O trajeto mostrou-se excessivamente demorado.

A sala era iluminada e garrida, contudo apresentava aspectos lúgubres aos olhos da garota. Fotografias enfeitavam a parede, e os móveis, de muito bom gosto, eram peculiarmente dispendiosos.

— Sophie Basford.

Ela sobressaltou-se ao ouvir seu nome. Por um minuto, o ar parecia não chegar a seus pulmões, enquanto ele listava fatos de sua vida, que ela mal recordava.

— Esqueci alguma coisa?

Um sorriso malfazejo incendiava seu rosto.

Não.

A jovem entrou em pânico, o que parecia desastroso acabara de tornar-se uma catástrofe. A palpitação, o ar rarefeito, a febre: todas manifestações de terror aparentavam insignificantes agora.

— Como você sabe tudo isso a meu respeito?

Ele gargalhou alto com um copo de whisky em mãos.

— Digamos que sou mais experiente que você. Meu trabalho, bem como minha família, requer informação e fugacidade. Preciso manter meus amigos próximos e meus inimigos mais ainda. Não perdôo, nem peço perdão.

Ela intimidou-se.

— Seu comportamento demonstrou muita audácia de sua parte. Apanhou desmedidamente, mas deixou um de meus melhores homens ferido. Com quem aprendeu lutar?

— O que você quer de mim? Quem é você?

Ele estendeu sua mão.

— Giuseppe Amorielle.

A sua frente, o líder da Máfia da Dualidade encarava-a.