A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 62
Na praia




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Eu não conseguiria ficar deitada, completamente inerte numa cama, enquanto uma desconfiança gigantesca pairava sobre mim. Talvez eu esteja enganada, mas uma sensação estranha está me convencendo do contrário.  Jacob e titia estão em La Push e é pra lá que estou indo num carro de polícia, ou melhor, no carro do vovô Charlie. Papai e mamãe não me impediram apesar de eu ter certeza que me ouviram sair. Talvez queira que eu veja com os próprios olhos que titia e Jacob são apenas meros amigos, o que seria um grande alívio. Apesar de eu não ser a maior fã da amizade entre os dois. Não quero que se eles se odeiem, mas estarem tão íntimos não me agrada muito, estou me descobrindo uma mulher extremamente ciumenta, talvez devesse trabalhar isso com a ajuda de um psicólogo no futuro – ri comigo mesma tentando romper a tensão de encarar Jacob e tia Alice em instantes.

 Ainda lembro a estrada da reserva e me direcionei até próximo a praia, a partir de certo ponto não convêm mais prosseguir conduzindo um veículo e desci do automóvel seguindo a pé. A praia de La Push é um lugar acariciado pela luz e a noite se torna ainda mais clara quando a luz da lua reflete na superfície da água.

Ao longe, avisto Jacob e titia conversando – um de frente pro outro – numa distância tão pequena que me incomoda sorrateiramente. Eu não estava tão visível porque logo me desviei para trás de um rochedo próximo a estrada. Senti-me boba e um tanto ridícula espiando os dois, mas já que estou aqui, vou ignorar esses conceitos depreciativos. Deixei que o silêncio tomasse conta de todo o lugar e me concentrei ao máximo para saber o que eles falavam, mas não consegui. Estavam muito longe para que eu pudesse definir o que diziam. Então, decidi apenas observar o que minha visão apurada podia detectar.

Depois de alguns minutos conversando e caminhando pela praia, Jacob e titia pararam de repente. Ergui mais a cabeça sobre o rochedo, afim de não perder um movimento sequer. Eles parecem preocupados e se minha leitura labial estiver correta meu nome já foi pronunciado pelos dois algumas vezes.

- Que angústia não poder ouvir nada! – Pensei inconformada.

Meio minuto de conversa se passou até que Jake, MEU Jake, abraçou tia Alice de ombros. E ela, apoiou-se nele espalmando uma das mãos em seu peito. Assim, continuaram o trajeto para mais perto de onde eu estava. Eles pareciam vir em direção à estrada, se afastando cada vez mais da beira da praia. Jacob estava de camisa preta e calça escura e titia numa blusa rosa de tom suave e uma mine saia. Meu queixo quase caiu quando vi que a saia de titia estava muito mais para um pedaço de pano do que pra uma roupa decente. Não entendi o motivo de ela agora estar bancando a “Jane” do Tarzan. – Arfei indignada com seu traje vulgar. Os dois pararam numa distância que pude ouvi-los, quase parei de respirar para que não notassem minha presença.

- Mas Jake, nós não podemos negar o que estamos sentido... – Ouvi titia falar numa mistura de lamento e súplica.

- Alice, isso é errado. – Jake retrucou. Nesse momento, concluí que só ouvir não bastaria, eu precisava ver o que estava acontecendo. Tentei ser o mais discreta possível e me encolhi na lateral do rochedo, olhando os dois de lado. Assim, não me notariam tão facilmente.

- Te amar não é errado Jacob! – Confessou ela fazendo meus olhos quase saltarem do lugar de espanto.

- Vadia! – Pense involuntariamente enquanto tentava engolir o nó que começava se formar na minha garganta.

Jacob parecia confuso e um tanto “mexido” com a declaração de titia.

- Não adianta dizer que não sente nada. – Ela prosseguiu enlaçando Jacob pelo pescoço com seus braços finos e praticamente roçando seu nariz no dele – Sei que você também sente algo por mim Jake, sei que você também me quer.

