Como Não Esquecer Essa Garota escrita por Eponine


Capítulo 1
Quando Nymphadora chegou na vizinhança




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Eu soube que não deveria me meter com Nymphadora Tonks assim que ela se mudou para Burrow. Naquela época eu não tinha a menor noção que minha vida era excelente... Até ela chegar.

Para sair daquela espécie de fazenda onde eu morava, era preciso andar cerca de trinta minutos. Era mais ou menos esse trajeto que eu fazia todas as manhãs quando tinha nove anos de idade, com uma das mãos grudadas na de Charles, meu irmão mais novo. Lembro que eu sempre ficava ansioso e agitado, eu queria ver logo aquele grande escorregador enferrujado que praticamente anunciava que estávamos chegando em áreas habitáveis.

— Quem é ela? — perguntou Charlie, apontando para uma garotinha de cachos louros estranhos, pareciam meio esverdeados. Ela gargalhava de algo enquanto brincava com uma menina de madeixas castanhas e comportadas, que eu identifiquei como Audrey Smith, moradora da casa vermelha, número 58. Ela era uma criança calma e facilmente manipulável e a única forma de fazê-la chorar desesperadamente era sujá-la.

Mas a garota que eu nunca tinha visto antes tinha uma aurea extremamente intimidadora.

— Não sei. — eu apertei o passo, sentindo meu coração bater mais rápido. Não haviam muitas crianças na região, mas eu conhecia todas, e todas só chegavam no parquinho depois que eu praticamente o abrisse. Eu sempre tirava alguma garrafa que os adolescentes de férias deixavam pelos brinquedos, para que ninguém se machucasse ou limpava um pouco os balanços... Eu sempre fui cuidadoso, afinal, eu praticamente criei Charles.

Quando cheguei perto, eu fiquei um pouco assustado com o cabelo esverdeado, na época ninguém sabia que Nymphadora era metamorfomaga, é um assunto muito complicado. Seus cabelos não conversavam nem um pouco com as sobrancelhas extremamente confusas, as sardas e o fato dela ser bem rechonchuda. Ela notou minha presença e por algum motivo não gostou de mim. Provavelmente Audrey tinha falado de mim para ela, nunca vou saber.

— Quem é você? — questionou ela. Sua voz era aguda e petulante.

— Quem é você? — perguntei, também erguendo o queixo.

— Essa é Nympha...

Dora! — exclamou a garota, batendo o pé direito com força no chão. — É para me chamar de Dora! Só Dora!

— Ok... Calma... Essa é Dora, ela mudou-se para a casa verde, número 39. — explicou Audrey, colocando uma mecha castanha para trás da orelha, arrumando seu vestidinho verde. Dora cruzou os bracinhos gordos para mim, metida. Nós sempre identificávamos as casas pelas cores e números, para termos certeza que a pessoa morava ali. Era quase um contrato. Você não podia de jeito nenhum inventar a cor da sua casa ou o número, porque nós sabíamos quem morava em cada casa. E também não podia se perder, pois saberia a cor e o número.

— Mas para você é Tonks, quem lhe deu permissão para pisar no meu reino?

Eu gargalhei, devo dizer.

— Seu reino?

— Sim. Essa é minha área. E você acabou de invadi-la. — explicou a tal Dora. Sim, ela agia como a dona de uma gangue. Ela mal tinha dois dias na vizinhança. Você sente daí o ego dela?

— Você chegou ontem. Como assim essa área é sua agora?

— Sendo, você deu mole e eu... Esqueci como é o ditado, resumindamando...

— Resumidamente. — corrigi. Nymphadora falava muito errado quando pequena. E também atropelava as palavras, era uma tragédia grega.

— Isso mesmo, essa área agora é minha. Lide com isso.

— Não é não. Se fossemos partir desse princípio... — Ela não estava entendendo o que eu estava falando e eu também não entendia na época, eu repetia tudo que meu pai dizia. — Eu sou o verdadeiro dono desse parquinho pois venho aqui desde que nasci.

— Ah é? E quando foi que você nasceu?

— Em 1972.

— E eu nasci em 1960, pronto, ganhei.

— É impossível você ter nascido nessa época, garota! — nessa hora eu surtei, porque Tonks tinha a mania inventar coisas absurdas. Se eu soubesse na época, como eu fui estudar mais tarde, eu diria que ela tinha psicologia fantástica. Ela falava tantos absurdos!

— Você não pode provar que estou mentindo! — Viu? E ela ainda usava psicologia reversa.

— Ok, você vai ter que merecer esse território. Eu estou anunciando uma guerra. — Eu lembro que me aproximei dela e olhei seu rosto bem de perto, um pouco perturbado por seu cabelo parecer um pouco alaranjado, sendo que segundos antes estava esverdeado. — Vamos ver se você é uma bruxa de verdade.

— Eu sei tantos feitiços que você vai se arrepender de ter me ameaçado dentro de meu reino! — gritou Dora, pegando a mão de Audrey. — Eu vou mandar um hipogrifo te comer vivo!

Dora claramente não sabia nenhum feitiço, pois não tinha nenhuma varinha. Ela também nunca tinha visto um hipogrifo que não fosse os dos filmes ou livros. E ela também não nasceu em 1960, na verdade, ela nasceu em 1973, sendo apenas um ano mais nova que eu.

A batalha foi atirar coisas um no outro e não durou mais que uma hora. Ela me venceu pelo cansaço, ela tem esse talento. Depois da disputa Audrey convidou a todos para tomarem suco na casa dela e Dora contou da vez que ela voou em um tapete voador com seu tio que está preso em Azkaban.

Eu não acreditei em nada, claro, como eu disse, ela inventa muito. Mas eu soube anos depois que a história do tio era verdade.


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Notas finais do capítulo

Eu já tinha esse projeto na gaveta, mas como eu não sou bobinha, eu soltei uma one antes para ver as reações hahahahahahaEntão é isso, é uma fanfic bem fluffy, algo para se ler quando quer distrair a mente de uma leitura pesada ou séria, enfim, vocês entenderam.Eu gosto de imaginar a Tonks como a Clementine de Eternal Sunshine of the Spotless Mind porque ainda vai nascer uma personagem melhor que essa. O que acharam?Beijinhos ♥