Maybe I love you escrita por Aurora


Capítulo 2
I


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Primeiro capítulo saiuuu UHUUU ( dancinha). Ta, parei. Eu consegui terminar, então espero de verdade que gostem deste primeito cap. Queria agradecer a todos os coments e favoritos. Foi tão foda ler, sério. Muito obrigada de verdade pelo apoio.
Boa leitura :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/652469/chapter/2

Eram exatas 09h30min p.m quando a campainha tocou.

— Obrigada por me deixar passar a noite aqui tia Amy. — Escutei a gnomo falar, enquanto fechava a porta. Obviamente, como o ótimo anfitrião que eu sou, deixei minha querida mãe recebê-la. O sofá estava confortável demais para eu me afastar dele. Aurora entenderia. Foda-se se não entendesse também.

Mas espera... O que foi que ela disse?

— Oh minha querida, não precisa agradecer. Sabe que adoro quando vem aqui em casa. Noah sempre fica menos rabugento.

— Ei! — Virou complô essa droga? Minha mãe ignorou completamente minha existência, voltando sua digníssima palavra para Aurora, que eu tinha certeza, que segurava a risada.

— Pode deixar suas coisas no quarto de Noah. Depois arrumo as coisas para você dormir.

— Obrigada tia Amy.

— Ei ei ei ! — Exclamei novamente, forçando meu corpo a se sentar no sofá. Com muito esforço — muito mesmo — consegui realizar a proeza. Ambas olharam para mim, no mesmo momento, segundo, tempo, espaço. Foi assustador. — Por que você trouxe essa mochila? Não tem comida em casa e veio furtar a dos outros?

Aurora revirou aqueles malditos olhos azuis, pegando a mochila pela alça, com uma das mãos.

— Eu a convidei para dormir aqui. — Disse minha mãe, sorrindo para a formiga.

— Sabe mãe, ela tem boca. — Debochei, não conseguindo me conter. E bom, talvez eu tenha me arrependido no segundo seguinte, quando minha mãe desfez aquele sorrisinho “blaa” — som de nojo — e me fuzilou, como se eu tivesse lhe oferecido uma porção de chuchus fritos.

— E você vai ficar sem a sua se me responder de novo. Aposto que seu computador vai gostar de tirar férias de você.

Tudo bem, eu me caguei legal. Eita santa ignorância viu...

— Eu só estava brincando... — Resmunguei, deitando novamente no sofá. Poh precisava mesmo de toda essa agressividade? Que mundo é esse afinal?

Vi a energúmena correr para o meu quarto, com uma mão sobre a boca. De uma coisa eu estava certo. Ela com absoluta certeza estava tendo uma epilepsia ali dentro. Era o que sempre acontecia quando ela ficava segurando a risada por algum tempo. Eu tinha que admitir, era engraçado ver os surtos que ela dava. Claro... Quando o motivo não era eu.

— Essas crianças... — Desdenhou minha querida mãe, voltando para a cozinha. Juro que tentei segurar, mas não consegui evitar fazer uma careta e emita-la enquanto a mesma estava de costas para mim.

Um pouco infantil para alguém de 17 anos? Talvez, mas a vida está ai pra isso não é?

Revirando os olhos, me estiquei, tentando alcançar o controle remoto, que estava em cima da mesinha de centro. Aquele canal de culinária já começava a me irritar.

Estava sentindo o gosto da vitória na ponta da minha língua, assim como o controle na ponta dos meus dedos, quando Aurora passou na frente, pegando o controle e esbarrando no meu braço.

Quase — eu digo quase mesmo — cai de cara no tapete felpudo branco.

— Qual é o seu problema? — Indaguei, me ajeitando rapidamente. Eu ainda tinha minha dignidade... Eu acho.

Ela apenas cruzou os braços, parando na minha frente. Encarei-lhe, e a mesma levantou uma sobrancelha.

— O quê? — Questionei, tentando olhar para o prato de carne que o cara mostrava na TV.

— Tira o pé.

A vez de erguer uma sobrancelha foi minha.

