The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 7
Old Friends


Notas iniciais do capítulo

Olá, brigadeiros!
Helly Ivone, pedroossos, Isabella Vieira e Virgínia Machado saibam que vou continuar colocando o nome de vocês nas notas enquanto eu conseguir pensar em algo pra dizer, fica bonitinho ♥
Leiam isso aqui!!
O capítulo atrasou um pouquinho - talvez bastante - porque eu estava um pouco ocupada e não conseguia pensar em nada realmente bom, mas consegui algo que me agradou e tive algumas ideias. Me aguardem e boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651855/chapter/7

A luz do sol iluminava o quarto de tal maneira que Nico colocou o travesseiro rosto. Tentou voltar a dormir mas já estava desperto demais, então se levantou da cama e checou o relógio. Fez uma nota mental para comprar cortinas e foi para o banheiro.

A sobrinha dormia como um anjo. E com razão, ele pensava enquanto tomava banho, a menina tinha se escondido no quarto e pintado todas as paredes com tinta guache na noite anterior. E enquanto ele limpava o quarto dela, ela pintara todo o resto. Finalmente, depois que tudo estava limpo ele teve que correr atrás dela por uns vinte minutos até conseguir colocá-la na banheira. E isso depois que Perséfone e Hades foram embora. Quando ele a colocou no berço ela não dormiu, cantou por horas até pegar no sono, apenas para acordar um pouco depois, chorando.

Nico jogou a cabeça pra trás, sentia como se tivesse enfrentado um exército de dracaenaes, se acostumar a dormir boa parte do dia tem sua parte ruim.

Ele não estranhou Marie ainda estar dormindo, já que ela tinha dormido ainda menos que ele - ele cochilara no canto do quarto dela no meio do espetáculo de canto. Enrolou mais um pouco no banheiro, em seguida foi para o quarto e se vestiu.

Na cozinha fez o café da manhã mais incrementado possível: torradas, ovos, bacon e suco. Ouviu o celular tocando e ficou meio indeciso, deixar o bacon queimar ou atender? Optou pelo bacon, era bem raro quando ele não queimava algo, queria aproveitar esse momento mágico. Assim que colocou o resto no prato correu para o quarto.

A tela do aparelho ficou brilhando quando o desbloqueou com os dedos cheios de gordura de bacon, ele fez uma careta e limpou na roupa, velhos hábitos nunca morrem. Ficou tão surpreso ao ver quem tinha ligado que as sobrancelhas quase foram parar no cabelo. Na tela estavam as palavras “Ligação perdida: R.A.R.A. – 08:14.”

Reyna só ligara pra ele umas três vezes. Algo grave tinha acontecido? Com Hazel e Frank? Um nó se formou na garganta dele. Ela não ligara de novo então devia ser um bom sinal, mesmo assim ele discou de volta.

Grover quase tinha sido perfurado por uma lança depois que brincar com as iniciais de Reyna no meio do jantar. A única coisa que a impediu foi Juniper, que era a nova amiga da ex-pretora na época.

–Nico? Finalmente! – ela finalmente atendeu, ele conseguia ouvir barulho no fundo, como uma multidão.

–Oi, Reyna... está tudo bem? Hazel e Frank...

–Oh, não! – ela o interrompeu tão rápido que ele temeu ter sido muito indelicado – Desculpe... liguei do nada...

O nó na garganta foi se desmanchando aos poucos. Ele se concentrou na amiga, adorava quando ela ficava nervosa na frente dos amigos e se atrapalhava. Na frente da legião ela era sempre séria e constante, sempre sabia o que dizer e nunca gaguejava. Mas esses pequenos momentos mostravam que ela era humana e frágil como qualquer um. Okay, talvez não tão frágil.

–Não, me desculpe, Reyna. Não nos falamos há meses e a primeira coisa que falo é sobre minha irmã. Como você está? – ele encostou na parede.

Ele ouviu Reyna suspirar e se desculpar com alguém e então o barulho no fundo diminuiu.

