Pedi para Angela não deixar ninguém entrar na minha sala, deixando bem claro que o meu pai não deveria entrar e caso ele viesse era pra dizer que eu estava em uma reunião ou tinha saído, não queria briga hoje, o meu dia estava bom demais para isso. Andei até o pequeno bar que havia na minha sala e peguei um copo de uísque indo até a minha mesa, precisava de alguma ideia para onde eu levaria ela, não queria leva-la a um restaurante e ficar aquele clima horrível entre a gente, queria algo que divertisse ela e a tirasse um pouco de sua zona de conforto. Pensei em mil e uma coisas e tive uma ideia que eu achei boa, peguei meu celular pedindo para que ela não fosse com uma roupa uma chique e me concentrei no trabalho, o dia passou rapidamente, eu quase nem percebi o tempo passar por estar tão concentrado no meu trabalho que quando percebi já eram sete horas e eu teria que buscar Bella as oito. Levantei correndo e desligando o computador de qualquer jeito, peguei minhas coisas e sai da sala andando rapidamente até o elevador e apertando o botão de térreo varias vezes – como se isso fosse fazer ele descer mais rápido – assim que parou eu sai sem me despedir de ninguém e corri até meu quarto indo para a minha casa. Subi correndo e tomei uma ducha, coloquei uma calça jeans com uma lavagem clara e uma blusa preta de gola V, coloquei um tênis e passei um perfume já saindo de casa novamente, fui escutando uma musica baixa até chegar na casa de Bella, estacionei em frente e sai do carro indo até sua porta e batendo.

Ela demorou alguns minutos mas logo abriu com um vestido até o joelho e um salto alto, ela estava esplendida porém muito chique para o lugar onde eu levaria ela

– Bella eu falei roupas simples – falei e ela olhou para si mesma e me olhou confusa.

– Essa roupa é simples.

– Não é não, coloque uma calça jeans e um tênis por favor – falei e ela me olhou cruzando os braços e me olhando com aquele olhar prepotente que somente ela sabia dar.

– E por que eu obedeceria você? – falou e eu suspirei a puxando pela cintura e sussurrei no seu ouvido.

– Porque se você for de salto e vestido não poderemos fazer o que eu planejei, coopere por favor e coloque uma roupa comum ok? – falei e dei um beijo em seu pescoço e a vi arrepiar, sorri ao perceber que eu tinha um efeito sobre ela e antes que ela pudesse sair dos meus braços eu levantei minha cabeça e coloquei uma de minhas mãos na sua nuca a puxando para um beijo de tirar o fôlego.

– Um dia você vai me matar – eu falei ofegante colando minha testa na dela.

– Foi você que me beijou, não pode me culpar – falou tão ofegante quanto eu e saiu dos meus braços andando até a escada e subindo sem virar para trás novamente e eu acompanhei o movimento dos seus quadris até ela virar no corredor do piso superior. Entrei na sua casa e fechei a porta indo até o sofá, talvez eu estivesse sendo folgado mas eu não ficaria na porta.

Peguei meu celular no meu bolso e comecei a olhar as minhas redes sociais enquanto esperava, estava conversando com um amigo meu da faculdade quando senti o seu perfume na sala, olhei para a ponta da escada e percebi que ela vinha até mim com uma calça jeans colada na perna, uma blusa simples branca e calçava um tênis, simples mas linda.

– Está feliz agora? Essa é a única roupa simples que eu tenho no meu guarda roupa – falou emburrada e eu levantei segurando a mão dela pra cima e a girei no mesmo lugar e a puxei pra mim depois.

– Você está ainda mais linda assim – falei sorrindo convincente e ela deu um tapa no meu ombro.

