The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 20
The Future is Waiting For Us


Notas iniciais do capítulo

Olá, doces de amendoim!
Eu não estou me sentindo desesperada. Talvez se eu disser isso várias vezes funcione.
Vou deixar você aproveitarem o último capítulo antes de matá-los de diabetes.
Boa leitura.



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A última chamada para um voo soou pelos alto-falantes, pessoas das mais variadas formas físicas e nacionalidades se locomoviam pelo aeroporto tentando se comunicar ou não fazer isso.

Supreendentemente, o que os denunciou foi o barulho dos saltos de Hazel. Nico se virou em direção ao som, estranhando as botas até o joelho, a saia e a blusinha verde que a irmã usava. Frank ainda estava com a camiseta roxa do Acampamento Júpiter e lançava olhares feios para qualquer um que ousasse pensar em olhar para a esposa. Bom, isso até vê-los no pátio do aeroporto.

Os dois desistiram de andar civilizadamente, e correram até a filha. Marie, por sua vez, quase se jogou dos braços do tio, que a colocou no chão.

—Mamãe! Papai! - ela correu até eles.

Os três pareciam um grande bolo humano, abraçados ali no chão.

—Eles não são fofos? - Thalia perguntou, deu um passo e ficou ao lado de Nico.

—São - ele sorriu e passou o braço pelos ombros dela.

Ficaram observando Hazel dizer coisas para a filha enquanto Frank fazia caretas atrás dela e Marie ria. Depois que a garotinha deu uma bronca neles por passarem tanto tempo longe, finalmente se levantaram. Frank colocou Marie sentada no pescoço e a segurou com uma mão, com a outra puxou a mala. Hazel correu até Nico e o abraçou, na verdade, quase o sufocou.

—Senti sua falta.

—Também senti a sua. Não consigo respirar.

—Certo... - ela o soltou e partiu para a próxima vítima, Thalia.

Trocou um cumprimento com Frank.

—Foram para um acampamento romano cheio de regras ou uma feira de moda? - Nico sorriu para Hazel quando ela finalmente soltou Thalia.

—Ah, isso - ela olhou as próprias roupas depois de alguns segundos tentando entender. - A Quinta Coorte tinha algumas garotas precisando de uns conselhos, então elas me deram isso - ela deu ombros e começou a falar sobre as tais garotas.

Hazel estava contando algo sobre quase terem perdido o voo quando pareceu perceber algo muito urgente e se interrompeu.

—Espera... vocês dois estão...  - ela apontou Thalia e Nico - juntos?

Eles trocaram um olhar.

—É, acho que pode dizer isso - Thalia respondeu.

—Eu sabia - Frank gritou e deu de ombros ao ver todos encarando-o. - Sabia mesmo.

***

Eles abriram a porta do apartamento e deram um passo para dentro, mas pararam logo em seguida, se assustando com a quantidade de pessoas lá dentro que gritaram “surpresa”. Era pra ser uma festa de boas-vindas, mas parecia que alguém tinha virado o lugar de cabeça para baixo.

—Vão ficar aí parados? Entrem logo, eu estou com fome – Leo resmungou e puxou Hazel e Frank para o lado de dentro.

Alguém ligou o som alto, eram três da tarde, com certeza eles receberiam uma multa depois. Parecia uma festa de adolescentes, só que com Marie, Em, Luke e Calíope correndo. As estrelas do dia foram puxadas pelos amigos e Nico por Thalia até a mesa com doces.

—Refresque minha memória. Por que fizemos uma festa mesmo? – Nico perguntou enquanto analisava um doce feito de chocolate.

—Porque – Thalia começou a escolher alguns doces e colocar num pratinho – eu queria bolo e não iria gastar meu dinheiro – ela sorriu e o puxou de volta pra sala.

Eles se sentaram no sofá. Thalia comia os doces como se nunca mais fosse ver açúcar na vida. Nico tentava pôr os pensamentos em ordem.

Depois da festa ele iria embora. Por mais que amasse Marie e tivesse se apegado à garota precisava focar um pouco na própria vida. Por ser filho de Hades ele nunca pensara muito no fato de que um dia morreria. Sabia que morreria, sim, mas nunca percebera que estava deixando de aproveitar a própria vida até ter que ser responsável pela menininha.

Hazel oferecera o quarto de hóspedes, caso ele quisesse ficar mais um tempo, mas ele recusara. Veria Marie, com certeza, mas não com tanto frequência quanto no último mês. É incrível o quanto tão pouco tempo pode te mudar.

Leo se aproximou e sentou-se no outro canto do sofá.

—Comprei o apartamento. Aquele com vista para o East River— ele sorriu e deu um soquinho no ombro de Nico.

