The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 18
Old Ghost


Notas iniciais do capítulo

Olá marshmallows! ~momento olha no google como se escreve isso~
Vamos fingir que o capítulo não está atrasado e ser felizes, que tal? :3
Prometi que não iria dormir até terminar e bom... são quase duas da manhã. De novo. Tenho um sério problema com relação a postar de madrugada...

Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/651855/chapter/18

A casa era grande, pintada de verde musgo e tinha um jardim na frente. O sol tinha dado as caras, mas o ar estava gélido por isso Nico tinha vestido um casaco.

Marie tinha ido com Thalia atrás da garota, Genevieve, Nico ficara com o menino, Dimitry.

Nico respirou fundo e tocou a campainha. Ninguém apareceu e ele tocou de novo e de novo até ouvir passos apressados. Quem abriu a porta foi um garotinho loiro de grandes olhos cor de âmbar, sonolento.

—Quem é você? – ele perguntou. – Eu estava dormindo.

—Sou Nico di Angelo. Estou aqui para... calma, você fala inglês?

O menino assentiu lentamente.

—Sou Dimmy Gauthier. O que você quer? – o inglês dele era quase perfeito.

Agora Nico sabia que era o garoto certo e que definitivamente era filho de Hipnos. Não tinha pensado realmente no que dizer, só na parte de chegar lá. Péssimo plano.

—Os seus pais estão? – perguntou. Se precisasse, iria dar um jeito de sequestrar o garoto, o que fosse. Ele só queria ir embora logo.

—Não. Não posso falar com estranhos. Tchau – ele ia fechar a porta mas Nico a segurou com as mãos.

—Calma aí! Seu pai me mandou, preciso conversar com você sobre algo sério.

—Papai sempre liga antes de mandar alguém – ele bateu a porta e Nico ouviu o barulho de chaves.

Do jeito difícil, então. Ele fechou os olhos e pensou no sofá que vira atrás do menino, no segundo seguinte estava sentado nele.

—Por favor não grite, não vou te machucar se você se sentar ali e ouvir – ele cruzou os braços.

O garotinho olhou o rapaz, a porta e as chaves na mão, então deu a volta lentamente até o outro sofá. Ele parecia assustado e olhava de um lado pro outro.

—Vou ser direto. Já ouviu falar de deuses gregos? – Nico perguntou e o garoto assentiu – Bom, eles existem e você é filho de um deles. E por acaso seu pai, Hipnos, me pediu pra levá-lo pro Acampamento Meio-Sangue. É pegar ou largar.

—O meu pai se chama Anton e ele não é um deus grego. Ele trabalha numa empresa de contabilidade – o menino explicou como se Nico fosse a criança.

O filho de Hades sentiu pena dele, de certa forma, era cruel. O garoto tinha uma vida normal e do nada aparecia alguém tentando arrastá-lo paro o meio daquela loucura.

—Veja isso – Nico desembainhou a espada e colocou sobre a mesa de centro quando o garoto se encolheu no assento. – Se não fosse um meio-sangue não conseguiria ver a espada. A não ser que pudesse ver através da névoa mas isso não vem ao caso.

De repente o garoto encarou a parede atrás de Nico com os olhos maiores do que já eram. Não havia nada lá, depois de dois minutos com o rapaz estalando os dedos na frente dele, Dimmy se deitou e caiu no sono.

Nico tentou acordá-lo de várias maneiras diferentes, cantando desafinado, cócegas no ouvido, um cubo de gelo que pegara no congelador, mas nenhuma funcionou. Ele desistiu e se jogou de volta no sofá. Seria difícil explicar se os pais adotivos do menino resolvessem aparecer.

Uns vinte minutos depois, Dimmy levantou num pulo tão repentino quanto a maneira quanto tinha dormido. Examinou tudo em volta e manteve o olhar em Nico.

—Eu vou arrumar uma mala - ele disse naturalmente. Só isso, como se minutos antes não estivesse duvidando completamente da história.

O menino começou a subir as escadas para o segundo andar e foi seguido pelo outro. Ele abriu uma porta, entrou no quarto azul e começou a jogar roupas e brinquedos em duas mochilas. Quando terminou entregou as duas nas mãos de Nico e voltou para pegar um travesseiro e um bloco de anotações.

—O que te fez mudar de ideia, garoto? - perguntou Nico se surpreendendo com o peso que roupas podiam ter.

—Um homem falou comigo enquanto eu dormia. Ele era legal, disse que você é um bobão, mas posso confiar. Disse que não era um sonho e que no fim das férias vai mandar alguém para me trazer de volta.