– Arrã, vamos logo – falou saindo dos meus braços e indo até a porta comigo atrás, sai antes dela e esperei ao lado do meu carro ela trancar a porta de sua casa e vir até mim, abri a porta do carro para ela que deu um pequeno sorriso antes de entrar, corri para o banco do motorista e coloquei o cinto enquanto ela ligava o rádio – Pra onde nos vamos? – perguntou se encostando confortavelmente no banco enquanto eu acelerava em direção a um fast food.

– Primeiro vamos comer um lanche, depois é surpresa – falei rindo, mas parei me virando para ela – Você come fast food né? Se não fodeu todos os planos.

– Pra falar a verdade eu não como isso a muito tempo, mas vai ser bom relembrar o gosto disso – falou e eu suspirei aliviado.

Paramos no McDonald’s e fomos até o caixa fazer nossos pedidos, assim que chegou, fomos a uma mesa mais afastada e sentamos um na frente do outro.

– Confesso que essa é a primeira vez que alguém escolhe um lugar como esse para me levar a um encontro – falou rindo enquanto comia uma batata.

– Ainda bem, gosto de ser único – falei e ela riu levemente, percebi que ela estava menos carranca, estava rindo mais e sorrindo mais e eu estava adorando isso – Preparada para comer depois de sei lá quando tempo um lanche do McDonald’s?

– Acho que estou, vamos lá – falou e pegou o lanche na mão.

– Calma – falei e peguei o celular ligando a filmadora e colocando de frente para ela.

– Precisa mesmo disso? – falou apontando pro celular.

– Claro, quero lembrar desses momentos e mostrar isso pros nossos filhos – falei e ela revirou os olhos desenrolando o lanche e antes de colocar na boca olhou para mim mais uma vez. Ela deu uma mordida no lanche e mastigou sem demostrar nenhuma emoção eu já estava quase pulando e gritando quando ela engoliu e se pronunciou.

– Isso é muito bom! – falou animada e eu ri, me levantei e fui pro lado dela encostando meu rosto no seu e colocando a câmera na nossa frente.

– Viram filhos, essa é sua mãe comendo McDonald’s pela primeira vez depois de muito tempo – falei rindo e ela riu também batendo no meu ombro.

– Você não sabe nem se ficaremos juntos e já está gravando vídeos pros nossos filhos.

– Claro que sim, eles precisam ver como os pais deles eram desde o começo. Dá um beijinho pra eles verem que éramos lindos – falei fazendo biquinho e ela beijou a mão dela e bateu na minha boca – Ah assim não vale – falei a puxando pra mim e a beijando calmamente tentando expressar com o beijo que sim, eu queria muito ficar com ela. Assim que ela quebrou o beijo olhou pra mim divertida.

– Agora posso comer meu lanche?

– Claro – falei sorrindo e desliguei a câmera voltando pro meu lugar e indo comer meu lanche.

Ficamos conversando enquanto comíamos e eu percebi que ela estava diferente, mais receptiva comigo, era como se ela tivesse mudado da água pro vinho em apenas um dia, não podia reclamar, eu estava simplesmente amando isso. Assim que acabamos de comer voltamos para o carro, fomos conversando sobre algumas bobagens até o local, assim que eu coloquei o carro no estacionamento ela olhou em volta e confusa questionou:

– Onde estamos exatamente? – falou, mas eu não respondi saindo do carro e indo pro seu lado abrindo a porta e respondendo a sua pergunta.

– No parque de diversões próximo ao Central Park – falei sorrindo e vi seus olhos se encherem de lágrimas (N/A: esse parque não existe de verdade, só na historia)

– Você ta brincando – falou e eu a olhei preocupado me abaixando ao seu lado.

– O que aconteceu? – perguntei nervoso passando a mão no meu cabelo. Caralho não faço nada certo nessa vida.

– Não foi nada, apenas uma nostalgia – falou e eu a olhei confuso – Eu sempre vinha aqui quando criança com as minhas babás, era o único lugar que me fazia esquecer os problemas com os meus pais – falou e eu fiquei mais confuso ainda, problemas com os pais?