– Nessie, um tapa seu seria o bastante para desfigurar completamente o rosto da Thyfane. Um murro a mataria instantâneamente! - Explicou meu pai.

– Jura? - Perguntei ironicamente, com um sorrisinho cinico nos lábios. 

– Nessie! - Papai falou repreendendo-me.

– Ha pai! Eu não tive tempo de calcular a intensidade da minha força. - Disse exasperada com aquela culpa de um quase assassinato.

– É por isso filha, que você vai passar uma semana com o Charlie em Forks - Falou minha mãe.

– O quê? - Perguntei ao sentir um soco no estômago com essa noticia.

– Isso mesmo querida, eu e sua mãe cogitamos essa idéia ontem! Será bom pra você esfriar a cabeça e recuperar seu auto-controle, que aliás você quase perdeu hoje.

– E aí Nessie, o que você acha? - Perguntou minha mãe.

– Eu não sei nem o que dizer desse castigo mãe. - Confessei.

– Ha Nessie!  Passar uma semana com seu avô não é castigo nenhum. - Disse mamãe meio ofendida.

– Tudo bem, eu vou. - Não tive como negar diante de um argumento desse.

O restante do caminho até em casa foi silêncioso, a única coisa em que eu poderia pensar agora era como eu conseguiria ficar longe do Jacob por tanto tempo. Eu sei que uma semana não é tanto tempo assim, mas para mim um dia sem meu Jacob era uma eternidade, o que dirá uma semana! Pela primeira vez tive medo de morrer de saudades de alguem.

Quando chegamos em casa, foi inevitável não ouvir os risos que vinham de dentro. Então nos dirigimos ansiosamente para confirmarmos o otivo da alegria que a vovó Esme demonstrava.

– Calisle?! - Meu pai disse ao ver o vovô abraçando a vovó.

– Olá meus filhos! - Respondeu o vovô abraçando papai e a mamãe. Depois disso, ele me notou.

– Nessie! - Disse ele.

– Oi vovô - Respondi enquanto o abraçava também. - E aí como está em Forks?. - Perguntei afim de saber como estava o vovô Charlie e possivelmente a matilha. 

– Está tudo muito bem querida. Seu avô mandou lembranças e disse que está super ansioso para vê-la. Ele disse que Bella avisou ontem a sua estadia lá por mais ou menos uma semana.

– Hunrrum; - Confirmei a informação revoltada por saber que minha mãe ja tinha confirmado tudo com Charlie. - Por que a mamãe quer me despachar pra outro lugar? Será que ela quer estar com o Jak... - Interrompi meus desvaneios ao ver a expressão do meu pai. Então, se minha mãe ja tinha confirmado tudo com o vovô, aquela pergunta sobre o que eu achava da viagem era apenas uma mera formalidade. Com tudo isso - Essa viagem realmente era um castigo! - Concluí.

– Filha! Seus olhos estão escuros. - Disse mamãe.

– Eu estou com sede, muita sede! - Justifiquei.

– Vamos caçar querida. - Papai me chamou com um brilho intenso nos olhos.

– Vamos. - Concordei com um desânimo que era totalmente o antônimo das emoções que meu pai sentia por ir caçar comigo.

Fazia dias que eu não caçava, isso era uma das atividades que eu mais gostava de fazer com o Jake. Quando me lembre dele, percebi que a alegria do meu pai desabou, seu rosto foi tomado por uma onda de dor e amargura.

– Vamos pai... - Chamei.

– Claro! - Disse ele pegando minha mão. Quando passamos pela porta correndo, ouvi minha mãe gritar:

– Voltem logo. O vôo pra Forks está marcado para as tês horas.

– Ok! - Exclamou meu pai, ainda muito triste.

Senti uma pontada de culpa pela tristeza repentina do meu pai. Para ele estar caçando comigo era algo novo e as expectativas de um momento alegre e feliz entre pai e filha com certeza o assolou  quando anunciei minha sede. Enquanto corríamos pela floresta, decidi me alegrar e tentar fazer daquele momento o mais contente e feliz possível para meu pai e eu.

Depois de decidir isso, um enorme sorriso acendeu em seus lábios. Com certeza ele sabia sobre minha última decisão, sua alegria me contagiou.

– Vamos apostar? - Sugeriu.

– O quê? - Perguntei meio confusa.

– Há um bando de alces correndo contra nossa direção, eu consigo ouvi-los. Eu aposto que eu pego o maior. - Explicou ele, rindo.

– Então tá! - Falei tentando esquecer das apostas que eu fazia com o meu melhor amigo, quando caçavamos.

Quando pisquei, meu pai não estava mais na minha frente.

– Peguei! - Anunciou ele em cima do maior alce do bando.

Os outros animais se assustaram com o gruindos do alce que meu pai havia pêgo.

Fiquei furiosa com a atitude dele - Não se posicionar pra largada, ja que estavamos apostando - Um flash back me fez lembrar as minhas caçadas com Jacob, me deixando levar por meus tristes desvaneios, gritei:

– Isso não valeu Jake!

Em menos de um segundo, percebi o tamanho da besteira que eu acabara de fazer. Confundir meu pai com Jacob foi o bastante para despedaçar aquele momento fraternal que que meu pai confiantemente tentou construir. Papai veio até mim, seu rosto deixava transparecer claramente suas emoções , nelas havia uma mistura de dor, decepção e revolta. Me senti horrível pela confusão que fiz, meu pai nunca gostou por completo de Jacob estar sempre conosco. Confundi-lo com ele apenas deu-lhe um pouco de razão para tal insatisfação.

– Desculpa pai, é que...- Tentei me explicar quando, bruscamente, ele me interrompeu: