A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 44
FUGA


Notas iniciais do capítulo

Vava meu anjo, seu review me icentivou a dar "voz" a Alice. Espero q goste de saber o que se passou na cabeça da Sta. Cullen.rsrsr.



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ALICE

– O que será isso - Quem pode estar fazendo isso comigo, e o que quer conosco?! – Pensei comigo mesma, mais aflita do que nunca. Odeio ficar cega diante de qualquer perigo! Já me acostumei, a saber, previamente das coisas, não é fácil permanecer sem minhas visões contínuas.

– Por que você está assim? – Perguntou Jacob ao meu lado. Ele dirigia meu carro velozmente... Quer dizer, mais veloz do que eu. Apesar de temer pelo bem estar do meu carrinho, até que eu estava gostando da corrida.

– Assim como?

– Sei lá, só o fato de você está quieta já não é normal. – Respondeu num meio sorriso.

– Estou apenas preocupada. – Falei desconsolada.

– Acha mesmo que eu posso te fazer algum mal. – Indagou ele, erguendo uma de suas sobrancelhas.

– Poder, você pode! Não sei se vai querer... – Falei sorrindo suavemente, erguendo minha cabeça para olhá-lo já que encostei minha cabeça em seu ombro enquanto abraçava seu braço. Seu braço forte e rígido me passava segurança. Jacob devolveu um sorriso acanhado – mas não é com isso que estou preocupada.

Ele franziu o cenho, confuso.

– Não?

– O que me atormenta é o risco que minha família pode estar correndo com esse suposto ser que está rondando nossa casa e provocando essas dores insuportáveis.

Jacob ficou pensativo, depois de encarar o horizonte por alguns segundos, disse:

– Não se preocupe Alice, nós somos muitos. Ninguém em sã consciência se atreveria a nos enfrentar.

Assenti ao seu otimismo.

– Chegamos! – Anunciou ao chegarmos à sua casa.

Jacob saiu, mas não largou minha mão. Quando me pus fora do carro, o abracei de lado e seu calor invadiu metade do meu corpo. A sensação ainda era estranha pra mim, nunca passei tanto tempo sentindo o calor humano. Mas era bom, seu calor era intenso e provocava um contraste agradável, sem falar da segurança que sua presença me proporcionava. Hoje tive certeza que posso confiar nele, depois de me ajudar tão calorosamente enquanto eu mergulhava em dor... Jacob me levou ao porta-malas e com a mão do braço que estava desocupado, pegou as sacolas. Em seguida me conduziu ao interior de sua casa. Quando adentramos na sala, um barulho alto e meio estrondoso me espantou. Analisei de onde aquele som estranho poderia ter vindo, olhei para Jacob e ele riu... então, entendi que sua barriga estava roncando. Não era uma grande novidade aquele cachorro estar morrendo de fome.

Girei alguns ângulos que me puseram a sua frente, eu sabia que Jacob se queixaria e no final de tudo estaríamos na cozinha. Coloquei minhas mãos em seu ombro e após me lançar um olhar de pena, o que odiei, ele disse:

– Isso é culpa sua. – Me culpou por sua fome enquanto passava a mão na barriga, parecia até um moleque de cinco anos. Esforcei-me para não rir da comparação.

– Minha? – Devolvi fingindo-me de desentendida.

– Hunrrum. Se não tivesse colocado banca eu teria lanchado com Nessie na sua casa.

– Claro! Você me sujaria toda. Quem manda comer feito um ani.. – interrompi ao refletir no que eu estava para dizer. Não pretendia provocar a raiva de Jacob, apesar de confiar nele... ainda me sinto meio insegura de estar tão próxima de um lobo.

– Feito um animal? – Completou rindo, meio sem graça.

Relaxei, percebendo seu tom de brincadeira. Por isso, forcei um meio sorriso.

– Preciso comer alguma coisa. – Disse ele.

– Mas já é quase duas horas da manhã.

– E daí. Fome não tem hora.

Comecei a bater o pé no chão, impaciente com aquela situação. A fome desse cachorro não tem limites! Fala sério...

– Tive uma idéia. – Disse Jacob.

Fiquei perdida, que tipo de idéia? Será se o cachorro pretendia ir a uma lanchonete há essa hora? – Pensei franzindo o cenho e torcendo para que não fosse isso.

– Nós estávamos na sua casa e eu tive de abraçar você pra sua dor parar. Certo?