—Que ótimo, cara. Talvez eu até te visite, se estiver de bom humor – Nico respondeu.

—Aguardando ansiosamente. A pequena Grace também vai?

Thalia desviou a atenção do prato e abriu um sorriso doce.

—Se me chamar de pequena de novo, vou estrear seu novo carpete com o seu sangue, Valdez. E não, não iria a um lugar repleto de coisas que você construiu nem se me pagassem.

Leo deu ombros, se levantou e começou a dançar no meio da sala, totalmente fora do ritmo e sem se importar. Em seguida começou a cantar junto. Nico começou a rir da péssima interpretação da música.

—Green Day que me desculpe mas hoje vou ceder ao meu lado colorido – disse Thalia e se juntou a Leo.

Thalia era péssima cantando California Gurls, em cima da mesa de centro. E ela sabia a coreografia. Os outros começaram a se amontoar ali e rir, alguns até cantavam junto. A morena puxou Annabeth para o centro da sala e fez com que ela dançasse junto. Percy parecia uma hiena rindo, pior pra ele, Frank o empurrou para a pista de dança improvisada.

Nico não sabia como fizeram toda aquela gente caber na sala, mas anotou mentalmente para não dar álcool para aquelas pessoas.

Depois que a playlist Katy Perry acabou eles se cansaram de dançar. Percy foi jogar cartas com Frank, Travis, Connor e Grover na cozinha. Annabeth e Thalia foram conversar em um canto. Leo brincava com as crianças. Hazel falava com algumas garotas. Como sempre, Nico era o único que não se juntara a um grupo.

Toda a bagunça lhe trazia certa paz. Claro, se ignorasse os gritos, as vozes, o cheiro estranho vindo da direita...

De repente, Marie se cansou de brincar e estendeu os braços para que o tio a pegasse no colo com uma carinha chateada.

—O que foi?

—É verdade que você vai embora, tio Ico? - ela fez um bico.

—Quem te disse?

—Emmy.

—Não vou mais ficar aqui o tempo todo, mas vou vir te visitar sempre, o que acha?

—Promete? - Marie perguntou e ele assentiu, mas ela não se deu por satisfeita. - De dedinho?

—De dedinho - ele apertou o dedo dela e lhe deu um beijo na testa.

As pessoas começaram a ir embora depois das sete. Às oito, só restavam eles próprios, Percy, Annabeth e os gêmeos. O objetivo era arrumar, mas pareciam bagunçar cada vez mais. Alguém bateu na porta e Percy, que estava mais perto, correu para abrir.

Reyna estava parada do lado de fora, na frente de um homem, se a memória de Nico fosse tão boa quanto ele achava, aquele era Adam.

—Olha só quem deu as caras - Nico zombou.

E a filha pródiga retorna ao lar— Thalia recitou e correu para abraçar a amiga.

Eles não viam Reyna há semanas, desde a manhã antes de irem procurar Hipnos. E em nenhuma das conversas pelo celular ela dissera a Nico onde ou com quem estava, por mais que ele desconfiasse que Thalia soubesse.

—Hum... gente... esse é Adam Woods. Meu noivo – Reyna entrou e o puxou consigo.

—Espera. Como assim noivo? Desde quando? – Frank desistiu da bandeja que segurava e a colocou num canto.

—Três semanas e meia. Surpresa – ela levantou as mãos e falou sem muita empolgação. Ela estava ansiosa e realmente parecia esperar pela aprovação deles.

Por um momento constrangedor, ninguém se mexeu ou disse algo, até que Percy começou a falar algo relacionado a sempre ter lugar pra mais um na mesa. Nico não estava prestando atenção porque de repente tudo fazia sentido. Reyna evitando atender ao telefone, a hesitação em falar sobre o motivo e a saída repentina sem dizer para onde.

—Parabéns – Nico se aproximou deles sorrindo e apertou a mão de Adam. – Saiba que eu sei fazer muito mais do que esconder um corpo – sussurrou. Adam sem dúvida não esperava por isso, Nico quase riu da cara assustada dele. Abraçou Reyna e ficou segurando a amiga contra o peito, como se fosse uma filha que não queria deixar partir. – Vai me convidar pro casamento, não vai?

—Mas é claro! Vou precisar de alguns padrinhos. Thalia?

—Claro! Posso ir de All Star?

—Sem Thalia eu não teria criado coragem de ir atrás do que eu queria – Reyna sorriu, ignorou a pergunta e pegou a mão de Adam. Isso foi tão “não Reyna” que Nico começou a rir. Mas quem era ele para falar alguma coisa? Acabara de ser convidado para ser padrinho de um casamento em que Thalia Grace serie madrinha e seu par.

