Como Não Esquecer Essa Garota escrita por Eponine


Capítulo 8
Quando Nymphadora quase matou Madame Norra




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652587/chapter/8

Quando o ano letivo estava prestes a acabar, eu recebi minha querida carta do Acb.

Ele me disse que morava em uma casa no campo, que em trinta minutos de caminhada chegava a um riacho incrível que brilha a noite e ainda ilumina as trilhas em direção dele. Ele disse que uma bruxa muito poderosa nasceu ali, e por isso é iluminado naquela forma. O nome do riacho é Bethânia. Ele disse que seu colégio é gigantesco e a maioria das atividades práticas são feitas em campo. Então eles saem para acampar e conhecem animais, feitiços de sobrevivência, simulam batalhas em campos gigantes e é um sol de rachar a cabeça.

A única coisa que ele disse que queria saber daqui era sobre a neve, o que me trouxe uma decepção devastadora. O colégio dele parecia ser mil vezes mais interessante que Hogwarts, mas ainda assim eu contei um pouco mais sobre aqui e sobre a neve. Ele me mandou uma foto junto a uma árvore mágica, com traços brilhantes, como se fosse purpurina. Ele era um garoto negro sorridente e vestia roupas típicas de viajantes.

Senti uma inveja aguda.

— Oi.

Olhei para o lado, quase amassando a carta, assustando-me com Nymphadora Tonks. Ela tinha seus costumeiros olhos castanhos gigantes e as sobrancelhas confusas de sempre. O tom alaranjado de seu cabelo se continha em duas trancinhas maria chiquinha com os laços verdes fluorescentes. Seu uniforme bagunçado combinava de uma forma estranha com suas meias calças discretamente rasgadas por puro desleixo.

— Oi. — respondi, constrangido.

— Você gosta de gatos, né? — ela descascava freneticamente seus esmaltes cor de rosa pink. Semicerrei os olhos, desconfiado.

— Dora, o que você fez?

— Nada... — Ela fez tudo. Ela praticamente envenenou Madame Norra, a gata do zelador Argus Filch. A bichana estava andando tranquilamente pelo corredor e Dora achou uma boa ideia dar um pedaço de seu sanduíche de cheddar e bacon para o gato. Ela pediu ajuda a Franchesca, mas a garota estava muito ocupada se amigando com o pessoal do sétimo ano e abandonou Nymphadora. Ela levou-me até o banheiro abandonado do primeiro andar onde Murta-Que-Geme sempre está chorando quando eu passo por perto.

— Ela ainda está dormindo, pobre gatinha... — choramingou Murta, fitando a Madame Norra deitada no chão. Olhei para Murta desconfiado, mas Dora acalmou-me.

— Murta estava me ajudando. — confessou Dora.

— Ela estava no banheiro chorando, foi identificação instantânea! — cantarolou a fantasma percorrendo toda a extensão do banheiro aos risinhos. Dora ficou vermelha, assim como seu cabelo.

— Eu não estava... Enfim, você precisa me ajudar, Bill! — suspirei e sentei-me no chão, assim como Dora, e toquei Madame Norra, aparentemente desmaiada. — Filch vai notar a ausência dela em breve, eu vou ser expulsa...

— Calma, Dora! — tentei me lembrar de algum feitiço que fosse útil para aquela situação, mas nada vinha a minha cabeça.

— Sua amiga Audrey também vem muito aqui, nós conversamos por horas e horas, compartilhando nossa tristeza e abandono... — Murta aproximou-se de Dora, como se estivesse a assombrando. — Ela lamenta por ter confiado em alguém que sequer liga para ela agora. E também detesta a mancha de café no tapete da Sala Comunal da Corvinal. Assim como eu. Somos tão parecidas...

— Será que você pode ficar quieta? — gritou Dora, estressada. Ela e Murta entraram em uma batalha verbal enquanto eu fitava a gata adormecida, quase explodindo minha mente. Lembrei da vez em que Percy entalou-se com um pedaço de pão e ela enfiou o dedo dela na garganta do mesmo, o fazendo cuspir longe o pedaço de pão. Respirei fundo em meio a briga e passei a mão rapidamente na penugem macia de Madame Norra, com medo de suas garras e dentes, mas apenas abri sua boca e enfiei meu mindinho na mesma.

