The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 2
Wait, Uncle


Notas iniciais do capítulo

Olá pequenos pôneis!
Obrigada a Daphne Di Angelo e Serial Killer, que comentaram o capítulo anterior ♥
Esse capítulo deveria ter saído algumas horas atrás mas eu precisava da foto perfeita
Espero que gostem ♥ ♥



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Tio Ico? – a garotinha perguntou.

Hazel assentiu e entregou-a para Nico. Depois que o susto passou ele relaxou, Marie ergueu a mão e bateu no nariz dele, rindo como se fosse muito engraçado. Tudo ficou bem por uns trinta e cinco segundos, então Marie começou a chorar.

–Oh, tudo bem, venha aqui, querida – Hazel a pegou no colo e se virou em direção a cozinha – Ela deve estar com fome. Já volto.

–Isso é muito estranho – Nico se levantou e começou a andar em círculos pela sala. – Como assim se casaram? Uma filha? Também são agentes secretos?

–Calma, cara... Hazel tentou te falar, tipo, mil vezes. Mas você nunca atendia e quando atendia logo dava uma desculpa. Marie e Hazel são as pessoas mais adoráveis que você já conheceu – Frank deu aquele sorriso bobo que você vê em filmes. E assim Nico teve certeza que ele falava sério.

Hazel voltou com Marie em um dos braços e uma mamadeira na outra mão.

–Menos quando estão com fome, não é? – Frank passou a mão dos cabelos cacheados da filha.

Nico sorriu e encarou a pequena família. Se completavam tão perfeitamente.

Frank tirou uma caixa de legos de uma gaveta e colocou no chão. Marie estendeu as mãozinhas pra ele, logo estava no chão, se revezando entre segurar a mamadeira e juntar as pecinhas. Hazel se juntou a eles, levando o irmão junto.

A menina analisou todos aqueles adultos em volta dela e distribuiu algumas peças para cada. Pegou uma verde grande e começou a construir uma torre enquanto todos observavam em silêncio, quando terminou passou para Nico.

Você– ela sorriu.

–Eu... o que?

A garotinha lançou-lhe um olhar irritado, como o que a irmã tinha quando ele discutia com Frank sobre Mitomagia, discussões essas muito raras. Muito raras. Talvez nem tanto.

Marie pegou uma peça vermelha do monte que tinha feito pra ele e entregou em sua mão, então puxou a mão até a torre. Nico fez o que ela queria, causando aplausos.

Espela, tio Ico– ela se levantou e saiu correndo pelo corredor com suas perninhas curtas.

Nico achara a menina uma graça, quando não estava chorando é claro. Sua admiração por Hazel e Frank cresceu, se uma criança começasse a chorar perto dele o máximo que faria seria entrar em desespero. Seus pensamentos profundos sobre como deixaria uma criança morrer de fome em 2 dias foram interrompidos pela risada dos dois. Começara do nada, Nico ficou confuso.

–O que aconteceu?

–Se eu conheço bem minha filha, você deveria correr – disse Frank.

–De quem foi a brilhante ideia de dar um estojo de maquiagem pra ela? - Nico perguntou.

Ele devia estar parecendo uma borboleta, ou na melhor das hipóteses, um palhaço. Pelo visto "espela" significa "salve-se enquanto pode, ó mortal".

–Foi presente da Piper - Hazel respondeu. - Ela disse que Marie nunca precisaria disso, mas seria divertido. E ela tinha razão não é, meu amor? - ela puxou a filha e começou a fazer cócegas.

O riso de Marie foi tão alto que daria pra ouvir do outro lado da cidade, e estamos falando de Nova York.

–Papaaaai - chamou ela ainda rindo.

Frank foi ao resgate da pequena, retribuindo o ataque de cócegas em Hazel. Ela caiu pra trás e então todos estavam rindo, exceto Nico.

–Ah, não seja tão chato - a irmã revirou os olhos e partiu pra cima dele.

Os monstros não sabiam disso, mas o jeito mais fácil de derrubar Nico era fazendo cócegas. Ele riu como não ria há tempos. Crianças tem esse poder, te fazem feliz sem fazer nada.

A energia de Marie parecia inesgotável. Agora ela estava sentada no colo do tio – que tinha lavado o rosto muito bem, obrigado - assistindo Procurando Nemo. Era quase dez da noite e ela ainda pulava, claro, havia dormido por umas boas horas antes de simplesmente aparecer e ganhar o coração do recém-descoberto tio.

O interfone tocou e Hazel foi atender, estranhando.

Alguns minutos depois um garoto que aparentava ter uns dezesseis anos e usava a camiseta do Acampamento Júpiter entrou.

–Hey sra. Zhang. Sr. Zhang - ele cumprimentou com um aceno de cabeça. - e... cara que eu nunca vi na vida. Como vai Marie?

Frank retribuiu o cumprimento, quanto a Marie gritou um "baaa" incompreensível.

