Antes que novembro acabe... escrita por OmegaKim


Capítulo 16
Quinze - A primeira lei.


Notas iniciais do capítulo

Eba!!! Olha eu aqui!!
Vim humildemente trazer o presente e despedida de fim de ano!!! Capitulo 15 era o capitulo que eu mais estava esperando, espero que vcs descubram porque hehehe e fiquem felizes como eu fiquei com resultado desse capitulo. :))))
Quero agradecer mais uma vez a Esquematizando por ter recomendado a fic!!! Aproveite o capitulo!!!
Boa leitura e bem vindo pessoas novas.



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Quinze – A primeira lei.

Seu cabelo castanho estava preso em uma trança que caia sobre seu ombro direito, os olhos azuis enormes pairavam sobre mim cheios de curiosidade. Kate estava me olhando desse jeito desde que saímos do cinema. Eu não sabia ao certo como interpretar esse interesse repentino dela em mim por isso apenas me limitava a ignorar e agir normalmente. O que de fato eu fiz depois que saímos da sessão de cinema. Mas antes de virmos para casa ainda ficamos um tempo debatendo sobre o filme entre nós e com Will, Emma e Liam. Will como era de se esperar, estava tão perdido quanto eu.

Nossos dedinhos tinham ficado entrelaçados e logo depois eram nossas mãos que estavam juntas durante a sessão inteira do filme e eu confesso que não tinha prestado nenhuma atenção ao filme, eu me mantinha em alerta para cada movimento de Will. Em algum momento ele me sussurrou: “Está gostando do filme?” e eu me limitei a sussurrar de volta: “É bem interessante.” E ele me deu como resposta o som da sua risada e o resto do filme simplesmente passou e quando vi já estavam ligando as luzes, a mão dele já não estava mais junto da minha e eu tive que sair da sala de cinema. E desde então Kate tem mantido os olhos sobre mim.

Ela deve ter percebido minha desatenção durante a conversa ou sorriso insistente que ficava e ficava voltando para os meus lábios mesmo que eu tentasse esconde-lo. Ou talvez ela só tenha percebido o desinteresse de Will nela e em Bianca. Eu percebi elas tentando puxar assuntos com ele e modo educado que ele desviava das investidas delas só me dava mais vontade de rir. Acho que ela só estava ressentida por eu ter me divertido com o fora que elas levaram e agora estava se perguntando como reverteria isso. De qualquer forma, eu realmente esperava que fosse isso, pois no momento, eu não tinha a menor ideia de como explicar a ela o que estava acontecendo entre eu e Will, sobre os beijos na biblioteca e de como ele parecia está frequentemente se escondendo.

– Vou pegar alguns colchonetes. – Eu falei depois de mostrar a eles onde era meu quarto.

Daniel e Derek tinham se apossado da minha cama, ambos estavam estirados como gatos sobre a mesma. E Bianca tinha ido tomar banho enquanto eu e Kate nos ocupávamos em deixar o quarto confortável para todos.

A ideia partiu de Derek e todos concordaram, depois eu apenas tive que convencer meu pai, coisa que nem foi tão difícil. Papai tinha adorado a ideia. Segundo ele “ia ser bom ter a casa cheia”. Então como não havia impedimentos e o professor responsável por eles não se impôs contra, estavam todos na minha casa para uma ‘festa’ do pijama.

– Eu te ajudo. – Kate se ofereceu e veio atrás de mim antes que eu pudesse dizer pra ela pegar os lençóis.

Descemos a escada em silêncio e paramos em frente a porta da salinha que ficava embaixo da escada, era lá que papai guardava as coisas que não sabíamos onde guardar. Tipo os colchonetes que Mike insistiu em comprar porque estavam em promoção numa loja.

– Você leva esse, que eu levo esses dois. – e me abaixei para pegar um. Tínhamos três.

– Noah, – Kate começou e eu entreguei pra ela um colchonete. – existe alguma coisa entre você – peguei os dois colchonetes e começamos a subir a escada. – e o Will?

Tamanha foi minha surpresa por ter escutado essa pergunta que eu tropecei nos meus próprios pés e só não rolei escada abaixo porque Kate me segurou pelo braço e me ajudou a ficar em pé outra vez, mas os colchonetes não tiveram a mesma sorte, acabaram rolando a escada inteira e agora estavam estirados perto do sofá.

– Ei, cuidado. – ela disse preocupada me soltando. E eu segurei no corrimão da escada, fiquei de costas pra ela.

Respirei fundo.

– Vocês tem, não tem? – a morena estava com a voz hesitante e eu quase podia ver seus olhos azuis grandes e cheios de esperança, para que eu dissesse não. Que falasse que era só impressão dela, que no fim, ela estava vendo coisas que não existiam.

Mas eu podia negar algo como isso? Podia mentir sobre eu e Will apenas porque ela estava afim dele?

Eu fechei os olhos e disse:

– Nos beijamos algumas vezes.

