A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 73
O Reencontro - Parte 1




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– Onde você vai? – indagou mamãe adentrando o quarto e olhando incredulamente para a bagunça de roupas jogadas em cima da cama.

– Pra começar, não me olhe assim. – Falei sentindo meu rosto corar de vergonha. – Estou à meia hora trocando de roupa sem parar. Não sei o que vestir para encontrar Jacob.

Mamãe riu. Porém, abafou o riso com o dorso da mão direita ao perceber que não gostei. Poderia parecer uma indecisão boba, mas dadas os últimos acontecimentos, quero estar apresentável aos olhos daquele lobo teimoso.

– Você está muito nervosa querida. – Disse ela voltando a olhar o quarto desarrumado com dezenas de roupas jogadas em cima da cama e alguns pares de sapato no chão. – Jake te ama do jeito que você é.

– Não tenho mais tanta certeza disso. – Estreitei os olhos e levei a palma das mãos à testa, aflita.

– Ele vai entender você Nessie. Só toque-o no rosto e lhe mostre como tudo realmente aconteceu.

Assenti esperançosa. Jake deve estar muito magoado pelo que viu no lago, mas as circunstancias me traíram cruelmente, espero que ele entenda isso.

– Porque não chama Alice para ajudar? Creio que vocês estão se dando bem novamente. Edward explicou-me tudo sobre ela e Jake.

– Sim. Titia deu-me o choque de realidade que eu precisava. Porem, tia Alice não está em casa mamãe. Tio Jasper a levou para caçar.

Mamãe arqueou as sobrancelhas e pôs as mãos na cintura.

– Então essa é uma missão só nossa mesma. – Ela riu. – Vou te ajudar filha.

Suspirei agradecida. Mamãe não era nenhuma “expert” de moda ou maquiagem. Mas detectava de longe qualquer exagero nos dois aspectos.

Após mais uma hora de escolhas, decidimos por um vestido azul claro com uma “tela” transparente que formavam mangas compridas. O tom do azul era super claro e ao chegar em minha cintura ele rodava sutilmente. A principio pensei em usar um sapato com salto pequeno, mas mamãe me convenceu a escolher uma sandália baixa coberta de esmeraldas. Se Jacob estiver na floresta, realmente essa escolha será mais confortável. Pra finalizar, mamãe fez uma trança frouxa que pendia para o lado direito, apoiando-se na região frontal do meu ombro. Algo me diz que ela não vai durar muito, mas ficou linda e foi feita por mamãe, o que era raro pra mim já que tenho duas tias que sempre fizeram questão de cuidar desse tipo de detalhe.

– Você está linda Nessie. – Disse mamãe enquanto espalhava um pó, tom pastel, em meu rosto.

– Você é suspeita pra falar... – Falei tentando quebrar a tensão.

– Estou falando a verdade filha. E não se preocupe, Jacob te ama e muito em breve vocês poderão ficar juntos sem nenhuma guerra maluca prestes a acontecer.

– Qual guerra?

O rosto de mamãe se fechou em um poço de preocupações.

– Nessie, os Florences pretendem atacar Volterra para resgatar sua rainha.

– A mãe de Flora e Mari?

Ela assentiu, mordendo o lábio inferior.

– E nós? Participaremos desse ataque?

– Não! Se Calisle optar ajudar, você e Jacob ficarão fora disso...

– Não vamos ficar aqui enquanto vocês lutam contra Aro e aquela corja prepotente. Juntos, somos mais fortes mamãe.

– Filha, você e Jacob são muito importantes pra mim. Não vou suportar vê-los sofrer caso caiamos nas mãos de Aro. Vocês ficam!

Ao perceber sua angustia, a abracei de imediato.

– Não fique nervosa, essa é uma decisão que precisamos tomar todos juntos. A opinião de Jacob também é muito importante pra mim. Caso ele não queira se submeter a isso, ficarei ao lado dele.

Ela assentiu.

– Agora vá e não se abale com o nervosismo daquele lobo teimoso. Jacob pode estar exaltado, mas no final deixará que a razão fale mais alto.

