The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 14
Island


Notas iniciais do capítulo

Olá, pequenos unicórnios saltitantes!
Feliz natal (bem) atrasado. Queria postar antes (meu Deus, lá vem ela) mas não é fácil escrever com parentes brotando do Tártaro pra perguntar "o que você tá fazendo?".
Vou dedicar esse capítulo ao pedroossos por me dar uma explicação super detalhada (talvez até demais) sobre a reprodução de sátiros. E faz sentido. Também por comentar TODOS os capítulos até agora, sério, obrigada ♥
Sem mais enrolação, boa leitura.



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Praticamente todos os vestidos de Marie estavam sujos depois de Reyna levá-la pra todo canto com eles e Thalia deixar ela usá-los para brincar em casa. Nico não se importava com que roupa elas colocassem na sobrinha desde que não brigassem.

Mas hoje Nico decidira escolher ele mesmo as roupas, então ela estava com uma jardineira, curta o suficiente para correr de um lado pro outro sem ser picada por mosquitos, e uma camiseta por baixo.

Eles chegaram ao seu destino um campo que Leo indicara numa uma mensagem. Esta mensagem chegara no dia anterior, segunda e dois dias depois da festa dos gêmeos. Segundo Leo ele tinha convidado praticamente todos os meio-sangues da festa, mesmo que boa parte deles já tivesse voltado pra casa.

Leo Valdez e Calíope, a filha de Calipso, esperavam encostados nas grades do tal campo, dentro de um clube.

–Demoraram - disse Leo. -Lia, peça pra sua mãe ligar pro resto do pessoal, mi amor.

– O que foi? – Nico perguntou.

Valdez ignorou e emendou outro assunto.

–O pai da Lia não se importou por ela vir hoje - ele deu de ombros. - Era pra ela passar o dia com ele mas dei um jeito - Leo piscou - Thalia e Reyna vêm?

–Thalia ainda está se recuperando da festa, Reyna disse que ia resolver uns assuntos e depois vem - Nico colocou Marie no chão e ela correu até a pequena sala no canto, onde ficavam os equipamentos.

–Se recuperando... só se for a voz depois de gritar tanto. E assuntos? Por acaso tem a ver com o Adam?

–Conhece ele? - Nico tentou disfarçar o fato de que não fazia ideia de quem era o cara.

–Claro. O namorado dela, certo? - Valdez sorriu e Nico assentiu - Eles mais parecem gato e cachorro. Da última vez que vi ele estava indo pra uma joalheria. É estranho que ele não tenha vindo com ela.

–Estranho mesmo. Calipso está lá dentro? - ele fugiu do assunto - Acho que vou dar um oi.

Calipso estava brincando com a filha, era estranho se você pensasse nela como uma deusa. Por mais que Zeus fosse Zeus não a impedira de viver como mortal, já que depois de deixar a ilha ela passara a envelhecer normalmente. E também porque todo o Olimpo o culpou por vários meses depois Leo a trouxera de lá. Não que alguém tenha admitido.

Quando eles simplesmente pousaram com Festus no meio da área dos chalés três dias depois de todos aceitarem que o filho de Hefesto estava morto, Piper literalmente correra todo o acampamento atrás dele com Katoptris em uma mão e uma lança que pegara de um campista aleatório na outra.

Os dois, Leo e Calipso, tinham ficado juntos por seis meses, perceberam que ficavam melhores apenas como amigos. Anos depois, Calipso engravidara do namorado, um cara chamado Tyler Woods, mas também se separaram, mais ou menos quando Calíope tinha três anos. A menina passava a maioria do tempo com Calipso e Leo, mas quase todo o verão ficava com o pai.

O campo era pequeno e fazia sol, quando todos chegaram não havia uma só pessoa pisando sobre aquele gramado que não estivesse suando. Grover deixara Thomas e Arthur com Percy mais cedo – afinal era verão e alguém precisava impedir que os chalés fossem explodidos - e os dois corriam com Emily e Luke. Marie e Calíope conversavam sobre algo aparentemente muito interessante no primeiro degrau da arquibancada. Nico tinha perdido Mike de vista, mas considerando que o garoto era um Stoll, sabia que boa coisa não era.

–Bom, galera, sei que estavam esperando minha maravilhosa pessoa apresentar algo incrível, como de costume, mas só chamei vocês aqui pra jogar baseball mesmo - Leo ergueu os braços sorrindo, mostrando o campo.

–Eu ficaria bravo, mas outra opção era ajudar Annie com a contabilidade do acampamento. Então obrigado - Percy riu.

