A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 61
Vamos a La Push




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– Eles não atendem Jasper. Acho que não estão mais em casa. – Coloquei o telefone no respectivo lugar.

– É o mais provável Alice. – Disse Jasper compartilhando da minha aflição.

Joguei-me no sofá da sala angustiada por não ter notícias da família. Encontro-me nesse estado desde que tive a visão de todos – exceto um borrãozinho pequeno, creio que seja Mari – dentro da cabine de um avião.

– Pra onde estão indo? – Perguntei pela milésima vez mesmo sabendo que Jasper não tinha a resposta. – Porque não nos avisaram?

– Para não terem nos comunicado nada, o lugar mais viável é aqui.

– Mas porque estariam voltando pra Foks? E principalmente trazendo aquela menina junto. – não consegui reter o ar de desprezo.

– Mari é uma criança adorável Alice.

– É. Eu sei. –Arfei – eu não queria dizer o contrário. Você sabe muito bem que adoro crianças. Lembra de como eu a Rose disputávamos Nessie no colo? – Lembrei rindo.

– Hunrrum. – Concordou aproximando-se e beijando o alto da minha cabeça – Mari apenas não entende e até se culpa por interferir no seu dom e te fazer sofrer.

– Mas não é culpa dela. – Falei penalizada – quer dizer, não diretamente. Ela não é a responsável por ser um mestiça tão diferente.

Jasper assentiu abraçando-me de ombros.

– Se Calisle e o resto da família estiverem partindo pra cá há essa hora, vão chegar dentro de duas horas. – Falei observando o relógio na parede. Já se passavam um pouco das oito.

– Aonde você vai? – Perguntei quando Jasper se afastou e se dirigiu as escadas.

– Buscar algo bom pra gente ouvir. Edward tem uns discos ótimos que ainda estão no quarto antigo. – Terminou lançando-me uma piscadela e assim eu soube muito bem quais suas reais intenções. Provavelmente dançaríamos juntos aqui, uma dança tão rítmica e sensual que quebraríamos alguns moveis, com certeza... – ri comigo mesma ao imaginar a cena.

– Toc, Toc... – Alguém bateu na porta.

Era mais do que estranho alguém ali nos visitando. Concentrei-me no cheiro que vinha de fora da casa e um aroma conhecido e amadeirado surgiu em minhas narinas. Em menos de um segundo eu já estava em pé na frente do nosso visitante inesperado.

Meu queixo quase caiu quando abri a porta e encontrei o moreno de camisa cinza, que se acentuava em seus músculos, e calça jeans escura.

– Jacob! – Falei numa mistura densa de surpresa e alegria. O que ele estava fazendo aqui? Ou melhor, porque ele estava em Forks? – Pensei.

Ele não disse nada, seu olhar era triste e cabisbaixo. De repente, Jacob se aproximou mais um passo e quando dei por mim seu braço já enlaçava minha cintura num abraço apertado. Não consegui resistir ao estimulo de me “derreter” ao sentir o contraste de seu corpo em contato com o meu novamente. Era algo bom e não nego ter sentido falta disso nessas quase vinte e quatro horas que nos afastamos.

Percebi que não estava tudo bem com meu amigo quando seu rosto se afogou em meu pescoço e seu abraço tornou-se mais apertado.

– Aconteceu alguma coisa? – Indaguei passando a mão levemente no dorso de sua cabeça e sentindo os fios negros e macios escorregarem entre meus dedos.

– Eu a perdi Alice. – Disse voltando de seu abraço e revelando os olhos marejados. – E talvez você possa me ajudar... – Falou rouco.

– Como assim, o que está acontecendo Jacob? – Perguntei nervosa.

– Renesmee nos odeia. – Disse com o semblante vazio, isento de qualquer emoção – o banho que você tanto insistiu rendeu grandes fantasias na cabeça da minha pequena.

Senti-me a garota mais burra do planeta por alguns instantes; estava difícil associar as palavras de Jacob com o fato de ele estar ali e àquela hora. Apesar do enredo sem sentido, não pude deixar passar algo que me incomodou profundamente.

– Renesmee o que? – Meus olhos ficaram estreitos e a perplexidade brotava nas minhas expressões.

