A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 66
O Som de Águas




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– Como assim não haverá mais casamento? – Questionou Emily, completamente confusa.

– Parece que Jacob andou aprontando... – Sam enlaçou a cintura da mulher com os braços levantando o olhar pra mim de forma repreensiva.

– Não aconteceu nada entre mim e Alice.

– Você traiu seu impriting? – Exclamou Emilly boquiaberta. Suas feições, assim como seu tom de voz, adquiriram extrema revolta.

Deixei meu corpo cair na cadeira de sua sala de estar e revirei os olhos, impaciente com o julgamento de todos.

– Não Emmi – Disse Sam – Eu disse que “parece” que Jacob aprontou, mas não aconteceu de fato.

– E porque você disse que talvez não haja mais o casamento quando perguntei sobre você e Renesmee? Pensei que estivessem ansiosos pra compartilharem uma vida juntos. Seth nos deixou a par do descobrimento de Nessie sobre o impriting e de seu dever como uma predestinada.

– Nessie não tem obrigação de casar-se comigo.

– Não foi isso que eu quis dizer Jacob – Disse Emmily – O impriting é um amor muito mais intenso do que aquele que os seres humanos estão acostumados a sentir. Você sabe muito bem disso.

– Ela não acredita em mim. Nessie prefere ficar longe, manter a maior distância possível.

– Garota mimada. Eu sabia! Ainda não entendo porque os espíritos dos ancestrais a escolheram como seu impriting. É tão magra e frágil, ainda acho que não se sairá bem no treinamento.

Olhei para Sam de relance. Ouvi falar poucas vezes desse tal treinamento que as mulheres dos lobos quileutes submetem as noivas antes do casamento.

– Ainda não entendo a necessidade dessa reclusão que vocês fazem com as noivas. – Falei no intuito de Emmily deixar escapar alguma informação.

– É algo que não podemos compartilhar, é uma etapa importante para uma predestinada.

– Talvez eu não queira que Nessie participe dessa tradição. – Provoquei.

– Se você quiser matá-la involuntariamente, não me importo. – Revirou os olhos.

– Como assim? – Ergui-me num salto. Senti um calafrio com a possibilidade de eu ferir Nessie contra minha própria vontade.

– Já chega. Sei o que está fazendo Jacob e não arrancará mais nada de mim. – Emmily me interrompeu. – Isso é algo que deve ficar apenas entre as esposas, não deveria ir contra as tradições do seu povo.

– Se pretende submeter Nessie a alguma forma de ritual humilhante, esqueça!

– Não exagere seu bobo. Já participei e apesar de ser algo meio estranho a principio se torna muito necessário depois. Não se preocupe, nós cuidaremos bem dela... – Emmilly piscou o olho direito para mim e exibiu um sorriso torto, aconchegando-se mais ainda nos braços de Sam.

Sam captou as vontades da esposa e baixou o semblante, captando os lábios da mulher à sua frente. Revirei os olhos entediado e invejoso com a cena. Sem dizer mais nada, saí da presença dos “pombinhos” e logo que me encontrei fora da pequena casa, lancei-me ao ar, sentindo o calor brotar de dentro do meu corpo e trazendo a forma animal à tona. Balancei a cabeça para os lados assim que toquei o chão e a solidão freqüente voltou a inundar-me por completo. Comecei a correr eufórico pela floresta; minhas patas foram perdendo velocidade e num piscar de olhos eu estava a beira de um penhasco. O vento forte soprava forte contra os meus ouvidos, fechei os olhos e a imagem do beijo de Sam e Emmily retornou à minha mente. Aos poucos, a mesma imagem foi se transformando e aqueles braços que circundavam uma cintura fina eram os meus. Aquele corpo frágil e suave era o de Renesmee, ela afastou nossos lábios que se uniam num beijo tão ardente que faltava o ar nos pulmões. Nessie me olhava com atenção e seu sorriso enchia meu peito de felicidade. Ela ergueu sua mão e tocou meu rosto com leveza, sua pele perfumada era inebriante. Movi a cabeça para o lado e ela riu mais abertamente percebendo meu incentivo às suas caricias. Logo passou sua mão pela região dorsal do meu queixo e foi seguindo até encontrar a nuca. Sua mão passeava por meus cabelos e com um toque de força me puxou para juntar meus lábios novamente aos seus. Meus olhos se abriram com a dor da saudade rasgando meu peito e avistei as rochas que existia abaixo do precipício. Deitei sobre a ponto do rochedo e pus a cabeça sobre as patas para não sentir o chão. Aquele era um lugar perfeito pra me desfazer da dor que eu estava sentindo, certamente meu corpo não se recuperaria com tanta rapidez de uma queda contra esse mar de rochas pontiagudas. Desfazer-me dessa vida não vai resolver os problemas, traria apenas a possibilidade definitiva de nunca ser feliz. Levantei e dei meia volta, segui novamente para entre as árvores e por enquanto me resta crer que se a saudade de um imprimting for tão insuportável para ambos, logo terei Nessie em meus braços pra vivermos a felicidade que realmente importa.

