The Diary Of Jane escrita por 2Dobbys


Capítulo 2
Epílogo: 7 Anos Depois




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******* 7 anos depois… *******

- Contra outra vez!

- Sim, explica de novo a parte da Fénix!

Quem diria que eu estaria rodeado de crianças no momento? Quem o iria imaginar há 7 anos atrás? Nem eu! Crianças que adoram ouvir-me falar de uma das melhores feiticeiras de todos os tempos com um tom que eles adoravam embora ainda não o reconhecessem, de Paixão?

Eu, Draco Malfoy, tinha-me exilado há 7 anos atrás, indo viver para a Bulgária, ao abrigo do meu novo e improvável amigo, Victor Krum. Mudei o meu nome para Darius Granger, um suposto primo distante de Hermione Jane Granger, feiticeiro. Tinha tornado o meu cabelo loiro platinado num tom loiro escuro. Aprendera a gostar de sol, sendo que agora a minha pele se apresentava mais morena, com os traços pálidos e aristocráticos completamente apagados. Quem me visse agora, mesmo o Potter e os Weasleys, de certeza que não me riam reconhecer, pois é necessário não esquecer que todos mudámos, pois crescemos também fisicamente.

Agora eu sabia o conteúdo daquele bendito Diário que ela me deixara, de trás para a frente e da frente para trás. Cada palavra me tocava como se fosse proferida pela sua boca, modelada pela sua voz inconfundível. E eu fizera a sua última vontade, com a ajuda de Krum (e da sua influência): criar uma cópia de algumas partes do diário (indicadas por ela), para formar um livro, algo que todos pudessem ter acesso (que ela me deu como exemplo um livro muggle chamado 'O Diário de Anne Frank', do qual eu fui à procura, para perceber o ponto de vista).

Sim, pois ela falava não só dos benefícios de se pertencer ao lado da Luz durante a Guerra, mas também do lado malefícios. Os prós e os contras; pois 'nem tudo é um mar de rosas'. E queria também que se publicassem algumas partes em que falava de mim, limpando aos poucos a imagem que o mundo tinha criado de Draco Malfoy. Não todas, mas a grande maioria. Agora eu dava palestras por todo o globo, detalhando (ou não) alguns pormenores do novo livro, que chegara aos tops mundiais. O facto de ser verídico, de se encontrar na primeira pessoa e dessa mesma ser a grande Hermione Jane Granger, ajudou e de que maneira.

Eu nunca pensara que ela falasse de mim há tanto tempo como o diário demonstrava. Ela sempre acreditara, no seu íntimo, que eu era mais e melhor do que parecia a todos. Ela sempre tivera esperança em mim. Insistia também em colocar as suas últimas palavras no livro, ou seja, os seus últimos pensamentos, quando já estava na fogueira. E sim, ela pensava em mim! Como me doeu na altura saber isso (ainda dói)!

Uma voz miúda e um puxão nas calças tiraram-me dos meus devaneios, fazendo-me olhar para baixo. Era Dray, um rapazinho órfão, como todas as crianças que ali se encontravam, mas que era visivelmente mais inteligente que os outros. Era o meu espectador mais atento, e conversávamos bastante no final de cada 'sessão'. Tinha os olhos muito parecidos aos Dela, castanhos e inteligentes, e era loirito.

- Darius… depois posso fazer-te uma pergunta?

Eu sorri; gostava mesmo do rapaz – Já fizeste! Mas pronto, deixo-te fazeres outra…

Mrs. Bonham começou a bater palmas – Pronto, meninos, agradeçam ao Mr. Granger por ter cá vindo mais uma vez para ceder aos vossos caprichos… qualquer dia penso que gostam mais de ouvir as histórias dele do que as minhas! – dizia a responsável pelo orfanato, fingindo estar tristonha.

Uma data de crianças correram a ter com ela, sorridentes – Nããããoooo! – mas ambos sabíamos que eles apenas diziam isso por gostarem muito de nós os dois. A ela porque sempre tinham recebido carinho e atenção dela, a mim porque… nem sei porquê! Eu nunca fui muito adepto destas pestes, mas algo amolecera em mim durante os anos. Já não era o mesmo Slytherin insuportável e detestável que ninguém aturava.

Reparei que Dray ainda me olhava daquela maneira peculiar. Eu dava por mim a adorar aquele puto. Baixei-me o suficiente para ficar da mesma altura que ele.

- Diz lá!

- Darius… o que é esse anel que tens no dedo? É tão estranho e bonito…

Bolas, o anel!

