Aventuras em 77 escrita por pureblackgalaxy


Capítulo 31
30 - A última tentativa


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora, tive um bloqueio criativo sem igual )):
Espero que gostem, esse é o penúltimo capítulo, antes do epílogo



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Pov Scorpius Malfoy


Hogwarts estava um verdadeiro caos naquele momento, haviam vários corpos espalhados de ambos os lados, o castelo tinha várias partes destruídas e gritos eram ouvidos de todos os lados. Um comensal da morte vinha em minha direção , mas fui mais rápido e consegui estupora-lo, fazendo com que batesse violentamente na parede. Pulei seu corpo e comecei a correr, como nunca tinha corrido antes.
Não sabia a quanto tempo estávamos em batalha, pareciam horas, mas já estava começando a me cansar, fora a preocupação com Lily e com os outros, que estava me matando. Sentia uma náusea sufocante devido ao estado de alguns corpos, desviei de diversos e duelos que aconteciam ao redor até que, me deparei com uma porta entrei correndo, fechando a porta logo atrás de mim. Olhando ao redor, me dei conta de que estava na Sala Precisa.
Mas, ao contrário do que eu pensei, não estava sozinho. Lúcio, juntamente com Rodolfo Lestrange, estavam na sala e pareciam totalmente apavorados e vulneráveis, como duas criancinhas indefesas. Os dois estavam sujos, com enormes e fundas olheiras ao redor dos olhos. Lúcio era o pior de todos : os cabelos loiros, que sempre estavam impecavelmente arrumados e limpos, estavam emaranhados e sujos, como se não vissem água e sabão a dias. Demoraram alguns minutos para se darem conta da minha presença.
— O que está fazendo aqui ? - Lúcio perguntou, em um tom arrogante e furioso. Lestrange me lançou um olhar sério.
— Vou procurar a Bela..e quando eu voltar, espero que tenha dado um jeito nele , Malfoy - Ele disse - É um bom jeito de você se redimir com o Lord - Completou e saiu da sala. Pude ver que a expressão de Lúcio enrijeceu ainda mais depois de ouvir o nome de Voldemort.
— Problemas com o Lord, é ? - Eu perguntei, sarcástico. Lúcio estava apontando a varinha em minha direção, mas eu o conhecia a tempo o suficiente para saber que ele era covarde demais para me lançar qualquer tipo de feitiço, ainda mais porque a mão com a qual segurava a varinha tremia loucamente.
— Cale a boca, moleque - Lúcio gritou, a varinha tremendo ainda mais - Já aturei muita coisa sua, Greengrass..aliás, acho que não posso te chamar assim - Ele disse.
— Ah, é mesmo ? - Eu disse em um tom irônico, mas por dentro estava preocupado. Lúcio podia ser qualquer coisa , mas não era burro - Estou louco para saber coisas novas a meu respeito
— Sabe, os Malfoy e os Greengrass são amigos a muito tempo - Ele disse, me lançando um olhar que misturava confusão e ódio Eu conversei com Minerva, uma amiga minha de infância ..- O sangue de Scorpius gelou naquele instante. Minerva Greengrass era a avó paterna de sua mãe, ele não chegou a conhece-la pessoalmente mas viu muitas foto dela em um álbum de família -.. e ela disse que nunca ouviu falar de um Scorpius..nem ela, e nem ninguém da família.
Naquela hora eu tive total certeza de que estaria mais do que ferrado. Quando chegamos acidentalmente em 1977 eu sabia que, em algum momento, teríamos que dar satisfações a algumas pessoas sobre nossas identidades, mas nunca imaginei que Lúcio fosse uma delas, sempre achei que ele fosse burro demais para perceber tudo isso..foi então que uma ideia acabou me surgindo.
Lúcio se formaria em Hogwarts este ano e, daquele momento em diante, cometeria muitos erros e prejudicaria a vida de muitas pessoas, principalmente a da futura esposa e do filho que teriam juntos, o que seria em menos de três anos. E se ele soubesse a verdade ? E se, sabendo de seu futuro e do quanto prejudicaria pessoas inocentes, não fosse o suficiente para Lúcio deixar de ser tão idiota ?
Eu tinha plena consciência de que as chances de fracasso eram muito maiores do que as de sucesso e que talvez e que talvez ele nem acreditasse em suas palavras...mas ele sabia que deveria tentar, deveria isso a sua avó e , principalmente a seu pai, que foi o mais prejudicado com as consequências dos erros de Lúcio..se isso não o sensibilizasse, não saberia o que poderia fazer. Eu respirei fundo, mas no momento em que eu ia responder, Lúcio movimentou a varinha, e um corte enorme apareceu no meu braço, rasgando a camisa no mesmo lugar.
A dor era dilacerante e me fez cair no chão , me xingando mentalmente por ter sido tão idiota em pensar que Lúcio poderia ter alguma salvação.
— Meu deus - Ouvi o pânico em sua voz e levantei o olhar, olhando-o confuso. Ele me olhava completamente assombrado - Essa...essa marca no seu braço - Ele disse e eu olhei na direção, identificando o motivo do pânico dele: Eu, assim como todos os Malfoys, tinha uma marca de nascença no ombro. Apesar do corte ser um tanto grande, ele era superficial e não estava sangrando tanto, sendo possível ver a marca rosada e de tamanho médio, que ficava logo na parte inicial do braço - Quem é você, afinal ? - Ele voltou a apontar a varinha para mim, agora mais assustado do que nunca. - Só os Malfoys tem essa marca de nascença e ela é impossível de ser..