Eles conversaram espalhados pela sala por umas duas horas até eles irem embora. Adam parecia um cara legal, e se não fosse, Nico protegeria Reyna. Particularmente, torcia pela primeira opção.

Nico assistiu Enrolados com Marie pela quinquagésima vez, sabia todas as músicas de cor e de trás pra frente. Ela dormiu no sofá e ele a levou para o quarto, deu um beijo de boa noite e saiu do quarto. Frank e Hazel tinham ido dormir logo depois de Percy a Annabeth irem embora, estavam cansados da viagem.

Thalia não estava na cozinha, na sala ou no quarto. As malas dela ainda estavam ao lado do closet, assim, ele concluiu que ela estava em algum lugar ali e só restava um para procurar. Entrou no escritório e procurou o interruptor na parede, digitou a senha e esperou. Quando a passagem se abriu ele avançou até a varanda, onde Thalia estava, de costas para ele, observando a noite.

—Ei.

—Ah, oi – ela se virou, segurava o arco numa das mãos e uma flecha prateada na outra. – Esqueci isso aqui.

Ele mostrara a varanda secreta para ela numa noite em que ambos não conseguiam dormir. Desde então ela passava um bom tempo das noites estreladas apontando o arco para nenhum alvo específico, sem nunca soltar a flecha.

Um silêncio caiu sobre eles, ambos pensavam a mesma coisa e evitaram falar sobre esse assunto. Ficaram um tempo no “e então”, “sim”, “é...”.

—O que vai ser? – Nico perguntou. Não tinha como responder essa pergunta indiretamente, não sem dar a entender que estava fugindo da resposta.

—Eu não sei. Tenho quanto tempo pra decidir, cinco ou seis horas? – ela abriu um sorriso constrangido. Thalia Grace estava constrangida.

—Eu estava pensando... tenho esse apartamento perto daqui. Talvez pudéssemos ficar lá – ele se sentiu corar ao usar o plural.

Thalia o encarou confusa por alguns segundos antes de começar a rir histericamente e todo o clima estranho se foi com a gargalhada. Nico se perguntou se a parede seria a prova de som, caso contrário o som acordaria a todos.

—Está me chamando pra morar com você, di Angelo? – ela perguntou depois de recuperar o fôlego.

—Em minha defesa, eu não moro lá – ele revirou os olhos. – Mas, sim, Grace, estou te chamando para morar comigo. Não mordo, juro. Mas talvez a comida da geladeira seja radioativa depois do tempo que ficou lá – acrescentou.

—Não sei... ainda tenho alguns países pra visitar – ela colocou o arco na mesinha olhou pra cima.

—Não estou te pedindo em casamento, por mais que você queira, eu sei – ele riu. – Pode se mandar quando quiser.

—E o que te faz pensar que eu sequer consideraria a possibilidade de me casar com você?

—Vamos ser sinceros aqui, certo? Você me ama – ele sorriu, puxou-a pela cintura e a beijou.

Nico jogou as roupas que achou dentro da mochila, levou para a sala, deixou no sofá e pediu para Thalia esperá-lo na portaria. Era quase uma da manhã e eles só deveriam ir depois da nove, mas decidiram que deixar as malas e passar o resto da madrugada em bares como adultos irresponsáveis não poderia ser tão ruim.

No quarto de Marie, a luz fraca do abajur rosa era a única iluminação. Ela dormia esparramada no berço, o cabelo cacheado apontando em várias direções. Nico ficou ali olhando ela dormir.

Graças àquela pequena figura ele fora feliz nas últimas semanas como não era há anos. Via, finalmente, uma possibilidade. Jurou para si mesmo que estaria sempre ali para ela. E essa promessa ele cumpriria.

—Obrigado, garotinha.


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Notas finais do capítulo

Pensei por semanas no que escrever aqui. Não consegui pensar em nada bonitinho ou comovente. Sou péssimas em textos reais, se é que isso faz sentido.
Só queria agradecer cada um que acompanhou a história até aqui. Não sei se isso foi o que esperavam quando começaram a ler e espero que tenho gostado de passar o tempo aqui.
Eu me apeguei a vocês, sério mesmo. Na escola já ri sozinha do nada lembrando dos comentários. Minha mãe provavelmente poderia citar alguns nomes de tanto que gritei ao lê-los pela décima vez.

Bom, o que acharam do final?
Ainda vou postar o epílogo, como prometi, mas gostaria que comentassem aqui também.
Qualquer coisa em que pensarem, digam, vou adorar saber.
Titia ama vocês. Mesmo. A história não teria chegado até aqui sem o apoio de vocês.
Beijoss ♥ ♥ ♥ ♥



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