Mais ninguém tinha reparado naquele pormenor, a não ser o pirralho. Aquele era um dos aspectos que ela não mencionara na parte editada, a parte do Guardião.

Eu sorri para ele, depois de ter desviado o meu olhar para o objecto por momentos. Mais ninguém estava à nossa volta. Ele era esperto.

- O que achas que é?

Ele pensou um pouco – Eu acho que é algo muito poderoso, algo que te liga a alguém… eu… eu acho que… que…

Merlin, cada vez mais gostava do puto. Sim, eu queria dizer que era eu a personagem que Jane falava no livro, sim, mas sabia que seria um escândalo e que toda a obra seria posta em causa se tal se tornasse público.

- Achas que…? – insisti eu. Não sabia porquê, mas confiava naquele rapaz.

Ele olhou directamente para mim – Acho que… gostas da Hermione. E acho que foi ela que te deu o anel.

O meu coração falhou uma batida – O q-quê?

Ele corou – E-Eu… acho que… gostas da Hermione. Da Hermione da história. Falas dela de uma maneira que nunca vi, apenas sonhei. Gostas dela, não é?

Engoli em seco e senti os meus olhos a lacrimejarem – Sim, Dray… - disse baixinho, só para ele ouvir – Eu amo-a muito. Um dia vais saber o que isso é… só espero que não sofras com isso.

- Dói muito quando gostamos assim tanto de alguém?

- Depende dos casos… a mim doeu muito, porque ela morreu.

- Para te salvar, não é?

Caramba, o miúdo era realmente inteligente!

- Porque dizes isso?

Ele encolheu os ombros – Não sei… é apenas um pressentimento.

Merlin, se o miúdo se continuasse a guiar por pressentimentos toda a vida… não acabaria mal de certeza.

Mas ele continuou – Mas voltando ao que estava a perguntar… amar dói assim tanto? Como é que foi, no teu caso? O que é que se sente?

Ponderei seriamente na questão.

- Quando sabes que alguém de quem gostas muito te vai deixar, como te sentes?

Esperei um momento, o suficiente para que ele ponderasse no assunto. Rapidamente comecei a vê-lo a fazer beicinho e a ver lágrimas transparentes a preencherem-lhe os olhos e a caírem.

- Já sabes como é, então? – perguntei eu enquanto lhe acarinhava os cabelos, já arrependido por me ter lembrado de perguntar semelhante estupidez, quando ele voltou a falar.

- É como eu me sinto cada vez que te vais embora e sei que podes nunca mais voltar?

Essa deixou-me totalmente rendido. Ele gostava assim tanto de mim? O suficiente para me querer como… pai?

Eu estava sem fala, e ele tomou isso como uma má reacção.

- D-Desc-culpa!

Eu abracei-o de imediato, com os olhos a arderem levemente – Eu adoro-te, Dray! Nunca te iria deixar!

O menino fungou abraçado a mim, determinado a nunca me deixar ir embora sem ele – Prometes?

- Prometo.

- Então quer dizer que vais ser o meu pai? – perguntou ele esperançosamente, fazendo-me aquecer por dentro.

- Tens a certeza que é isso que queres?

- SIM!!! – e hesitou - A não ser que tu não me queiras para filho…

Eu ri, e olhei para aqueles magníficos olhos – Dray, seria um enorme prazer ser teu pai.

Ele sorriu – E então ias-me contar o resto da história da minha mãe?

Eu congelei – Do que é que estás a falar?

- Então, se tu vais ser o meu pai, a Hermione vai ser a minha mãe, não é? – dizia ele sem me olhar nos olhos, parecendo analisar a minha mão que tinha o anel - Mesmo que eu nunca a tenha visto, iria reconhecê-la. Aliás, eu sinto que a conheço, mas… parece que falta qualquer coisa…

- O quê?

Ele riu, matreiro – Isso é o que depois me vais contar, que não vais contar a mais ninguém… quando fores meu pai de verdade. Podes confiar em mim! Eu quero saber tudo sobre a mãe! E quero que gostes de mim como se fosse mesmo teu filho e da Hermione… pode ser? É que eu gosto tanto da maneira como falas dela…

Eu estava sem fala, mais uma vez. Como é que um miúdo de cinco ou seis anitos me conseguia calar?! Se não soubesse como a minha história e da Jane tinha acabado, diria que ele era mesmo nosso filho.

