The Little Girl escrita por Swimmer


Capítulo 12
Party / Parte 1 Annabeth-Thalia


Notas iniciais do capítulo

Lendo os comentários de vocês não consegui deixar de escrever todas as ideias que tive e vocês deram. Então juntei tudo e ficou muito grande, por isso dividi em duas partes, a segunda sai amanhã (domingo) ^^

Boa leitura.



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Annabeth

O notebook sobre a mesa da cozinha dizia que eram 03:17 da madrugada, quando Annabeth percebeu, se assustou. Tinha começado a mexer com aqueles papéis antes das dez, depois de colocar as crianças para dormir.

Manter os dois na linha a deixava maluca, mas ela amava cada segundo. Emily tinha herdado o raciocínio rápido dela e o descontrole do pai, ou seja, não parava quieta por um segundo. Luke era mais reservado, comparado à irmã, mas ainda assim era difícil manter os livros e videogames nas prateleiras ou fazê-lo escolher apenas um de cada vez. Quando os dois conseguiam concordar em algo era um milagre que a casa permanecesse em pé.

Os filhos eram, juntamente com o marido, a melhor coisa que já lhe acontecera. Superando a vez em que ganhara o laptop de Dédalo, a primeira vez que vencera uma luta sozinha, quando viu Thalia voltar à vida ou quando foi nomeada arquiteta do Olimpo. Eram todos acontecimentos inesquecíveis e uma parte de quem era, mas aqueles três a faziam cada dia mais feliz.

Ela teria que acordar cedo na manhã seguinte para trabalhar e olhando as folhas de caderno pensou em como tinha se metido nisso. Ela e Percy estavam vendo TV certa tarde quando os filhos apareceram, com a típica cara de criança que aprontou.

–Olá, mãe - Luke sorriu e se sentou ao lado dela.

–Como vai, pai? - Emily se sentou na outra ponta, com o rosto de anjo pronto.

–Tudo bem, o que vocês fizeram? - Percy sorriu.

–Por que pensariam algo assim de nós? Não podemos querer saber como estão? - se não conhecesse o filho, poderia dizer que Luke se sentira ofendido.

Uma coisa que o garoto herdara do pai: a habilidade de mentir ótima e descaradamente.

–É claro que podem, querido. Me desculpe - Annabeth entrara no jogo.

Exceto pelo barulho da televisão, a sala ficou em silêncio por dois minutos inteiros.

–Nosso aniversário é mês que vem e nós queremos uma festa - Emily não se conteve.

–Em! - Luke gritou.

–Tá, se você não quer explicar eu explico!

–Calma, calma - Percy interveio. - Sem pressa. Luke?

–Sempre passamos o nosso aniversário no acampamento, mas esse ano queremos outra coisa - ele disse ainda meio emburrado.

–Queremos uma festa aqui em casa! E com o tema dos Vingadores! Com um bolo do...

–Não foi isso que combinamos, sua trapaceira - Luke interrompeu e recebeu um olhar irritado dos pais - Desculpem. A Em quer os Vingadores mas eu quero a Liga da Justiça e não seria justo.

–Antes de decidirmos isso me contem, por que tem que ser aqui? - Percy perguntou colocando Emily no colo.

–Primeiro porque não podemos levar nossos amigos pro acampamento - ela respondeu.

–Segundo porque queremos que heróis de verdade venham também! - Luke exclamou, animado.

Annabeth tentava pensar em uma maneira de dizer que, mesmo que existissem, Tony Stark e Bruce Wayne não seriam exatamente pessoas acessíveis sem estragar a imaginação deles quando a filha a surpreendeu.

–Queremos que convidem todos os seus amigos que lutaram contra Cronos e Gaia!

A boca da loira formou um "O" perfeito. Não sabia se estava mais surpresa pela curiosidade deles em conhecer os “heróis” ou o meio que arrajaram. Essa gente toda nem caberia aqui, foi seu primeiro pensamento. Eles obviamente não tinham o telefone de todo mundo de sua época no Acampamento Meio-Sangue na lista de discagem rápida. Mas talvez se convidassem só os amigos mais próximos...

Desde que eles levaram as crianças pela primeira vez ao acampamento, elas ouviram as histórias de outros campistas. Claro, ela tinha contado aquelas histórias pelo menos cinco vezes, mas aparentemente a versão em que Annabeth e Percy duelavam na primeira vez em que se viam, na ponta de um penhasco enquanto Zeus assistia era mais interessante.

Não gostavam de ficar repetindo as mesmas histórias, certas partes eram muito tristes, mas de qualquer forma não negavam nem confirmavam nada.

E assim Percy e Annabeth concordaram com a ideia maluca das crianças e começaram a fazer a lista. Lista essa que ela tinha mãos agora, checando quem tinha confirmado presença ou não.