—Tem outro ali ó, sinta-se em casa. — Apontei para o sofá vermelho, do outro lado da sala. Ela apenas me fuzilou mais com os olhos. Talvez eu tenha sentido um pouco de medo, mas nada muito preocupante.

— Eu quero sentar ai. — Retrucou, apontando para a parte do sofá, em que meus pés estavam. Bocejei.

— É uma pena essa vida injusta, que nunca nos dá o que queremos, não é mesmo? — Ironizei, colocando os braços atrás da cabeça.

Eu esperava tudo, menos o sorrisinho diabólico que ela deu. Ah não...

— O que você vai fazer... — Se eu tinha ficado receoso? Talvez. Podem ter certeza, nada na vida da certo quando aquele mini demônio dá esse sorriso. Eu aposto que Hitler se matou, porque viu esse sorrisinho.

— Oh tia AmyyYYYYYYYYYYYYYYY! — Começou, gritando no final. Puta que pariu, qual era o problema dessas mulheres afinal! — Oh tia Am...

— Já entendi caralho! Para com isso! — Exclamei aos sussurros, temendo que minha mãe escutasse. Bom meus queridos, não adiantou muito.

— NOAH, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?!

— NADA MÃE!

— AURORA, O QUE NOAH FEZ?!

A olhei suplicante. A mesma apontou novamente para meus pés. Resmungando, recolhi minha perna.

— NADA TIA! SÓ QUERIA SABER O QUE VOCÊ VAI FAZER DE JANTA!

Um suspiro aliviado saiu por meus lábios, quando ela sentou.

— BATATA-FRITA COM FRANGO QUERIDA!

O quê?!

— OBRIGADA TIA!

Dei um tapa na minha testa para verificar se estava acordado. Eu. Não. Acredito.

Aurora me encarava com o cenho franzido.

— O que foi isso? Enlouqueceu é?

— Foi só um mosquito... — Resmunguei, tentando prestar atenção em seja lá qual era o programa que ela tinha me colocado.

— Noah, eu te conheço a mais de um ano. Eu acho que sei quando você está mentindo.

Olhei novamente para seu rosto, e ela olhava-me, curiosa.

— Eu gosto de batata-frita.

Seu semblante se contorceu ainda mais.

— Que bom? O que isso tem haver?

— Eu não como batata-frita a mais de um ano.

Seu semblante confuso foi mudando para o tão conhecido debochado descrente.

— Está com ciúmes?

— Cala a boca... — Murmurei, voltando meu olhar para a TV.

Não era ciúme, era um complô! Como se já não bastasse Aurora, agora até minha mãe estava contra mim! Eu sai de dentro dela. Como ela fica contra algo que saiu de dentro dela?! Aposto que o cocô dela era mais valorizado que eu!

Talvez eu seja um pouco dramático? Talvez. Talvez eu goste de falar talvez? Talvez! Me processe!

Estava reclamando e me remoendo em pensamentos, quando senti algo agarrar meus tornozelos.

— Ei... — Olhei para o lado, apenas para constatar que a formiga havia colocado meus pés em seu colo.

— Viu? Não era tão complicado. — Disse, sorrindo ironicamente. Fiquei sem palavras. Juro. Provavelmente minha cara estava igual à de um completo retardado (não digam nada!). — Você que é um idiota que gosta de deixar tudo mais difícil.

E como sempre, ela tinha que estragar meu momento. Esqueci momentaneamente minha educação no bolso da minha calça, e mostrei meu dedo do meio.

— Já reparou que seu dedo é meio torto? — Disse, franzindo o cenho. Abaixei-o instantaneamente.

— Você é um ser desprezível...

— Que você ama. — Retrucou gargalhando. Apenas fechei mais a cara. Ela tinha razão afinal.

–----------------x-----------------------x-----------------------

— Sua mãe com certeza faz as melhores batatas do mundo. — Comentou a formiga, estirada na minha cama.

Eu estava sentado na frente do meu precioso – leia-se computador.

