Antes que novembro acabe... escrita por OmegaKim


Capítulo 31
Epílogo – Onde me sinto protegido.




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Epílogo – Onde me sinto protegido.

Noah

Tive pesadelos como sempre, mas esses pareciam mais reais. Havia o cheiro daquele homem sobre mim, o seu hálito batendo contra minha pele, os lábios dele roçando no meu pescoço e dizendo coisas que eu não queria escutar. No entanto sobre isso tudo havia a voz de Will. Eu escutava ele me chamando, mas não era capaz de responder. Acho que isso era morrer, afinal. No fim, quando a luz vinha, você acabava vendo aquilo que mais queria. Eu vi Will. Mas isso era só efeito da droga no meu sangue, acho que eu estava tendo uma viagem ruim. Pois senti quando meu corpo começou a despertar.

Abri os olhos devagar. Estava tudo muito claro e eu já não sentia tanto frio. A primeira coisa que notei depois que minha visão se focou, foi o sol. Os raios de sol estavam transpassando pelo vidro da janela. Fazia tanto tempo que eu não via o sol que achei que ainda estava sonhando. Talvez as drogas ainda estivessem fazendo efeito. Fiquei uns bons minutos observando o modo que os raios de sol banhavam o chão do lugar deixando tudo parcialmente dourado, senti vontade colocar minha mão ali e senti o seu calor. Mas me contive, parei de observar o sol e decidi focar meus olhos em outro lugar.

Olhei para o teto do lugar. Para os lados, era a ilusão mais perfeita que eu estava vivendo. Tudo parecia tão real. E então olhei para mim mesmo. Eu estava deitado em uma cama de hospital e havia alguém comigo, a cabeça deitada no colchão perto da minha mão, mas sem me tocar. Eu recolhi minha mão institivamente. Não queria ninguém me tocando. Mas notei o cabelo loiro e modo como aquela pessoa me parecia familiar. E sem pensar duas vezes, ergui minha mão e toquei no seu cabelo.

Deixei meus dedos deslizarem por ali. Ainda tinham a mesma textura que eu me lembrava. Acho que isso só pode ser uma ilusão causada pelas drogas e a qualquer momento vou acordar e descobrir que aquele homem abusou de mim enquanto eu delirava. E ao pensar nisso senti meus olhos úmidos. Realmente não queria chorar, mas a minha realidade estava tão ruim e ver Will, nessa ilusão, era mil vezes pior.

Quando ia recolher minha mão do seu cabelo, Will a segurou onde estava.

— Não pare. – ele falou, a voz rouca de sono.

Então ele levantou o rosto, o óculos torto em seu rosto e os olhos sonolentos. Segurou minha mão e levou minha palma até sua bochecha e então fechou os olhos. Era como se ele fosse de verdade, pois eu podia sentir até mesmo o calor da sua pele contra a minha mão. Eu não sabia onde aquele homem comprava suas drogas, mas que elas eram eficientes, isso eu sabia.

— Senti sua falta. – declarei e ele abriu os olhos.

Tão azuis.

— Também senti a sua falta. – falou e sorriu pra mim. – Mas estamos juntos agora.

— Vou ter que acordar daqui a pouco. – constatei, pois se isso era realmente um sonho provocado pelas drogas então logo eu acordaria. Esses delírios nunca duravam muito mesmo.

— Do que está falando? – pareceu confuso, retirei minha mão do seu rosto e ele ajeitou os óculos.

— Bom, - comecei e olhei para o lado. – eu provavelmente estou dormindo e isso tudo aqui é uma ilusão.

Will riu e o encarei.

— Não é. – segurou minha mão e beijou meus dedos e sem querer meu corpo se retesiou, afastei minha mão dele. O loiro franzio a testa para isso. – Está realmente aqui, Noah. Eu... eu encontrei você.

— Encontrou? – escondi minhas mãos embaixo do lençol, não sabia porquê mas eu estava me sentindo ameaçado. Não queria que ninguém me tocasse.

— Encontrei. Maya chamou a polícia. Nós tiramos você de lá, Noah. – e ergueu a mão e ia tocar meu rosto, mas em minha defesa virei o rosto e fechei os olhos.

O medo subindo por meu corpo, enfiei minhas unhas na minha palma tentando me fazer retomar a consciência. Por que eu estava com tanto medo? Era Will quem estava ali. Ele nunca me machucaria, falei para mim mesmo. Mas eu não conseguia evitar. As lembranças do que aquele homem tinha feito comigo ficavam voltando à minha mente. “Eu sei que você gosta. O jeito como você olha pra mim, os seus gestos, tudo em você me seduz. Você me seduz, Noah. Por isso não posso evitar te tocar”.

— Noah. – Will chamou.

— Só fique longe. – pedi, então respirei fundo.

É Will, falei para mim mesmo. É apenas Will.

— Noah, olhe para mim. – pediu, a voz neutra. Mas eu não olhei. Me limitei a apertar mais meus olhos e a puxar o ar com mais força.

Meu corpo estava entrando em estado de alerta. Eu sentia como se estivesse em perigo, queria correr e em esconder ao mesmo tempo que um calafrio começava a subir por meu corpo. Eu sentia meu sangue começar a gelar e era como se dedos frios estivessem tocando minha nuca e a voz daquele homem continuava voltando e voltando a minha mente.

— Noah. – Will segurou meu rosto, mas não fui capaz de abrir os olhos. Meu corpo inteiro estava se retesiando com o toque dele.

Não me machuque, não me machuque, não me machuque.

— Olhe pra mim, Noah. – pediu e encostou sua testa na minha. – Sou eu. O Will. – sussurrou.

— Estou com tanto medo. – declarei e em resposta a isso, Will me abraçou.

Passou os braços em volta do meu corpo e me abraçou forte. Tive vontade de afasta-lo, mas não o fiz. Deixei que ele me abraçasse, aspirei seu cheiro. E devagar minha respiração começou a se normalizar, logo estava ficando mais fácil respirar. Era Will, eu me dei conta. Will nunca me machucaria. Abri minhas mãos e passei meus braços em volta dele. É Will, pensei. Ele está realmente aqui. Eu não estou mais naquele quarto e não há mais o que ter medo.

— Está mesmo aqui. – falei baixo.

— Claro que estou, meu amor. – ele se afastou, segurou meu rosto. – Sempre vou estar aqui para você. – e me beijou, devagar e delicadamente como se estivesse com medo que eu me desfizesse no ar.

Quebrei o beijo e voltei a abraça-lo. Precisava ficar nos seus braços, precisava ficar na sua presença, precisava me sentir protegido. E Will me abraçou de volta, ele me acolheu entre seus braços, me apertou forte contra si e eu soube que ele nunca deixaria nada de mau acontecer comigo. Estávamos juntos, estávamos bem. Era isso que importava afinal.


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Notas finais do capítulo

E aqui estou eu... rsrs.
Chegamos ao fim de "Antes que novembro acabe". T.T Quero agradecer a todos vcs que comentaram, acompanharam a fic pelo sistema do Nyah ou não, aos leitores fantasmas que estão acompanhando. Só quero dizer a todos vcs muito obrigada!!!!
Obrigada por dá uma chance a fic!!! :D
Bom, mas vamos a segunda temporada que já foi postada, aqui segue o link.
https://fanfiction.com.br/historia/685625/Azul/
E espero ver vcs por lá também!!!
Xoxo e até.



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