O Sapo Rosa não foi resiliente quanto à publicação da revista O Pasquim, logo passou a proibir a sua circulação. Os dias ficaram cada vez mais úmidos e abafados; arrastam-se como um relógio quebrado. Na realidade, o tempo parece ter parado para mim pelo fato de faltar apenas uma semana para a minha viagem de Páscoa.

Recebo hoje a resposta de minha mãe, com informações sobre o feriado, uma vez que ainda não sei para onde iremos ou que faremos. Espero ansiosamente a coruja parda voltar com o envelope de pergaminho no bico enquanto passeio pelo castelo.

Vejo as pessoas observando e falando aos sussurros quando meu amigo, órfão e agora privado de jogar quadribol, passa pelos corredores. Luna, por sua vez, parece satisfeita, embora eu ainda não consiga fazer uma análise clara do que se passa em sua cabeça.

O auge do meu dia é, contudo, a aula de Aritmancia. A professora devolve os trabalhos e contemplo minha nota integral. No rodapé do pergaminho, leio as observações que ela escreveu, sentindo-me como se estivesse voando.

“O espetacular de seu trabalho é ter usado como referência o manuscrito original, escrito em italiano. Como sempre, a senhorita excede as expectativas.”