My Little Bad Liars escrita por CamilaHalfBlood


Capítulo 24
Capítulo 24 - The Game Ends


Notas iniciais do capítulo

Oii gente, então esse é o final, vou falar um pouquinho tá kkk sei q querem ler o cap, mas é rapidinho.
Queria agradecer a todos vcs, que leram, q favoritaram e que comentaram, sério gente, muito obrigada mesmo.
Eu tô um pouco triste, mas feliz também, essa fic foi muito especial para mim, ajudou muito a minha escrita se ela está desse jeito hoje é por causa dessa fic, por isso não estou muito triste, além do mais vou começar uma nova long logo logo espero vcs lá viu kkkk
Tá acabando juro, e por último eu queria agradecer minha beta, eu provavelmente nn ia conseguir terminar essa long sem ela, então muito obrigada mesmo.
Acho q falei tudo, bom bye bye



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Presente

07 de março de 2015

Cadeia

10h30 da manhã

Os polícias me levaram até uma sala toda branca, do piso até o teto, com um sofá em cada parede e um bebedouro do outro lado do cômodo.

Assim que passei pelo batente da porta a fecharam com um barulho estrondoso, respirei fundo e me dirigi até o sofá, me sentando nele.

Me recostei no encosto e cobri os olhos com as mãos.

O que eu estava fazendo aqui?

Eu devia estar em casa, por que raios eu tive essa idéia estúpida de vir aqui?

Eu deveria estar na cama, se minha mãe descobrir provavelmente vou ficar de castigo pelo resto da minha vida, já que ainda estava me recuperando do que aconteceu.

Eu fiquei em coma por umas duas semanas, pelo o que os médicos disseram se tivesse demorado mais um segundo se quer para me levar para o hospital, provavelmente estaria morta agora.

As outras também tinham ficado um bom tempo hospitalizadas, já que estavam bastante machucadas, mas como eram menos graves elas já tinham sido liberadas quando eu acordei do coma.

Eu não me lembro de nada de quando estava em coma, é apenas um pedaço preto em minha memória.

Mas fico muito feliz que a primeira coisa que eu vi quando acordei foi Percy.

Lembro-me dele dizendo que não me odiava e que sabia o que tinha acontecido.

Ainda parecia mentira que aquele pesadelo tinha acabado que -A tinha mesmo sido preso e agora estávamos livres de tudo o que ele fazia para nós.

Ainda tinha dificuldade em sair de casa, com medo de que aquilo fosse mentira, mas não era, ele tinha sido preso, tínhamos sido salvas.

Porém suas marcas ainda estavam nos assombrando, cada uma de nós tinha ficado com ferimentos que provavelmente nunca seriam cuidados.

O corte que ele tinha feito perto do nossos pescoços, a cicatriz que ficaria ali nunca sumiria, ela estará sempre em nossa pele nos lembrando, mas as cicatrizes não ficaram só em nossos corpos, ficaram na nossa mente também, tanto que os médicos receitaram que nós nos consultássemos com um psicólogo.

Mas eu não irei, não sei se Thalia, Piper ou Hazel vão fazer o mesmo que eu, mas a única coisa que eu quero é esquecer, se for a um psicólogo, nada vai melhorar, só vai trazer mais lembranças a tona.

Talvez seja por isso que eu queria vir aqui hoje, sempre fui muito lógica, e há espaços em brancos nessa história de David.

E eu não conseguiria ficar me perguntando, sem ter nenhuma resposta.

Mesmo assim depois de tudo, não contei para ninguém que estava vindo para cá

Talvez as meninas não entendessem, talvez nem Percy, e também eu sabia que eu tinha que fazer isso sozinha.

Então a porta se abriu interrompendo meus pensamentos.

Me levantei rapidamente quando o policial entrava na sala.

— Venha, ele já está a esperando.

Assenti e o segui pelo corredores, com a mente voltada ao que falaria para ele.

Quando entrei nada sala indicada pelo guarda, travei por um minuto de medo.

“Tem policiais logo ao lado, ele está acorrentado, vai ficar tudo bem.”

Malcolm usava um macacão laranja, sua aparecia estava como em um dia normal, como quando estávamos no galpão, tirando as olheiras profundas, seus olhos estavam pregados no teto, não olhou para mim nenhuma vez enquanto eu adentrava a sala.

Sentei-me na cadeira a sua frente, uma mesa longa de ferro nos separava, ele continuava a encarar o teto.