– Por que não me contou? – e agora ela parecia levemente indignada, nada de raiva, nada de ressentimento.

Virei para olhá-la.

– Como poderia contar algo que eu nem sei o que é? – soltei. – Nos beijamos algumas vezes e foi só. Não é um relacionamento nem nada. – e na minha frustração me sentei no degrau da escada. Kate fez o mesmo.

– Devia ter me contado mesmo assim, então eu não teria feito papel de boba esse tempo inteiro e nem Bianca. – bufou. – No começo, eu achava que ele era tímido – riu, mas não tinha nada de amargura nisso. Kate estava realmente se divertindo com isso. – mas, no fim, ele é gay. – riu mais um pouco e quando dei por mim estava rindo junto com ela.

Em meio as risadas, ela bateu seu ombro no meu.

– Então você gosta dele ou o que? – só diversão na sua voz.

Olhei para baixo.

– É complicado. – murmurei.

– Gosta ou não gosta? – insistiu mais um pouco.

Suspirei.

– Gosto. Tudo bem? Eu gosto dele. – confessei de vez.

– Ahh! – ela deu um gritinho e me abraçou de lado.

Escutamos passos e olhamos para o alto da escada. Derek tinha aparecido com uma Bianca em trajes de dormir ao seu lado, ela trazia um taco de golfe na mão em posição de ataque. Mas quando nos viu abaixou o taco e apertou os olhos pra cima de nós dois, do mesmo jeito que Derek estava fazendo mas ao contrário de Bianca, ele tinha cruzado os braços e seu rosto tinha adquirido uma expressão de poucos amigos. Kate tratou de me soltar.

– Achamos que tinha acontecido algo grave. – Derek falou. – Mas pelo visto está tudo bem. – então simplesmente deu meia volta e sumiu.

Olhei para Kate pra saber se ela estava tão confusa quanto eu com a atitude de Derek, mas apenas encontrei o rosto corado da morena.

– Você quer me contar alguma coisa? – perguntei a ela cruzando meus braços.

– Na verdade, - Bianca se pronunciou e veio até onde estávamos. No entanto não se sentou e continuava segurando o taco de golfe. – o que está acontecendo aqui? Achei que o Noah fosse gay. – ela se dirigiu a Kate nessa última parte.

– Eu sou! – me defendi. – E não estava acontecendo nada. Kate me abraçou e só.

– Noah está apaixonado. – Kate se apressou em dizer e logo vi os olhos de Bianca se arregalarem.

– O que?! Por quem?! – praticamente gritou.

– Ei. – falei. – Shi. E não é paixão coisa nenhuma. – sussurrei pra Kate.

– Quem é? – Bianca sussurrou e tive vontade de rir.

Kate olhou pra mim pedindo permissão pra contar, assenti levemente.

– Will.

Bianca cobriu a boca com a mão e focou os olhos em mim. O âmbar dos seus olhos estava mais claro que o normal, o que denunciava sua total surpresa.

– Sério?

– Sério. – Kate nem me deixou responder. – Eles até já se beijaram.

– Não.

– Sim. – eu apenas estava observando elas me ignorarem completamente e engatarem uma conversa como duas velhas fofoqueiras.

– Mas eu jurava que o Will estava afim de mim. – Bi disse pensativa e não pude me segurar. Soltei uma risada.

As duas olharam pra mim prontamente, como se só agora tivessem me notado.

– O que foi? É verdade. – se defendeu.

Ele não está afim de você. – e me surpreendi com o tanto de posse que havia no sujeito.

– Meu Deus! – Bianca bateu palmas, rindo. – Você está com ciúmes! – ela me abraçou por trás e eu comecei a rir ao passo que Kate nos acompanhava.

A porta se abrindo foi o que nos fez ficar alertas outra vez. Era Mike entrando com duas sacolas.

– Hey. – cumprimentou e nos afastamos. – Espero que gostem de comida chinesa. – e levantou a sacola para que pudéssemos ver.

– Vou chamar os meninos. – Kate se apressou em ficar em pé e correr escada acima.

Olhei pra Bianca.

– O que há com ela?

A loira sorriu misteriosa.

– Depois te conto. – Ele ficou em pé e me ofereceu a mão. – Vamos comer.

Aceitei sua ajuda e logo estávamos descendo a escada e indo até papai. Ele tinha colocado a comida chinesa sobre a mesinha de centro. Eu e Bianca fomos até a cozinha. Abri a geladeira para pegar o refrigerante enquanto ela pegava os copos.

– Desde de quando? – perguntou subitamente.

– O que? – estava confuso.

– Gay. Desde quando você é gay? – coloquei a garrafa de Coca sobre a bancada da cozinha e a observei.

