The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 15
Do You Swear?


Notas iniciais do capítulo

Olá, flocos de neve! ~Let it goooo~
Sério, revisei esse capítulo pelo menos quatro vezes, tirando umas coisas e colocando outras.
Pois é, pessoinhas, a fanfic está chegando ao seu fim. Depois desse provavelmente só vão ser mais cinco capítulos (noooooossa, realmente, muito perto, com certeza). Quando percebi isso fiquei meio chocada, porque já sei mais ou menos tudo o que vai acontecer.
Se algo ficar confuso é só perguntarem.

Boa leitura.



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De algum modo, algo ou alguém, invadira os sonhos de Marie e a estava assustando. O que restavam eram as perguntas. Quem faria isso? Com que objetivo? E mais importante, como parar?

Nico levantou num pulo e correu até o quarto da sobrinha. Para sua surpresa, ela ainda dormia, e tranquilamente. Nico passou a mão entre as grades do berço e pegou a dela, Marie segurou seu dedo e virou pro outro lado. Ele ficou ali sentado por vários minutos antes de se convencer a ir dormir.

Foi uma noite tranquila para todos. Exceto para Nico, que se levantou umas cinco vezes para checar a garota. Assim que amanheceu, ele engoliu um pouco de cereal e começou a fazer o que tinha que fazer.

–Preciso de informações - Nico disparou para o celular.

Fora sua primeira ideia do que fazer, ligar para o pai. Desde quando o deus dos mortos tem um celular? Desde que ele tinha um filho que não tinha dracmas infinitos para gastar com mensagens de Íris e lhe dera um.

–Bom dia pra você também, filho - Hades parecia irritado.

Nico revirou os olhos e continuou.

–Que tipo de pessoa ou ser tentaria invadir os sonhos da Marie? Ou conseguiria?

–Tentaria? Basicamente todo espírito inquieto, monstro ou deus menor em que consigo pensar. Conseguiria? Tire os espíritos mais fracos da lista e mantenha o resto. Por quê?

–Porque isso aconteceu, pai. Alguém está tentando assustar minha sobrinha e eu preciso saber quem é - Nico andou até a geladeira e pegou uma lata de Coca. - Por que fariam isso?

–A garota tem os poderes de Plutão e Marte, di Angelo. Se você fosse um cara mal e pudesse controlar qualquer espírito do submundo, convocar as riquezas, amaldiçoadas ou não, ter um bom estrategista, não tão bom quanto certos filhos de Atena, mas ainda assim... – ele parou um pouco - e tudo um num único super-guerreiro, ou guerreira, no caso. Iria perder a oportunidade? Ainda mais se essa tal garota tivesse a chance de ter herdado o dom de controlar a Névoa da mãe... sem falar que não sabem que ela tem a habilidade de Frank. Então descubra quem foi e eu jogarei pessoalmente no Tártaro. Ninguém mexe com a minha neta - Hades pareceu tão determinado que fez Nico rir. Pra quem mal estava prestando atenção segundos antes ele parecia bem preocupado.

–E como eu supostamente deveria fazer isso, considerando que te liguei pra pedir a resposta?

–Eu poderia, claro, simplesmente dizer, mas tenho que manter as aparências. Então "procure pela fonte original". Espero que esteja satisfeito, Apolo, não espere que eu rime! – gritou mais consigo mesmo.

–Ótimo. Um enigma. Grande ajuda - Nico virou outro gole.

–Argh... O sinal daqui é horrível. E nem pega Wifi, não sei porque me deu isso.

Nico murmurou um "adeus" e desligou.

O que exatamente era a fonte original?

* * *

Dois cestos de roupas já estavam cheios. Thalia adicionou mais um, pegou outro, vazio, e foi ajudar Reyna. Quando perceberam que, se não lavassem as roupas, elas não apareceriam limpas e passadas nos armários, deixando todos sem nada pra vestir, perceberam que tinham que lavá-las.

Eram pouco mais de três da tarde, Thalia tinha acabado de voltar de sua “procura” por um trabalho. Segundo ela tinha conseguido algo com um astrônomo mas não tinha parado pra explicar.

Nico tinha enchido um dos cestos com suas peças, assim como as duas mulheres. Mesmo sendo bem menores, as roupas de Marie ocuparam bem mais espaço.

A menina tinha sido vestida com um shorts jeans e uma camiseta amarela por alguém e ajudava trazendo peças sabe-se lá de onde pra eles. Ela os guiou até a lavanderia e abriu a portinha da máquina de lavar.

