O senhor desfilava pela sala enquanto a garota permanecia imóvel e incrédula.

— Uma máfia?

— Uma família, senhorita Basford.

Aquela frase não detinha de sentido para ela. Não mesmo depois de reiterar tantas explanações suntuosas e intimidações. Qual então o propósito de estar ali ainda viva depois de dias? A dúvida sobressaía-se, não deixando espaço para conclusões desfavoráveis.

— E o senhor vai me matar?

Ele gargalhou.

— Porque eu não contemplo nenhuma razão para minha estadia. O que estou fazendo aqui?

— Eu não lhe devo justificativas, minha cara.

Ela abismou-se.

— Incontestavelmente, sim!

O que está acontecendo aqui?, cismou.

Houve um silêncio, interrompido apenas por uma batida à porta.

— Dimitri, leve a garota de volta.

— De volta? Não!

Abruptamente, ela revelou o revólver, com as lágrimas percorrendo seu rosto já desprovido de ledice, e mirou Dimitri. Ele franziu o cenho, fitando-a de volta, enraivecido.

— Se você atirar será sua morte. Família vinga-se impiedosamente.

Ela apontou a arma para o senhor de terno. Sua feição enrijeceu-se, perdendo o resplendor.

— E você? Quem norteará a desforra nesse caso?

— Você não deseja...

— De fato, não. Mas se for isso que precisarei fazer para obter esclarecimento e liberdade, farei. Sem vacilar.

O senhor sorriu, satisfeito.

— Magnificente princípio.