Ele correu por debaixo do braço de Nico para o andar debaixo.

“Por que eles têm que correr tanto?” Nico perguntou a si mesmo mentalmente  e desceu as escadas.

O menino estava na mesa da cozinha escrevendo no caderno de anotações. Por cima do ombro dele, Nico leu.

"Mamãe e papai,

O tio Edgar apareceu mais cedo pra me levar pra fazenda. Volto antes das aulas. Amo vocês.

Dimmy"

A letra dele era grande e torta, mas legível, e o pequeno recado ocupara toda a folha. Dimmy prendeu a folha na geladeira com um imã e se virou.

—Não me olhe assim, pegou a escova de dentes? - Nico ergueu uma sobrancelha.

Na praça da cidade o grupo parecia estranho, Nico, Thalia, Marie e os gêmeos procuravam algum lugar que vendesse o sorvete que a moça sugerira comprar antes de dizer às crianças que eles eram irmãos.

Genevieve tinha cabelos loiros, como os do irmão, mas os dela eram cacheados, os olhos eram castanhos e era uns cinco centímetros menor que ele. A mala que Thalia carregava para ela era rosa e tinha rodinhas. O sotaque era bem mais carregado.

Conseguir convencer as crianças fora muito mais fácil do que ele tinha imaginado. Pelo menos Hipnos ajudara em alguma coisa.

A maior preocupação de Nico era traçar uma rota segura para a volta. Ele estaria mais cansado a cada parada e o grupo maior chamaria mais atenção. Era um milagre que nenhum monstro tivesse aparecido ainda, Nico suspeitava que a presença de Hipnos afetasse a cidade nessa parte, mas assim que a deixassem, estariam em perigo.

Marie tinha feito amizade com Genevieve, que tinha pedido para chamarem-na de Ginny, a menor fazia todo tipo de pergunta e deixava a menina envergonhada, ela parecia ser muito tímida.

Nico deixou eles escolhendo o sorvete e foi se sentar numa mesa. Tirou um mapa-múndi todo marcado e uma caneta da mochila e começou a olhar o papel, esperando que ele se desenhasse sozinho, o que não aconteceu. Nico começo a traçar uma reta mas desistiu em seguida e voltou ao princípio.

—Que sabor você prefere? - Thalia perguntou, aparecendo ali do nada.

—Ahn... qualquer um, escolhe você - ele respondeu distraído.

—Problemas com o mapa ou com o número de passageiros?

—Ambos. Vou dividir a viagem em mais partes, mas toda vez que aterrissarmos vai ser como ligar um farol apontando para nós.

—Nós podemos dar conta de alguns monstros - ela sorriu e voltou para a fila.

Nico sorriu ao ouvir "nós" no lugar de "eu".

Pouco depois, eles vieram até a mesa. Marie trazia um milk-shake gigante que mal aguentava carregar e outro menor, esse ela entregou ao tio. Ele riu e pegou ela no colo. Dimmy e Ginny - céus, até os nomes eram parecidos - tinham pedido casquinhas e Thalia um sorvete enorme numa taça.

Dimmy tentava puxar assunto com a loirinha, mas ela parecia muito concentrada no sorvete para responder. Thalia encarava os dois, tentando pensar numa boa maneira de contar sobre o parentesco deles. Nico deixara bem claro que não faria isso. Por outro lado, tentar fazer Marie beber o milk-shake devagar era um desafio maior, de algum jeito ela conseguiu derrubar na roupa. Ginny se prontificou a pegar alguns guardanapos e limpar o rosto dela. Sob o olhar de todos na mesa ela deu de ombros.

—Eu tenho um irmãozinho - ela corou.

—Dois, na verdade - Thalia emendou e apontou o garoto ao lado dela.

Os dois encararam Thalia, então um ao outro e fizeram uma expressão de desdém.

—Tá - disseram em uníssono.

Eles eram tão... estranhamente fáceis de lidar. Começaram a conversar sobre videogames como se se conhecessem desde sempre. Dimmy se parecia com todos os outros filhos de Hipnos que Nico já conhecera, com o olhar sonolento, mas a menina, apesar de tímida, não tinha aparência de quem caíra da cama.

Marie derrubou milk-shake de novo e lá foi a loirinha limpar de novo. Mas dessa vez Marie agarrou a mão dela rindo, não seria nada demais se Genevieve não tivesse soltado o guardanapo, fechado os olhos e se levantado da cadeira num pulo com um grito agudo.

