Diário Virtual escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 25
Garota de 15 anos


Notas iniciais do capítulo

Tenho um aviso importante pra dar a vocês então peço que leiam essas notas.

Diário Virtual e Ela Áries, Ele Escorpião vão entrar em hiatus temporário.

Juro que não é por falta de ideias nem criatividade, estou com tantos planos pra essa fic e a leitora Alasca deu umas sugestões que nossa, estou a todo vapor.

Semana que vem eu vou começar a ir pra faculdade pela primeira vez na vida e preciso ver como será minha rotina daqui pra frente. Vou precisar reformular minha agenda e isso vai requisitar um tempinho.

Vou parar de trabalhar em Diário Virtual nesse perìodo? Não, vou adiantar capítulos pra não ficar sobrecarregada quando as aulas de fato me puxarem.

Atualmente é assim, escrevi e já postei. Daqui pra frente acho melhor acumular pelo menos cinco capítulos, deixar guardado e pronto os posteriores.

Quanto tempo isso vai levar? Bom, vai depender de muitos fatores. Pode ser duas semanas, um mês. Aproveitem pra adiantar suas leituras pendentes, fazer o dever de casa da escola, ler minhas outras fics.

Ps : Não recomendo Você Pertence a Mim e Dastan & Tâmina, estou reescrevendo elas pra re-postar.

Se quiserem ficar por dentro do que está acontecendo com Diário Virtual, previsões de volta ou qualquer outra coisa curtam a página Kathe Daratrazanoff, no facebook, vou mantê-los informados por lá.

Obrigado a todos e aguardo pela compreensão ou surtos pelos comentários.



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—Como foi que você foi ficar de recuperação em MATEMÁTICA? -minha mãe me acusava, dando ênfase na voz em matemática como se fosse a matéria mais fácil da escola. -Como foi que isso ACONTECEU?

Olha, eu poderia ter respondido ou perguntado muita coisa naquele momento. O dedo indicador da minha mãe seguia erguido na minha direção, e eu não sabia se era pra continuar em silêncio ou falar algo. Não que eu fosse ter coragem de dizer algo, sentia um frio horrível pelo corpo.

Naquele momento, eu fiquei pensando o que de fato acontecia, mamãe parecia querer satisfações e eu nem tinha a menor noção de por onde começar. Como ela sabia daquilo? E eu podia entender boa parte da frustração porque não era aquela recuperação bimestral, era aquela anual mesmo, que se você não passar reprova.

O que era não era tão grave assim afinal, pelo menos no meu caso. Todo mundo sabe que se você não reprovar em mais de três matérias consegue passar de ano, só algumas escolas mais rígidas que cobrava do aluno pra ele compensar no ano seguinte. Mas até essas escolas rígidas te passam, tirando a minha mãe geral sabia.

Ta, não é como se fosse legal ficar de recuperação, nunca na vida que eu fiquei. Nos últimos dias fiquei me consolando, tentando ver o lado bom dessa situação. E quando eu finalmente vou por esse lado, de que ainda tem uma prova pra fazer e que mesmo que eu reprove nela irei passar de ano, mamãe vem com essa.

—Pode ESQUECER netflix! -ela ia dizendo, furiosa. - A tv a cabo já era pra você também, e nada de internet, está me ouvindo? De agora em diante, quero te ver com um livro na mão.

E esse é o motivo de eu estar eacrevendo isso dentro de um livro de matemática. Digo, pegueu uma folha, abri o livro e apoiei a folha no meio, só pro caso dela aparecer. Daí tem tempo de eu disfarçar e fingir que estou fazendo algo de útil-apesar de eu achar que isso aqui é último, mas cada um com sua opinião.

Sabe, o pior de ser obrigado a estudar em casa é você estudar sabendo que vai perder os episódios novos da sua série. E a estréia daquela outra série que você esperou estrear por meses. Da pra entender minha situação.

Você não chega pra um funcionário e diz : "O seu cachorro que te seguiu até aqui acabou de ser atropelado pelo meu carro e está se regojizando de dor ali na rua. Vá trabalhar!". Totalmente, não dá.

Depois que a mamãe pediu pra que eu fosse para o meu quarto, ou melhor, exigiu pra eu pegar um livro e enfiar minha cabeça nele. E eu faria isso com muito gosto se fosse um Desaparecidos de Meg Cabot ou um Percy Jackson da vida, mas um de matemática?