– Hunrrum. – Gemi totalmente constrangida. Se fosse humana, com certeza teria corado de vergonha. Ouvir aquela observação por parte dele me fez ter vontade de sumir...

– Aqui, você está apenas tocando em mim, isso é um sinal de que sua dor tem limites territoriais.

– Faz sentido. – Falei começando a entender o que ele estava querendo dizer.

– Então, vamos medir o quão distante você consegue ficar de mim. Ok?

Assenti.

Fiquei ereta e Jacob imitou-me. Ainda estávamos de lado, então fui me colocando a sua frente enquanto arrastava minhas mãos de seu braço até seu peito. Onde poderíamos ficar de frente.

– Nossa! – Exclamei.

– O que foi?

– Seu coração. Bate tão forte... – Percebi que Jacob ficou perdido em minhas palavras - É que faz tempo que não sinto um coração bater. Apenas ouço, e quando me concentro. Mas ficar ouvindo corações não é um hobby prazeroso. Mas sentir é diferente.

– É um sinal de vida...

Senti um nó na garganta ao ouvir isso. Lembrar que meu coração não batia mais e que eu não passava de um “zumbi” me trouxe uma imensa tristeza. Meus olhos arderam, percebi que Jacob me olhava e sua expressão praticamente pedia perdão. Como se ele tivesse dito algo errado...

– Desculpe, eu não quis dizer que você está...

– Eu sei que estou morta Jacob. Pelo menos fisicamente... Mas lembrar disso é desagradável sabe... – Disse afastando minha mão de seu peito, aos poucos. Fui me afastando vagarosamente, iniciando o teste que Jacob propôs. Distancie-me alguns centímetros e olhei pra ele, totalmente insegura. Jacob olhou-me nos olhos e balançou cabeça suavemente me incentivando a prosseguir. Seu apoio me deu coragem e resolvi tentar mais, dei quase um passo completo pra trás. Derrepente, fiquei tonta... Senti como se várias agulhas estivessem sentando perfurar minha cabeça através das temporas. Coloquei as mãos na cabeça e antes que eu pudesse clamar por ajuda, senti os braços fortes e quentes de Jacob me envolverem.

– Você está bem? – Perguntou ele, com os olhos cheios de preocupação.

– Hunrrum. Só fiquei tonta, acho que não consigo me afastar mais do que isso... – Respondi comovida.

– É! Eu percebi...

– Desculpe – Pedi lembrando-me que apesar de sua aflição comigo. Jacob estava odiando aquela situação.

– Posso saber o porquê de você está se desculpando...

– Eu sei que você está odiando isso. Ter de ficar tão próximo assim de mim, agüentar meu gênio irritante e destemperado.

– Não odeio isso. É apenas estranho... Sinto mais por você do que por mim. Afinal, eu sou um cachorro fedorento esqueceu? – Disse rindo – Não sei como não reclamou ainda.

– Você não fede Jacob.

– Não? – Questionou totalmente incrédulo.

– Não. Não mais...

– Como assim? – Indagou levantando uma de suas sobrancelhas.

– Antes de eu explicar, acho melhor você comer alguma coisa. Sua fome está me deixando surda, o ronco na sua barriga é assustador cachorro. – Falei bem humorada.

Nós rimos.

– Ok. Você gostaria de me acompanhar até a cozinha? – Perguntou, fazendo piada de minha dependência. Foi impossível não rir... Em seguida, abracei seu braço esquerdo para acompanhá-lo.

Na cozinha, havia um balcão enorme e algumas cadeiras típicas de lanchonete. Esme sempre decorava a casa com a cara do dono, cada cantinho dos cômodos tinha algo que lembrava Jacob. Inclusive, os diversos porta-retratos na estante, Nessie é a estrela em quase todas as fotos. Jacob preparou um lanche básico e sentou-se em uma das cadeiras do balcão. Enquanto comia seu sanduíche, eu o olhava com minha visão esférica já que estava ao seu lado. Era curioso como ele ficava “manso” e quieto quando comia. Em determinado momento, percebi que seu olhar levantou e me encarou. Senti-me constrangida, por isso... rompi o silencio no intuito de disfarçar:

– Onde fica o divã na sua casa?

– Aqui não tem. – Disse ele terminando sua refeição e voltando-se completamente para mim.

– Não acredito que Esme esqueceu desse móvel. – Lamentei.

– Nessie dispensou várias coisas que Esme queria pôr na decoração, o divã deve ter sido uma delas.

– Sim, mas a casa é sua.

– Eu não me importo com isso. Pra um rapaz solteiro a decoração e os objetos estão de acordo.