Recebera pela manhã uma mensagem de Thalia dizendo que ela, Reyna e Nico iriam trazer Marie. Ela adorou saber disso, ao mesmo tempo que teve vontade de bater em Thalia por viver sumindo. Ela aparecia uma ou duas vezes no ano e nunca dizia pra onde ia.

Cogitou perguntar desde quando os três eram amigos, porém sabia que não obteria resposta tão cedo.

–Annie... ainda nisso? Deixa pra amanhã - Percy entrou no cômodo.

Ele havia cochilado no sofá e ela não quisera acordá-lo.

–Já estou acabando - ela esfregou os olhos - Organizar uma festa infantil nunca foi tão difícil.

–Deve ser por que nunca precisamos da ajuda de Hécate pra encobrir a casa, nem pedir armas automáticas pro chalé de Hefesto, ou ajuda de Apolo com...

–Eu entendi, obrigada - ela sorriu. Estendeu as folhas pra ele e apontou o espaço ao seu lado. - Me ajuda.

Ela abriu o próximo e-mail, era de Piper.


Hey, Annabeth.

Jason e eu recebemos o convite, e claro, vamos. Como as crianças estão? Faz tanto tempo que não vejo vocês. Uns três meses, que horror. Enfim, temos uma novidade :3 Conto no dia da festa.

Bjs, Pipes.


Leu em voz alta e passou para o próximo, Percy marcou os nomes deles na folha.


Nossas saudações, minha cara Sra. Jackson. Aliás, eu sempre disse que vocês iriam acabar se casando.

Tá, Katie e eu com certeza vamos porque festa de criança tem docinho e... ela me bateu e disse que sou mal educado. Vou lhe poupar do texto enorme que ela quer escrever. Iremos e o preguiçoso do meu irmão que não pode andar até o computador pediu pra avisar que vai com a Violet.

É isso. Travis.


Depois de vários e-mails, eles terminaram. Annabeth colocou o notebook de qualquer jeito na mesinha do quarto, ao lado da cama e foi até o banheiro lavar o rosto.

–Finalmente - ela suspirou.

–Cansada? - ele perguntou e ela assentiu. - Eles vão adorar, não se preocupe.

–Tudo tem que ser perfeito, Cabeça de Alga. Os lugares, a comida... Por Atena, esqueci de conferir se a decoração está pronta – ela secou o rosto com a toalha azul clara.

–Eu também te amo, Sabidinha - ele sorriu a beijou. – Passo lá amanhã. E além do mais nossos amigos são tão idiotas que nem perceberiam se algo estivesse fora do lugar. Nem se essa coisa fosse um dragão de metal no jardim.


Thalia


Por mais disposta que Thalia estivesse para uma discussão se cansara do mimimi com as roupas de Marie e deixara Reyna vesti-la de lilás.

Tinha parado de se importar com o que pensavam dela muitos anos atrás, sempre disposta a se sacrificar pelos amigos, mas não pelo título.

Esse fora um dos motivos que levaram a se juntar à caçada de Ártemis, dentro daquela pequena família se sentira confortável, além do mais, uma filha de Zeus poderia querer mais do que ser a tenente da deusa? Thalia queria.

Depois de alguns anos a parcial "imortalidade" começara a se mostrar algo diferente, um peso. As companheiras não eram mais as mesmas pessoas, tudo parecia estranho e algo... algo a incomodava, como se mesmo depois de todos os anos entre elas, aquilo não estivesse certo.

Algo a chamava para uma busca por algo novo. Uma busca que ela deveria fazer sozinha. Ela conversara com Ártemis por horas tentando explicar a necessidade de partir, falou sobre as coisas estarem diferentes e pediu alguns meses. Ártemis lhe deixou partir mas com uma condição: ela deixaria a Caçada pra sempre, nunca poderia voltar e a imortalidade, logicamente, seria retirada.

Ela pensou por um longo tempo, até que sentir que se não tomasse uma decisão logo, explodiria. E aliás nenhum evento apocalíptico ocorreu no dia em que completou dezesseis anos.

Desde então ela viajara o mundo, nos primeiros seis meses explorou o Nepal de cima a baixo, em seguida passou uma semana no Egito. Essa fora a semana mais estranha. Passara pela Venezuela e pelo Brasil. Depois do Japão, da Índia e da Angola sabia tantas línguas e tinha trabalhado em tantas coisas, conhecera tantas pessoas que era praticamente impossível surpreendê-la.

Sua próxima parada seria a Espanha. Não, ela não jogava alfinetes aleatoriamente num mapa-múndi. Ia onde achava que tinha que ir, como um pressentimento. Às vezes se sentia frustrada por ter deixado tudo pra trás.

Tomou um banho rápido e colocou o vestido preto que tinha comprado. Era verão, estava calor, mas afinal, ela ainda era Thalia.

Reyna colocava os presentes na sala e Marie no sofá. Thalia conseguia ver todo aquele tecido lilás do vestido sujo no fim do dia. Foi até o quarto buscar os presentes de Luke e Emily e aproveitou para bater na porta do banheiro.

