– O que sonhou? – ele perguntou, ao ver que a garota tinha acordado e parado de gritar. Ela olhou em volta para encontra-lo no lugar de sempre.

Hermione apenas virou e voltou a deitar no chão duro.

– Estou falando com você!

– Não ligo.

A raiva se remexeu dentro de Malfoy. Ele tinha vontade de repreendê-la por agir assim, mas algo o impedia e ele não sabia o que era. Seu coração, se é que tinha um, parecia doer ao encarar os olhos tristes da garota. Eles lhe passavam a sensação de imersão em um mundo que era somente dela, repleto de dor e caos. Isso ficava pior ainda quando ele lembrava que era culpado por uma parte do seu sofrimento.

– Você poderia estar livre agora. Só precisa me falar onde encontro a lista dos grupos que o Ministério está caçando.

– Não vou falar nada.

– Por que não? Já passou a época em que você podia decidir alguma coisa, Granger!

– Você sabe que eles nunca iria me soltar, Malfoy, e mesmo assim continua sendo o babaca que é!

– Não posso fazer nada.

Ele vacilou por um momento. Bem no fundo, sua consciência o fez se perguntar se não podia ou não queria.