- Onde ela pretende ir com isso? Será se não percebe que ele não está nem aí pra ela... – Refleti revoltada com sua postura desavergonhada.

- Alice, eu... – Jake tentou falar algo, mas foi calado pelos lábios de titia.

- Não acredito nisso... ela o beijou! – Pensei sentindo uma mistura de raiva, mágoa e até nojo por lembrar que titia sempre transpareceu tanta confiança diante dos meus olhos.

Jacob, a princípio, estava hesitante enquanto ao beijo. Mas, logo cedeu e agora seus lábios moviam-se em sintonia com os de tia Alice. Nem notei quando comecei a derramar lágrimas, só às senti quando meu rosto pareceu estar encharcado.

O beijo dos dois cessou alguns segundos, mas continuavam próximos. Tinha sido Jacob a interromper aquela cena dolorosa e uma chama de esperança se reacendeu em meu peito.

- Ele vai rejeitá-la. – Pensei tentando imaginar como seria o “passa fora” que daria naquela hipócrita.

- Alice... – Começou falar com a voz extremamente rouca e com os olhos muito foscos, pareciam dilatados de desejo. Esse pensamento quebrou minha ultima esperança como se um vaso de cristal tivesse sido lançado ao chão – eu também... te amo! – Disse ele arrancando um sorriso torto dos lábios de titia e enlaçando sua cintura com as mãos, levando-a para mais perto de si.

Fiquei atônita por alguns segundos, senti como se meu corpo tivesse recebido anestesia geral e o inconsciente tivesse se manifestado mesmo eu estando plenamente acordada.

Jacob e titia retomaram o beijo, mas dessa vez com mais volúpia e cheio de um desejo que refletia na forma como se tocavam. Jacob pôs as mãos na barra da camisa e numa manobra rápida a tirou, fazendo a peça voar para qualquer canto da praia. Titia exibiu um sorriso malicioso enquanto encarava o abdômen de Jacob e deslizava suas mãos por ele. Em resposta, Jake a puxou pela cintura colando seus corpos e voltando a beijá-la ardentemente. Meu coração parecia ser perfurado com cada ação e expressão de amor entre os dois. Quando pensei que as coisas não poderiam ficar piores, meus olhos se detiveram nas mãos de Jacob e notaram quando uma delas desceu para a região lateral das pernas de titia, num movimento rápido, ele a mergulhou por baixo da mini saia que ela vestia e apertou o auto de sua coxa, apalpando uma de suas nádegas. Titia ergueu o rosto soltando um gemido enquanto estremecia com o toque.

- Eles não farão isso aqui... não na minha frente – Pensei me erguendo completamente de onde estava escondida e atraindo os olhares dos traidores na minha frente.

- Nessie? – Exclamaram em uníssono. Os olhos de tia Alice pareciam vangloriar-se do que eu contemplava. Já Jacob, estava assustado e um tanto envergonhado pelo flagra.

- Vocês se merecem... – Quase gritei, extravasando toda a raiva que sentia.

- Nessie... não é bem assim que as coisas aconteceram. – Jake tentou justificar.

- É bom que ela veja Jake. – Disse titia acariciando o rosto dele com a palma da mão – nós nos apaixonamos querida. – Disse fitando meus olhos.

- Percebi. – Falei. – Até quando pretendiam ficar se pegando as escondidas? – Deixei a raiva falar mais alto que a dor – Vocês não sabem o que estão fazendo. – Disse tentando esconder um pouco do recalque que me atingia.

- Nós nos amamos e isso é o bastante Nessie – Disse titia tranquilamente enquanto colocava-se a frente de Jacob e puxava seus braços para abraçá-la de costas. Baixei o semblante e enxuguei as lágrimas com as mãos, retendo os soluços para que minha humilhação não se expandisse.

De repente, senti a presença de Jacob mais perto e levantei o rosto para confirmar. Eu estava certa, Jacob havia deixado titia e tinha se aproximado alguns passos de mim. Meus olhos procuraram os seus até que se encontraram.

- Por quê? – Praticamente sussurrei com a voz embargada.