RENESMEE

– O dia está lindo lá fora... – Falei após abrir as janelas. Mari se encolheu na minha cama, após sentir a brisa que veio da janela tocar sua pele.

– Não estou animada para sair Nessie. – Disse num tom de choro.

Ontem a noite, assim que chegamos em casa, Mari se escondeu dentro de si mesma. Suas expressões ficaram tristes e vazias, não toquei no assunto porque considerando tudo o que tem passado é normal que fique meio deprimida às vezes, estar longe da família não está sendo nada fácil para a fadinha; nem mesmo o lanche de vovó a animou.

– Está com fome? – Indaguei.

– Não.

– Você não gostou da comida que vovó Esme preparou ontem?

– Gostei sim Nessie, estava muito boa. Embora prefira frutas em vez de baycon e ovos.

– Então vamos descer. Deve ter frutas frescas na cozinha.

Mari se espreguiçou e levantou da cama tão devagar e tristonha que me partiu o coração. Mari se dirigiu ao banheiro e após a higiene matinal veio até mim com a escova de cabelo que estava no criado mudo ao lado da cama. Peguei a escova e ela sentou em meu colo.

– Gosta que eu penteie seu cabelo?

– Hunrrum. Flora sempre arruma meu cabelo quando acordo.

– Você sente muita falta dela não é?

Mari sentiu com o semblante baixo.

– Calisle disse que ela já está vindo pra cá.

– Eu sei. Posso sentir nosso povo se aproximando...

– Como assim? – Indaguei confusa com toda a maturidade que Mari se expressava para uma criança ainda tão nova.

– Não sei explicar. É uma sintonia forte que tenho com a natureza – Mari sorriu pra mim – É como se estivéssemos unidas, ela me faz sentir a presença de Flora cada vez mais perto.

– Nossa Mari, isso é muito legal.

A pequena entristeceu de repente.

– O que foi?

– Não consigo sentir a companhia da mamãe. – Seus olhos encheram-se de lágrimas – Ela não está aqui perto Nessie. – Esfregou as costas da mão direita nos olhos, reprimindo as lágrimas.

Abracei Mari com força e busquei o equilíbrio necessário para não me juntar a ela em seu desespero. Nós duas estamos sofrendo por saudade, que embora distintas, estão nos matando aos poucos. Porém, preciso ser forte. Mari ainda é uma criança e precisa de mim nesse momento tão difícil.

– Não chore linda... – Sussurrei mergulhada em seus cabelos. Ela apoiou sua cabeça em meu ombro e percebi que, relutante, tentava conter o choro. – Logo sua mãe estará de volta. Minha família está fazendo de tudo para ajudá-la.

Mari voltou seu rosto para trás, ficando de frente pra mim. Assentiu, demonstrando uma paciência incomum para sua idade.

– Que tal procurarmos por frutas frescas na floresta? – Ri em sua direção na tentativa de animá-la.

Mari exibiu um sorriso forçado e concordou com a cabeça.