O cabelo loiro solto sobre os ombros, os cachos a fazendo parecer uma princesa de contos de fada. Os olhos âmbar e o pijama de mangas compridas e calça de moletom. Bianca nunca foi uma garota vulgar. Tudo nela era natural, nunca forçava emoções, nunca dava sorrisos falsos, nunca mentia sobre sua opinião. Ela era autentica. Essa foi uma das coisas que me fez ficar encantado por ela quando a conheci. Eu achava que se ficasse com alguém tão verdadeiro quanto ela, podia me tornar verdadeiro também. Que eu podia entender o que acontecia comigo, porque garotas não chamavam tanto a minha atenção. Mas estava errado.

– Desde sempre. – respondi. – Apenas não tinha percebido ainda.

– Foi por minha causa que você...?

– Não. O problema estava comigo e não com você. – me apressei em dizer.

Ela assentiu e então saiu da cozinha levando os copos. Peguei a garrafa e sai também.

###

A escola estava vazia no dia seguinte, porque era o dia da competição. O grande dia tinha finalmente chegado. Tínhamos passado a noite anterior conversando e estudando para essa competição. Eu os tinha ajudado com alguns cálculos enquanto eles me enchiam de conselhos sobre como chegar no Will. Derek tinha insistido que eu devia chama-lo pra sair enquanto Kate me enchia os ouvidos para que eu contasse como aconteceu a nossa aproximação e os meninos resmungavam que não. Eu apenas ria. No fim, nem estudamos quase nada. Ficamos a noite inteira assistindo filmes, fazendo jogos e compartilhando histórias.

Por isso tive que vim a escola hoje. Mais cedo do que previsto para usar os livros da biblioteca enquanto Kate e os outros se encarregavam de ficarem calmos para a competição que só acontecia dali quatro horas, já que ainda eram 10 da manhã. Eu tinha me enfiado na seção de livros didáticos e agora procurava por livros de matemática.

– Precisa de ajuda? – alguém perguntou e sorri antes que pudesse me impedir. Mas me forcei a não olhar pra ele. Precisava me concentrar em encontrar esses livros. No entanto, quando dei por mim já estava o fitando e sorrindo pra ele como um bobo.

– Talvez. – acabei dizendo e me forcei a focar os olhos nos títulos ali.

O escutei se aproximar. Will parou ao meu lado.

– O que está procurando?

– Livros de matemática.

Will começou a vasculhar os livros, procurando os títulos certos. Estava tudo tão silencioso ali, havia apenas o ocasional barulho das páginas do livro quando ele encontrava um que parecia o certo. Eu dei um passo pra longe dele e fiquei o observando. Foi impossível não fazer isso. Era como se existisse alguma coisa dentro de mim, que dominava meus movimentos e meus pensamentos para que eu vivesse em função de Will. Talvez as meninas estivessem certas, eu devia estar apaixonado mesmo. Mas quando foi que isso aconteceu? Por que eu não percebi antes? E por que que tinha que ser logo Will?

Me lembrei da época que comecei a gostar de Bianca, do jeito hesitante que fiquei quando a pedi em namoro. Eu tinha realmente acreditado naquilo, tinha mentido pra mim mesmo que daria certo, que se eu ficasse com alguém como ela as coisas iam ficar melhores. E de fato ficaram. Bianca foi uma namorada maravilhosa, apesar de um pouco melosa demais. Mas as coisas não funcionaram tão bem assim, no fim das contas. Porque quando você não sente vontade de transar com a própria namorada, então é melhor terminar. Foi o que acabei fazendo e depois fiquei bêbado naquela festa e peguei o carro de alguém, bati e terminei em Dickson. Lugar onde conheci esse garoto irritante que é inteligente demais e que beija muito bem, que parece estar sempre tentando ajudar as pessoas com as suas ações pelo Orfanato e pelo Abrigo de Animais. No entanto, ele está preso. Eu consigo ver isso, consigo ver as correntes em volta das suas mãos e dos seus pés e consigo, para minha confusão, ver a chave na mão de Mark.

– Achei. – ele me tirou do meu devaneio. Pisquei e o fitei. Will estava me estendendo o livro, o peguei. – Tudo bem? – o loiro apertou os olhos pra cima de mim.

– Estava pensando em você. – confessei, porque depois da conversa de ontem com meus amigos, eles tinham me feito perceber uma coisinha: não havia razão para esconder isso, por mais delicado que fosse.

Will não foi capaz de se impedir de corar e eu sorri om isso. Dei um passo em sua direção.

– Você fica adorável assim. – comentei.

Ele balançou a cabeça e desviou os olhos dos meus.

– Está me cantando Grace? – perguntou divertido e eu me aproximei mais.

– Estou. – confessei e as bochechas dele ficaram mais vermelhas, ele realmente achou que eu ia negar e me afastar. Mas o que ele não sabia era que eu havia parado de mentir pra mim mesmo, parado de lutar.

Deixe acontecer, pedi silenciosamente a ele. Sinta do mesmo jeito que estou sentindo.

– Posso te beijar? – perguntei, pois Will parecia cada vez mais hesitante na medida que eu me aproximava que fiquei com medo de ser rejeitado, que ele me empurrasse e fosse embora. Uma parte minha ficou totalmente insegura, pois de repente me dei conta de que podia está forçando a barra. Pois em geral quem tomava a iniciativa em nossos beijos era ele.

