Diário Virtual escrita por kathe Daratrazanoff


Capítulo 20
O beijo que me parou


Notas iniciais do capítulo

Alguém viu que a fic ganhou uma super recomendação mega divosa da Vick? Gente to no chão até agora, achei linda demais ♥. To num estado de emoção tão grande, e é cada comentário mais lindo que o outro aqui. Obrigada mesmo a todos vocês, vocês são demais *-*)

E notícia boa aos leitores de Garota Imperfeita : vou postar um capítulo da fic essa semana, beleza? Vocês pediram e eu atendo vocês.

#TeamDavid ou #TeamBryan? Não sei, mais abri uma nova tag : #TeamSéries.

Beijos e leiam as notas finais



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Não sei pra quem mais eu poderia contar isso, então vou desabafar em você, diário. Espero que compreenda que estou mais do que aflita, e perdoe-me se minha letra já bastante feia estiver ilegível dessa vez. E que eu não me desfaça em mil pedacinhos antes de chegar ao fim, porque do jeito que estou agora, tudo é possível. Menos eu ganhar super poderes, aí já é pedir muito.

Lá estava eu sentada na minha cama depois de um dia cheio de desilusões, terminando aquele monte de trabalhos dos outros que peguei pra fazer. Sei que devia ter muitas coisas mais legais pra fazer, mas depois de passar tanto tempo chorando eu já tinha desabafado, precisava de algo produtivo pra me distrair. Umas horinhas depois, minha mãe bateu na minha porta, e isso quer dizer que ela deu um tapinha nela e simplesmente a abriu e entrou.

Então, e só então, ela realmente me pergunta o que aconteceu. Não aquele tipo de pergunta retórica onde ela nem espera eu abrir a boca e ela mesma responde, mas uma pergunta onde eu pudesse de fato falar. O engraçado é que é sempre assim, quer saber meu lado depois de já ter me esculachado até ficar rouca.

Não contei tudo exatamente como aconteceu, dei uma encurtada e omiti certas coisas. Quero dizer, minha mãe não tem necessidade de saber que eu me senti insegura sobre certas coisas ou algo assim, mas falei de todas aquelas zoações que fizeram sobre mim e sobre como perdi a paciência.

Mamãe me liberou do castigo do quarto, castigo esse que nem sabia que estava, e ela disse que amanhã mesmo vai lá na escola resolver isso. Desci pra lanchar, e mamãe pediu pra que eu fosse dar uma passadinha na casa do Bryan. Ao que parece, ele ficou sabendo -cof cof minha irmã- sobre o que aconteceu e ficava ligando, preocupado.

Tomei um banho, belisquei uns doces de abóbora no armário, vi que não era nem 19:00 e resolvi passar na casa do Bryan. Por que não, ne? Foi o que pensei naquela merda de hora. Ah, se eu tivesse simplesmente subido de volta pra minha cama e me refugiado na minha bad.

Falei pra mamãe a onde ia, peguei um casaco e andei até lá. Apertei a campanhia e a mãe dele atendeu a porta, o que já foi um sinal de que algo bom não viria. Aquela mulher me detesta, nada vai fazer com que isso mude. Ela sempre tem uma desculpa pra me odiar, e a última dela é que "o Bryan resolveu fazer faculdade aqui ao invés de pegar uma ótima oportunidade na capital por causa da amiguinha que ele não queria deixar pra trás". É, até parece.

Ela suspirou, chamou pelo nome do Bryan e foi pra cozinha, sem nem ao menos me dizer um "oi" ou um "pode entrar".

Bryan ficou surpreso por me ver ali, e eu disse que não tinha motivo pra isso afinal, éramos melhores amigos e melhores amigos se visitam. Mesmo que as coisas estejam um tanto complicadas. Adivinha o que ele respondeu?

– Você é namorada do David agora. - ele disse, como se fosse uma coisa tão óbvia como dizer que as nuvens são brancas. - Nossa amizade não pode ser como antes, cabecinha de vento.

Me irritava pra caramba aquele tom dele de "eu sei de tudo", digo de um Percy Wesley da vida, mas foi aquela última frase que quase me fez ir embora. Só que o Bryan pareceu se tocar da merda que fez, porque ficou todo assustado e me implorou pra ficar, e prometeu se comportar. Fiquei ne, porque acreditei que ele fosse cumprir o que prometeu.

