— Ao menos tivemos um voo tranquilo. – Disse Rosalie tentando quebrar o gelo. Caminhávamos pelo aeroporto sentindo todos os olhares voltados pra nossa família. Estrangeiros nada discretos, mas já estávamos acostumados com esse tipo de atenção.

— Vai dar tudo certo. – Edward beijou o alto da minha cabeça e assenti. Só me restava acreditar e confiar nisso.

— Terminou anjinho? – Indagou Esme sobre o sanduiche vegetariano que Mari lanchava. A pequena balançou a cabeça num “sim” e jogou a embalagem do suco numa lixeira próxima.

Alice alugou dois carros por telefone, quando ainda estávamos em Forks, nos acomodamos nos veículos e fomos para Volterra. O perigo e a insegurança aumentam por sabermos que vamos ao lar de nossos piores inimigos.

FLORA

— Ouçam todos. Ninguém está autorizado a atacar até segunda ordem. Todos devem ir em sua forma diminuta e mantenham-se no voo até o momento de ataque. Somos muitos, mas não sabemos o que está por vir. Calisle e sua família já se aproximam, a família de Calisle, Denise e eu iremos transformados. Jana e Angus comandarão todos vocês na forma diminuta e cada um deles ficará responsável por parte do exército. Não façam barulho e nem se precipitem em nada, pois antes de qualquer coisa precisamos saber o que nossos inimigos querem com tudo isso.

Após dar essas e outras instruções básicas aos nossos melhores soldados que vieram de Volterra. Estávamos num túnel que ficava próximo a um mausoléu onde, segundo Calisle, era o abrigo dos Volturi e de toda sua corja.  Dois carros chegaram ao local, eram eles. Nossos amigos chegaram para juntar-se a nós na batalha e juntos resgatar mamãe e Renesmee.

— Flora! – Gritou Mari correndo em minha direção.

Tomei a pequena nos braços e o calor de seu abraço foi reconfortante.

— Vamos salvar a mamãe. – Disse ela enxugando uma lágrima que escapou dos meus olhos.

— Vamos sim. Maninha teimosa e corajosa.

Ela riu.

— Olá princesa. Estão preparados?

— Sim. Ninguém vai atacar a não ser que seja necessário.

— Ótimo.

A passos largos nos dirigimos à entrada e os portões foram se abrindo pra nós automaticamente.

— Pelo visto já éramos aguardados. – Comentou a moça das visões.

— Com certeza meu amor – Disse seu companheiro.

Numa espécie de recepção, fomos abordados por dois seres que vestiam um manto preto. Os olhos vermelhos denunciavam sua espécie, os guardas nos encaravam com fascínio e surpresa.

BELLA

— Aro vos aguarda no salão principal. – Senti um nó na garganta ao ouvir isso, um filme se passou em minha cabeça. Edward estava apreensivo, estar ali novamente com certeza não está sendo nada agradável para nenhum de nós.

— Ora, ora, ora... – Exclamou Aro em seu trono, assim que nos viu, batendo palmas e expressando uma falsa alegria em nos ver. – Se não é a família Cullen nos visitando novamente. A que devo a honra Calisle? E quem são seus amigos?

— Você conhece muito bem meus motivos e quem são eles Aro. – Respondeu Calisle.

Aro riu de forma psicótica. Mari se encolheu nos braços da irmã e um pequeno alvoroço começou entre os soldados florences.

— Você vem a minha casa, ao palácio de Volterra, traz um monte de insetos voadores pra esse ambiente e nem ao menos faz questão de explicar o que significa tudo isso. Já te conheci mais educado e sensato Calisle.

Caius e Macus riram discretamente.

— Sou Flora! Princesa do reino de Florença e vim resgatar a rainha que você teve a ousadia de sequestrar.

— Você não será poupado por tamanha insolência. Arrependa-se, devolva nossa rainha e clame por misericórdia. – Falou a fada que acompanhava a princesa Flora. Olhamos incrédulos com o tamanho da sua ingenuidade diante de Aro.

A corte Volturi riu descaradamente, em alto e estridente som, despertando a fúria da fada.

— Não estamos aqui para lutar. Sabemos que está com Diva e Renesmee. – Aro olhou para Alice de relance, com admiração e interesse em seus poderes.

— Como entrou em nossa casa sem ser percebido? O que pretendo com tudo isso? – Edward questionou.

— Vamos por partes... – Disse Aro – Quero que conheçam o mais novo membro da família. Henry! Apareça querido.

Ficamos confusos com a situação. Não entrou ninguém no salão e Aro esbanjava um sorriso de quem já vencera a guerra.

— Está brincando conosco? – Perguntou Emmentt, sem paciência.