Entretanto, o loiro assentiu levemente. Se eu não estivesse tão perto, não teria visto. E eu senti uma coisa tão grande inundar meu peito e se expandi pelo corpo inteiro, apenas com esse gesto de afirmação que não hesitei em me inclinar e tocar minha boca na sua. Logo senti seus braços se fecharem em volta do meu pescoço e eu passei meus braços em volta da sua cintura e quando fazia isso, deixei o livro que segurava cair. Mas o barulho que ele faz ao encontrar o chão não foi suficiente para que nos separássemos.

Eu estava totalmente apaixonado, me dei conta. E todas sensações que apenas essa afirmação me causava era o suficiente para que sorrisse contra os lábios dele. Esse sentimento estava me inundando agora, descendo sobre meus membros, apagando o mundo ao meu redor. Levando minha insegurança pra longe, tornando tudo mais leve e mais claro, cheio de cor, destrancando minhas portas e janelas, me deixando como uma casa aberta para que todo esse sentimento viesse e me inundasse.

Encostei minha testa na dele, de olhos fechados fiz a confissão mais doce de todos os tempos:

– Gosto de você.

Will me beijou mais um pouco e aceitei os beijos, mas então ele parou e antes que eu voltasse a colar nossos lábios, ele me sussurrou de volta:

– Também gosto de você.

Sorri com essa afirmação. Os braços dele ainda estavam em volta do meu pescoço e o mantinha perto com os meus envolta da sua cintura.

– Quer sair comigo? – perguntei.

Eu queria fazer isso direito. Se íamos começar algo, então devíamos parar de nos beijar escondidos na biblioteca. Afinal, não estávamos fazendo nada de errado. Éramos apenas dois garotos que se gostavam. Então por que não tínhamos um encontro como qualquer casal?

– Hoje? – perguntou e colou os lábios dele mais uma vez nos meus.

Me forcei a parar de beijá-lo.

– Hoje. – confirmei.

Não havia razão para esperar. Já tínhamos adiado isso por muito tempo.

– Tudo bem. – concordou. – Mas tenho que ir agora. – e soltou meu pescoço, mas eu não soltei sua cintura.

– Não. – resmunguei e enfiei meu rosto na curva do seu pescoço, escutei Will rir do meu protesto. Aspirei seu cheiro e fechei os olhos.

Assim é bom, pensei. Assim é muito bom.

Senti quando Will começou a brincar com meu cabelo. Enrolava a ponta dos dedos nele e apreciei isso. Por que não podíamos ficar nessa biblioteca pra sempre? Tinha todos aqueles livros que ele amava e tinha ele, que era tudo que eu queria.

– Preciso trabalhar. – ele começou mais uma vez, mas na sua voz não existia nenhuma vontade de ir também. – A equipe do jornal fez uma merda sem tamanho ontem e ainda estou tentando concertar. – explicou e então me lembrei da garota que interrompeu a nossa hora do lanche e levou Will da mesa onde eu e meus amigos estávamos.

Levantei meu rosto e o fitei.

– Muito grande? – perguntei meio preocupado.

– Não muito.

– O que eles fizeram?

– Publicaram uma foto sem colocar os direitos autorais – curvou o canto da boca em desagrado e tive vontade de beijar ali. – e agora estou tentando negociar com a pessoa para que ela não nos denuncie para o Conselho Estudantil.

– Vai ficar tudo bem. – declarei e o beijei. Era tão bom fazer isso que eu simplesmente não podia parar. – Você é um ótimo jornalista e negociante. Vai dá tudo certo.

– Tomara. – e voltou a sorrir pra mim, sorri de volta. – Agora me deixe ir.

Balancei a cabeça em negação e ele gargalhou, o som da risada dele preenchendo todo o silêncio daquele lugar. E eu teria o beijado mais um pouco se não fosse pela aparição repentina de alguém.

– Oh. Droga! – exclamou a pessoa e soltei Will rapidinho. – Meus olhos!

O loiro, muito constrangido se afastou de mim e eu fiz o mesmo. Coloquei a mão na nuca, em nervosismo e não fui capaz de encarar Daniel que estava parado no começo da sessão de livros didáticos com a mão cobrindo os olhos.

– Você estava demorando muito. – ele se explicou e estava tão constrangido quanto eu e Will. – Então pensei que estivesse com problemas... Mas pelo visto está tudo bem, ne? – e ficou de costas pra nós.

Eu quis me enterrar nesse momento. Pegar um dos livros e jogar em Daniel, apenas para tirar aquele sorriso pervertido que eu sabia que estava no seu rosto. Mas como um idiota, apenas corei como um pimentão.

– E-eu... – gaguejei.

– Tudo bem, Noah. – Daniel disse e segurou a risada. – Eu vou te esperar ali fora. – ele apontou pra saída e toda a sua expressão denotava divertimento. – Podem continuar.

