Como Não Esquecer Essa Garota escrita por Eponine


Capítulo 15
Quando Nymphadora me deixou de lado




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— Pessoal, esse é o Ian MacKaye, ele adorou nossa zine do mês passado. — Nymphadora apertou a mão do garoto alto. Ele tinha uma jaqueta de couro cheia de apetrechos e o bordado de provavelmente algum clube que ele participava. Ele era careca e tinha uma pequena cruz tatuada no topo da maçã do rosto, no lado esquerdo.

Quando ela apertou a mão dele eu já senti o mundo tremer na base.

Algo ruim estava por vir.

E não demorou nem um pouco.

— Ele é straight edge e isso é a coisa mais perfeita que eu já conheci. — explicou Nymphadora em uma tarde após seus os exames dos N.O.M’s, visivelmente encantada. Seus ares haviam mudado e seu cabelo não saia do rosa chiclete, sempre variando para um rosa azulado. — ele não bebe, não fuma e não...

— Que porra é isso? — questionei, não gostando nem um pouco desse Ian.

— É uma subcultura e subgênero do hardcore punk, é super raro achar alguém corajoso para ser um straight edge! — explicou Nymphadora, brincando com seus alfinetes. — Eles não se identificam com uma visão de mundo particular sobre temas sociais ou políticos, mas defendem posições como o anarquismo, vegetarianismo, veganismo, sustentabilidade e movimentos ecológicos...

— Isso é idiota. — opinei.

Claro que não. — contestou Nymphadora. — Eles acham que uma pessoa não precisa fumar, beber e usar drogas para se divertir, isso é lindo. E Ian não participa de mosh também.

— A graça de um show punk é o mosh, que caralhos... — protestou Joe.

— Bem, isso é coisa de criança. — disse ela, dando de ombros. Veja bem, meses antes Dora vivia para fazer mosh em shows de punk e agora ela estava pensando seriamente em parar de fumar e beber, o garoto estava fazendo uma lavagem cerebral completa. A aproximação dos dois começou a me dar uns conflitos internos que quase me enlouqueceram. Ele me irritava de um jeito quase agressivo.

Franchesca tinha uma ótima opinião sobre:

— Você está com ciúmes.

— Claro que não! Por que eu teria ciúmes de Dora? Por favor, me poupe...

— Ohh, Bill, você daria um político maravilhoso. Seu cabelo é sensacional e você mente para caralho. — Eu não estava com ciúmes, e se fosse ciúmes, era algo completamente fraternal. Um ciúme que eu sentiria de Ginny quando ela crescesse. A questão é que eu já havia sentido ciúmes antes (eu sou o filho mais velho, acredite, eu sei o que é ciúmes), mas aquilo era algo que eu nunca senti.

Eu não sentia vontade de matar meus irmãos gêmeos, Percy, Ron e Ginny.

Tudo que Ian MacKaye falava soava completamente idiota na minha mente, eu poderia facilmente contestar tudo que ele dissesse, mas eu me controlava. Quando eu via Nymphadora e ele se beijando em festas eu sentia uma vontade tremenda de vomitar.

Em um dos passeios para Hogsmeade, Louise e Nymphadora desapareceram com o Clube das Meninas e eu fui praticamente obrigado a falar com o tal Ian:

— Você gosta de The Raincoats? — ele se esforçava para puxar assunto, provavelmente não tinha notado ou estava ignorando o fato de que querer ele o mais longe possível.

— Não.

— Sério? É a banda trouxa preferida de Dora.

— Hummm.

— Vocês se conhecem há bastante tempo?

— Muito tempo. — frisei. — Há anos. Desde pequenos. Eu conheço a família dela inteira.

— Sério? Eu vou conhecer os pais dela nas férias.

— Quê?

— Eu vou...

— Então esse namorinho é sério?

— Não é um namorinho...

Cara. — virei-me para ele, extremamente sério. — É bom que seja sério, porque Nymphadora não é qualquer garota.

— Ei... — Ian riu, assustado. — Eu sei disso, relaxa.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

— Poxa, você considera mesmo ela como irmã, né? — riu ele.

— Como assim?

— Ah, você sabe. Ela te vê como um irmão mais velho, e você a protege como uma irmã mais nova... É legal. — Então veio com tudo a segunda onda do filme “O que será que sinto por Nymphadora Tonks?”, amor fraternal também não era porque fiquei extremamente irritado quando ele insinuou aquilo.