— Você está certo - Eu consegui finalmente dizer, interrompendo-o - Ela não pode ser falsificada , eu tenho essa marca porque..porque eu sou um Malfoy..eu e meus amigos viemos do futuro, cerca de quarenta anos, para ser mais preciso - Lúcio ficou em silêncio. Eu tinha me esquecido completamente da minha prórpia marca de nascença, e ele ter cortado meu braço justamente naquele lugar me fez pensar se ele já não estaria suspeitando de que nossas identidades eram falsas - Eu sou seu neto
— Meu próprio neto andando com traidores do sangue, manchando o nome dos Malfoy..eu devo estar morto nesse futuro , jamais permitiria que alguém de minha família se desse a esse desfrute..- Ele começou após um longo tempo em silêncio, mas eu senti meu sangue e a raiva ferver.
— Sabe..o maior desgosto da minha vida é ser seu neto - Eu disse, me assustando com a amargura em minha voz - Vocês se acham muito bons, fortes, poderosos..mas eu tenho uma péssima notícia para você - Eu comecei e me levantei, apontando minha varinha para ele também - Daqui a pouco anos nascera aquele capaz de derrotar Lord Voldemort..e adivinhe ? Ele triunfará ! Em 1997 terá uma guerra bruxa maior do que essa ! Você destruiu a vida do meu pai ! Fez ele seguir um caminho que nunca quis, o fez por medo, nunca deu nenhuma opção de escolha..fora isso, também destruiu a vida de Narcisa, que sim, será sua esposa - Eu continuei e Lúcio me lançava um olhar sem qualquer tipo de expressão - Depois da guerra, você é caçado e leva o beijo do dementador..e acredite, se você não perdesse sua alma naquele momento, outros comensais o fariam - Quando falei do beijo do dementador, o rosto de Lúcio perdeu a cor.
Foi a primeira reação que vi dele desde que tinha começado a falar.
— Você está mentindo - Lúcio disse furioso, apontando a varinha para mim - O Lord das Trevas é invencível !
— Ah, é mesmo ? Ele realmente está bem forte agora, não é mesmo ? - Eu disse andando em volta de Lúcio, a varinha ainda apontada em sua direção - Aliás, porque ele não está aqui com vocês ? Você acha mesmo que ele vai dar algo a vocês ? Deixe de ser tolo ! Ele quer o poder só para ele e vocês sabem disso ! Se você quer acabar com a sua vida eu não me importo, aliás é até um favor que você a mim e a toda a humanidade, mas existem mais pessoas envolvidas nisso, o meu pai e a minha avó não merecem pagar pelos seus erros e pelas suas idiotices ! Faça um favor a si mesmo e de o fora , ainda da tempo !
— Você acha que é fácil assim ? - Lúcio bradou, tremendo ainda mais do que antes. Ele abaixou a mão que segurava a varinha e parecia visivelmente interessado em um dos cantos da sala - Eu fracassei diversas vezes com o Lord das Trevas, se eu virar as costas agora, ele..ele vai me matar !
— Voldemort não tem forças nem para lançar um Expelliarmus ! - Eu disse irritado. Lúcio era mais covarde do que eu cheguei a pensar - A cobra era a última a ser destruída e eu tenho quase certeza que ela já está morta ! Voldemort está fraco e não tem chances, somos mais fortes e estamos em maior número ! O ministério não vai ter pena de você, principalmente quando incluírem o tempo em que vocês nos deixaram presos, a maldição imperdoável que você lançou no Alvo ..- Eu disse, me deliciando com a expressão de pânico de Lúcio. Sim, isso poder ser horrível, mas eu estava achando absolutamente incrível.- Se você mudar de lado agora e nos ajudar, talvez isso possa redimir a sua pena
— Eu NUNCA vou me associar a sangues ruins e traidores do sangue ! - Lúcio gritou, as bochechas rubras de raiva. Eu suspirei fundo e revirei os olhos.
— Muito bem, espero que se lembre disso quando o Ministério vier atrás de você - Eu disse e lhe lancei um olhar de puro nojo - Você é uma vergonha ! - Lhe lancei um último olhar de puro desprezo e sai da sala, respirei fundo, e comecei a correr pelo castelo, tentando achar James Sírius, Alvo, Lily Luna ou algum dos Marotos e das meninas.
Meu coração estava disparado e a adrenalina ainda estava a mil em meu sangue, mas eu me sentia incrivelmente bem e leve, como não acontecia a muito tempo. Por muitos anos eu alimentava uma raiva imensa de Lúcio e ter colocado tudo isso para fora, olhando nos olhos dele...era uma sensação totalmente incrível.
— SOCORP ! - Escutei a voz de Alvo gritar desesperadamente e me virei imediatamente. Snape estava a poucos metros de mim, pronto para me lançar um feitiço e, mais uma vez, agradeci aos treinamentos de quadribol e bloqueei o feitiço, derrubando-o no chão. Alvo veio correndo na minha direção, olhando com nojo para Snape. - E pensar que eu me orgulhava de ter o seu nome !
— Lamento te decepcionar - Snape tentou usar seu típico tom de desdem, mas estava tão surpreso quanto eu. Eu sabia que deveria impedir, mas Alvo também tinha muito o que dizer a Snape.
— Sabe..você vai confiar na pessoa errada - Alvo disse e Snape continuou olhando-o - Voldemort vai matar Lily Evans no futuro por conta do meu pai..e você jurou proteger o filho dela de Voldemort, e você o fez por um bom tempo, colocando-se em grande perigo..
— Você está louco ! É impossível viajar no tempo ! - Snape disse e se desvencilhou do meu aperto. Ele tinha ficado visivelmente perturbado e saiu correndo.
Se morrêssemos essa noite, morreríamos mais leves por nos livrarmos de certos sentimentos.


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