— Malcolm - o chamei e ele me ignorou como se nem estivesse ali- David - pela primeira vez desde que entrei na sala ele me olhou, seu olhos eram raivosos e insanos.

— Não me chame desse nome! -rosnou - David está morto.

— Como você fez aquilo? De nos seguir? - perguntei e ele gargalhou.

— Annabeth... Annabeth eu sei por que está aqui, eu te conheço melhor do que você pensa, essa não é a pergunta que você quer fazer - falou sorrindo maliciosamente - mas se quer mesmo uma resposta, quando se faz parte da polícia e se é um gênio é fácil conseguir o acesso as câmeras de segurança, além de que vocês deveriam tomar mais cuidado ao ver se então sendo seguidas ou não.

— Mas por que fez isso com elas também se eu... - minha voz morreu, enquanto percebia que não podia terminar aquela frase, sem que eu fosse presa também.

— Elas mereciam tanto quando você, e como Calipso também.

— Mas isso não faz sentindo, por que matou Calipso tão rápido e nós não?  Por que fazer todo esse jogo?

— Não se faça de tonta. Eu a amava sabia? Calipso era minha vida, mas Dylan também, se Dylan me deixou, foi por culpa dela, ela não merecia ter o benefício que vocês tiveram.

— Benefício? Você acha que nos seguir, nos torturar, forçar a fazer tudo o que você quer é benefício?

— Dei tempo de se despedirem, é muito mais do que deixei Calipso. - disse sorrindo largamente - A matei sem aviso nenhum, em uma hora ela estava lá, com vocês se divertindo outra ela estava sendo assassinada, vê como é?

— Você é doente.

— Sou o que você criaram.

Não consegui responder, fechei as mãos em punhos e olhei para baixo, enquanto tentava absorver tudo o que ele disse.

Respirei fundo algumas vezes antes de voltar a falar.

— Qual é? - falei, me lembrando do que ele tinha dito quando entrei na sala - Qual é a pergunta que eu quero fazer então Malcolm?

Eu sabia ao que ele estava se referindo, mas isso era um teste.

Sabia que estava brincando com fogo, e podia me queimar, mas se não arriscasse nunca iria sabe o que queria.

— Dylan me amava, podem falar tudo o que quiserem, ele era meu irmão, nem esses políciais podem negar isso.

— Qual é Malcolm? - eu disse novamente ignorando sua fala anterior.

— Cala a boca! - disse entre dentes - Para de falar agora.

Ele então bateu com suas mãos na mesa, se jogou para frente até que as correntes que o prendiam fizesse com que ele parasse.

— Sabe por que Annabeth? Vocês acabaram com a minha vida de todas as maneiras possíveis, vocês merecem sofrer, mais não vou dar esse benefício para outras pessoas, vocês são minhas, eu sou o único que posso fazer vocês sofrerem, Vocês são minhas! Minhas!

Malcolm começou a se debater na cadeira tentando se livrar das algemas.

— Vocês nunca vão se livrar de mim! - gritou - Nunca!

Me levantei e recuei até bater as costas na parede, olhando horrorizada para Malcolm ou David se debatendo, tentando ao máximo conseguir chegar a mim.

"Por que você não conta para a polícia, que nós matamos Dylan?" - era isso que eu queria perguntar, mas não podia dizer em voz alta.

Agora eu entedia.

Era isso, ele não contava para a polícia o que tínhamos feito.

Não contava o fato de termos matado uma pessoa e encoberto isso por tanto tempo.

Podíamos ser pressas por muito tempo, ele tinha provas contra nós, se ele tivesse dito a verdade, o corpo de Dylan estava no cemitério, junto com o do pai deles.

Então a porta se abriu e dois policiais entraram na sala, tentando conter David.

 Eu estava paralisada, não dei nenhum um passo, não conseguia me mexer.

Aos poucos David foi sendo levado, me deixando sozinha ali, com os gritos dele ecoando em minha mente, fechei os olhos, tentando tirar aquela imagem da minha cabeça.

— Você é umas das vitimas, não é? - escutei, quando abri os olhos, a minha frente havia uma mulher loira, sua aparência era de ter uns vinte e quatro anos, usava uma armação de óculos por cima dos olhos azuis, em suas mãos havia uma prancheta, deduzi que era médica já que usava um jaleco por cima da blusa branca e da saia acinzentada.

— Sou sim - respondi por fim.