Lancei um olhar irritado pra cima dele e então ele se foi.

– Isso foi constrangedor. – Will comentou. O fitei.

E ele tentou segurar a risada, mas não deu. Começamos a rir do nada. E quando nos recuperamos, pedi desculpas a ele e Will apenas assentiu e me deu um beijo na bochecha e logo eu estava saindo da biblioteca. Encontrei Dan na saída e ele foi logo dizendo:

– Foi bom pra você, Noah? – existia muita malícia empregada nessa pergunta.

– Cala boca. – mandei, mas eu estava rindo e ele me acompanhou. – Vamos encontrar com os outros.

###

Kate, Derek, Daniel e Bianca tinham acabado de subir no palco do auditório da escola, que era onde a competição ia acontecer daqui alguns minutos. Bianca era a que estava mais tranquila se comparada aos outros. Derek estava meio pálido e Kate não parava de mexer no cabelo ao mesmo tempo que Daniel respirava fundo. Eles não estavam nervosos porque estavam com medo de perder, mas sim porque ambos compartilhavam de um único medo: tinham medo de plateias. Ao contrário do que muita gente pensa quando os ver, eles não são muitos bons em apresentações em público. Mas eu sabia que eles iam se sair bem. Levantei meu polegar para Kate e ela levantou o dela em resposta.

Observei os alunos começarem a encher o local, pegarem um assento. Eu estava sentado na primeira fileira junto de Emma. Ela tinha vindo para ajudar Will com alguma coisa no jornal, mas logo apareceu por aqui e eu a convidei para sentar ao meu lado. Mark ainda não tinha aparecido e quando perguntei a ela sobre isso, Emma apenas torceu a boca e disse que ele não gostava desse tipo de coisa. Apenas me limitei a dá de ombros e deixa-lo de lado.

– Will me falou que vocês tem um encontro hoje. – comentou.

– Falou, foi? – soltei porque não sabia como proceder. Ainda me sentia inseguro de falar sobre isso.

– Foi. – pelo canto de olho vi a loira rir. – Vocês vão aonde?

– Não tenho a menor ideia. – confessei e também ri, de cabeça baixa.

Chamei Will para sair e não tinha a menor ideia de onde leva-lo. Eu sou um idiota.

– Relaxa. – a observei. – Eu tenho um lugar.

– Mesmo?

– Mesmo. – piscou pra mim. – Espere aqui.

E subitamente ela se levantou, subiu até o palco e pegou o microfone da mão do professor que estava ali e disse:

– Queria desejar boa sorte as duas equipes. – falou, muito educada. Olhou para o grupo de Dickson depois para o grupo de Los Angeles. – E para o vencedor de hoje quero oferecer uma festa, na minha casa. Estão todos convidados e que vença o melhor!

Todos os presentes ali, gritaram em concordância. Emma devolveu o microfone para o professor e desceu do palco, voltou para o assento ao meu lado.

– Aparece lá também, depois do encontro. – falou pra mim.

Assenti meio rindo meio envergonhado. Então a competição teve início e no canto esquerdo do palco vi Will com uma câmera em mãos tirando fotos dos competidores, supus que as fotos iam para a edição de amanhã do jornal.

– Não o magoe. – Emma falou do nada se referindo ao loiro.

– Não vou. – respondi com certeza.

Eu nunca seria capaz de fazer nenhum mal a ele, eu gostava demais dele pra fazer isso.

– Vamos dá início a Quinta competição anual de Decatlo Acadêmico. – a Diretora Mary falou. – Deem as boas-vindas a equipe da escola Republicana de Los Angeles – bati palmas pra eles e uns poucos me acompanhara. Kate sorriu pra mim. – e a equipe da escola Estadual de Dickson – e nessa os alunos inteiros bateram palmas, fiquei na minha.

– Bata palmas, Noah. – Emma incentivou.

– Nem ferrando. – respondi e ela gargalhou ao meu lado.

– Professor, sua vez. - Mary disse e entregou o microfone ao professor que ia fazer as perguntas.

O homem baixinho de cabelos brancos e usando óculos de lentes quadradas, se prostrou atrás do púlpito.

– Vamos começar. – ele disse e todos ficamos apostos esperando a primeira pergunta. – Considerando a seguinte função f(x)= x2 + 12, qual o valor de y quando x for 2?

– 16. – sussurrei e prontamente, Kate falou no microfone:

– Y será igual a 16!

– Um ponto para Los Angeles!

– Isso! – gritei e recebi olhares atravessados de alguns alunos. Eles estavam ressentidos por eu estar torcendo para a escola de LA em vez da escola de Dickson. Me limitei a ignora-los.

Outra pergunta:

– Qual a aceleração de um carro que está em movimento retilíneo uniforme?

– A aceleração é nula. – Derek nem ao menos pensou quando disse isso.

– Ponto para Los Angeles. – o juiz disse e eu sorrir mais um pouco.