– Assim espero. – Falei. Em seguida, lhe beijei o alto da testa e saí do quarto rumo ao exterior da casa. Após alguns minutos de caminhada, já estava no interior da floresta. Aspirei, profundamente, a brisa que soprava em minha direção e o odor inconfundível do meu lobo estava se tornando cada vez mais forte. Não podia subir em arvores por causa do vestido, por isso, torci mentalmente para que a brisa não me traísse levando-me para a direção errada.

Parei no meio de um terreno plano, coberto de gramíneas e dos raios solares projetados pelas arvores que o cercavam.

– Jake. – Chamei baixinho. Eu sabia que ele estava perto, eu podia sentir sua presença nos arredores e com certeza ele me ouviria. Ouvi seus passos se aproximarem, sua forma animal era evidenciada pela vibração do solo causada pelas suas patas. Jacob estava chegando cada vez mais perto. Por alguns segundos, o silêncio rompeu a natureza e fechei os meus olhos, completamente angustiada.

– Ele parou! – Pensei. – Jacob, por favor! – Falei com a voz embargada. Ele não poderia estar fugindo de mim. Tranqüilizei-me um pouco ao ouvir seus passos sendo retomados.

Do arvoredo na minha frente, surgiu o grande lobo de cor avermelhada. Seus olhos me encaravam sem expressões, apenas deixavam claro que eu não era bem vinda em seu território.

– Precisamos conversar. – Eu disse.

O lobisomem à minha frente retomou a forma humana em questão de segundos. Seu olhar cerrado me encava fixamente. Se eu não o conhecesse, teria medo de que ele pudesse me atacar a qualquer momento. O rubor tomou conta do meu rosto quando meus olhos desceram por toda a extensão do seu corpo e percebi que estava nu. Fiquei hesitante em deter-me no seu olhar carregado de ódio ou admirá-lo por completo.

– Jake, vista-se! – Falei fechando os olhos e girando o corpo em meia volta a fim de desviar-me de tal cena.

– Vá embora! – Falou categórico.

Seu pedido fluiu em mim como um soco no estômago. Aquilo não podia estar acontecendo. Afinal, nós nos amamos.

– Não vou embora Jake, se vista pra conversarmos. Você precisa me ouvir – Falei, ainda com o olhar fixo no chão.

– Olhe pra mim então. Você não tem motivos pra sentir vergonha Renesmee, não sou o tipo de cara que lhe atrai, certo? – Falou ironicamente.

Fiquei atônita com suas palavras. Apenas o fato de ter me chamado de “Renesmee” ao invés de Nessie deu a entender que o carinho com que falava meu nome foi totalmente quebrado no seu tom de voz.

– Não diga isso... – Falei levantando o semblante em sua direção. Nossos olhares se encontraram e fui levada ao seu mundo pelos orbes negros que invadiram minha atenção. Jacob estava triste e abatido e o escudo de orgulho era o que nos mantinha mais distante um do outro.

Jacob vestiu a bermuda que estava amarrada em sua perna e disse:

– Vá embora Renesmee. Não temos nada pra conversar, você fez sua escolha e respeito ela. Por mais que eu te... – interrompeu e desviou o olhar do meu para o horizonte. – Apenas vá embora ok?

– Eu não fiz nenhuma escolha. Do que está falando? – Gritei, consternada com suas suposições.

– Não quero satisfações suas. Você errou por não ter sido honesta comigo desde o inicio, não precisava fingir que gostava de mim.

– Mas eu gosto de você...

– Eu sei. Fui seu “cão de guarda” desde sempre. Participei da sua infância, sempre te protegi de tudo e estive ao seu lado em todos os momentos. Isso deve ter distorcido o impriting. Talvez o fato de você ser uma hibrida tenha bloqueado algum sentimento a mais que você pudesse sentir por mim. – Jake levantou a mão e tocou o lado esquerdo do meu rosto. Um gesto carinhoso, mas nada comparado aquilo que eu realmente queria, abraçá-lo. – Deve ter sido difícil pra você e me culpo por isso. Mas você sempre soube dos riscos Renesmee, não precisava alimentar meus sentimentos na tentativa de não me magoar.

