Crônicas e Contos Cotidianos escrita por Georgeane Braga


Capítulo 1
Capítulo 1 - O moço que acordava cedo


Notas iniciais do capítulo

Miguel era um rapaz pacato com uma rotina impecável, mas debaixo de sua timidez ele escondia um segredo...

Boa leitura, jovens!



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Quatro e quarenta e cinco da manhã. Apressado, Miguel coloca suas coisas na mochila, pega seu celular e suas chaves.

Há seis meses ele se mudou para São José do Rio Preto para cursar a tão sonhada faculdade de Medicina pela FAMERP. Orgulho dos pais e professores, ele focava totalmente em seu propósito: ser o melhor aluno e o futuro melhor médico. No auge dos seus vinte e poucos anos, totalmente concentrado na sua rotina, Miguel não tinha ideia do efeito que causava nas mulheres ao seu redor.

Devidamente pronto e perfumado, diariamente ele percorria os corredores e descia as escadas, seguindo pelos jardins do Condomínio Greenville até chegar à garagem. Mesmo morando no quarto andar, Miguel não se importava de usar as escadas ao invés do elevador, até porque que este ficava mais em manutenção do que funcionando. Afinal, ele não podia se atrasar, era muito metódico e gostava de evitar os imprevistos tanto quanto pudesse.

Enquanto passava a passos rápidos pelo espaço interno do pequeno prédio, Miguel ia deixando rastros de seu perfume. Uma senhora do 302 já conhecia a rotina do rapaz, de modo que o chamava de: "o moço que acorda cedo"; haviam trocado apenas algumas palavras no decorrer desses meses, mas o suficiente para obter algumas informações. Hábito típico de senhoras preocupadas com o bem estar dos jovens.

Por mais que Miguel fosse um rapaz de poucas palavras e, aparentemente, muito tímido, ele sempre estava disposto a ajudar com as compras de Dona Esmeralda quando esta se atrapalhava com as sacolas no saguão.

"Obrigada moço bonito, você é muito gentil" - dizia ao se despedir de Miguel que sempre respondia com uma sombra de sorriso e um aceno.

O jeito comportado, sério e conservador dele surpreendia as pessoas, por causa de sua idade; no entanto, começava a atrair os olhares das vizinhas de Miguel. Umas jovens, outras nem tanto, solteiras, casadas, viúvas, carentes...

A questão era: ele não precisava de esforço para seduzi-las. Aliás, não era de sua personalidade se prover de atrativos masculinos, e ainda assim, causava um poder sobre elas. Algumas tentavam puxar conversa; as mais moças abusavam dos decotes; as casadas o vigiavam da janela.

Nunca antes se observou tantas luzes acesas no Condomínio Greenville, antes da cinco da manhã. E Miguel, continuava com passos firmes e rosto concentrado, despertando sem perceber,  a crescente curiosidade do universo feminino.

Algumas mulheres até questionavam a sua masculinidade e, quem sabe, poderiam até por a prova. Talvez ele fosse apenas... misterioso. O que será que ele escondia debaixo daquela timidez?

No segundo andar, apartamento 204, Suzana maquinava sua abordagem. Não podia mais esperar, já havia tentado de tudo: saias curtas, decotes ousadíssimos, vestidos transparentes, perfumes diferentes... Em certa ocasião, ela o esperou no final da tarde e fingiu estar com o pé machucado demais para subir escadas. Vendo seu esforço descomunal, Miguel ofereceu ajuda, que foi aceita de imediato. Suzana se apoiou em seu ombro e este a segurou pela cintura para firmá-la. Suzana soltou um gemido que Miguel imaginou ser de dor, mas foi devido à pegada firme. Ela estava totalmente colada ao corpo dele sentindo seu cheiro agradável e sua pele quente.

Suzana, uma das mulheres mais bonitas da vizinhança. Mesmo com seus 37 anos de idade, sua aparência era jovial, além de um corpo escultural combinado a uma boca sempre vermelha e longos cabelos negros.

Mas ao que parecia, nem todos esses atributos eram capazes de mexer com a sanidade de Miguel como acontecia com outros homens em relação à beleza de Suzana. Por isso, ela queria a qualquer custo, abalar as estruturas daquele rapaz.

No fundo, a falta de interesse da parte dele a incomodava, causando questionamentos sobre não ser atraente o suficiente para ele. Ou será que ele tinha medo pelo fato de ser casada? Não importava; Suzana queria respostas e ela as teria àquela manhã. Não conseguia parar de pensar nas mãos firmes dele em sua cintura e nem naquele breve olhar que lançara ao deixá-la na porta de seu apartamento. Ela precisava desvendar o mistério daquele homem.

Suzana vestiu seu roupão de seda grafite, tendo por baixo apenas o conjunto de lingerie branco. Verificou se seu marido dormia profundamente, pois não seria fácil explicar sua saída àquelas horas. Assim, foi até o estacionamento tentando não ser vista e aguardou por Miguel.

Ele se aproximou do carro e fez menção de usar a chave, mas sentiu ser jogado contra o veículo e lábios urgentes apossando os seus. Seus óculos saiam do rosto enquanto seu corpo era explorado pelas mãos de Suzana. Entre os beijos, escutava frases do tipo: "como eu esperei por isso"; "eu já não aguentava mais"; ou, "quero você agora".