–Estou... bem – ela disse. – As coisas por aqui estão uma loucura... Nico preciso de um grande favor.

–Manda – ele disse.

–Eu... não posso explicar agora. Meu voo pra Nova York sai em quinze minutos. Na última vez em que você foi ao Acampamento Júpiter enquanto eu era pretora, me disse que seu pai queria te dar um apartamento. Frank me disse que ele realmente cumpriu com a palavra, então... – ela deixou a frase no ar.

Ele levou alguns segundos para entender do que ela estava falando. Um rápido flash do apartamento e dos fantasmas, amigáveis ou não, que o visitavam pelo menos três vezes por dia veio à mente dele.

–De jeito nenhum! – ele disse antes que pudesse se conter – Quer dizer... por mim estaria tudo bem, mas fantasmas aparecem lá toda hora. Você iria odiar. Não fiquei brava, pretora – ele sorriu consigo mesmo.

Ela tinha dito a ele para parar de chamá-la de “pretora Ramírez-Arellano” mas ele continuava apenas para irritá-la.

–Ah, tudo bem, obrigada, Nico.

–Espera... estou no apartamento da Hazel, pode ficar aqui, acho que ela não iria se importar. Posso te buscar no aeroporto, se quiser.

–Sério? – ele pôde imaginá-la sorrindo – Não precisa me buscar, já falei com uns amigos pra me darem uma carona... Obrigada mesmo, Nico. Tenho que ir ou vou perder o voo.

Eles se despediram, Nico jogou o celular na cama e saiu, fechando a porta do quarto. Ficara tão desesperado em ajudar Reyna que nem pensara nos detalhes. Hazel e Frank só tinham um quarto de hóspedes. Ele passava mais tempo no sofá mesmo... Teria que cozinhar em horários normais, mas isso ele nem tentaria fazer.

Enquanto pensava nas coisas com que nunca tinha tido que se preocupar antes, entrou no quarto de Marie. As paredes de cor lilás refletiam tanto a luz quanto quando acordara. Ele a espiou no berço, os olhinhos ainda fechados. Teve pena de acordá-la, mas já passara da hora.

Nico foi chegando mais perto, tocou a bochecha da sobrinha e o coração quase pulou fora do peito com o susto. Ele a puxou do berço para os braços com cuidado e a deitou ali. O rosto, assim como o pescoço e praticamente Marie inteira estavam quentes como o Flegetonte.

Provavelmente não tão quentes, mas não foi o que pareceu ao tio desesperado que correu pela casa procurando a bolsa da sobrinha. Esquentou uma mamadeira ainda com a menininha no colo, não queria largá-la. Entrou no elevador com meio pedaço do bacon na boca.

Nesse meio tempo Marie tinha acordado e dado uma mordida na outra metade do bacon. Agora resmungava, ameaçando chorar.

–Calma, Mariezinha, o tio Nico, vai levar você num lugar e você vai ficar bem.

Ele terminou de engolir o resto e pegou a agenda da bolsa. Hazel dissera que qualquer coisa que ele pudesse precisar estava ali.

–Hey, Jimmy – ele gritou e jogou as chaves pro porteiro – uma mulher vai vir procurar por mim, o nome dela é Reyna, é alta, cabelo preto... entrega a chave pra ela, okay? Vou levar a Marie no hospital.

Ele passou voando pelo hall, quando respondeu ao porteiro o que Marie tinha, já estava na porta de saída. O táxi que ele tinha chamado esperava na frente do prédio. Nico informou o endereço do médico em que Hazel levava a filha e o motorista deu a partida.

–Não é como se eu pudesse esperar! A garota está queimando de febre! – enquanto discutia com a recepcionista ele pensou que deveria ter ligado antes.

–Senhor, são apenas alguns minutos, o médico dela já está atendendo alguém – a moça disse o mais delicadamente possível.

Nico viu duas opções possíveis, convocar guerreiros esqueleto e usá-los como guardas para entrar à força ou sentar e esperar. A segunda opção parecia mais viável, por mais que fosse difícil.