Contei cada detalhe do meu dia, sem tirar nem por, e Bryan percebeu o quanto era sério porque ficou caladinha, sem dar risada em momento algum.

Durante esse meu discurso, com direito a uma leve imitação do jeito esnobe da Ana Paula, Bryan ficou todo pensativo e quando terminei, me olhou tão atentamente que cheguei a ficar constrangida.

– Por que ta me olhando assim? - perguntei, na defensiva.

Bryan revirou os olhos, se sentou mais perto de mim e me perguntou o que eu vi no David. Pensei, a princípio, que fosse uma pergunta retórica, então não disse nada. O silêncio durou alguns segundos, até ele dizer que "isso é tão óbvio", e enquanto eu tentei pensar nesse óbvio que não entendi...

Bom, não deu pra pensar nisso naquele momento. Foi muito de repente, Bryan estava cada vez mais perto, e me olhava esquisito. Então ele estava encostando a boca dele na minha, e minha nossa, o meu melhor amigo me beijava.

É, o meu melhor amigo me beijou e o pior, como se desse pra ter pior, é que eu meio que retribuí. Mais ou menos. A boca dele ficou na minha, e não fiz nada, tamanho o meu estado de perplexidade. Apenas quando o Bryan se afastou que eu me levantei, empurrei o Bryan no sofá e fui embora, ignorando o "já vai, é?" da mãe dele.

Antes de atravessar a porta, dei uma última olhada no Bryan, e ele me encarava. Pela cara dele, acho que nem ele acreditava no que tinha feito e naqueles segundos, nossos olhares disseram mais do que palavras.

No caminho de volta pra minha casa, meu celular tocou no meu bolso, e eu sabia que era o David por causa do toque. Ele me ligou tantas vezes, que acabei sentando na calçada pra atender.

– Oi, Cassie. O que aconteceu com você? Fiquei sabendo do que rolou na escola, tão dizendo que você saiu no tapa por minha causa. Não to acreditando nessas coisas, mas você foi suspensa? Fiquei te esperando na rua Alameda até as 7:30, depois fui na sua casa e sua irmã disse que você já tinha ido pra escola.

David falava muito rápido e comecei a chorar, porque eu sou chorona mesmo e é isso que faço nessas situações. Ele disse que as coisas entre nós estava estranha, mas que resolveríamos tudo na base da conversa. Disse que estava tentando dar o seu melhor, que consertaria o que é que tivesse feito de errado e que passaria na minha casa amanhã de tarde.

E tive que encerrar a ligação e desligar o celular, o que mais eu poderia fazer? Eu estou mais bagunçada que meu guarda-roupa.

Enrolei o máximo pra chegar em casa, jantei em silêncio e subi pro meu quarto. Me revirei na cama, sem sono, sentindo como se estivesse acabada. O que está acontecendo comigo? Por que tudo tem que se complicar tanto?

Agora eu não consigo dormir, e meu colchão parece ter espinhos. Tentei ler um livro, mas a história parecia muito fraca. Liguei meu computador e depois que o dito levou uns dez minutos pra ligar, fui ver um filme, mas quando cheguei na metade dele não estava entendendo nada, não conseguia prestar atenção.

Naveguei pela internet, entrei em cada site esquisito, e isso também não funcionou. Cheguei a pesquisar sobre o tédio e a depressão, e vi que posso estar no começo de uma.

Talvez eu esteja com um carma. Vi em uns artigos sobre espiritismo que isso pode ser macumba, estou magiada porque me enfeitiçaram. Achei a maior viagem isso, não me convenceu. A cura, segundo esses artigos, era tomar banho de sal grosso. Ta bom que vou fazer isso.

E mais uma vez, só me sobra você, diário. O que eu faço?


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Notas finais do capítulo

Hoje foi um dia meio triste pra mim. Ta sendo uma luta tentar uma vaga na faculdade pelo prouni, então mandem energias positivas pra que eu consiga algo gente o/

Ah, e minha querida leitora, a Juh, ta com a primeira fic dela no Nyah. Quem puder dar uma força passa lá. Link : https://fanfiction.com.br/historia/659972/Em_Quem_Confiar/

Beijos e sucessos Juh