Enquanto eu divagava sobre isso, me perguntando quem teria me caguetado, minha irmã entrou no quarto sem bater e se sentou na minha cadeira, como se fosse mais que bem-vinda ali.

—Ouvi a mamãe brigando com você -ela falou, cruzando as pernas e mexendo no cabelo, como se tivesse algum garoto ali.- , tem uma primeira vez pra tudo, hein?

Minha irmã é perita nesses assuntos, raridade era ela passar direto. Então achei que seria bom perguntar pra ela como foi que a mamãe ficou sabendo de mim porque eu não tinha contado, tinha sido algum vizinho fofoqueiro? E ela deu risada, como se a pergunta fosse óbvia demais.

—Eles ligam pra casa, sua tonta, pra avisar o responsável que o filho deles ta de recuperação, ninguém acredita que um aluno vai se dedurar assim. Por isso, sempre que eles mandavam a gente passar o número de telefone de casa e anotavam no sistema eu passava um número errado. Mas tudo bem, você ainda não tem o costume. Logo, logo você vai pegando a mania e aprendendo os truques. Quando quiser conselhos pra matar um dia de aula me chame hein, não vai querer ser pega como eu fui.

Enquanto ela falava e falava do dia que tinha sido pega, que na verdade era uma versão bem mentirosa da história, já que na vida real não tinha sido tão engraçado assim e a polícia estava no meio, fiquei olhando para os ponteiros do relógio imaginando como ia sair daquele quarto. Porque assim, eu tinha a leve impressão de que estava de castigo. E tipo assim, eu tinha uns quarenta minutos pra chegar na escola e cumprir minha detenção, caso contrário eles notariam minha falta e ligariam pra casa -palavras do David.

A Natasha continuava falando, nem me dei ao trabalho de me inteirar no assunto, e então ela deu pra fuçar minha mochila. Simplesmente surtei porque a dita vasculhava meus bolsinhos, dei um berro tão alto mandando ela largar que a Natasha jogou a bolsa no chão, toda assustada. E se ela achasse aquela grana toda, como eu iria me explicar?

—Qual é o seu problema? -ela se levantou, dramatizando no papel de um personagem que acabou de ver alguém morto. -Sua esquisita, quase me mata do coração, isso que dá tentar agir como uma boa irmã mais velha. Acha que não sei que está escrevendo nessa porcaria de... nesse diárinho seu ao invés de estudar? Pior, vai cuidar dessas espinhas nojentas, maluca.

Revirei os olhos, fingindo que não dava a mínima para o que ela disse, mas assim que ela saiu pisando duro do meu quarto pude sentir lágrimas nos meus olhos. Tasha estava falando sério? Eu não tinha espinhas, não desde que mamãe me levou a um dermatologista.

Tive que ir para o espelho conferir, mesmo que fosse improvável. Minha irmã podia ser uma mentirosa, mas nunca se pode duvidar de uma pele oleosa como a minha. Você passava um dedo pela minha testa e saía um litro de suor.

E na frente do espelho, adivinha o que vejo? Mini-espinhas. Toda essa minha preocupação com garotos e auto estima me fez esquecer de um problema mais sério, a acne.

Vai em frente, me julgue. Sei que isso soa como se eu fosse uma dessas patricinhas vaidosas que fazem tudo por beleza cof cof minha irmã, mas se você conviveu durante anos com aquelas bolinhas inflamadas no rosto você pode sim pirar.

Já tive tanta espinha na vida, tanta, que pensei que tivesse pagado tudo de uma vez. Longos meses sem elas, imaginando que nunca mais teria pra isso. Pra ir pra frente de um espelho encontrar um monte delas no nariz.

Sabe, quando a vida me empurra ela não se contenta em só me derrubar, ela tem que chutar até os restos que me sobram. Quando vem problema é um atrás do outro.

Mini espinhas no nariz, sinal de que meu problema pode voltar e se eu não cuidar delas, as malditas vão crescer e inflar.