–Não pode pôr o sabão no olho porque arde - ela disse muito séria enquanto jogava o sabão de uma caixinha dentro da máquina com a ajuda de Reyna.

–Isso mesmo, M - Thalia piscou pra ela.

–Vocês têm certeza de que estamos fazendo isso certo? - Reyna perguntou.

–Não é só jogar o sabão nas roupas e ligar? - Nico riu.

Reyna ergueu Marie para que ela pudesse alcançar a prateleira.

–Tio Ico, quero falar com a mamãe - ela disse de repente como quem pede um copo d'água.

–Tudo... bem - Nico estranhou.

Não a parte de ela querer falar com a mãe, ainda não se acostumara com o quão direta ela podia ser. Assim que Marie crescesse um pouquinho mais seria um desafio dizer não pra ela. Se agora já era difícil...

Ele fingiu que realmente sentia muito por não poder ajudar, o que não convenceu ninguém, pegou Marie pela mão e foi até o computador. Ficou vendo enquanto a garotinha conversava com Hazel, em pé na cadeira, e meio que gritava e pulava ao mesmo tempo contando coisas.

Hazel sorria para a filha, como se a história de como Nico e Thalia competiram pra ver quem matava uma barata primeiro fosse muito interessante. Pra ela deveria ser mesmo, ver que a filha se divertia e estava bem, mas Nico podia ver nos olhos dela o quanto sentia falta da pequena coisinha espoleta que quase caíra da cadeira várias vezes.

A vontade que ele tinha de pegar a sobrinha e levar para o acampamento Júpiter só aumentou. Por mais que Hazel e Frank "não quisessem a filha no meio do furacão" nenhum dos três parecia capaz de aguentar mais tempo longe um do outro. Eles eram realmente uma família. A única coisa que o impedia era o trauma que uma viagem pelas sombras poderia trazer para Marie. Ela era tão viva e alegre, o extremo oposto dessa experiência.

Quando Nico viajou nas sombras pela primeira vez tinha acabado de perder a irmã e cada gota de dor que tinha nele aumentara em centenas de vezes, sem contar a raiva. Jamais deixaria que ela passasse por isso sem estar completamente ciente do que estava fazendo.

–Nico? - de algum lugar, Hazel chamou - Oooi... Nico?

Isso o tirou de seu transe e viu a imagem da irmã o encarando e Marie sorrindo. Ela pulou da cadeira para os braços dele e achou a brincadeira muito engraçada, ele a colocou no chão e Marie correu de volta para a lavanderia. Ele se sentou onde ela estava e esperou.

–Falo sério. Parece que faz mais tempo que saí daí do que de Nova Orleans - ela suspirou. - Vocês estão realmente bem, Nico?

Ele considerou contar a ela o que acontecera mas ela só iria se preocupar à toa. Ele tinha tudo sob controle.

–Estamos. – Ele forçou um sorriso. - Onde você guarda aquela coisa de pôr nas roupas depois de lavar?

Ela sorriu.

–No armário, em cima da secadora. Bem no fundo.

–Tem certeza que não quer vir pra cá? Posso buscar vocês dois e voltar em um dia.

Hazel nunca tinha tentado viajar pelas sombras sozinha, por mais que Nico dissesse que era muito útil quando precisava ir ao mercado. Ele tinha certeza que ela poderia vir sozinha, se quisesse, não tão rápido quanto ele, mas ainda assim.

–Tenho certeza. O novo pretor, Geordi Canters, está estranho. Fica checando onde estamos, sempre tem um campista por perto. Não agora porque ninguém sabe onde fica esse lugar - ela sorriu, orgulhosa - mas não quero arriscar que ele saiba da existência de Marie. E são só mais alguns dias.

Ele se perguntou como eles conversaram no meio de um treinamento e ninguém percebeu.


Nico desceu até o estacionamento e se concentrou. Tão cedo, a maioria dos carros ainda estava lá, o que dava uma boa cobertura.

Ele olhou em volta, procurando, e encontrou Tyler à sua frente, com as mãos nos bolsos e o sorriso no rosto. Atrás dele Catarina lhe deu um tapa na cabeça por sumir daquele jeito. Mais dois fantasmas se uniram ao grupo e encararam o filho de Hades sem entender nada.