Jacob me encarou por alguns segundos e antes que pudesse continuar explicando, um trincar de dentes ecoou do alto da escada.

– O que esse cachorro faz aqui? – Jasper perguntou praticamente voando lá de cima. – Pensei que nós tínhamos deixado você e Nessie em Washington.

– Acalme-se Jasper, pelo visto eu e Jacob tem algo importante para resolver. Mas antes, preciso entender melhor o que está acontecendo.

– O ouvi latir que Nessie está odiando vocês. Que razões nossa adorada sobrinha teria para isso? – Perguntou Jasper envolvendo meu pescoço com o braço direito durante um abraço de lado. Seu humor não era dos melhores.

– Ainda não sei muito bem o que aconteceu e o que trouxe o Jake até aqui. E ele não é um cachorro Jasper, segundo as regras de etiqueta... Jacob é uma visita e temos como obrigação recebê-lo bem em nossa casa. – Tentei enrolar e fazê-lo esquecer a pergunta que me fizera. Jacob deixou claro que Nessie não digeriu muito bem minha simples necessidade de tomar um banho, mesmo que as circunstâncias não fosse muito “adequadas”. E explicar isso agora seria muito complicado.

– Uma visita só merece atenção quando esperada, quando não é assim trata-se apenas de um intruso indesejável. – Retrucou fuzilando Jacob com os olhos.

Meu amigo suspirou fundo e cerrou os punhos, eu já tinha visto aquele olhar raivoso que antecedia sua transformação.

– Esse não é o caso de Jacob... - Disse pegando a mão dele e abrindo seu punho com o gesto. Sorri-lhe com carinho na tentativa de acalmá-lo e impedir o aparecimento do grande lobo de tom avermelhado - Ele é meu amigo e sempre será bem vindo aqui. Alem disso é o futuro marido de Nessie e isso o inclui definitivamente em nosso meio. É bom se acostumar meu amor. – Falei tentando fingir uma tranquilidade sobrenatural. Jasper estava monitorando nossas emoções e basta o emaranhado delas que Jacob deve estar transpondo. Preciso passar o máximo de segurança possível. Essa é uma das vantagens de se conhecer tão bem uma pessoa, você aprende a lidar com seus principais artifícios.

Jasper baixou a guarda com minhas palavras e abraçou minha cintura. Aproveitei que baixou o rosto para beijar minha face e murmurei em seu ouvido:

– Você sabe que eu te amo não sabe?

Jasper assentiu alcançando meus lábios e despejando neles um selinho discreto. Elaborei um sorriso fechado e voltei a dizer:

– Então prepara nossa música que você havia subido pra escolher enquanto vou conversar com Jacob em outro lugar. – Falei me desvencilhando e indo para o lado de Jacob num deslizar de pés.

– Porque precisa sair pra falar com esse... seu amigo? – Indagou.

– Você não compreenderia nada agora. Nem eu sei se vou entender direito, para o nosso bem acho melhor não alimentar esse seu ciúme descabido.

– Não estou com ciúme. – Retrucou constrangido.

Jacob riu discretamente.

– Que bom – Falei – então não tem problemas se eu me ausentar um pouquinho para conversar com meu novo AMIGO – intensifiquei o termo - quileute.

– Você ta perdendo o bom gosto pro seu rol de amizades meu amor... – Disse ele mais confiante e num tom humorado.

– Vai voltar a ofender sanguessuga? – Jacob murmurou sério.

– Parem com isso garotos. Vamos logo Jacob... você interrompeu uma futura dança maravilhosa – Pisquei um dos olhos para Jasper e ele riu com malicia em minha direção. Em seguida praticamente arrastei Jacob da porta pra fora e começamos a caminhar completamente sem direção.

– Pensei que ele não fosse aceitar que o deixasse sozinho para vir falar comigo. – Disse Jacob encarando o horizonte iluminado pela lua cheia.

– Jasper confia em mim e acho até que um pouquinho em você também. Se tivesse feito drama deixaria claro que estava com ciúmes e ele nunca admitiria isso.

Jacob mordeu o lábio inferior, um pouco distraído.

– Mas é melhor não abusar da boa vontade dele e sermos rápidos. Não quis conversar lá na casa porque você deixou claro que contou à Nessie do banho que tomamos juntos. Porque fez isso?

