Marco era resiliente. Ele se recuperava lentamente do ataque em Trost, quando quase fora morto. Se não fosse por Eren, eu não estaria olhando o sardento nesse exato momento. Sim, o bastardo suicida salvara Marco no último momento, antes que o titã pudesse fechar a boca. Mais um segundo de atraso e meu melhor amigo estaria naquela pira com inúmeros outros corpos.

Mesmo com o “hospital” (convenhamos, aquilo não passa de um centro onde todos os doentes e feridos se encontram) em condições precárias, Marco fora salvo. Ele perdera a perna e o braço direitos, além de ter a visão desse lado perdida e o rosto deformado. Aquilo era irrelevante. Ter Marco ao meu lado era o que me importava. Ele mal se mantinha acordado, mas estava vivo.

Delicadamente, desenfaixei sua face direita. As marcas deixadas pelos dentes do maldito titã eram visíveis e as cicatrizes começavam a se formar e cobriam suas maravilhosas sardas que brilhavam em seu rosto como estrelas num céu escuro.

Acariciei seu rosto com cuidado. Fazia um longo tempo desde que eu vira seu sorriso. Segurando sua mão, sussurrei a frase que apenas ele ouvira:

— Eu te amo — e com as palavras, vieram as lágrimas.