— Olha, eu sei como deve ser isso tudo, já vi muitas coisas nessa cidade não há nada com que se preocupar, esse prisioneiro não vai sair mais desse lugar.

— É o que espero - respondi quase em um sussurro.

— Eu sou a Doutora Quinzel, como se chama?

— Annabeth.

— Muito bem Annabeth, vou te contar uma coisa tudo bem? Mas você não pode contar para ninguém. - disse ela abaixando a voz - O paciente quinhentos e trinta e oito é meu paciente, e bem eu sei que deve odia-lo por tudo o que ele fez, mas eu venho acompanhando o estado mental dele e cheguei a uma conclusão.

— Qual?

— O paciente tem dupla personalidade e também sofre de Síndrome de Estocolmo.

— Estocolmo? Quer dizer que ele tinha isso como o irmão dele?

— Sim, desde de pequeno ele já tinha essa síndrome, por isso ele adora tanto o próprio irmão, mesmo ele batendo nele.

— E-ele contou a infância dele para você? - perguntei engolindo em seco.

— Apenas nas poucas vezes que consegui conversar com o David de verdade.

— Como assim?

— Malcolm tem duas identidades. Quando o Dylan o deixou, por causa da sua síndrome ele adorou a personalidade do irmão, e a ampliou dentro dele, tanto que a sua personalidade de verdade é pequena e raramente consegue tomar a posse do próprio corpo.

— Então David não queria fazer isso com nós, foi a personalidade de Dylan o tempo todo?

— Isso - respondeu ela voltando a falar normalmente - Eu te contei isso por que já vi o que a raiva e o ódio fazem as pessoas, e Malcolm é umas dessas pessoas, só peço que repense, e não fique com raiva dele tanto assim, ele também foi vítima do irmão dele.

Oito anos depois

Essa noite tive outro sonho, mesmo depois de ter se passado tanto tempo, as vezes que tinha sonhos daquele dia, quando David quase me matou. É incrível de se pensar que tinha se passado tanto tempo, oito anos, foi muito tempo, mas as vezes eu pensava se de fato tinha se passado tanto tempo assim, se tudo aquilo não tinha se passado há alguns dias.

Mesmo não sendo sempre que as lembranças vinham a tona, o esquecer é algo bem temporário, não que eu nunca fosse esquecer aquilo, isso só o tempo poderia dizer.

Há alguns anos tinha me mudado de Nova York para a Califórnia, junto com Percy, ele tinha feito a faculdade que ele queria, felizmente isso -A não tinha estragado, e eu fiz arquitetura em uma faculdade local.

As meninas também fizeram as faculdades que queriam, elas tinham ficado em New York, e feito na faculdade por lá mesmo, mas ainda mantínhamos contato.

Hoje em dia eu entendo muito bem o que a doutora Quinzel tinha me dito, ainda mais após o que aconteceu com Malcolm depois disso.

Pelo que disseram-me, David acabou atacando os prisioneiros da penitenciária onde ele ficava, e isso resultou em duas mortes, de um policial e de um detento.

Por isso ele foi para o corredor da morte.

Foi catalogado como perigoso, e depois de quatro anos esperando, ele morreu.

No dia trinta de novembro.

Apesar de tudo eu não o odiava, não mais, por muito tempo o odiei com todo o coração, mas agora, depois de tudo o que vivi, não há como eu continuar desse jeito.

Acabei  por aceitar meu passado, todo ele, tanto as partes boas como as partes ruins.

Como os médico disseram na época as cicatrizes não sumiram, toda vez que vou a praia vejo as marcas.

Isso eu também aprendi a aceitar.

Fazia parte do que eu era, e nada mudaria isso.

Ou eu aceitava ou vivia rancorosa pelo resto da vida, e no que eu me diferenciaria de Malcolm?

E isso eu nunca seria, não seria como Dylan e David foram, eu matei uma pessoa, e não há dia que eu me arrependa do que fiz, mesmo tendo motivos, matar alguém do jeito que nós fizemos, foi do mesmo jeito que David fez, isso só mostra o quanto nós somos iguais, todos podem matar, atirar é fácil.

Mas o que muda é o que você vai fazer, eu podia ter pego uma pedra e batido na cabeça de Dylan e ter evitado tudo isso, mas não fiz, queria ter feito.

E por isso tivemos que lidar com as conseqüências.

Todas elas.

Fim


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Notas finais do capítulo

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