No mesmo instante projetou-se aos poucos à nossa frente a imagem de um ser de nossa espécie. Um jovem rapaz de aparentemente 20 anos, a pele pálida e os cabelos ruivos. Havia algumas sardas em seu rosto e seu sorriso parecia amável, mas por ser um Volturi não inspirava a menor confiança.

— O senhor chamou? – Rompeu o silêncio, fitando nosso olhar.

— Esse é Henry, meu mais novo pupilo. Foi ele o enviado para trazer Renesmee.

— Não consigo ler a mente dele.  – Murmurou Edward.

— Isso mesmo Edward. – Continuou Aro. – Henry é um “escudo” e tem a incrível habilidade de se tornar invisível. Olha que menino talentoso.

— Você quem sequestrou Renesmee! – Jacob partiu pra cima do garoto de punhos cerrados. Antes que pudesse chegar mais perto. Jacob paralisou.

— Estou cego. – Disse meu amigo aproximando as mãos espalmadas do rosto. – E não consigo me mover.

— Alec! – Disse Edward, num sussurro.

Alec e Jane entraram tão depressa na sala, um de cada lado por portas diferentes. Ambos pareciam flutuar com as vestes pretas que lhes cobriam.

— Deixe ele em paz! – Exclamou Alice. – Bella... – Ela olhou pra mim e entendi.

Estendi meu escudo até Jacob e ele recobrou a visão. Aro demonstrou insatisfação.

— Acalmem os ânimos vocês todos. – Disse Calisle. – Jacob e Alec ouviram o conselho do mais velho.

— Henry é um jovem súdito pronto a servir. Muito calmo, não merecia esse tipo de recepção. – Disse Caius. Percebi que o vampiro se sentiu incomodado com o comentário do loiro, o olhar de insatisfação era evidente.

Quando Henry ia desaparecendo aos poucos, retomando a invisibilidade, Aro ordenou:

— Não! Permaneça visível. Nossos visitantes não se sentirão muito confortáveis com essa sua forma de presença reprimida.

O rapaz demonstrou tédio, mas fez o que havia sido ordenado.

— Felix, traga as prisioneiras para o salão. Creio que eles gostarão de revê-las.

— Maldito! – Rose deixou escapar. Seu olhar fuzilava Aro com veemência.

Felix e outro guarda se retiraram e em poucos minutos entraram com Diva e Renesmee. As duas não tinham algemas ou coisa do tipo, isso me tranquilizou um pouco, mas o cansaço e a angustia em suas expressões, principalmente da rainha, era de cortar o coração.

— Mamãe! – Flora, com Mari em seus braços, caminhou para encontrá-la. Mas foi detida por Alec e Jane que se puseram em sua frente.

— Não se aproximem. – Disse Jane.

A princesa voltou, aos poucos, muito magoada com a restrição.

— Diga o que você quer Aro? – Insistiu Calisle.

— Faremos um acordo. Posso perdoar a intromissão de sua família se me ajudar a conseguir o que quero do reino de Florença.

— Do que está falando? – Disse Esme.

— Essa rainha possui a “gota rubi”. Quero a “gota rubi” em minhas mãos.

— Nunca! – A rainha gritou completamente exasperada.

— O que significa isso Aro? Do que está falando? – Questionou Calisle.

— “Gota rubi” é a pedra de onde emanam os poderes do reino de Florença. Alguns membros do povo possuem poderes interessantes e convenhamos que não é seguro para nós que outra espécie detenha habilidades tão significativas meu caro. Estou pensando em todos nós.

A princesa parecia não saber do que se tratava, seu cenho franzido e assustado evidenciava isso.

— Você nunca a terá. Filha! Saia daqui. Deixem-me! Salve nosso povo e sua irmã. – Exclamou Diva para Flora.

— Não mamãe. – Disse Mari. – A gente veio buscar você.

— E então Calisle. O que acha da minha proposta. Olhe Renesmee, como está linda. Podem voltar intactos se me ajudarem.

Nessie fez um “não” com a cabeça.

— Talvez Felix possa motivá-los. – Sugeriu Marcus.

Felix, o vampiro mais forte do clã, caminhou em direção à Nessie.

Calisle e Flora se entreolharam. Chegou a hora de lutar.

Assim que o exercito se moveu em direção à guarda Volturi, os portões do salão romperam e um clamor se ouviu da entrada:

— Aro! Não faça isso... – Um homem entrou com olhar carregado de severidade. – Parem todos!

— Arian? – Diva exclamou, aflita.

— Irmão??? Quanto tempo... – Aro se mostrou surpreso, levantando de súbito de seu trono.