Ele se sentou numa das almofadas de couro roxas, Marie pediu o celular dele. Enquanto batia o dedo na tela no primeiro joguinho que o tio tinha encontrado ela parecia cansada. Nico colocou a bolsa no chão e prendeu o cabelo dela com um elástico para que parasse de cair na testa.

Depois de infindáveis minutos que pareceram horas na sala de espera colorida e cheia de brinquedos uma mulher loira saiu pelo corredor com um menino parecido com ela que devia ter uns seis ou sete anos, parou na recepção e saiu.

A ponto de se levantar, já que ninguém o chamara, um homem loiro usando um jaleco branco e forte demais pra ser um médico surgiu pelo mesmo corredor de onde a mulher tinha saído com o menino. Ele falou com a recepcionista e caminhou até Nico e sobrinha sorrindo.

–Como vai a netinha favorita de Plutão? – ele sussurrou para Marie. - Sou Joseph Campbell, mas todo mundo me chama de Jo – ele estendeu a mão. - Vamos.

Nico piscou duas vezes, confuso, depois que ele saiu, antes de se levantar e segui-lo pelo corredor branco com enfeites coloridos.

–Meio-sangue? – Nico perguntou fechando a porta.

–Filho de Febo – o médico sorriu. – Plutão ou Marte? – ele perguntou – Hazel e Frank nunca deixariam essa coisinha aqui – ele apertou o nariz de Marie – com qualquer um.

–Hades – Nico disse e começou a dizer o que sobrinha tinha.

Jo apontou um lugar para que ele colocasse a garota e começou a examinar Marie, a menina parecia achar aquilo extremamente desnecessário, Jo teve fazer caretas várias vezes para que ela abrisse a boca.

Depois de alguns minutos ele caminhou até a mesa e digitou alguma coisa. Pegou a folha na impressora e assinou.

–Está tudo bem com a nossa Marie. É só uma gripe bem forte – ele encarou a garotinha com um olhar acusatório e sorriu. – Se conheço bem essa senhorita, alguém aqui tomou sorvete demais.

Marie se virou como se pudesse se esconder na camiseta do tio, se entregando.

Jo sorriu e entregou o papel na mão de Nico, explicou pra que cada remédio servia e entregou um pirulito verde a Marie, Nico se sentiu irritado por não ganhar um também, mas é claro que não disse nada.

Ficou extremamente aliviado ao sair de lá. Afinal, não era nada grave.

Havia uma farmácia ali perto, depois de pagar os remédios ele ignorou o olhar feio do caixa quando sentou Marie ali mesmo e deu o primeiro dos remédios na boca dela.

Durante a viagem de volta pra casa ela dormiu agarrada ao pescoço dele depois de tomar metade da mamadeira. Nico deitou a cabeça no encosto do banco e ficou com os olhos fechados até que o táxi parasse.

Ele parou na recepção para pegar a chave do apartamento.

–A moça morena já pegou – Jimmy sorriu.

Nico achou estranho, um voo da Califórnia até NY iria levar, no mínimo, seis horas e meia, não tinha como Reyna já ter chegado, pouco passava do meio-dia. Ele agradeceu e subiu.

Com a mão na espada de ferro Estígio, ele abriu a porta, estava destrancada. Jogada no sofá, comendo o café-da-manhã que ele deixara na mesa, como se morasse ali, estava uma mulher de jeans e blusa preta de lã, olhos azuis e o cabelo preso num rabo de cavalo curto desarrumado, o rosto estranhamente familiar.

–Marie! – ela correu até eles e pegou a menina dos braços de Nico como se ele não estivesse ali.

Só então ele percebeu que a sobrinha tinha acordado.

Thalia? – ele disse depois de instantes a encarando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3

Lembram do Percy correndo atrás da Emily alguns capítulos atrás? Desenhei ela correndo (no papel mesmo), mas só vou postar se realmente quiserem ver. É que tipo, nunca mostrei meus desenhos pra ninguém, então..é aquela vergonha...
Mas digam pra titia ♥ ♥
Beijoos.