- Não foi nada planejado Nessie – Jake falou com os olhos estreitos. É diferente com a Alice. Sinto algo que me completa por inteiro. Talvez eu tenha me enganado com o lance do impriting, ou quem sabe... precisaria mesmo ter acontecido tudo isso pra que eu pudesse ver Alice como a mulher que realmente amo.

Se Jacob falou alguma coisa depois de “realmente amo”, suas palavras passaram despercebidas. A sensação de ter o peito perfurado me parecia menos dolorosa que ouvir do próprio Jake que tudo foi uma grande ilusão.

Uma neblina escura e fria cercou-nos. Cobrindo completamente o brilho da luz com nuvens escuras.

- Procure ser feliz Nessie. – Disse Jacob voltando para titia e agarrando sua cintura. – Você merece... – Concluiu.

Tia Alice riu plenamente satisfeita e feliz ao lado de Jacob.

- Nos vemos em casa querida... – Disse ela, acenando um “tchauzinho” com a mão e caminhando com Jake para algum ponto da floresta onde rapidamente sumiram do meu campo de visão.

Eu não sabia o que fazer. Fiquei em estado de choque por alguns minutos até que as primeiras gotas de chuva me trouxeram à realidade. Tentar conter as lágrimas agora não me ajudaria em nada, por isso resolvi deixá-las transbordar enquanto eu desabava na areia úmida. Abracei os joelhos e fiquei ali, imóvel e completamente arrasada. Não sei dizer se me sinto mais traída ou desconsolada com a falta de amor de Jacob, que até pouco eu podia jurar que sentia o mesmo que eu. Minhas pálpebras insistiam em se fecharem e o soluço veio à tona, transbordando aquele ambiente frio e solitário de dor e angustia. Uma angustia tão profunda que eu pensei que não seria capaz de suportar.

- Nessie! – Ouvi uma voz meiga e suave me chamar. – Nessie! Nessie!!! – Essa voz se intensificou e parecia aflita. Quase chorando meu nome. – Nessie! – Despertei com o chamado mais intenso e sentindo duas mãos pequenas balançando meus ombros freneticamente.

- Mari... – Falei vendo o seu rosto ficar cada vez menos embaçado e revelando seus olhos estreitos de preocupação – Onde, onde estamos? – Indaguei confusa e sonolenta.

- Em um dos quartos da casa do seu avô. – Ela disse – Você está bem?

Não pude deixar de franzir o cenho e tocar meu rosto, o sentindo molhado.

- Você estava tendo um pesadelo. – Disse Mari segurando minha mão, tentando situar-me – Acordei assustada com você chorando ao meu lado.

Isso explica o rosto molhado – Pensei.

- Desculpe. Eu não queria te acordar. – Falei encostando-me na cabeceira da cama e trazendo-a para deitar-se ao meu lado.

- Estava tendo um pesadelo com seu noivo? – Indagou, com os olhos ainda meio assustados.

- Como sabe?

- Você falou o nome dele algumas vezes – Mari forçou um sorriso.

- Foi horrível florzinha... – Mordi o lábio inferior, lembrando-me do beijo que visualizei entre titia e Jacob – Ainda bem que foi apenas um sonho.

- Pensei em chamar seus pais – Disse Mari. – Mas eles foram caçar. Iam saindo quando desci pra beber água.

- Há minha nossa! Graças a Deus papai não está aqui para ter fuçado esse sonho absurdo. – Pensei constrangida.

- Está tudo bem agora Mari. – Falei segurando seu rosto. – Vem, vamos voltar a dormir. E obrigado por me acordar florzinha, você me resgatou no momento certo. – Sorri largamente em sua direção. Mari retribuiu o sorriso e se aninhou em meus braços, ficamos ali paradas até que percebi sua respiração menos ofegante e cada vez mais lenta, ela havia dormido e eu não conseguiria mais esse feito esta noite.

HORAS ANTES, EM LA PUSH.

- Mas, como ela pôde pensar uma coisa dessas – Exclamou Alice boquiaberta quando lhe falei de como Nessie havia descoberto o banho e principalmente como o interpretou.