–Hazel - ela corrigiu.

–Olá campista que nunca vi na vida.

–Sou Robert.

–Nico.

–Okay, Hazel, Reyna pediu pra entregar isso, disse que era urgente - disse o garoto, mexendo no cabelo claro com os dedos. - Bom, tenho que ir. Tenho um encontro com a Lia antes de irmos pro acampamento.

–A essa hora? - perguntou Hazel tirando uma rosa vermelha de um vaso de planta e entregando a ele.

Robert entregou um envelope nas mãos de Hazel, deu de ombros e saiu.

–Não estamos mais nos anos quarenta, Hazel - Nico zombou.

Hazel mostrou a língua pra ele e abriu o papel.

–Frank? - ela chamou depois ler.

Reyna havia deixado o acampamento quando fizera vinte anos, tinha passado um tempo na França e até onde ele sabia estava morando na Califórnia com o namorado.

Os dois conversaram aos sussurros quando Frank terminou de ler.

–Caras, eu ainda estou aqui.

–Nico, se importaria em ficar com Marie por uns dias?

–Que?!

–Frank!

– Que foi? Teríamos que dizer isso de um jeito ou de outro – Frank deu de ombros.

–Mas não assim.

–Se importariam em me explicar, por favor?

–O novo pretor pediu nossa ajuda. Deveríamos sair em duas semanas, mas Reyna não confia no cara e pediu pra estarmos lá depois de amanhã - Frank disse.

–Não podemos levar Marie pro meio de um acampamento cheio de adolescentes armados - falou Hazel.

–Não me levem a mal, sei que fui muito idiota ultimamente, mas não faço ideia de como cuidar de uma criança. Você estaria mais segura com os Stoll - Nico sussurrou para a sobrinha alto o suficiente para que os pais dela ouvissem.

–Por favor, Nico, você é a única pessoa em quem confiamos o suficiente para confiar nossa princesa - Hazel se sentou ao lado dele e fez careta para a garota.

–Péssima escolha. Já tentaram Percy e Annabeth?

–Eles mal dão conta dos gêmeos - respondeu Frank rindo.

Nico se lembrou de Emily, correndo atrás do irmão, Luke, quando ele pegara seus livros na última vez em que os vira. E eles tinham quatro anos. É, isso não daria certo.

–Jason e Piper?

–Vão estar no Acampamento Meio-Sangue.

–Thalia?

Thalia havia deixado as Caçadoras dois anos depois da guerra contra Gaia e os gigantes. Ninguém sabia exatamente o motivo, mas não a viram muito desde então.

–Nico! Ninguém além de Jason sabe onde ela se meteu – Hazel pegou um bloco de notas e começou a anotar alguma coisa.

–Já sei! Leo e Calipso! Calipso adora crianças e...

–...e praticamente vive naquela oficina com o Leo. Pare de ser chato, Nico, Marie adora você.

–Mas ela conheceu três horas atrás!

Ele tentou dizer que botaria fogo na casa, deixaria a menina cair, iria misturar sal e açúcar na comida, mas não adiantou e Nico acabou cedendo.

No dia seguinte Hazel passou o que pareceram centenas de recomendações, o que Marie podia comer, o que não podia, horários para dormir, contatos de emergência, lugares em que ele poderia levá-la – Hazel sabia muito bem da tendência do irmão a ficar fechado em casa.

Talvez ela tivesse escrito até o telefone dos bombeiros no caderno de anotações, só pra garantir. Quando a menina dormiu, por volta de umas três da tarde eles se despediram. Nico desceu até a portaria do prédio com eles, Hazel ainda falando sem parar.

–Estou falando sério, qualquer coisa, nem precisa ser grave, é só ligar. E se eu não atender chame Annabeth, ela vai dar um jeito...

Frank puxou-a pelo pulso e a beijou antes de pedir para ver se o táxi tinha chegado.

–Ela está desesperada, não pense que é por sua causa, realmente confiamos em você. Hazel nunca ficou mais de um dia longe da nossa filha – ele passou a mão no cabelo.

–Tudo bem, eu dou conta – Nico sorriu, não conseguia convencer nem a si mesmo.

–Ah, é, Hazel pediu pra entregar isso.

Frank entregou a ele um envelope e um chaveiro de ursinho. Ele se despediu novamente e foi andando até onde Hazel o esperava.

Nico observou eles entrarem no táxi e entrou no elevador. Jogou o envelope na mesinha de centro e foi até o quarto de Marie. Pendurou o chaveiro de ursinho em cima do berço e ficou olhando ela respirar por uns bons cinco minutos.

–Pois é, garotinha, parece que somos só nós dois.


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Notas finais do capítulo

Essa última parte deveria estar no próximo capítulo, mas não consegui esperar...
Comentem o que acharam, sugestões... vejo vocês semana que vem
Bjs