– E agora, onde vamos ficar?

– Só tem uma solução... – Disse ele, levantando a cabeça.

– Qual?

– Não podemos ficar em pé a noite toda, certo?

– Eu não me importaria... – Falei num meio sorriso.

– Há-há... Engraçadinha – Disse Jacob irônico. – Estou cansado, preciso dormir um pouco.

– E daí? – Perguntei sem entender onde ele queria chegar...

Jacob ergueu uma de suas sobrancelhas formando um olhar malicioso. Para completar o sinal, balançou a cabeça de leve rumo as escadas. Enfim, entendi para onde o vira-lata queria me levar.

– Nem pense nisso cachorro... – Falei socando seu ombro esquerdo.

– Não há outro jeito Alice, vamos pra minha cama. – Disse ele, firme. O stress e o cansaço estavam o atingindo visivelmente. Senti uma pontinha de temor, mas... a idéia era revoltante e constrangedora. Eu e Jacob na mesma cama! – Pensei... – Nunca!

– Jacob, você pode dormir no sofá! – Consegui uma solução viável.

– Posso, mas e você? Vai se deitar aonde? Eu não sei se você percebeu, mas esse sofá não é grande suficiente pra nós dois.

Analisei o móvel e o cachorro tinha toda razão. Era impossível passarmos o resto da noite ali. Encostei minha cabeça em seu ombro, rendendo-me a sua idéia... Ele percebeu meu consentimento e caminhamos devagar até seu quarto. Quando adentramos a porta do cômodo, fiquei boquiaberta com a cama enorme à nossa frente, o silencio reinou por alguns segundos.

– E agora? – Perguntei voltando do transe.

Jacob passou a mão na nuca totalmente perdido.

– Agora, a gente vai procurar uma posição confortável, que eu consiga dormir.

– Não da pra ser a mesma do divã? – Indaguei.

– Não, durmo melhor de lado.

– Você tem apenas que dormir, não precisa dormir bem.

Ele me lançou um olhar incrédulo e revoltado. Sua expressão me fez sentir um nó na garganta, como se eu fosse uma pessoa egoísta. Muito egoísta...

– Vamos fazer o seguinte... – Disse Jacob pegando-me no colo. Estranhei sua ação, mas Envolvi meus braços em seu pescoço, não queria comprovar seu pensamento ao meu respeito, não me vejo como alguém tão egoísta. Sua cara mostrou que ele não esperava que eu fosse ser suscetível à sua atitude. Ele carregou-me no colo até sua cama e me pôs de lado, em seguida, pediu: Você pode ficar sobre os joelhos, só um minuto... Franzi o cenho totalmente confusa, o que diabos ele pretendia fazer? Fiquei sobre os joelhos e ficamos de frente um para o outro, para não sentir nenhuma dor... arrastei minhas mãos – que estavam em seu braço – até seu peito. Jacob também se sentou sobre os joelhos e me encarava, aquilo era desconcertante. Ele pegou minhas mãos e foi deslizando-as até suas coxas. Antes que eu pudesse perguntar o que significava tudo aquilo, Jacob tirou a camisa vermelha – que estava vestido - e atirou-a em um dos cantos da cama.

Me Assutei ao contemplar a beleza tão diferente que estava tão perto de mim. Os seus músculos definidos e rígidos eram notáveis em seu abdome e braços nus... por um momento, lembrei-me de seu calor e atenção. Captei que Jacob percebeu meu olhar assustado e cheio de admiração, por isso... Exclamei de súbito:

– O que você pensa que está fazendo? – Levantei meu olhar para encará-lo.

– To me preparando pra dormir.

– E porque precisa ficar nu? – subi o tom de histerismo.

– Não estou nu, tirei apenas a camisa. Não sei por que está tão nervosa, já me viu assim milhares de vezes.

– Sim, mas não precisava se despir. Não dar pra respeitar minha presença não?

– Alice, o calor é insuportável dentro de mim. – Disse ele pegando minha mão e pressionando-a contra seu peito – Está sentindo?

Puxei minha mão num impulso e deixei o constrangimento tomar conta de mim. Tocar seu peito nu foi como acariciar o pecado encarnado.

– Ok. – Falei baixando meu olhar, tentando disfarçar meu embaraço.

Jacob revirou os olhos e estendeu o braço para pegar a camisa.

– Não precisa... – Falei percebendo seu intuito de vesti-la novamente. – Eu exagerei, sem falar que você está na sua casa e tem o direito de dormir do jeito que quiser. Até nu se for o caso... – Me rendi, cruzando os braços.