Arqueei uma sobrancelha, incrédulo com seu alto nível de egocentrismo.

- Que foi? – Indagou, cruzando os braços e expressando “inocência”.

- Alice, nós estávamos quase nus dentro de uma banheira. O que você queria que ela pensasse?

- Jacob, eu precisava de um banho. Não ia ficar fedendo a floresta ou com as extremidades do corpo vários dias sem lavar. – argumentou.

- Não estou questionando isso. E sim como fizemos isso, não foi certo.

- Você queria o que? Que eu vestisse uma burca mulçumana para entrar numa banheira? Olha, sei que não foi uma situação muito confortável pra você. Devia me agradecer por ter confiado tanto em você naquele momento... – Terminou exalando um meio sorriso.

- Agradecer? – Perguntei contrariado – Graças ao seu mimo Nessie me acha um dos piores homens do mundo e você a pior tia que possa existir.

Ela riu, revirando os olhos.

- Não se preocupe com Renesmee, quando ela chegar de Washington darei as palmadas que ela não levou quando criança.

Dei dois passos em sua direção e agarrei seus braços com força, trazendo-a mais perto de mim.

- Quem merece umas palmadas é você! – Falei olhando para seus olhos assustados.

- Nem se atreva cachorro... – Ela disse um pouco amedrontada.

- Se não toquei em você quando estava praticamente nua na minha casa, não é hoje que farei isso. – Murmurei, soltando-lhe.

Virei às costas e comecei a andar pra qualquer lugar que me afastasse daquela encarnação do amor próprio. Como alguém não consegue entender o limite das coisas? – Pensei.

- Jake! Jacob... – Ouvi ela chamar enquanto vinha atrás de mim.

Não corri ou tentei me afastar, pois de nada adiantaria. Alice era ágil e muito veloz, em poucos segundos ela já tinha me acompanhado e seu corpo singelo e pálido estava na minha frente com suas mãos espalmadas em meu peito.

- Desculpa – Ela pediu – Eu não quis dizer que Nessie está completamente equivocada.

Baixei o rosto e fitei seu rosto, tentando entender de onde vinha a compreensão repentina.

- Vem comigo! – Ela chamou me puxando pela mão e em menos de dois minutos estávamos sentados no alto de uma grande pedra de frente pra praia de brisa gelada.

Alice se colocou na minha frente, equilibrando-se de joelhos.

- Sei que está triste com o que aconteceu. – Disse “encochando” um lado de meu rosto com a palma de sua mão – Nessie cometeu um grande equívoco e pra mim é apenas difícil de aceitar que ela tenha pensado tal coisa de mim e principalmente de você.

Ri meio sem jeito.

- Principalmente de mim? – Retruquei. Como ela podia confiar mais em mim mesmo do que nela?

-Sim. – Riu carinhosamente - Jake se entrei numa banheira com você é porque eu sabia que nunca tentaria me seduzir e muito menos me atacar. Você é dono de um caráter lindo, que conquista a confiança de qualquer uma com todo o carinho e preocupação que você esconde atrás desses músculos e desse temperamento explosivo. - Olhei para os lados, sentindo um rubor atingir meu rosto. Eu não sabia o que dizer em resposta as suas palavras, então optei pelo silêncio. Ela continuou – Vou falar com Nessie e explicar tudo. Vocês se amam e não é justo ficarem separados depois de tudo que já passaram desde que descobriram isso. Minhas dores de cabeça por causa da fadinha foi um agravante pra situação de vocês, mas também não foi de todo mal.

- Por que diz isso? – Indaguei recuperando a fala. Eu não conseguir ver um lado bom nela sentir dores tão estridentes.

Alice moveu-se, sentando-se na pedra de costas pra mim e inclinando-se até que seu corpo apoiou-se no meu. Instintivamente passei os braços em volta da sua cintura, mais na tentativa de ampará-la do que lhe dar um abraço. Sua cabeça pendeu para o lado, apoiando-se em meu ombro.