- Mas eu considero-te como meu filho, Dray… - sussurrei ao ouvido dele, dando-lhe um beijinho estalado na bochecha – Nunca nada menos que isso.

Ele sorriu, feliz, e abraçou-se mais a mim. Pouco depois, ainda abraçados, ele fez outra pergunta.

- Pai… posso chamar-te assim?

- É claro!

- Pai… que animal é que anda sempre contigo?

Desta é que eu não estava à espera – Hum?

- Que animal é que anda sempre contigo? Um prateado… é tão bonito! De vez em quando costuma sair de ao pé de ti e vem-me fazer cócegas na cara com o focinho…

- Há um animal que anda sempre comigo?

- Siiiimmmm! – saiu do meu colo e foi a correr buscar um livrinho infantil, com imagens de animais. Começou a passar as páginas a correr, até encontrar o que procurava, virando o livro para mim e apontando o tal animal – Este aqui!

O meu coração falhou uma batida. Era uma lontra de pelagem brilhante e castanha.

- Uma lontra…?

- Mas não com esta cor! – continuava ele a tentar explicar – Era prateada. E anda sempre contigo, sempre ao teu lado.

Vieram-me as lágrimas aos olhos. Sem que Dray se apercebesse, olhei instintivamente para o lado direito. Lá estava a espécie de Patronus que saíra do corpo de Jane há sete anos atrás e que nunca mais me deixara. Olhava para mim insistentemente.

- Consegues vê-la agora? – perguntei eu.

Ele abanou a cabeça – Só a consigo ver de vez em quando… normalmente é quando estás a contar a história da mãe…

Eu sorri e estendi a mão para a figura prateada, que se enrolou em torno do meu braço, subindo de seguida para o meu ombro, acomodando-se aí. Encostou o focinho à minha cara, dando-me ligeiros choques eléctricos.

Olhei atentamente para Dray, que parecia entender tudo. Ele sorria, de olhos brilhantes.

- Vamos então falas com Mrs. Bonham? – sugeri eu, piscando-lhe o olho. Ele sorriu abertamente.

- Sim!!!!

Enquanto nos dirigíamos de mãos dadas para falarmos com a directora do orfanato, Dray voltou a abrir a boca.

- Se tu não és o Draco Malfoy… porque é que na parte interior desse anel estão as letras H.J.G. e na parte interior do anel da mãe estavam as letras D.L.M.?

Parei bruscamente. Afinal ele tinha realmente analisado a minha mão há um bocado!

Olhou para mim, como se tivesse acabado de dizer algo perfeitamente normal. Eu consegui voltar a arranjar voz.

- Do que é que estás a falar?

De que outro anel estaria ele a falar?

- Ah, eu dou-me muito bem com o Albus Severus Potter. Deves conhecê-lo, ou pelo menos conheceste os pais dele, o Harry e a Ginny Potter. Uma vez ele ouviu os pais a falarem nisso… que o anel da amiga era prateado, parecia vivo e tinha as letras D.L.M. na parte interior… tipo o teu anel!

Ela também tinha um?!

- Há quanto tempo sabes disso? Disseste isso a mais alguém?

- Eu só ia dizer isto a quem gostasse mesmo da Hermione, como tu. Só falarei disto contigo!

Abracei-o de novo. Dray…

Enquanto ele ia chamar Mrs. Bonham, olhei de novo para a Lontra acomodada nos meus ombros.

Aqueles Olhos… Merlin! A figura pareceu sorrir-me. Eu sorri de lado, uma mania que não tinha conseguido contornar.

- Sacana… amo-te, sabias?

A Lontra pareceu resfolegar de contentamento, e voltou a tocar-me com o focinho, mas desta vez na boca. Pareceu-me que o focinho se transformara em lábios, nos lábios que eu sentia tanta falta. Senti-os tocarem levemente nos meus, fazendo-me soltar uma pequena lágrima diamantina. Como eu sentia saudades de falar com ela…

Vi Dray chamar-me para o interior do escritório de Mrs. Bonham. Sorri com a cara de felicidade estampada do loirinho.

O que interessava é que A tinha comigo, sempre ao meu lado. E agora ia ganhar um filho! Que por mais incrível que fosse, parecia ter características Dela e minhas. Era uma pequena preciosidade.

Sentia-me feliz.

Fosse Draco Malfoy ou Darius Granger, amá-los-ia eternamente. A minha família… e sim, Dray iria saber tudo acerca da sua mãe… o quão maravilhosa ela era… e é.

Fim


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado...

bjo