Praticamente toda a sorveteria se virou para a mesa deles. Thalia ignorou os olhares e deu a volta na mesa. Fez Ginny se sentar novamente e pegou as mãos da menina.

—Tudo bem?

—Ela... ela... Há uma corrente e está conectada com ela. Quando a corrente estiver completamente brilhante eles terão controle sobre ela - Ginny despejou, o medo era visível nos olhos dela.

—Eles quem? - Nico perguntou.

—Isso já aconteceu antes?

—Não sei. Aconteceu uma vez, quando minha mãe ficou grávida. Vai levar mais cinco horas, então estará feito - a menina tomou o resto do sorvete.

—Como sabe que temos cinco horas? -Dimmy perguntou.

—Tinha um relógio. Não vão deixar isso acontecer, vão?

—De jeito nenhum - Nico traçou uma linha torta no mapa, jogou uma nota na mesa e se levantou.

Uma hidra, um manticore, duas dracaena e muitas ninfas e náiades revoltadas. Foi o que encontraram no caminho. Nico estava quase se arrastando enquanto subiam a colina meio-sangue. Levaram três horas para atravessar o oceano, sendo que na ida tinha sido mais tempo e eram menos pessoas.

Anos atrás ele tinha levado uma estátua de doze metros e isso levara dias, carregar algumas crianças deveria ser fácil, certo? Errado. Ainda mais quando essas crianças estavam assustadas e tornavam difícil a tarefa de tirá-las de lá. Nico estava tão irritado que se mais algum monstro aparecesse iria chutar ele colina abaixo cem vezes. De fato, não viu nenhum, só viu Thalia disparando flechas duas vezes.

Finalmente ultrapassaram o pinheiro, Nico guardou a espada e colocou Marie no chão. Alguns campistas jogavam na quadra de vôlei, outros corriam de um lado pro outro com armas nas mãos. Por todo lado se via crianças e adolescentes conversando, mais um verão feliz e lotado. Para eles era apenas mais um dia comum.

Foram até a casa grande e pediram para um garoto chamar Quíron, Robert e Lia, que estavam na lista de Hazel na categoria “campistas para chamar quando precisar de algo no acampamento”.

Eles colocaram as crianças no sofá e esperaram. Thalia começou a andar de um lado pro outro e Nico ia até a porta de cinco em cinco segundos. Finalmente, depois do que pareceram séculos, Quíron apareceu, seguido por dois campistas. Robert, Nico já conhecia, e uma garota alta, de cabelos castanho-claros, com certeza Lia.

—O que aconteceu, crianças? – o centauro perguntou a Thalia e Nico.

Explicaram o mais rápido que conseguiram a história toda. Ele ouviu em silêncio e no final sorriu.

—Sabe que sua irmã vai te matar, certo?

—É, estou sabendo. E Frank vai ajudar. Mas foi por uma boa causa.

Quíron foi até uma estante de livros e tirou um envelope de cima e entregou nas mãos de Nico.

—Isso chegou esta manhã.

—Ahn... vou levar os dois para conhecer o acampamento – Lia interrompeu e foi até os gêmeos. – Que tal? Deixem as malas aí, depois o Robert leva pra vocês – ela sorriu e ofereceu as mãos.

—Vamos também Marie – Thalia disse.

Nico abriu o envelope e sentiu o sangue subir e ferver em cada canto de sua cabeça. A raiva não era destinada a Hipnos, afinal era cumprira a promessa. Era só uma palavra impressa num pedaço de papel. Minos.

A reação normal de Nico seria sair dali naquele momento mas se lembrou de explicar aos outros.

—Vou com você – Thalia disse assim que leu o nome no papel.

—Preciso que fique com a Marie. Dessa vez vou sozinho. Peça pra Reyna vir pra cá o mais rápido possível. Alguém aqui sabe cantar?

—Eu – Robert cruzou os braços e sorriu. – Okay, não sei. Mas toco violão, serve?

—Deve dar – Nico enfiou o papel no bolso e se virou para sair mas sentiu alguém segurando o braço.

—Dessa vez vou fazer o que disse – Thalia sussurrou – mas se algo der errado, juro pelo Estige, eu mato você e queimo o corpo – o olhar dizia que ela cumpriria a promessa.

Ele assentiu, deu um beijo na testa de Marie e saiu.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Erros, dúvidas, reclamações ou vontade de me dar uns tapas ligue... não ligue, só comente mesmo.
[Insira um comentário super bem-elaborado e discursivo sobre o capítulo aqui.]

Beijoss ♥ ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Little Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.