Alguns segundos se passaram até Miguel entender que estava sendo atacado pela gostosa do 204, porém ,não teve qualquer reação. Ao perceber o estado de inércia dele, Suzana para de agarrá-lo e o olha desiludida. Estava prestes a se desculpar por tão grande constrangimento e quando abriu a boca para falar algo, sentiu novamente aquelas mãos poderosas em sua cintura e, em seguida, girando-a para prensá-la entre ele e o carro. Ela não pôde acreditar quando sentiu suas mãos passeando por seu corpo e logo repousando em seus seios, apertando-os de leve.

Suzana tentava não gemer alto, mas os beijos dele eram tão sedutores! Miguel a beijava acariciando seus lábios e mordendo-os de vez em quando, e, quanto mais ele a apertava sobre o carro, mais ela podia sentir a ereção dele sob a calça. Como ela imaginava: ele tinha pegada!

Com um movimento, Miguel destrancou a porta de trás do carro e a abriu, empurrando a mulher para se deitar no banco. Fechou a porta e, lentamente foi subindo por cima de Suzana. Devagar como um felino. Desamarrou seu roupão e o abriu todo, apreciando a presa. Abaixou e depositou beijos quentes em sua barriga, sugando sua pele em alguns pontos, deixa-a arrepiada e zonza. Aquele garoto sabia fazê-la perder o juízo.

Como se fizesse isso sempre, Miguel abriu o fecho frontal do sutiã de Suzana e chupou os bicos eriçados dos seios dela. Ora mordiscava, ora lambia, ora chupava, ora beijava. Não podia ser melhor todas aquelas sensações que sentia. A quanto tempo ela não recebia carícias tão sensuais e eróticas? Para não perder tempo, ela desceu o zíper da calça de Miguel e abriu o botão empurrando-a para baixo juntamente com a cueca, revelando seu sexo formoso e rijo.

Miguel fechou os olhos e sentiu as mãos de Suzana em seu pênis, subindo e descendo deixando-o alucinado, então, ele pegou suas mãos num ímpeto e as puxou acima da cabeça dela. Com uma das mãos, Miguel segurou os braços de Suzana e com a outra ele rasgou a calcinha dela em uma arrancada só. Agora, ele já estava a apertando mais do que o normal, parecia fora de si devido a forma como ele olhava para ela: com desejo. Mas um desejo bruto.

Ele se afastou um pouco e ela acha estranho, mas estava ofegante demais para dizer alguma coisa. Mas percebeu que ele estava procurando algo no porta-luvas. Certamente camisinha, mas não era, eram cordas.

Então, ele disse pela primeira vez: "vamos brincar um pouquinho" e aquela voz rouca era como música para os ouvidos de Suzana. Com muito cuidado, Miguel amarrou as mãos dela e colocou a camisinha devagar, desenrolando-a pelo seu sexo, sem tirar os olhos dos seus. Um sorriso brotou nos lábios dele. 

Suzana olhava para ele cheia de luxúria esperando ansiosa pelo momento de ser tomada completamente. E ele pareceu ler seus pensamentos, pois, naquele exato momento, abriu com fúria as pernas de Suzana e a preencheu com força. De uma vez só.  Ela soltou um gemido surpreso, mas ele continuou inflexível, bombeando-a sem se importar com as reações ou pedidos de Suzana.

Quem poderia imaginar que um rapaz aparentemente inexperiente tivesse todo esse apetite e fúria? No entanto, ela detectou algo mais em sua expressão facial. Algo parecido com raiva.

Suzana olhou dentro dos olhos de Miguel e este parecia estar numa espécie de universo paralelo. Era... assustador, porém, excitante, e ela estava no auge do seu prazer, afinal, esperava por esse momento há muito tempo.

Miguel segurou com mais força ainda as mãos amarradas de Suzana e seus movimentos se tornaram ainda mais violentos. Ela tentava, agora, argumentar com ele, mas, ele não demonstrava nenhum interesse em atendê-la. O rapaz desceu as mãos para o seu pescoço e começou a alisá-lo. A princípio, as carícias eram leves, inocentes, contudo, no instante seguinte, Suzana sentiu um incômodo na região.

Ela estava tão perto do orgasmo que não conseguia raciocinar direito. O ar lhe faltava e sentiu seus lábios adormecerem. Por puro reflexo ela tentou se soltar, mas ele apertava ainda mais. Suzana estava entre o ápice e a agonia. 

Miguel, em seu estado de torpor total, sufocava-a. Bombeou o mais rápido que pôde dentro dela. Ela, em desespero, mas nenhum de seus esforços era suficiente para pará-lo.

Então, Miguel deu um urro, chegando ao clímax. Deu mais um grito abafado e fechou os olhos, sentindo sua respiração se normalizar, até que desabou sobre o corpo de Suzana. Um corpo imóvel. Mais uma vez seu autocontrole foi desafiado e derrotado. 

Ele então sai de cima dela, ajeita a sua roupa, coloca os seus óculos e toma seu lugar na direção do carro. Tinha algo para descartar antes de ir para a faculdade. Sentia-se realizado pelo prazer perigoso e insano que pôde proporcionar a mais uma mulher.  Mais uma que queria desvendar os segredos do moço que acordava cedo.

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a você que leu. Deixe um comentários, se puder, ok?

Beijos!