Peguei sua mão e a ergui fazendo-a girar no ar e lançando-lhe em minhas costas. A pequena riu com meu gesto “agressivo” e repentino. Senti uma pontada no peito ao relembrar quem me ensinara àquela prática sorrateira. Jacob fazia isso comigo constantemente e o susto e adrenalina sempre tomava conta do meu corpo quando aplicava essa manobra astuta. Estar agarrada em suas costas enquanto corria era incrível.

– Podemos tomar um banho de cachoeira? – A fadinha indagou ansiosa.

– Não sei se temos cachoeiras por perto flor. – Ri do pedido inusitado.

– Tem sim. Posso sentir, adoro tomar banho de cachoeira. Em Florença tem várias, você precisa conhecer.

– Podemos procurar por alguma já que você diz que tem, mas não me recordo de nenhuma cachoeira aqui perto.

– Vamos logo, quando estivermos entre as árvores saberei a direção certinha. – Os olhos de Mari se apossaram de um brilho que me faria ceder a qualquer mimo.

Corri para o andar de baixo da casa e atravessei as portas deixando a família meio atônita, inclusive tia Alice que estava entre Seth e tio Jasper numa poltrona larga. Não entendi sua cara de tédio enquanto os dois homens ao seu lado trocavam algumas palavras. Enfim, isso não me interessa no momento. Papai se encarregará de informar a todos o motivo desse meu exercício matinal.

Corri com a maior velocidade que pude atingir, igualmente quando estava competindo com Jacob. Mari ria entusiasmada em minhas costas, envolvendo seus braços ao redor do meu pescoço, a pequena se segurava forte para não cair.

– Porque parou? – Indagou meio que insatisfeita.

– Preciso saber para onde vamos exatamente.

– Para aquele lado. – Mari apontou em direção a uma parte da floresta que era completamente fechada. Nunca tive curiosidade de passar por ali porque os animais que caçamos correm em direção completamente oposta.

– Tudo bem. Você tem certeza que existe uma cachoeira daquele lado? – Questionei incrédula. Como essa criança poderia saber tal coisa se nunca esteve por aqui antes?

Mari mordeu o lábio inferior e saltou de minhas costas. Já no chão ela caminhou alguns metros e tocou a raiz exposta de uma arvore, aparentemente, muito antiga.

– Essa árvore se alimenta de água fria. Nessie, há uma cachoeira ou algum lago daquele lado. – Disse apontando pra mesma direção a qual havia indicado a principio.

– Tudo bem. Sabe dizer se é muito longe? Já estamos distantes o suficiente de casa, não podemos nos distanciar tanto...

– É logo depois daquelas folhagens, não conseguimos ver por causa das rochas e arbustos que estão na frente.

– Então vamos logo. – Murmurei um pouco apreensiva.

Segurei a mão de Mari e caminhamos juntas para o interior da floresta. À medida que nos aproximávamos do local indicado, se fazia ouvir um chiado característico de águas. Nada muito estrondoso, acho que se fosse um humano ali nem ouviria tal ruído.

Quando estávamos a um passo de cipós grossos com muitas folhagens, senti a presença de alguém estranho se aproximar. Atrás de nós vinham passos que pareciam ter surgido do nada, senti um frio correr todo meu corpo e engoli seco ao imaginar que algum dos Volturi estaria nos observando. Mari parou abruptamente e antes que eu lhe dissesse para continuar caminhando, ela exclamou:


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Notas finais do capítulo

Sei sei... esse finalzinho não foi muito justo. Hehehe' Mas na sexta tem capítulo novo!(Dependendo da reação de vocês, pode vir até quinta-feira). As leitoras anônimas, que não são cadastradas no Nyah, podem comentar no meu face: https://www.facebook.com/franck.vaz
Só peço que ao me adicionarem - tanto as anônimas quanto as cadastradas - identifiquem-se como leitoras da fic para que eu possa estar marcando vocês em postagens relacionadas à historia.Fica agora aquele grande abraço do Nyck e nos vemos na sexta [Ou quinta-feira :)]