O time de Dickson deu uma bufada ao passo que meus amigos se cumprimentavam. A verdade não era que o grupo de Dickson fosse burro, era apenas que eles eram lentos se comparados com meus amigos. Nós fizemos parte dessas competições desde sempre. Era fácil para cada um de nós achar uma resposta em menos de dez segundos.

– Dado a função de um sobre x, qual o limite quando x tende a zero?

Todos os alunos olharam para o grupo de Dickson e eu olhei para Kate e depois para Bianca. Foi um tipo engraçado de discussão silenciosa. Até que Bianca segurou o microfone e disse ao mesmo tempo que uma garota de Dickson gritava:

– Mais infinito.

– Não existe. – Bi respondeu.

– Você primeiro. – o homem de cabelo branco falou para a garota de Dickson.

– Mais infinito. O limite vai para mais infinito.

– Errado. – e olhou para meus amigos. – Você.

– Não existe limite. – Bianca tinha a voz cheia de certeza.

– Certo.

E eu bati palmas para eles ao passo que todos deram tapinhas nos ombros de Bi. Uma parte minha queria muito está ali com eles, compartilhando disso. Dessa interação, desse sentimento de cumplicidade, do trabalho de equipe. Mas eu estava feliz de estar na plateia, aplaudindo eles. Eles mereciam.

O resto da competição seguiu assim: Dickson conseguiu se recuperar nas perguntas sobre Física - mecânica e moderna. Nós nunca fomos muito bons em física mesmo. Mas LA deu o troco nos problemas matemático e nas resoluções de gráficos. Eu não conseguia entender como Dickson podia errar tanto na montagem de gráficos e em como Bianca desenhava tão bem.

– Aquela sua amiga é bem inteligente. – Emma sussurrou pra mim em algum momento. – E bem bonita também.

Olhei para Bianca e dei um tchauzinho, a loira retribuiu com um sorriso.

– Ela é sim. – concordei.

No fim, eles terminaram empatados.

– E para desempatar, vamos a última pergunta. – o professor de cabelos brancos disse. Ele segurou um papelzinho, então começou a ler. – Escolha apenas um da equipe para responder a pergunta. – e houve uma confabulação entre meus amigos. Percebi que eles queriam mandar Daniel, mas ele estava com medo de que caísse algo de física. Mas ele era a melhor jogada se caísse um problema de raciocínio lógico. Observei o grupo de Dickson empurrar um garoto magrelo, asiático para frente, era a escolha deles. Enquanto os meus amigos ainda estavam discutindo. – Dickson, quem vai?

– Erik Kimizuki. – o garoto respondeu.

– Los Angeles, quem vai?

Meus amigos se entre olharam e Daniel suspirou.

– Daniel Roberts. – ele se apresentou e saiu de trás da bancada onde seus amigos estavam.

Foi entregado a eles um pincel e cada um deles ficou em frente a um quadrinho branco que colocaram ali. Observei Daniel destampar o pincel e o garoto asiático fazer o mesmo. O gêmeo de Derek tocou o pincel no quadro e esperou a pergunta:

– Prontos? – eles assentiram. – Um gás ideal de volume 12 sofre uma transformação, permanecendo sob pressão constante igual de 250 Pa. Qual é o volume do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?

Prendi a respiração e os minutos começaram a passar muito lentamente. Meu cérebro começou a trabalhar no problema automaticamente, vasculhei na minha mente a fórmula que poderia ser usada para responder essa questão e enquanto isso Dan permanecia quieto, como se não pudesse acreditar que aquela era a pergunta final, ao seu lado o asiático já tinha começado a rabiscar a resposta e eu quis gritar para Daniel começar a escrever qualquer coisa, para ele tirar essa expressão de bobo do rosto. Mas então, como se estivesse lendo meus pensamentos ele se mexeu. Começou a deslizar o pincel pela lousa numa rapidez que me deu inveja e os meus amigos atrás da bancada, estavam gritando para ele ir mais rápido pois o tal Kimizuki estava para terminar o seu cálculo e todos na plateia tinham começado a se agitar.

Vai, Dickson. Eles gritavam enquanto eu gritava: Vai, Dan!

– Acabei! – o asiático gritou e todos paramos.

Kate olhou preocupada para mim e os meninos do grupo de adversário lançavam olhares de vencedor para eles.

Observei o professor se aproximar do quadro do garoto. Ele olhou o resultado final e conferiu com o que estava escrito no papel e aquilo pareceu durar uma vida inteira e percebi que Daniel ainda estava rabiscando na sua lousa, na sua esperança maluca de que o garoto errou.

– Errado. – o velho decretou ao passo que Dan gritou:

– Terminei!

Senti meus olhos se arregalarem juntamente com os dos meus amigos. Derek estava sorrindo de nervoso, Bianca tinha os dedos cruzados e Kate estava prendendo a respiração. Observei o velho caminhar até o quadro de Daniel, conferir o resultado final e ver se batia com o que estava escrito no papel e esses minutos nunca duraram tanto.

– Correto. – o professor pronunciou muito sério e eu juntamente com meus amigos demos um pulo.

