— Ei, petiz! — chamei um menino que passava em minha frente. — Está vendo aquele homem sentado no banco, com cabelo punk? Você só tem que entregar isso pra ele e ganha 10 pratas — entreguei-lhe um papel e uma nota.

O garoto assentiu e correu para a direção de Jean. Pude vê-lo agradecendo o menino e abrindo o bilhete cuidadosamente. Ele começou a chorar pouco depois.

Mais tarde, nos encontramos onde eu lhe pedira para ir: no foguete do Parque da Cidade. Aquela área era esquecida e eu me escondia parcialmente em uma das muitas sombras.

— Marco, você tá vivo! — ele chorava. — Mas como? Nosso prédio explodiu por vazamento de gás. Você foi o único que não escapou! Como você sobreviveu? Por que só apareceu agora?

— Jean, me perdoa. Eu sei que deveria ter te encontrado antes, mas eu não tive coragem. Por causa disso: — sai da sombra e ele pode ver meu rosto desfigurado pelo fogo.

— Marco — tocou meu rosto cautelosamente. — O importante é você estar aqui — beijou minha face direita, a mais afetada pela explosão. — Eu te amo e senti tanto sua falta — me abraçou fortemente.

Segurei seu queixo e o fiz me olhar. Beijei sua testa.

— Também te amo.