— Podemos não falar sobre isso? — Murmurei ainda decepcionado. Sim, eu precisaria ter uma séria conversa sobre poros, gordura e Noah com a dona Amy.

— Deixa de drama. Você deveria me agradecer. Aposto que foi muito melhor do que comer folha ao molho de cebola.

Franzi o cenho, girando a cadeira.

— Eu não vou te agradecer por isso. Você já é metida sem meus agradecimentos. Imagine com eles. — Tudo bem, talvez ela nem fosse metida, mas eu realmente não queria aumentar o ego dela. Ninguém precisava saber que eu a considerava a senhorita Perfeita.

Foi sua vez de me mostrar o dedo. Uma coisa que ela não suportava, era ser chamada de metida. Ela dizia que se sentia comparada as garotas da escola, o que convenhamos, não era coisa boa. Eu me sentia um tanto culpado, pois desde a época em que ela decidira andar comigo, essas garotas insistiam em lhe encher a paciência. Ela fingia não notar, mas eu sabia que magoava os comentários maldosos que lhe lançavam. Me odiava mais ainda por não poder fazer nada sobre isso. Pelo menos, não ainda. Eu pensava seriamente em levar um gravador no bolso, para que quando isso ocorresse, eu pudesse ir falar com o diretor, porém, Aurora nunca deixava. De acordo com ela, não precisávamos de mais confusões. Nós dois já éramos uma gigante. Porém, eu realmente não havia desistido da ideia de lhe defender. Só precisava pensar em algo melhor.

— Aaaaah, sinto que vou explodir... — Resmungou a formiga, colocando a cabeça para fora da cama, deitando na horizontal. Revirei os olhos.

— Por favor, você nem comeu tanto.

Mentira, ela realmente havia comido muito. Sério. Muito mesmo.

Mas Noah, por que você disse que não então?

Porque ela comeu mais que eu. Sim, isso feriu minha masculinidade.

— Eu comi mais que você. — Disse me mostrando a língua. Taquei uma bolinha de papel em sua direção. — Nossa como você é adulto.

Apenas ignorei, virando para meu computador novamente. A tela de login já estava ali, então coloquei meus dados, entrando na minha conta.

— Queridinho meu, por que você só fica criando char mulher? — Indagou a gnomo, enquanto eu entrava em uma personagem — sim, do sexo feminino.

— Porque assim eu tenho maior chance de ser bancado, e não precisar donatar. — Respondi simplesmente. — E é engraçado flertar com os caras.

— Noah, você é muito gay. Sério.

Tudo bem, talvez flertar com caras em uma personagem feminina não fosse à coisa mais hetero do mundo, mas poxa... Tudo bem, não tenho como me defender.

— Ei, por que não entramos naquelas salas de bate-papo? Se lembra do pirocudo25? — Disse Aurora, saindo da cama, arrastando uma cadeira do canto do meu quarto, sentando-se ao meu lado.

— Como eu poderia me esquecer da noite mais incrível de nossas vidas? — Exclamei irônico.

Em uma certa madrugada, Aurora teve a brilhante ideia de entrar em uma sala de bate-papo.

Na maior inocência, achando que iríamos fazer amiguinhos e correríamos felizes em direção ao por do sol, aceitei. Bom, o que tinha sobrado de inocência em mim, foi corrompida no momento em que o tal “pirocudo25” veio falar conosco. Meus amigos, não entrem em uma chamada de vídeo com alguém chamado pirocudo25. Nunca. NUNCA!

— Ah, qual é. Ele era perfeito para você. — Debochou a gnomo, cutucando meu braço com o dedo. Eu juro para vocês que eu rosnei. Sério. Eu nunca achei que conseguisse fazer isso. — Iiiiiih virou cachorro é?

Respira Noah, respira. Você não quer matar ela. Você ainda tem muito que fazer na vida, para perder tudo indo preso. Um, dois, três, quatro...

— Por que você não vai encher a paciência da minha mãe, ao invés de ficar ferindo minha masculinidade? — Reclamei, recostando minhas costas no apoio da cadeira.