Daniel gritou e eufórico deu um beijo na bochecha do velho e depois correu para os braços da sua equipe e um monte de papel picado caiu sobre eles. Eu corri até o palco, subi ali e logo estávamos os cinco em um abraço em grupo rindo e gritando:

– LOS ANGELES! LOS ANGELES!

– Digam ‘X’. – escutei alguém pedir e viramos os cinco em direção a voz, encontramos Will com uma câmera em mãos. Sorrimos para a foto e logo o flash denunciava que aquele momento tinha sido eternizado.

###

Observei meu reflexo no espelho pela milésima vez e pela milésima vez, eu estava penteando meu cabelo.

– Tem certeza que essa roupa está boa? – perguntei a Bianca, que estava deitada de bruços na minha cama, os pezinhos balançando no ar.

Ela tinha insistido em me ajudar a ficar pronto para o encontro. Kate tinha desaparecido com Derek depois que eles venceram a competição e Daniel não parecia nenhum pouco preocupado. Na verdade, ele tinha levantado as mãos pros céu e dito “Obrigado, Senhor!”

Durante o caminho até minha casa, os dois tinham me explicado que Derek estava afim de Kate e ela parecia corresponder. Contaram como eles tinham se beijado depois que vim morar em Dickson, já que ela pareceu sentir mais minha falta e Derek tinha se encarregado de distrai-la. Eles acabaram se aproximando e então se beijaram durante uma festa de aniversário dele e Dan. Confesso que fiquei bem feliz por eles estarem se envolvendo desse jeito. Se existia alguém que merecia viver algo bacana com alguém bacana, esse alguém era Kate. E Derek era o cara certo para faze-la feliz.

– Está perfeito, Noah. – ela resmungou irritada. Mas eu não podia culpa-la pela falta de paciência. Era a décima vez que eu fazia a mesma pergunta. Coloquei o pente sobre a cômoda. – Will vai gostar, ok?

Ri de nervoso. Então fiquei de frente pra ela.

– Não vai a festa da vitória?

Ela rolou na cama, ficou de barriga pra cima. Observou as fotos que eu tinha colado no teto sobre minha cama.

– Não sei. – respondeu. – Não conheço quase ninguém e não quero dançar com Dan a noite inteira. Ele é péssimo. – falou essa última parte um pouco baixo.

– Eu ouvi isso! – Dan gritou do banheiro. Ele estava tomando banho fazia um bom tempo já.

– Desculpa! – Bianca pediu. – Mas é verdade!

– Ah, querida. Eu sou o maior dançarino que já existiu. – se gabou.

– Vai sonhando! – gritamos juntos e depois caímos os três na risada. A risada do Dan abafada pelo barulho do chuveiro.

Andei até a cama e me sentei ao lado da garota.

– O que você tem? – perguntei, porque não era de hoje que eu vinha percebendo o jeito reservado dela. Bianca nunca foi muito reservada, ela sempre foi alegre e espontânea. – O que aconteceu?

– Me conhece tão bem assim? – perguntou.

– Foram quatro meses convivendo com você, o mínimo que eu podia aprender era ler suas emoções.

A loira sorriu com ternura pra mim. Ela se sentou na cama, ficou do meu lado. Deitou sua cabeça no meu ombro.

– Está chateada por causa de Will? – soltei hesitante.

– Deus, Noah! Não. Claro que não! – ela se apressou em dizer e me olhou bem nos olhos. – Estou feliz por você. – ela segurou meu rosto e me deu um selinho, coisa rápida e sem nenhuma conotação romântica. Era apenas um beijo de amigos. Então ela voltou a deitar a cabeça no meu ombro.

– Então, o que é?

– Estou confusa. – falou vagamente.

– Sobre...?

– Acho que gosto de garotas. – confessou de vez, eu não me mexi.

– Por que acha isso?

– Me apaixonei por uma garota.

– Uau. – balbuciei. – Nem sei o que te dizer. – eu realmente não sabia.

– Só diga que entende e não se afaste.

Então, eu fiz ela desencostar a cabeça do meu ombro. Olhei bem nos seus olhos âmbar. Eles estavam cheios de melancolia e resignação.

– Não tenho razão para me afastar de você. Somos amigos. – disse a ela. E subitamente, ela se empertigou na minha direção e me abraçou.

– Eu te amo, Noah. Você é meu melhor amigo. – ela balbuciou, a voz meio embargada.

– Atrapalho? – Dan perguntou saindo do banheiro já vestido, bermuda jeans e camisa social, com as mangas erguidas até os ombros.

Bianca se afastou de mim e limpou os olhos discretamente, um sorriso brincou nos seus lábios.

– Estragou o clima, Dan. – ela brincou se fingindo de brava e eu ri. – Eu estava quase conseguindo beijar o Noah.

Daniel se jogou na cama e fez questão de ficar entre nós dois.

