Fiquei olhando aquele papel por alguns minutos pensando se eu levava aquele pedido de desculpas a sério ou não. Tudo o que dizia era “Me desculpe por ser um babaca” e depois do que ele fez, acho que eu merecia mais.

— Ele te mandou flores Bella – disse Alice se aproximando – deixa de ser difícil.

— Eu disse isso alto?

— Você vive fazendo isso – ela respondeu e eu fiquei com medo pensando em o que mais eu poderia ter dito sem saber – mas anda, liga pra ele.

— Eu não vou ser manipulada tão fácil assim, amanhã eu ligo.

— Manipulada? Você tá é paranoica – ela pegou o telefone e segurou na minha frente esperando que eu o pegasse – se você não ligar, eu ligo.

Como sempre Alice conseguiu me convencer e eu acabei ligando. O telefone mal deu um bipe e eu já ouvi a voz do Edward do outro lado da linha.

— Eu sabia que você ia me perdoar – ele disse quase cantando.

POV Edward

Eu estava inquieto desde que cedo, quando mandei as flores pra Bella. Eu não sabia se se seria o suficiente pra ter ela de volta e, a essa altura, ela já havia recebido as fores com o bilhete e poderia ter apenas ignorado e me esquecido de vez. Mas eu não iria esquecer nem desistir da Bella.

Parei de andar em círculos dentro do meu escritório – que era tudo o que eu conseguia fazer a horas – e fui até a minha mesa pegando meu celular. Encontrei o número de Bella na agenda e cliquei nele. Eu não sabia o que iria falar nem se realmente ia conseguir falar alguma coisa, mas eu precisava tentar porque, por mais que doesse confessar, eu realmente sentia falta dela.

Quando eu estava prestes a clicar em “Chamar” o celular começou a vibrar e eu achei que ele estivesse com algum problema.  O nome “Isabella Swan” aparecia na tela e eu não demorei em atender.

— Eu sabia que você ia me perdoar – eu disse feliz, mesmo sendo uma completa mentira.

— E depois disso eu vou desligar – ela respondeu com a sua voz suave e equilibrada. Como eu senti falta dessa voz.

— Não, não, não. Eu sei que você estava doida pra falar comigo também.

— E isso porque eu tinha me esquecido como você é humilde – ela disse e eu ri.

— Eu sei, eu sei, como você é sortuda não é mesmo? – eu brinquei esperando que ela risse do outro lado, mas tudo o que eu recebi foi um silêncio que pesou uma tonelada nas minhas costas – Bella? Você está ai?

— Estou – ela disse agora sem emoção nenhuma na voz.

— Eu estou sendo um babaca de novo não é? Me desculpe, eu nunca tive a intenção de magoar você. Foi por isso que eu te mandei as flores, foi por isso que eu estava prestes a te ligar agora mesmo e foi por isso que eu não consegui pregar os olhos a noite toda.

— Você ficou acordado a noite toda por minha causa?

— Sim, isso é ruim? – eu perguntei e ela riu.

— Não, com certeza não.

— Que bom. Eu posso te ver hoje à noite?

— Hmmm, eu não sei não Edward.

— Por que? Você tem outros compromissos? Talvez com seu gato?

— Eu não tenho um gato.

— Tem sim, mas você não quer deixar ele te ver hoje à noite – eu disse e ela riu. Como era bom ouvir a risada dela.

— Tudo bem, seu bobo. Você venceu, pode ir hoje à noite, mas eu tenho alergia a gatos.

— Não ao gato que vai te ver – eu mandei um beijo estalado e desliguei o telefone. A noite seria ótima.

POV Bella

Olhei pro relógio pela milésima vez. Já eram quase 21:00 e Edward ainda não tinha dado sinal de vida. Já tinha mandando várias mensagens e ele não havia respondido nenhuma delas. Eu admito que eu estava ansiosa e muito nervosa pra ver Edward e não sabia porquê.

Olhei no relógio mais uma vez e em seguida pro meu celular. Eu estava começando a achar que tinha dado pra trás, e dessa vez nem se ele me comprasse a floresta Amazônica eu iria perdoa-lo.

Mas então a campainha tocou e eu senti um frio na barriga sem explicação. Me dirigi até a porta e abri, e lá estava ele. Calça jeans e uma camisa de manga cinza. O cabelo bagunçado como sempre, mas lindo. Eu não resisti a tentação de passar a mão no seu cabelo e ele riu.

— Vai me deixar entrar ou sua relação com meu cabelo está mais interessante?

— Está mais interessante – eu disse envergonhada – mas você pode entrar se quiser – ele riu novamente e entrou se dirigindo pra minha sala – Eu fiz o jantar. Você está com fome? É bom que esteja.

— Com certeza eu estou. Eu sai do trabalho e só passei em casa pra tomar um banho.

— Por que não respondeu minhas mensagens?

— Você mandou mensagens? – ele disse com um sorriso malicioso – eu deixei ele em casa. Não queria que ele... atrapalhasse. Peguei um transito horrível até aqui.

— É normal – eu disse enquanto colocava o ultimo talher na mesa – vem, vamos comer.

Foi um jantar agradável considerando todos os nossos outros encontros. Ele me perguntou sobre a minha infância, mas não aquelas partes que me traziam dor, e me contou tudo sobre a dele. Com tanta enrolação, já era mais de meia-noite quando acabamos a sobremesa.

— Já está tarde – Edward disse – é melhor eu ir embora.

— Tudo bem.

Edward limpou a boca no guardanapo enquanto olhava pra mim com um olhar malicioso. Eu desviei os olhos rapidamente pros pratos, os colocando em cima da pia, mas ele certamente deve ter me visto corar porque eu ouvi sua risadinha atrás de mim.

Então, de repente, muitas coisas aconteceram de uma hora pra outra. A louça com o resto do creme de chocolate que Edward estava colocando sobre a pia derramou toda sobre mim quando eu me virei sem ver que ele estava atrás. A vasilha caiu no chão se partindo em mil pedacinhos e Edward começou a me pedir desculpas repetidamente enquanto eu dizia que estava tudo bem.

Quando ele finalmente se convenceu de que eu não estava chateada, pegou um pano de prato que estava sobre a pia e começou a me limpar do creme, começando pelo meu rosto que tinha sido atingido desde o nariz e indo até o meu umbigo. 

Quando ele chegou nos meus seios eu sei que ele perdeu o foco porque começou a olhá-los e suas mãos pararam de se mover. Então eu comecei a sentir um calor subir pelo meu corpo, Edward largou o pano e me beijou. Me beijou como nunca havia me beijado antes, como se nós só tivéssemos aquele momento para ficarmos juntos e que por isso, tivéssemos que ficar o mais próximos possível.

Edward começou a tirar a minha blusa e eu comecei a abrir o fecho da sua calça, mas sem nos largarmos um do outro.

— Onde é seu quarto? – ele perguntou no meio dos beijos.

— Escada – eu disse apenas, sem folego.

Nós subimos enquanto nossas roupas ficavam no chão. Quando chegamos no meu quarto, todas elas já tinham ficado no caminho. Eu o sentia em cada parte do meu corpo e nossos beijos se tornavam cada vez mais intensos e nossos gemidos cada vez mais altos. Ele me atirou na minha cama e me olhou como se estivesse me vendo pela primeira vez.

E foi então que eu me senti ligada a ele por completo.