- Está com frio? – Perguntei quando senti que se “aninhava” em mim. Estranhei o movimento porque apesar de a praia estar soprando um ar gelado, isso não incomodaria uma Cullen.

Ela riu alto.

- Não. Apenas te mostrando o lado bom de Mari ter afetado meus poderes. – Disse virando-se seu rosto lentamente enquanto me sorria com suavidade.

- Posso considerar isso um elogio? – Ergui uma sobrancelha, confuso.

- Talvez. Gostei de conhecer você melhor Jacob! E pode apostar que eu não procuraria sua amizade por vontade própria.

Nós rimos.

- Se Nessie me perdoar... – Ia falar de possíveis visitas dela a nossa casa, mas ela me interrompeu.

- Ela não tem o que perdoar. Você não fez nada e eu me recuso a aceitar que se culpe por ter cedido à minha vontade de tomar um banho comigo. Não fizemos nada com segundas intenções, vamos ignorar o volume que se formou na sua cueca quando meu pé deslizou, sem querer, por cima do seu...

- Pensei que você não tivesse notado nada. – A interrompi antes que terminasse a frase. Por Deus! Como Alice conseguia ser tão direta? – Pensei completamente sem graça.

Ela riu alto por alguns segundos.

- Desculpa Jake. Eu posso não te amar como meu marido, mas não sou cega. Você é dotado de uma grande virtude.

Senti meu ego sendo acariciado com o trocadinho.

- Alguém já te disse que você é meio pervertida? – Sussurrei em seu ouvido num tom humorado.

- Já sim... – Respondeu rindo. – Mas como eu estava dizendo, não se culpe por esse acontecimento. Nessie foi imensamente imatura ao fugir daquela maneira e minha cunhadinha um tanto estúpida por ter acreditado em coisas indefinidas e mesmo assim partir pro ataque.

- Bella só estava transtornada por causa do sofrimento da filha.

- Mesmo assim. Se Edward, que é o pai mais protetor que já vi, não tentou te matar instantaneamente é porque ele percebeu que isso não tinha muita lógica. Bella deveria ter seguido o exemplo dele.

- Faz sentido.

- É claro que faz. Olha, não estou te incentivando a manter o orgulho e não procurar mais a minha sobrinha. Ao contrário, vocês devem conversar e se entender para esse bendito casamento acontecer logo. Eu já havia feito tantos planos – seus olhos brilharam na direção do horizonte – e agora acho que terei que reformular tudo novamente.

- Por quê?

- É que eu havia pensado coisas para decorar a casa de Washington, mas com toda a família aqui terei que pensar em algo novo e menos moderno.

- Como assim? – Indaguei meio zonzo com a parte de “toda a família aqui...”

- Oh sim! Você não sabe. Tive uma visão mais cedo de todos dentro da cabine de um avião, Jasper acredita que estão vindo pra cá já que não ligaram avisando.

- Se for assim, então...

- Sim, eles já devem ter chegado. Mas não se atreva a ir lá agora, você não vai querer ver Renesmee puxando meus cabelos – Ela riu e me arrancou um sorriso dos lábios também.

- Eu não iria falar com Nessie agora. Já está tarde e ela deve estar cansada da viagem, sem falar que eu também não sei se devo insistir nisso.

- Nisso o que? – Indagou Alice me olhando de soslaio.

- Nesse lance do impriting. Pensa bem, até agora isso só tem causado sofrimento. Não tenho certeza se Nessie corresponde a esse amor porque realmente gosta de mim ou se apenas por que soube dessa “maldição” antiga dos lobos quileutes.

Alice permaneceu em silêncio por alguns instantes, como se estivesse processando cada palavra que ouvira. Em seguida, ergueu-se e saltou majestosamente da pedra que tínhamos nos apoiado.

- Vamos andar um pouco.... –Disse ela tirando as sandálias.

Desci do rochedo e a segui. Agora, encarávamos a areia enquanto andávamos lado a lado com as ondas da praia banhando nossos pés.

- Não devia pensar assim. – Alice rompeu o silencio.

- Assim como?