— Primeiro, porque eu gosto da Amy, então não quero que ela não me deixe entrar aqui nunca mais. Como você não manda em nada, não importa se eu te irritar. Segundo, eu nem sabia que você tinha masculinidade para eu machucar.

Cocei meus olhos fortemente.

Cinco, seis, sete...

— Eu juro que algum dia vou me esquecer de que você possui uma pepeca, e vou dar um soco na sua cara.

— Blablabla, vai quebrar a mão ainda. Mudando de assunto, por que eu nunca posso ser a shema? — Perguntou, apontando para a tela do computador, onde mostrava um aviso de “você recebeu um convite para namoro”. Aceitei, vendo minha personagem ir para o colo do carinha.

Armadura level 99, ai vamos nós.

— Por que você já é uma mulher? — Respondi como se fosse obvio. O que convenhamos, era sim.

— E o que que tem? Sempre que entramos no ts*, o povo acha que eu sou homem.

— Deve ser porque você sempre me manda falar no seu lugar.

— Isso não vem ao caso. — Respondeu, agitando a mão em minha direção. Revirei os olhos.

— Por que você não cria um char masculino então? Assim você vira a shema ao contrario. — Propus, vendo-a pensar.

— Hm, boa ideia. Amanhã eu faço isso. Estou com preguiça de pegar o notebook.

Aurora com preguiça? Novidade.

— Claro que está. — Retruquei rindo.

— O que iremos fazer essa noite? — Perguntou, me cutucando.

— Você realmente não consegue ficar quieta não é?

— Alguém aqui tem que dialogar hm? Se não fosse por mim, hoje você provavelmente nem saberia mais falar. — Disse, saindo da cadeira, jogando-se novamente na cama. Já vi que terei que dormir no chão.

— Respondendo sua pergunta e ignorando seu comentário, vamos dormir. Hoje é quinta. Amanhã tem aula ainda, se lembra? — Respondi, virando a cadeira novamente. Ela colocou um dedo na boca, fingindo vomitar. — Fim de semana seus pais vão estar em casa? — Perguntei, deixando meu jogo aberto, e indo me sentar na cama também. Os pais de Aurora eram um tanto... Liberais. Eles gostavam de sair às vezes sozinhos, com a desculpa de querer... Apimentar o relacionamento. E bom, Aurora não ligava muito para isso. Nesses dias ela sempre se instalava aqui em casa.

— Provavelmente. Mas nunca se sabe. Eles são mais instáveis que seu humor.

Revirei os olhos, me deitando a seu lado.

— Para a felicidade da minha mãe não é? É sério, me fale o que fez com ela. Isso não é normal! — Exclamei, jogando minhas mãos para cima. Ela apenas riu, dando um tapa de leve na minha testa.

— Pare de falar como se ela não te amasse. Acredite, ela te ama muito.

Fiz uma careta.

— Não tem como saber... — Murmurei, virando meu corpo de lado, para encará-la. Ela fez o mesmo.

— Na verdade tem. O que eu mais ouço dela, é o quanto está orgulhosa do filho que tem. – Respondeu sorrindo. Era estranho esses momentos fofuras dela, pois isso sempre me deixava ainda mais fascinado. O que não era muito bom. – E acredite, eu também.

Novamente ela tirou todas as palavras da minha boca. Pare com isso por favor... Pare de ser tão perfeita!

— Menos a parte da shemisse. Flertar com homens? Sério? — Indagou rindo. E mais uma vez, ela conseguiu arruinar meu momento. Revirei os olhos, rindo também. Era incrível como ela conseguia fazer uma situação totalmente fofa, se tornar algo tão irritante.

É meu povo... Nada poderia ser mais... Aurora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ts* : Team Speak (usado para comunicação em jogos)
Shema: Homem que cria char mulher
Char: Personagem
Donatar: Colocar dinheiro no jogo
É isso meu povo! Espero vocês nos coments :3
Facebook: https://www.facebook.com/profile.php?id=100009628670397