–Anda logo, di Angelo, estamos atrasados – gritou irritada.

Pegou a sacola, uma sacola muito grande, com duas caixas dentro, e o celular. O vestido não tinha bolsos então colocou o aparelho no coturno. Carregou a caixa pelo corredor mas parou ao ouvir um celular tocando, chamou Reyna, sem resultado, e resolveu atender.

Na tela, a foto de um cara loiro – lindo, mas Reyna provavelmente não iria gostar da observação – com nome de Adam. Ela atendeu e esperou.

–Oi. Quem é?

–Adam. Adam Martineau. Esse não é o celular de Reyna? – o sotaque francês era bonitinho, mas a curiosidade lhe fazia se perguntar quem era Adam.

–Reyna? De onde a conhece? – ela voltou a caminhar até estar de frente pra ela – Quem é Adam? – sussurrou.

A ex-pretora derrubou a caixinha que segurava no chão começou a sussurrar vários “não”.

–É uma longa história, – ele disse – ela está ou não?

–Ahn... ela teve que ajudar uns amigos com um projeto de dança. É algo sobre resgatar a cultura.

O tal Adam pareceu estranhar mas agradeceu e desligou. Thalia devolveu o celular e encarou Reyna.

–Não me olhe assim, eu te chamei pra atender. Seu namorado?

–Sim... Não! Mais ou menos, não sei. E eu não danço.

–Como ele pode ser e não ser seu namorado ao mesmo tempo? Vocês terminaram?

–Não exatamente... - ela enrolou. - Nico! Vamos?

–Depois, pretora - ela disse e o homem ficou encarando as duas.

–Tenho medo de perguntar, então vamos.

A casa de Percy e Annabeth ficava num lugar tranquilo e com muitas crianças na vizinhança. Thalia às vezes ficava com as crianças da melhor amiga e odiava quando se juntavam com outras com outras seis ou mais, nunca conseguia saber quem era quem.

Ela avistou a casa azul - Percy Jackson e sua obsessão pela cor moravam lá - e ajeitou a caixa no colo. Eles saíram do táxi e pagaram. Estavam realmente atrasados, vários carros estavam estacionados na frente da casa. Nico pegou a mão de Marie e foi na frente, logo cabelos loiros surgiram e Annabeth estava apertando Thalia num abraço muito desnecessário.

–Annabeth... Thalia, lembra? Não abraço pessoas.

–Por que insiste em sumir? - ela olhou para os outros sorrindo - Que bom que vieram.

A loirinha escolhera um vestido vermelho e branco, Thalia não a via a tanto tempo que parecia ainda mais bonita com as cores.

Ela os guiou até os fundos, onde várias mesinhas brancas estavam, quase todas lotadas. No gramado muitas crianças corriam, brincando de algo semelhante a pega-pega de um jeito estranho.

–Vou chamar as crianças pra dar um oi, mas não esperem que eles fiquem aqui, não pararam um segundo desde às nove da manhã - disse Annabeth fazendo todos rirem.

–O que acham de sentarmos? - Reyna perguntou e assim fizeram.

Thalia deu uma olhada rápida ao redor e reconheceu vários rostos, inclusive o do irmão e a namorada, teria de ir até lá depois.

–Tia Thals - Luke apareceu e a abraçou.

Ela olhou para ele e sorriu, tinha o rosto e o cabelo de Annabeth e os olhos de Percy, mas algo no modo travesso que sorria a fazia se lembrar de Luke Castellan, era uma das únicas formas de pensar nele de uma forma feliz depois da guerra dos Titãs. Com o canto do olho ela viu Nico e Emily trocando um hifive e Reyna sendo bombardeada de perguntas.

–Trouxe algo pra você - ela entregou uma das caixas - Depois me diz se gostou.

Ele agradeceu, abraçou Thalia de novo e foi falar com Reyna e Nico, enquanto Emily correu pra ela.

–Sentiu minha falta?

–Não - Em sorriu. - Tá, um pouco. Meu irmão é insuportável.

–Você me ama - ele sorriu.

Thalia entregou a outra caixa pra ela e fez as perguntas habituais, - Como vai a escola? Foi atacada por algum monstro enquanto andava de bicicleta?– antes de ela pegar a mão de Marie e voltar correndo para o grupo de crianças, seguida pelo irmão. Percy foi até eles, pegou os pacotes e entrou para guardar, sem nem notá-los.Parecia ainda mais nervoso com a festa dos filhos que Annabeth.

Logo as crianças correram pra dentro e Thalia achou que era hora de falar com alguns velhos amigos.


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Notas finais do capítulo

A partir de hoje estou oficialmente de férias, o que significa que vou ter tempo livre em excesso, o que pode gerar capítulos com mais frequência, fiquem de olho u.u

Novamente não achei tempo pra responder todos os comentários, mas como eu disse agora tempo bastante. Até minha amada mãe me escravizar :3

Beijos, até amanhã ♥



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