.

E eu ainda tive coragem de leva-la ate minha casa, apresenta-la a meus pais, mostrar o galinheiro e juntos expulsamos alguns gnomos do jardim. Eu a fiz chorar de rir quando enfiei a cabeça de Percy em um dos buracos. Claro que eu levei uma bronca e enorme e um castigo, mas na hora valeu a pena.

Demorou mais um pouco para eu entender que estava apaixonado pela primeira vez, e diferente das frases que minha mãe dizia “Você ainda vai casar com essa garota!” toda vez que eu reclamava sobre Dora, não era por Nymphadora.

Louise Spinnet... O primeiro amor a gente nunca esquece.


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Notas finais do capítulo

Encerro aqui nossa infância, com muita dor no coração!

Mas, crescer é necessário e não se preocupem, ainda vamos rir muito de MUITAS besteiras que eles vão fazer!

Até mais!

P.S.: Esse som do Smiths é nesse momento doce Louise/Bill mas é Dora FEELS!!! hahahaha I won't share you, Bill Weasley!