– Então agradeça, querida. – entrou na brincadeira. – Tenho um segredo pra te contar sobre ele. – e fingiu que eu não estava ali. Ele se ajoelhou ao lado de Bianca e disse alto o suficiente para que eu pudesse escutar. – Ele é gay.

Eu peguei o travesseiro mais próximo e joguei nele, mas eu estava rindo então ele não levou a sério. E logo estávamos os três deitados na cama rindo como bobos, enquanto Kate e Derek se divertiam em algum lugar.

– Que horas é o seu encontro? – Dan perguntou depois que ficamos em silêncio.

Olhei para o lado, na parede perto da prateleira de livros tinha um relógio de parede. Quando vi o horário, me levantei de um pulo da cama.

– Droga, estou atrasado! – e corri em direção a porta.

– Ei. – Bianca chamou quando eu estava saindo. Parei e olhei para ela. – Aonde vai leva-lo?

– Restaurante francês. – gritei e corri dali.

A ideia partiu de Emma, a melhor amiga do Will. Ela tinha me puxado depois que a competição terminará e me sussurrado o quanto Will queria ir nesse restaurante francês, que ficava nos arredores da cidade, e nunca teve a oportunidade. A garota tinha até mesmo me dado um folheto do lugar e tudo era tão sofisticado e bonito, que não pude recusar a ideia. Uma parte minha dizia que Will ia adorar a surpresa e a outra parte queria apenas que fosse especial.

Esbarrei em Mike quando estava descendo a escada, mas antes que eu pudesse continuar meu percurso, papai me segurou pelos ombros.

– Onde está indo com tanta pressa? – ele estava sorrindo.

– Estou atrasado para um encontro. – falei.

– Opa. Um encontro? – eu queria ter contado para ela antes, mas é que tudo foi uma correria depois que saímos da competição e ele não estava em casa, então foi meio impossível dizer qualquer coisa.

Respirei fundo e tentei explicar tudo rapidamente:

– Convidei Will para sair e ele aceitou e agora estou atrasado. – falei muito rápido e vi os olhos de papai se arregalarem levemente.

– Uau. Er... boa sorte então. – ele parecia meio envergonhado pelo tanto de informação que eu tinha lhe dado, mas eu não podia culpa-lo. Sabia que Mike ainda estava se acostumando com isso ainda.

Mike me soltou e eu continuei meu caminho. O meu plano era buscar Will na sua casa e de lá podíamos ir no carro dele até o restaurante. E foi o que fiz, corri literalmente até a casa dele. Porque se eu conhecia bem aquele loiro, ele devia estar super impaciente sentado no seu sofá da sala reclamando sobre meu atraso. Esbocei um sorriso apenas com esse pensamento. E durante o resto do caminho agradeci pela casa dele não ser tão longe da minha. Emma tinha me explicado como chegar lá. E eu cheguei lá, ofegante e suado, mas cheguei. Toquei a campainha e escutei a voz dele dizendo “Eu atendo”. E logo ele apareceu a minha frente.

– Até que enfim! – exclamou.

– Oi, pra você também. – resmunguei ao passo que ele olhava no seu relógio.

– Atrasado. – decretou e eu revirei os olhos.

– Vamos logo. – segurei sua mão e comecei a puxa-lo pra longe dali.

– Tchau, mãe. Tchau, pai. – ele ainda gritou.

– Não chegue tarde! – a senhora Moore gritou.

– Tudo bem! – o loiro respondeu.

Caminhamos até o carro de Will, azul como os olhos dele.

– Para onde vamos? – perguntou assim que nos acomodamos nos bancos e colocamos os cintos.

– Apenas dirija. – falei. – Eu te indico o caminho. – e na meia luz da lua, peguei um sorrisinho mínimo brincar nos seus lábios.

Então pensei em Newton e na primeira lei que ele estabeleceu. A lei da Inércia. Onde dizia que um corpo só permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme até que ele receba uma força externa que o faça mudar de estado. Eu estava recebendo uma força externa, que estava me fazendo mudar de estado. Eu estava finalmente saindo da Inércia, tudo isso graças a Will. Mesmo que ele não tenha a menor ideia disso. Escutei o loiro ligar a ignição do carro e logo estávamos dando partida para alguma coisa que eu não sabia ainda o que era e nem se ia dá certo, mas que estava me fazendo, nos fazendo, muito bem.


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Notas finais do capítulo

Recado de fim de ano para vcs: que 2016 seja muito bom e que vcs tenham coragem para fazer o que quiserem, o que acharem melhor. Que tenham coragem para ser felizes!!!! :))))
Agora, sobre o cap: pra que não entendeu o nome do capitulo, é porque agora o Will e o Noah pararam de se encontrar na biblioteca, eles estão caminhando para um relacionamento longe das paredes daquele biblioteca. E eu achei uma fofura isso! Vamos torcer por eles gente!!!
E não tenho mais o que dizer não, porque ainda estou suspirando aqui. *_*
Esse foi o último cap ano, Então até 2016!!
xoxo, feliz ano-novo!! o/