–Estão todos de férias mesmo - Calipso deu de ombros e trouxe os tacos.

Nico ajudou a pegar o resto e Percy tentou vestir as crianças com os equipamentos de segurança. Eles reclamaram que já estavam com calor e os maiores se recusaram a colocar, recebendo um olhar feio de Reyna que a essa altura já tinga chegado.

Nico não quis comentar, mas ela parecia irritada. Ela finalmente tinha voltado a falar com ele, Nico manteve pelo menos três metros de distância dela durante todo o jogo, estava tão irritada que jogara a bola ao acaso antes de começarem, quase acertando a cabeça de alguém.

Marie levou um bom tempo pra entender como o jogo funcionava e as regras dele. Não havia nenhuma sobre se transformar numa águia para rebater a bola - e furá-la - mas Nico criara esta depois de a acontecer duas vezes. Antes de terminarem e jogo ficaram todos encharcados depois que Mike “acidentalmente” ativou os irrigadores.

Reyna levou Marie para casa. Pelo menos foi o que disse que faria, mas Percy tinha prometido pagar sorvete pra todo mundo. Nico não tinha ido com eles porque Leo pedira que ficasse para darem uma volta.

Eles não eram melhores amigos mas era uma das poucas pessoas com quem Nico falara nos últimos anos. Em oitenta por cento das vezes a pedido de Hades, outras porque estava na cidade e nem ele nem Calipso sabiam o que fazer com fantasmas fugitivos.

Já passava das oito da noite e só agora começava a escurecer, Leo entregou as chaves para o segurança e eles seguiram andando pela calçada. Nico enfiou as mãos nos bolsos da calça e Leo tirou alguns objetos do cinto e começou a montar alguma coisa.

–Como vai o mundo inferior?

–Da última vez estava escuro e fedendo. E a oficina?

–Faliu.

–O que? – Nico virou a cabeça depressa.

–Brincadeira. Vai muito bem na verdade, vamos abrir outra filial, aqui em NY. Hazel disse que você podia me ajudar a achar um apartamento.

Leo estava se mudando? E Calipso? Eles tinham pelo menos três filiais em Ohaio nenhum deles tinha deixado a original. Eles basicamente faziam armas para meio-sangues e vendiam ferramentas como fachada.

–Calipso vem? – ele tentou soar interessado.

–Não, só eu. Espero ir sempre visitar a Lia, mas é Nova York, alguém tem que estar por perto. E Calipso passou milhares de anos numa ilha, desde que saiu de lá é como se tivesse encontrado uma nova, eu. É hora de cada um seguir o próprio caminho.

–Valdez, isso foi tão estranho... Tem certeza que não aceitou doces de deuses disfarçados? – Nico sorriu.

–Você estragou o clima depressivo, cara – Leu também riu. - Agora vou ter que te matar – falou, sério.

–Boa sorte tentando matar o filho do deus dos mortos, foguinho.

–Podemos ir ver os apartamentos logo? E não me chame de foguinho.

Nico tinha trabalhado em uma imobiliária por um mês e deixara isso escapar sem querer enquanto listava os motivos para ser o pior candidato para cuidar de Marie. Ele só tinha aceitado o emprego porque precisava de dinheiro e não iria pedir ao pai. Não era possível que todos os apartamentos tivessem sido vendidos ou alugados em menos de seis meses.

–Tudo bem, foguinho – ele suspirou – mas vou querer vinte por cento do valor.

Nico levantou a mão como se esperasse um hifive e assim que Leo tocou os fez sumir nas sombras. Ele sentiu o frio familiar e quase se sentiu feliz depois de todo aquele calor. Se concentrou em um apartamento específico, com vista para o East River. Ignorou as vozes que o chamavam na escuridão até sentir o ar abafado do verão de Nova York.

Abriu os olhos e viu que Leo estava meio verde.

–Se for vomitar, faça isso na janela, por favor. Não teria como explicar vômito no carpete sem aparentemente ninguém ter entrado aqui – Nico se encostou na parede. – Pode olhar. Tem dois quartos, a vista é boa e da última vez não tinha nenhuma velhinha que dorme às sete por perto.

–Pra sua informação – Leo parecia decidir se vomitava ou não – eu poderia construir algo pra bloquear qualquer som.

Ele decidiu que não vomitaria e começou a analisar o espaço. O trabalho nas forjas por anos deu músculos ao filho de Hefesto, Calipso o fizera se alimentar como um ser humano, ele não era mais o garoto magricela que usava um controle de Nintendo Wii para atirar contra monstros. O cabelo castanho encaracolado estava quase tão grande quanto o de Nico, Leo Valdez parecia um hippie maluco. Um hippie de quem você compraria qualquer coisa.