Não queria ser considerado um irmão!

Mas antes, quando eu praticamente dispensei Dora, eu queria... Merlin, era muito confuso. Aos poucos, eu comecei a sentir uma distância quase sólida se criando entre Dora e eu. Nós tivemos nossos momentos durante os anos, mas nada podia se comparar aquilo. Eu estava enlouquecendo com a situação e quase pirei no verão quando MacKaye começou a frequentar os lugares conosco, oficialmente como namorado de Nymphadora.

Maldita hora que Louise o apresentou para Dora!

— E agora ela está com esse garoto... Idiota! — fiz minha melhor expressão de desprezo. — Ele é cheio de si, acha que conhece tudo sobre política, tudo é política para ele. Porque a opressão isso e aquilo, argh, fala sério...

Meu pai começou a rir enquanto desmontava um artefato trouxa e eu me senti extremamente ofendido, afinal, eu estava falando sério. Muito sério.

— Pai, por favor!

— William, não dá pra te levar a sério. — ele tirou os óculos e virou-se para mim, colocou uma mão no joelho, ainda risonho. — Preste atenção no que você está falando.

— Eu estou falando que...

— Você está com raiva porque seu ego foi ferido. Ela não gosta mais de você e isso te deixa triste, agora você tem que dividi-la, do mesmo jeito que ela te dividiu com Louise.

— Quê? — com meus longos experientes dezesseis anos de vida, eu achava que meu pai estava falando nada com nada.

— William, filho... — ele parecia estar procurando uma forma melhor de se expressar. — O mundo não gira ao seu redor. Você realmente achou que a garota ia passar o resto da vida pensando em você?

— Claro que não...

— Ela é uma garota linda! Inteligente, engraçada, e olha que eu só a vi duas vezes! — ele recolocou seus óculos, voltando a cutucar o artefato trouxa. — E agora ela tem um namorado. E não é você. Lide com isso. Ou você quer ter Louise e a garota ao mesmo tempo?

— Eu nunca disse que gostava de Nymphadora, eu não sei do que você está falando.

— Se você não gosta dela então o que é isso? — riu ele. — Por que esse drama todo? Hein? Se pergunte. Senta aí e reflete.

Meu pai era velho demais para me entender, conclui. Então pedi ajuda para alguém coerente.

— Você é tão narcisista. — ótimo, Audrey também fora uma péssima ideia. — Eu estou rodeada de narcisistas. Você, Franchesca, Nymphadora...

— Audrey...

— Bill, pelo amor de Merlin! Você deu o fora mais brutal que alguém poderia dar em outra pessoa e agora que ela finalmente seguiu em frente você quer empatar a vida dela? Sério mesmo?

— Não quero empatar...

— Sim, você quer sim! — Audrey parecia irritada. — Ian é um cara incrível, graças a ele Dora não fuma mais, nem bebe e muito menos usa drogas. Ela parou de fazer qualquer coisa que Franchesca manda. Ela está criando personalidade e ele está sendo ótimo para esse processo porque, adivinha, ele é uma boa pessoa! Então pare de tentar fazer tudo girar ao seu redor.

Foi complicado, mas eu me esforcei para ver Ian com outros olhos.

Ele a tratava bem. A respeitava, principalmente seus princípios e pensamentos. Ele parecia gosta dela. E Nymphadora parecia apaixonada. Para falar a verdade, eles faziam um casal bem bonito, não posso mentir. O sentimento de substituição era uma mistura confusa de ciúme que um irmão sentiria, um bom e velho amigo, e também uma pessoa confusa, como eu.

Mas, de alguma forma eu estava feliz por ela.


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Notas finais do capítulo

Não parece, mas essa fanfic é tipo um filho que morreu.

Minha criatividade evaporou e eu preferi deixá-la como estava em vez de me forçar a escrever e estragar tudo...

EIS QUE

Após a lembrança de uma das leitoras de que essa fanfic ainda existia, eu refleti e decidi escrever um capítulo final, pra não ficar esse buraco e quando eu abri o arquivo eu descobri que tinha esse capítulo abandonado e um na metade, então por que não?

Não pretendo voltar com tudo, mas vou postar o resto do material que tenho, se você ainda estiverem vivos para ler.

Beijos ;)



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