– Sério? – Disse ele pondo as mãos no botão da calça.

– Claro que não! – Gritei afastando suas mãos da virilha.

– To brincando Alice... – Falou numa gargalhada. – Vem! Vamos dormir, ou melhor... Vamos deitar e esperar eu pegar no sono... – Disse, segurando minhas mãos.

Deitamos um de frente para o outro, sendo ligados apenas por nossas mãos que estavam unidas.

Ficamos em silêncio, nos olhávamos como se um tivesse esperando o outro dizer alguma coisa. Esperar o cachorro pegar no sono não seria nada fácil.

– Agora você pode me explicar porque não sou mais um cachorro fedorento pra você? – Perguntou ele, rompendo o silêncio.

Senti um sorriso curto brotar em meus lábios com sua pergunta inusitada.

– É simples... O fato de você conviver tanto com a nossa família me fez acostumar com o seu cheiro.

– Só isso?

– Não, Calisle me explicou que o odor de outra espécie é repugnante quando ela oferece um perigo eminente à nossa. Creio que você seja uma exceção a isso...

– Então, você não tem mais medo de mim?

– Em tese, não. Jacob, nossos sentidos ficam apurados e precisa distinguir de alguma maneira o cheiro do inimigo. Um método de autodefesa, com a convivência e a confiança você foi se tornando um ser humano normal pra mim. A única diferença é que o seu sangue não é nada atrativo...

– Isso é bom. Os outros Cullens também estão assim?

– Acho que Calisle, Esme e Emmett já não se importam mais com seus genes de lobo.

– Restam apenas à loira e o seu...

– Jasper. Pra ele é tudo mais difícil.

– Isso explica o porquê de você não ser mais tão repugnante ao meu olfato. O único aroma que sinto em você é de um perfume francês.

– Como sabe que é francês?

– Nessie já falou algo sobre isso, você está constantemente nas nossas conversas.

– Como assim?

– Há! Ela te admira muito, constantemente usa você como exemplo...

– Ual, que responsabilidade. Também amo minha sobrinha, espero que faça dela a mulher mais feliz do mundo.

– Pode deixar comigo – Disse Jacob beijando minhas mãos. Seu gesto foi lindo, o garoto realmente era um perigo... Nessie tinha razão quando falava sobre o jeito encantador e amigo dele.

– Acho melhor você dormir agora, se está esperando que eu cale minha boca nós passaremos a noite em claro. – Falei percebendo que Jacob brigava com o sono.

Nós rimos de minha observação.

– Estou sem sono...

– Não é isso o que seus olhos dizem... Conheço essa cara, esqueceu que Nessie também é humana?

Ele apenas assentiu.

– Vem, coloca a cabeça aqui... – Chamei, indicando meu colo. Decidi ajuda-lo a dormir.

– Não precisa disso Alice. – Disse ele, completamente tomado de vergonha.

– Deixa de ser bobo Jacob. Nessie sempre dormia assim comigo...

– Quando ela era uma criança. Duvido que isso aconteça hoje em dia.

– Não importa quando, o importante é que sempre funcionou. – Falei entre risos e puxando-o para meus braços. Jacob não reagiu, sua cabeça pousou em meu ombro e senti seus cabelos desgrenharem-se em meu pescoço. Uma sensação boa que fez, estranhamente, um arrepio subir por minha nuca.

Não resisti e comecei a passar meus dedos entre seus cabelos. Comecei com movimentos tímidos que logo passaram a ser mais profundos... depois de alguns segundos, levantei os cabelos que caiam em sua testa para ver se meu método tinha funcionado. Bingo! – Pensei ao ver seus olhos fechados e a expressão de um anjo lindo e indefeso dormindo. Era incrível como meus conceitos e afeto por esse cachorro idiota mudaram, não o enxergo mais como um ser tão irritante. Acho que essa dependência teve seu lado bom, terei a oportunidade de conhecer melhor esse “Jacob tão solidário” que agora, dorme levemente em meus braços.


RENESMEE


– Nessie... Não acredito que estamos fazendo isso. – Disse Jacob.

– Mas a idéia foi sua.

– Claro! Só não pensei que você toparia...

– Onde você for eu irei. Esqueceu que te amo? – Falei maliciosamente.

– Eu te amo Ness, muito! – Disse ele, beijando-me.