–Vocês têm uma missão. Preciso que vasculhem todo o mundo inferior, nem que tenham que ir até o Tártaro - ele se lembrou de sua experiência no lugar. - Okay, talvez nem tanto, mas vasculhem todo o reino do meu pai, se necessário, até descobrir alguém ou algo capaz de invadir sonhos, por mais bem protegidos que estejam - encarou Adam enquanto dizia a última frase.


Depois de alguns minutos ele voltou para a lavanderia e encontrou a máquina soltando espuma por todo canto, Reyna e Thalia tentando desligá-la e Marie brincando com a espuma do chão.

–Céus... Como isso aconteceu?

–Sabão? - Reyna gritou e finalmente conseguiu encontrar o botão de desligar sem escorregar.

Os três se entreolharam por um segundo e então riram. Riram até doer, depois pegaram panos para secar aquilo tudo. Marie estava ensopada, Thalia colocou ela em cima do balcão enquanto terminavam, nem um pouco seguro, pra constar.

–Hum... alguma de vocês tem ideia do que é a "fonte original"? - Nico perguntou como quem não quer nada.

–Como assim? - Thalia tirou as roupas da máquina.

–Talvez de pesadelos, ou de coisas ruins. Invasões?

–Isso não faz sentido nenhum.

–Desembucha - Reyna ligou a secadora.

E ele contou tudo. Do sonho de Marie mudando do nada à conversa com o pai.

–É como se a coisa não quisesse que ela tenha sonhos bons. E quando tem, transforma eles em algo ruim - finalizou.

As duas ficaram em choque, em seguida começaram a pensar.

–Di Angelo, espero que não tente esse truque quando ela for adolescente – Thalia jogou um pano sujo nele.

Reyna teve que atender uma ligação, disse que sentia muito e que iria pensar na resposta e se virou pra sair.

–Hey, pretora – Nico chamou e ela se virou.

–Que foi?

–Tem certeza de que não quer conversar com seu adorado amigo Nico? – ele franziu as sobrancelhas.

Ela tentou manter uma expressão irritada mas acabou rindo.

–Conto tudo depois, prometo.

–De dedinho? – gritou Marie e bateu as mãos e um pote de produto de limpeza que tinha arranjado.

–Você ouviu a menina – ele estendeu a mão.

–De dedinho – ela o encarou e correu para o banheiro, molhando tudo e parecendo uma adolescente que conseguiu um par pro baile.

Nico tirou as roupas da secadora e pendurou para terminarem de secar.

–E a senhorita vai direto pro banheiro - Thalia pegou Marie do balcão e a colocou no chão.

A menininha saiu correndo na mesma hora.

–Thalia! Ela está descalça e com os pés molhados, vai cair... - ele reclamou.

–Pare de ser tão responsável, di Angelo - ela revirou os olhos.

Responsável? Nico? Ele queria rir mas pensando bem, em menos de duas semanas com Marie, se tornara mais cuidadoso com alguém do que fora com si próprio a vida toda.

–Vamos, para de fazer essa cara de vômito - ela se virou e o puxou pela mão em direção à porta.

Ele nem teve tempo de absorver o choque do gesto repentino pois teve outro choque para absorver: o do impacto das costas com o chão, já que os dois tinha esquecido que o chão ainda estava molhado. Sem espuma, mas molhado.

O par de olho azuis encarava Nico a menos de cinco centímetros de distância. Ele pensou que enrubesceria, ao contrário, sorriu e acabou com o pequeno espaço, beijando Thalia Grace. O motivo nem ele sabia. Quando ao invés de estapeá-lo, ela correspondeu, ele soube que ela também não fazia ideia do porquê.

Eles se deram conta do que estava acontecendo e se levantaram, não sem antes trocar um olhar, ela tentando sair dali o mais rápido possível e ele fingindo que tinha esquecido de pegar algo.

–Hipnos - ela disse, os dedos passeando no batente da porta.

–O... O que?

–A resposta. Para o que Hades disse. Hipnos é a origem.


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Notas finais do capítulo

A Suíça tem muitos castelos. Sério, muitos mesmo.
"Cara mal" fez mais sentido quando eu pensei, "bad guy".
Me baseei em Looney Tunes Baby ou Os Sete Monstrinhos (não me lembro qual deles) pra uma pequena parte desse capítulo. Acreditem, não é a que estão pensando.

Espero que tenham gostado ^^

Talvez o próximo capítulo demore um pouco mais.
Beijoos.



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