Minha prima Rebecca e minha avó por lado materno estão vindo pra passar o fim do ano, o que é outra pancada. É, pois é, nem mencionei isso. Um pouco depois da Tasha sair do meu quarto minha mãe entrou, querendo conversar comigo e dar uns conselhos, pedir minha versão dos fatos. Como se eu fosse falar que esqueci de estudar porque o Bryan e eu brigamos. Fiquei só no "aham", "sim" e "compreendo até ela soltar o "sua prima Rebecca e a sua vovó preferido estão vindo".

Que ótimo, perfeito. Mas não pense que já cheguei no fundo do posso, nem pensar. Porque depois que a mamãe saiu do meu quarto, me empolguei demais e passei mais máscara facial do que devia. Qual é, eu precisava limpar a pele das impurezas. Só que o meu rosto ficou metade melecado e metade duro, e o duro era duro como pedra. Desci as escadas pra pedir ajuda e tirar aquilo e adivinha, adivinha quem eu encontro na sala comendo biscoitinhos?

Dane-se a adivinha, era o Bryan. A última pessoa que eu ia querer ver em todo mundo, tirando é claro os estupradores, terroristas e tudo mais. Porque esse povo era realmente da pesada, mas enfim, eu não queria mesmo ver o Bryan. Como ele tinha entrado? Ta, eu sei, pela porta. Porém, quem iria deixar o infeliz entrar e fazer com que ele se sentisse em casa? Nem precisei pensar muito na resposta.

E eu estava prestes insultá-lo de todas as formas, exceto que minha boca não se mechia. A parte dura fez ele trincar e a parte melequenta escorregou um tequinho pra dentro, foi um nojo. E o que o Bryan diz?

—Tem uma coisa estranha no seu rosto, isso aí é lodo? Sua irmã te convenceu a ser cobaia nos experimentos dela?

Veja bem, eu não corri para o banheiro por vergonha, de jeito nenhum. Se eu taquei tanta água no rosto pra limpar aquilo, tanta água que chegou a me molhar toda, foi porque eu estava furiosa e se estou prestes a gritar de fazer careta, o melhor era estar com o rosto limpo. Ta, é uma desculpinha das piores.

E quando eu ia brigar com o Bryan eu vi ele com machucados pelo rosto e pelo braço, machucados parecidos com o David. David, que aliás, ainda se recusava veemente a me contar o que houve, mas se ele ia continuar me dando selinhos no intervalo, pra mim tudo bem, eu comprava o silêncio dele.

E posso ser a pessoa mais idiota do mundo, contudo, não sou tão retardada assim. Quais as chances deles dois terem se machucado em períodos parecidos em lugares diferentes?

—Bryan -eu falei, determinada a conseguir uma resposta. - , me diz que você NÃO brigou com o David.

—Não briguei com o David. - ele respondeu, me fazendo suspirar de alívio por alguns segundos. - ele que veio brigar comigo, só me defendi.

Senti meu rosto esquentando todo de raiva. Pode não parecer, mas apesar de eu ser tímida quando entro numa briga eu vou pra valer. E Bryan sabe disse, e provavelmente suas próximas palavras deviam ser pra me acalmar. Não funcionou.

—Olha, Lyn, se toda vez que eu te beijar você contar pra ele, as coisas vão ficar complicadas. Mas se quer saber, um garoto que precisa de outro garoto pra tomar atitude não devia valer seu coração

Foi nessa parte que dei um soco no nariz dele. Toda vez que me beijasse? Que tipo de garota ele achava que eu era?

E tudo bem, estou definitivamente de castigo no quarto. E daí se quando perguntei quem chamou ele pra minha casa, ele colocou uma mão sobre o nariz que estava ficando roxo e respondeu :

—Sua mãe, caramba, ela quer que eu volte com as aulas de matemática!

Mas eu não considero que estou de castigo no quarto, considero que EU que tranquei a porta e que EU estou privando todos eles da minha presença.

E posso estar agindo como uma garota birrenta, palavras da minha mãe, mas eu não vou sair do quarto nem pra jantar.

Pelo menos o pessoal da detenção não ligou aqui pra casa, mas o David disse que o Miguel disse, já que o Miguel foi pra detenção, que o fato de eu não ter comparecido hoje vai dobrar. Ou seja, terei que ir duas tardea seguidas pra detenção.

Ainda acho que estou calma demais pra uma garota de 15 anos passando por tudo isso.


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Notas finais do capítulo

Pessoas, leiam Desaparecidos, da Meg Cabot. Se apaixonem pelo bad boy motorista como eu