– Não falei nada. Ela descobriu da pior maneira possível e não permitiu que eu explicasse...

– Ela descobriu? Quer dizer, descobriu o que? Não há nada pra se descobrir nisso; Foi apenas uma necessidade – limpeza - cumprida.

– Vamos pra outro lugar... – Sugeriu – Não acho legal estarmos aqui na beira da estrada.

– Que lugar tem em mente? – Indaguei aderindo a idéia.

– La Push.

– Sei que lá você se sentiria em casa. Mas, é meio longe...

– Conheço um atalho por aqui.

– Quer mesmo me fazer correr? Não estou tão disposta a isso... posso voltar e pegar um dos carros na garagem. – me queixei.

– Se o problema é esse... – Ergueu uma das sobrancelhas e me puxou sorrateiramente pelo braço me levando para suas costas. Instintivamente abri as pernas me apoiando nele...

– Você é sempre tão bruto Jacob Black. – Ri retomando o animo.

Jacob riu e adorei saber que era capaz de mudar o semblante triste e amargurado que encontrei ao abrir a porta.

– Vamos lá meu “cachorrinho”, corra o mais rápido que puder antes que Jasper pense que você me sequestrou. – Falei agarrando-me a ele mais ainda.

Jake assentiu e seu coração disparou enquanto seus pés adentravam velozmente uma trilha que nos levaria a praia de La Push.

RENESMEE

Dormi a viagem toda ao lado de Mari no avião. Ela acordou apenas para o desembarque, mas quando a segurei no colo o sono a venceu novamente. São quase dez horas da noite e papai está providenciando dois táxis para levar-nos de Port Angeles até Forks. Por mim, pegaria um táxi e iria direto pra reserva encontrar Jacob, mas sei que papai nem mamãe permitiriam tal coisa.

Ele me olhou e assentiu sério.

– Foi só uma idéia – Pensei diretamente pra ele ao mesmo tempo em que levantava o rosto em chateação. Já que ele insistia em bisbilhotar meus pensamentos.

– Vão Emmett, Rosalie, Calisle e Esme naquele ali – Disse papai apontando para o respectivo automóvel. - Bella e eu vamos com Nessie e Mari no outro.

Todos assentiram e assim partimos. Acho que dentro de meia hora estaremos em casa e depois de descansar o máximo possível essa noite irei ao encontro de Jacob pela manhã.

– Edward, pra quem está ligando? – Mamãe perguntou ao ver papai pegar o celular do bolso no banco da frente.

– Não avisamos Jasper e Alice da nossa vinda. Foi tudo muito rápido... é melhor avisar para que alguns de nós sejam surpreendidos com nenhuma cena – papai fez uma pausa e olhou mamãe, sorrindo com uma visão esférica – imprópria na sala.

Mamãe riu discretamente em resposta. Mari dormia profundamente em meu colo e permiti-me admirar toda sua inocência de anjo enquanto cochilava. Pobre fadinha está tão longe da mãe e já passou por tantas coisas difíceis.

– Oi Edward! – Disse tio Jasper atendendo a ligação.

– Estamos quase chegando à casa de Forks.

– Imaginamos que sim. Alice ligou várias vezes pra casa de Washington e ninguém atendeu, depois de se concentrar também viu vocês dentro de um avião. A que se deve essa volta repentina de todos?

– Há caçadores na floresta, vários deles espalhados e agora estão caçando os “demônios” que fazem parte das lendas locais. Enquanto caçava com Emmentt e Rose, Mari seguiu o cheiro de um deles e quase teve uma lança atravessada no peito por causa dos olhos vermelhos.

– Minha nossa! – Exclamou Jasper – Creio que nossos irmãos não deixaram esse caçador estúpido escapar não é mesmo?

– O deixaram desmaiado e o idiota disse tudo o que viu enquanto estava sendo atendido no hospital de Calisle. Achamos por bem nos afastar um pouco da cidade enquanto os rumores estiverem infestando a floresta de caçadores.

– Entendo.

– Diga a Alice que não se preocupe com Mari, ela passará essa noite na casa de Charlie com Bella e eu.

Olhei para mamãe e ela me sorriu. Já tinham planejado isso para que titia não sofresse.