— AI! — gritei, sentindo seus dentes morderem meu dedo.

Na hora, instantaneamente, ela arregalou os olhos e deu uma tossida forte, praticamente cuspindo na cara de Dora um bolo de baba enorme. Murta-Que-Geme gargalhava enquanto Nymphadora se levantava, desengonçada como sempre, tropeçando e caindo novamente, tentando se livrar do vômito de Madame Norra. A gata iniciou uma gritaria tremenda e voou banheiro adentro, tentando sair de todas as formas. Levantei-me rapidamente e abri a porta, assistindo-a fugir pelo corredor do primeiro andar.

Olhei meu mindinho sangrar enquanto Murta começava a choramingar.

— Você machucou seu dedinho! Agora tem veneno daquele demônio! — disse ela, aproximando-se.

— Acho que vou até Madame Pince... Vai saber o que essa gata tem na boca. — Tentei abrir a torneira da pia, mas Murta riu.

— Não tem água aqui, bonitinho. — ignorei-a e sai do banheiro, sendo seguido por Dora, que caminhava atrás de mim em silêncio absoluto. Eu parei em um banco e apontei minha varinha para o machucado, tentando me lembrar do feitiço e movimento que minha mãe fazia para os nossos machucados, mas a varinha de Nymphadora já estava apontada para meu machucado.

Ela recitou o feitiço e aos poucos a ferida fechou-se, então ela sentou-se ao meu lado, sorridente.

— Olha só, até que você é competente, criança. — brinquei, analisando o dedo. Eu tinha a mania de chama-la de criança, não sei porque, mas ela gostava apesar de brigar pelo apelido.

— Alguém tem que ser! — riu ela.

— Ahhh é? Quem foi pedir minha ajuda desesperada? — indaguei, animando-me. Dora arregalou seus olhos, risonha.

— Eu não estava desesperada! Eu só não lembrava um feitiço...

— Um simples feitiço... — debochei.

— Olha são mais de dois mil anos de magia, você acha que eu lembro de tudo? — riu ela. — Nem Dumbledore se lembraria!

— Isso, se compare a Dumbledore, nem sabe o feitiço de concertar as coisas!

— Claro que sei!

— Não sabe! — cutuquei sua cintura, fazendo-a pular. Dora levantou-se, animada.

— Sei sim!

— Oi gente! — Louise Smith aproximou-se com suas miçangas e Dora fechou a cara instantaneamente, pegando sua bolsa fluorescente e colocando nas costas, olhando a garota desconfiada.

— E aí, Louise. — cumprimentei, quebrando o constrangimento.

— Eu vou indo, tchau. — Mais uma vez o comportamento bizarro de Nymphadora, mas eu estava entretido demais com a presença de Louise para me incomodar com a pirralha. Ela começou a falar sobre a sua aula de Adivinhação e eu esqueci até mesmo que tinha machucado meu dedo. Mais tarde, no jantar, eu toquei o ombro de Dora e ela afastou-se bruscamente, visivelmente irritada:

— Não me toca! — ordenou, gélida. Então afastou-se com seus amigos.

— Que menina louca! — comentei com Audrey, mas pela primeira vez, a garota não concordou comigo. Audrey uniu as sobrancelhas rapidamente e colocou as mãos nos bolsos de sua capa da Corvinal.

— Bill... — ela suspirou. — Às vezes eu esqueço que você é um menino.

Também não entendi na época. E até hoje fico um pouco confuso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, vamos recolher nossa fofura, porque vai ter pulo no tempo ;(

Vou pular para os dezesseis do Bill, quinze da Dora, e vamos continuar daí, ok?

Me perdoem a demora para responder, eu sou uma lerda, mas eu prefiro demorar e responder todo mundo direitinho do que de qualquer jeito!

Fiquem bem