– Mas, o que você está dizendo? – Indaguei perplexa.

– Vá embora. Já aceitei a ideia de ficar sozinho, esse maldito impriting funcionou comigo e a única coisa que me resta é conviver com ele. Alice me mostrou que não vale a pena desistir de tudo por causa disso...

– O impriting funcionou com você? – Perguntei. Pude sentir um sorriso bobo se formando em meus lábios. Se aquilo era verdade, Jacob ainda me ama. Ele não me despreza tanto assim.

Jake me lançou um olhar carregado de ódio. E sua respiração ficou cada vez mais pesada.

– Não deboche de mim Renesmee! – Falou duramente.

– Eu não estou fazendo isso... – Estreitei os olhos com a sua má interpretação – eu só...

Jake me interrompeu:

– Nós não temos nada pra conversar. Não quero ouvir desculpas suas, sei que lamenta o episódio e deve ter sido constrangedor pra você ter sido flagrada com aquele imbecil. Então, deixe de ser egoísta e desapareça daqui.

– Jake, não aconteceu nada entre mim e Angus naquele lago.

– Eu não quero saber dos detalhes. – Falou, impaciente.

– Me ouça... por favor!

– Te ouvir? Desde quando você sabe o que é isso? Você é a primeira a fugir de tudo que acontece. Nunca soube ser madura numa relação. Agora entendo o porquê de toda aquela fuga e revolta sem sentido por causa de Alice. Você usou a fragilidade de sua tia pra colocar em mim a culpa de uma traição. Me diz senhorita Cullen, há quanto tempo você e Angus planejaram isso? – Jake aproximou-se, impondo todo seu rancor diante de mim – Há quanto tempo você e Angus se encontravam pra falsificar essa sua virgindade fingida?

Sem pensar em mais nada, lancei minha mão ao ar e lhe acertei um tapa com toda força que tinha. Seu rosto virou para o lado esquerdo e uma leve vermelhidão se formou sobre a pele bronzeada.

– Seu idiota! – Gritei sentindo as lágrimas descerem e molharem todo meu rosto. Minha voz estava embargada e minha cabeça girava atônita por todas as coisas horríveis que acabei de ouvir.

– Vá embora Renesmee. Por favor! – Disse cerrando os punhos. Jacob parecia estar se controlando para não explodir.

Eu não sabia o que fazer, meu coração estava partido em mil pedaços e minhas pernas tremiam acima dos meus pés. Dei meia volta e comecei a correr de volta pra casa, eu não estava em condições de continuar, sentia meu peito doer e a sensação de que a qualquer momento eu pudesse desmoronar. Acho que foi isso que acabou acontecendo logo depois que adentrei a nossa casa em Forks.

A família estava reunida na sala, com exceção de tia Alice e tio Jasper, logo papai desceu as escadas, certamente ao perceber minha respiração descompassada. Sua capacidade de ler pensamentos não teria sido o sensor naquele momento, pois minha cabeça estava confusa e nada se formava de concreto na minha mente. Meu corpo parecia flamejar por causa da corrida e meu coração pulsava num descompasso acelerado.

– O que aconteceu Nessie? – Indagou mamãe – Sua mão filha... – Comentou, chamando minha atenção para a palma da minha mão direita.

A região estava dormente e cada minuto mais roxa. A lembrança de tudo que aconteceu na floresta se formou na minha cabeça e antes que eu pudesse piscar os olhos o abraço de papai me mantinha em pé. Chorei em seu ombro e sua mão deslizava por cima dos meus cabelos soltos e provavelmente desgrenhados pelo vento. O silencio da família era consolador, embora seus olhares não fossem nada discretos. O inconsciente falou mais alto e antes que meus sentidos se perdessem por completo, ouvi papai dizer:

– Ela está desfalecendo Bella. Traga as vitaminas, rápido!


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