- Duvidar que Renesmee te ame. Isso é algo confirmado Jacob, não somente por causa do impriting e sim do sentimento que existe. Segundo o que você me contou, antes dela interpretar erroneamente nosso banho, você e Nessie estavam prestes a consumar o relacionamento de vocês certo?

- Hunrrum. – Murmurei tentando descobrir onde Alice queria chegar relembrando essa parte da historia.

- Nessie estava sacrificando um sonho Jacob. Antes mesmo de ela perceber que te amava, nós já havíamos conversado sobre esse momento. O momento em que ela se entregaria a uma grande paixão. É lógico que eu sabia que esse homem era você, mas não adiantei esse detalhe pra minha sobrinha. – ela riu – deixei as coisas seguirem seu curso. Nessie sempre sonhou com um casamento parecido como o de seus pais e principalmente com a entrega após o casamento.

- É, ela sempre continha meu ímpeto desejo de tomá-la pra mim quando estávamos sozinhos.

- Se Nesse abriu mão desse principio naquela noite não foi pra satisfazer um desejo próprio. Entende? - Fiz um “sim” com a cabeça. – Foi por você Jacob Black.

- Mas, isso não está certo. – Questionei parando de repente. – Ela não ficaria feliz se tivesse acontecido.

- Talvez, certamente viveria a sensação que tinha pulado a fase mais importante da vida – casamento – ou se sentiria num relacionamento desestruturado e dependente de sexo...

- Você não está ajudando... – Falei sentindo a culpa conquistar espaço dentro de mim.

- Desculpe – Pediu – Só estou querendo dizer que se ela estava disposta a abrir mão de um principio, particular, tão importante é porque te ama muito e faria de tudo pra não ficar longe de você.

Peguei as mãos de Alice e a trouxe para mais perto. Eu precisava que entendesse o que eu iria dizer e mais que isso, acreditasse em minhas palavras.

- Eu nunca forçaria Nessie a se entregar a mim se ela não estivesse preparada pra isso – falei.

- Sei disso Jacob – Disse diminuindo mais ainda a distancia entre nós e deslizando a palma de sua mão por meu rosto. – Só ela poderá dizer por que decidiu ir tão longe. Porém, o mais importante não é isso e sim o que vocês sentem um pelo outro.

Não contive a vontade de abraçá-la por estar sendo tão solidaria e sem duvida exercer o papel de uma verdadeira amiga.

- Obrigado – Disse no seu ouvido.

Alice não disse nada, apenas acariciou meus cabelos mergulhando seus dedos no alto da minha nuca. Permiti-me relaxar um pouco com seu carinho.

- Que tal subir nas costas do lobo de volta? – Sugeri.

- Prefiro suas costas humanas mesmo. Seu cheiro é muito mais agradável do que o do animal que dorme dentro de você.

- Não sei dizer se isso foi um elogio Alice.

- Nem eu... – Disse rindo.

A pequena subiu em minhas costas e em poucos minutos estávamos perto de sua casa.

- Quer entrar? – Alice indagou.

- Sim... – Ela pegou minha mão no intuito de me conduzir para dentro da casa. – Mas não vou... – A interrompi.

- Porque não? Se Nessie estiver aí, conversamos nós três logo e quando tudo se resolver esse seu semblante triste vai embora... Não gosto de te ver assim Jacob.

Desviei o olhar da casa – com as luzes acesas saindo pela porta entreaberta – e voltei meus olhos para Alice que esta ao meu lado. Seus olhos jorravam compaixão e consolo, retribui suas expressões com um abraço que ela aceitou prontamente.

- Acho melhor vocês duas conversarem primeiro e depois falo com ela a sós... – Sussurrei em seu ouvido.

- Tudo bem... – Murmurou.

- Tchau Alice... – Falei me desvencilhando de seu corpo gélido. Ela forçou um sorriso e retornou para sua casa.  


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Notas finais do capítulo

Duda e Mayara... Adorei as recomendações!!!Obrigado pelo carinho.

Depois desse cap. Tem mais alguem aí afim de RECOMENDAR? Heheh'

Tem cap. novo próxima semana

— Nyck