Eles visitaram mais quatro apartamentos vazios e dois ocupados – no primeiro ninguém viu os dois, já no segundo uma senhora gritou um pouco. Nico estava cansado e deixou Leo na porta do hotel onde estava antes de ir direto pra cama... ou sofá.

–Vamos lá, Marie... se você dormir agora te dou uma caixa cheia de cookies – ele ouviu Thalia falando do quarto de Marie.

Tirou o tênis e o jogou um pé em cada canto da sala. Entrou no quarto da sobrinha e a mesma estava pulando de um lado pro outro no berço.

–Cadê a Reyna? Oi, princesa – ele pegou a menina no colo.

Thalia o encarou como se fosse incinerá-lo com os olhos estilo Superman.

–Ela foi dormir, eu acho. Tenho dois livros pra ler e amanhã tenho que sair cedo.

–Onde você vai?

–Não é da sua c... – ela suspirou e tentou falar mais calmamente – Vou arrumar um emprego, alguém tem que fazer isso nessa casa. Além do mais, já estou no país há tempo demais sem fazer nada.

Ele estranhou a paciência repentina.

–No país? – levantou uma sobrancelha e a expressão assassina voltou para o rosto da moça. – Não está mais aqui quem perguntou. Só fica com ela enquanto tomo um banho, então pode ler, dormir ou sair por aí atirando flechas em pessoas aleatórias.

Ela revirou os olhos e pegou Marie.

Nico conseguiu passar vinte minutos debaixo do chuveiro antes de Thalia começar a socar a porta. Ele vestiu seu novo pijama, uma bermuda e uma camiseta cinza velha, e voltou para o quarto.

Nico jogou com Marie no celular até ela se cansar, pegou-a no colo e balançou a menininha nos braços até ela cair no sono. Não entendia por que ela se recusava a dormir. Estar com saudades dos pais tudo bem, mas nos últimos dias era só na hora de dormir. O que a incomodava tanto? Talvez algo que só acontecesse enquanto dormia, um sonho? Isso, talvez essa fosse a resposta.

Colocou ela no berço com cuidado e saiu. Se deitou e depois do dia correndo de um lado pro outro dormiu rapidamente.

Em seus sonhos era fácil navegar se ignorasse as lembranças. A irmã e a mãe tinham um destaque especial, aparecendo várias vezes. Era como se ele estivesse num terreno cinza e vazio, sem um céu e com muita neblina. Nico se concentrou em pensamentos felizes. A batalha de Manhattan, quando o exército de Hades aniquilara os monstros ao redor do Empire State. Hazel e o bolo de aniversário que ela tinha feito pra ele anos atrás. Marie rabiscando uma revistinha de colorir. Ele se concentrou na última e entrou nos sonhos dela.

Eles estavam num cômodo grande, frio e escuro, Marie parecia aflita, até que uma porta se abriu, inundando o lugar de luz, e ela correu pra lá. No sonho, Marie usava um vestido amarelo e estava descalça. Nico a seguiu e agora eles estavam num campo, grama verde e algumas flores. Ela corria entre as plantinhas em direção a uma mulher que a observava sorrindo, Hazel.

Marie a abraçou e Hazel a puxou pra cima, sorriu e beijou a bochecha da filha. De repente Frank apareceu, – ele também não parecia notar Nico - colheu algumas flores, colocou um lírio branco nos cabelos da filha e deu as demais para a esposa. Hazel cheirou as flores e foi desbotando aos poucos, até que sobraram apenas Marie e Nico. O vestido amarelo que ela usava antes agora era preto.

Ela olhou de um lado pro outro a procura de uma saída mas só o que havia era a escuridão. O ar ficava cada vez mais denso, como se estivessem em uma antiga armadilha egípcia. Marie começou a fazer cara de choro, Nico hesitou mas correu lá, se abaixou e a abraçou.

–Está tudo bem. Fique calma, estou aqui.


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Notas finais do capítulo

Essa última parte era originalmente pro PoV da Marie, mas escrevi no celular e perdi o arquivo quando formatei :3 isso e três capítulos de uma fic Percabeth que estou dizendo que vou escrever de novo há um mês. Notas finais sem comentários desnecessários não são notas finais.

Espero que tenham gostado. Beijoos ♥ ♥


Ah, feliz Ano Novo.



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