Depois de experimentar seus lábios, voltei minha concentração para a paisagem... Eu e Jacob estávamos numa praia linda no Rio de Janeiro. Lá circulava poucas pessoas, quase nenhuma... Mas também, eram seis horas da manhã! Decidimos contemplar o nascer do sol depois da nossa primeira noite juntos.

– É tão... lindo!

– Obrigado.

– Estou falando do sol nascente... seu bobo!

Jacob riu e fez uma carinha de cachorro que está sendo maltratado pela dona.

– Mas você supera qualquer paisagem... – Falei abraçando-o forte.

Vi um sorriso largo brotar em seus lábios. Jacob segurou minha mão e começamos a caminhar, descalços, pela areia...

Sua expressão mudou derrepente, agora um tipo de preocupação estava evidente.

– O que foi? – Perguntei.

– Nada...

– Estou falando sério Jacob, o que aconteceu? Sei que algo começou a te perturbar...

– Ok Nessie, sua família nunca vai me perdoar pelo que fiz...

– Você não, nós! Se aceitei fugir com você, não é problema deles.

– Eu sei... Mas, sinto que traí a confiança de todos. Principalmente a de Bella e Edward...

Senti uma lágrima rolar por meu rosto ao lembrar de papai e mamãe.

– Não da pra negar que sinto falta deles Jake, mas se tenho que fazer uma escolha... É claro que escolherei você! Agora nós somos um... E isso é o mais importante pra mim. – Falei enxugando a face.

Jacob envolveu-me num abraço de consolo. A tranqüilidade e a paixão tomaram conta de mim quando seus lábios foram subindo do meu pescoço até a boca. Apesar da tristeza, por ter fugido e estar longe da minha família... Sinto-me recompensada pelo amor imensurável que poderei viver ao lado da pessoa que realmente amo...

Jacob olhou para os lados – vendo se alguém caminhava muito perto de nós – ao perceber que estávamos praticamente sós, me pegou no colo e começou a correr. Em poucos segundos, já estávamos numa parte isolada da praia... O sol ainda se erguia num compasso muito lento.

– Posso saber por que você me raptou da civilização? – Falei ainda em seus braços.

– Você já fez amor na praia? – Perguntou Jacob com o olhar mais malicioso de todos.

– Nunca!

– Pra tudo tem uma primeira vez... – Disse ele deitando-nos na areia e invadindo minha boca com seus lábios carnudos e seu hálito quente.

Fiquei impossibilitada de protestar ou dizer qualquer coisa. Apenas cedi ao seu corpo que insistia em se encontrar intimamente com o meu.

– Nessie, Nessie! – Ouvi uma voz me chamando, como um eco. – Acorde minha filha...

Abri os olhos de súbito. Assustada com o olhar aflito de minha mãe que estava praticamente em cima de mim.

– O que... aconteceu? – Perguntei meio rouca por causa do sono interrompido.

– Nessie, com o que você estava sonhando?

Pus força nos dois braços no intuito de sentar-me na cama, mamãe já estava sentada; próximo aos meus pés.

Só quando me ergui foi que consegui notar a presença de todos os outros da minha família, menos meus avós e tia Alice.

– Como você sabe que eu estava sonhando? – Perguntei corando, mamãe me acordou num momento maravilhoso do sonho. Antes que ela pudesse responder alguma coisa... palpitei: Papai! É claro...

– Hunrrum. – Disse ela, franzindo o cenho.

– Onde está ele mamãe? Papai não vai escapar de uns tapas! – Falei bem humorada.

Só entendi o que realmente se passava quando percebi que só eu estava rindo.

– O que foi? Por que vocês estão com essa cara... – Indaguei. Mamãe estava aflita, Tio Jasper estava com Tio Ementt e tia Rosalie, próximos à porta do quarto, todos estavam muito tensos.

– Filha, seu pai estava comigo no nosso quarto. Estávamos conversando normalmente – Quando mamãe pronunciou a palavra “normalmente”, deixei um meio sorriso escapar. Todos nós sabíamos que eles estavam se amando. – quando Edward ficou paralisado. Nessie, conheço seu pai o suficiente pra identificar quando ele está concentrado nos pensamentos de alguém. Edward ficou muito triste e derrepente seus olhos encheram-se de raiva, um ódio que não vejo há muito tempo, depois de alguns segundos ele saiu correndo... – mamãe estava muito angustiada. Seus olhos estreitos e sua testa vincada denunciavam sua aflição. – Emmett tentou acompanha-lo, mas Edward é rápido demais. - Isso é verdade! Papai não era o vampiro mais forte da casa, mas com certeza era o mais veloz. – Nessie, o que você sonhou filha? O que você pode ter pensado pra que Edward ficasse tão furioso?