– Pode deixar, quando ela voltar do passeio com aquele vira-lata darei o recado.

Meu coração tomou um ritmo descompassado e um nó na garganta se formou ao ouvir o que os meus tímpanos apurados eram capaz de captar.

– Alice não está em casa? – Indagou papai me olhando esfericamente.

– Não. Ela saiu há alguns minutos com Jacob e achei melhor não me opor. Alice ficaria extremamente chateada e deu a entender que era importante. Ficou de me explicar tudo quando chegasse...

– Hunrrum... – Disse papai cortando a fala de tio Jasper, provavelmente percebendo que eu já estava me corroendo por dentro. – tudo bem então. Até mais Jasper...

– Até... – Disse titio desligando.

Os carros pararam na frente da casa do vovô Charlie. Papai e mamãe desceram do carro e eu como estava planejado pensei que iria pra casa da família.

– Você também dormirá aqui Nessie. – Papai avisou.

O outro táxi partiu quando viram que todos nós descemos.

– Mudanças de plano tão rápido papai... – Falei com sarcasmo ao sair do táxi.

– Você não está em condições de rever Jacob e muito menos Alice hoje. É melhor ficar aqui para não machucar os sentimentos de quem gosta de você com palavras e acusações infundadas. – Papai me olhava como se estivesse dando-me uma lição e pra variar estava vasculhando cada linha de raciocínio na minha mente.

– Jacob volta pra Forks e os dois já estão juntos de novo! – Murmurei a verdade presente. As lágrimas corriam silenciosas em meu rosto e as enxuguei com as mãos.

– Filha, eles não estão juntos. Não do jeito que você está pensando, Jasper deixou claro que foram conversar. – Disse mamãe.

– Titio não viu o que eu vi na casa de Jacob. – Falei rancorosa. – Mas não se preocupem, não quero mais saber disso. – Falei decidida a não nutrir esse sentimento idiota que tenho por aquele lobo imbecil. Porque eu tinha que amá-lo tanto? – Pensei sentindo uma dor no peito que só os amores platônicos são capazes de causar. Ri incrédula por pensar que o meu parecia ser correspondido.

Papai me olhava com pena e transtorno. Antes que ele retrucasse meus pensamentos, andei apressadamente – com Mari no colo - pelo caminho entre o gramado que apontava para dentro da casa do vovô, o ignorei completamente quando passou por mim sorrindo. Coloquei Mari na cama e deitei ao seu lado. As lágrimas contidas permaneciam e lutavam contra minha vontade até que eu as deixei sair e molhar o lençol que parecia ter sido recém colocado sobre a cama.

BELLA

– Ela está magoada Edward - Falei segurando o braço de Edward quando fez menção de ir atrás de Renesmee.

– Mas não pode ficar assim. Nossa filha está sofrendo por suposições... – Ele falou angustiado.

– Sei disso. Também estou de coração partido por vê-la assim. Mas ela não vai ouvir você agora, não no estado que está. É melhor deixá-la sozinha e contornar a situação que vem aí – Falei sorrindo para Charlie que vinha em nossa direção um tanto confuso.

– Pai! – O abracei e como eu esperava Edward já tinha lido sua mente e percebido a confusão que Nessie deixou em sua cabeça ao ignorá-lo.

– Oi filha. – Retribuiu meu abraço - Porque Nessie... – Charlie ia questionar o comportamento arredio de nossa filha. Mas, Edward o interrompeu:

– Ela não falou com você pra não acordar Mari. A criança que ela estava carregando no colo. Estão muito cansadas, creio que foi direto pra cama.

– Há! – Disse não muito convencido. Depois de ter visto a transformação de Jacob, Charlie deixou sua curiosidade de lado, temendo que a mesma pudesse afastá-lo de nós e resolveu apenas aproveitar o fato de que ainda estávamos por perto e não perderíamos o contato. – Tudo bem. Bom, vamos entrar. Gostei muito de saber que vão ficar aqui por um tempo. – Papai pegou minha mão contente.

– Eu também. – Falei forçando um sorriso – Amanhã vamos para casa de Calisle, mas hoje como já lhe dissemos por telefone, resolvemos ficar por aqui.

Charlie riu satisfeito e entramos nessa que será sempre minha casa.


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