– Mamãe, eu estava sonhando com...

– o cachorro... – Completou tia Rose.

– Como você sabe tia?

– O que mais, além daquele vira-lata, poderia despertar a raiva de Edward? – Perguntou ela, retoricamente. – Nessie, o mistério aqui é o que você sonhou; só assim poderemos ter idéia de onde Edward possa ter ido. – Explicou.

Assenti ao conselho maduro e equilibrado que poucas vezes se manifestava em tia Rosalie. Fiquei de joelhos na cama – para me aproximar mais de minha mãe – e coloquei minhas mãos em suas temporas. Decidi lhe mostrar meu sonho, eu sabia que teria de dar explicações sobre a tal fuga, mas isso poderia ficar pra depois. Notei que tia Rose fez biquinho, ela odiava ficar de fora; concentrei-me no sonho e me limitei a mostrar somente o necessário – deixando de lado as cenas meio pervertidas – mamãe deu um riso forçado percebendo os cortes nas cenas. Antes de terminar a sessão de “cinema” na cabeça dela, percebi que suas expressões mudaram constantemente.

– Então, você e Jacob pretendem fugir? – Perguntou ela horrorizada com a idéia.

– Não! Foi apenas um sonho... – Falei.

– Como assim, fugir? – Gritou tia Rose, se aproximando de nós.

– Nessie sonhou estar no Brasil, com Jacob. E no sonho, nós não sabíamos. Eles tinham fugido... – Explicou mamãe.

– Que horror Nessie! Porque diabos você faria isso?

– Isso fica pra depois tia. Agora me digam, porque papai ficou tão nervoso?

– Edward pode ter concluído o mesmo que você Bella. – Disse tio Jasper.

– Então, papai acha que eu pretendia fugir com Jacob? – Perguntei meio tonta com tanta confusão.

– Só pode ter sido isso Nessie! – Disse mamãe, levantando-se.

– Bella, você disse que Edward estava com muita raiva, certo? – Indagou tio Jasper.

Mamãe assentiu. - Então, ele só pode ter ido a um único lugar!

– Ai meu Deus! – Disse, saltando da cama – Jacob! – Eu e mamãe falamos juntas...

– Isso foi... estranho! – murmurou tia Rosalie. Tio Emmett riu ironicamente da situação.

– Mamãe, papai teria coragem de matar o Jake? – No fundo eu acreditava que não.

– Nessie, seu pai faria tudo pra manter você perto de nós. Ele estava insano quando saiu daqui... Filha arrume-se rápido e desça. Vamos todos para a casa de Jacob tentar remediar essa situação. Espero que Edward não tenha feito nenhuma besteira. – Ela Sussurrou a ultima frase.

Todos saíram do quarto e tão rápido quanto um foguete, me arrumei. A culpa e o peso na consciência não me deixavam em paz. Como eu pude ter um sonho tão “sem sentido” daqueles? Se bem que a culpa não é minha se meu pai insiste em ficar xeretando minha mente vinte e quatro horas por dia.

Desci as escadas e quase caí no penúltimo degrau da escada ao tropeçar.

– Só podia ser filha da Bellinha mesmo... – Disse tio Emmett soltando uma gargalhada. Tia Rosalie lhe socou o braço, fazendo-o cambalear um pouco. Só tio Emmett conseguia manter o bom humor em ocasiões tão críticas.

– Vamos! – Chamou mamãe.

– Onde está a vovó? – Perguntei dando falta do sorriso maternal de vovó Esme. Já tinha me acostumado com sua pergunta matinal: “Está com fome querida?”

– Ela saiu cedo pra caçar com Calisle. – Respondeu tia Rose.

– Agora vamos, sinto que Alice não conseguirá conter a briga de Jacob e Edward sozinha. – Alertou mamãe.

Senti um calafrio e uma pontada no peito só de imaginar os dois homens que mais amo neste mundo, brigando. A imagem dos dois muito feridos e lutando sem parar, invadiu a minha mente, ficou impossível conter as lágrimas. Baixei o rosto tentando disfarçar.

– Vai dar tudo certo filha! – Disse mamãe, abraçando-me pelos ombros.

Todos nós entramos no carro e tia Rose acelerou o veiculo. O cuidado e a velocidade se uniram no intuito de chegarmos à casa de Jacob antes que pior viesse a acontecer.







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