A Melhor Fic de Jacob e Nessie escrita por Franck


Capítulo 60
"É. Pode ser que sim..."




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JACOB

– Jacob! – Ouvi Seth chamar no salão de espera do aeoroporto. O garoto se levantou e veio às pressas em minha direção.

– Seth... – Falei abraçando-lhe dando-lhe uns tapas leves nas costas. – Você cresceu, olha só está quase do meu tamanho. - Disse rindo.

– Eu já sou do seu tamanho. Se duvidar, to maior e mais forte que você.

– Mais forte é? – Indaguei com humor – Quero ver me encarar então... – Desafiei cerrando os punhos e dando-lhe um leve soco no ombro. Ele cambaleou um pouco distraído da minha brincadeira. Seth olhava por trás dos meus ombros e seu cenho ficou ligeiramente franzido. – O que está procurando?

– Nessie... Ela não veio com você? Pensei que vocês tinham decidido passar uma temporada aqui juntos. – Disse num sorriso torto e malicioso – Sabe, oficializar algo com a família e os amigos...

Meu rosto se retorceu com a lembrança de Renesmee vindo à minha cabeça. Na verdade, os únicos momentos que não pensei nela foram esses que poucos segundos que reencontrei Seth. Sei que não vou esquecê-la e quando decidi voltar pra Forks eu sabia disso. Mas não dá pra continuar tão perto dela quando não consigo me aproximar e muito menos falar com ela. Com certeza Edward deve estar me odiando por pensar que abusei da fragilidade de sua irmãzinha e ao mesmo tempo traí sua filha. É melhor evitar que nos matemos dessa vez, perdi tudo e todos em Washington. Não havia mais motivos pra viver lá...

– O que aconteceu? – Perguntou Seth detectando minha mudança de humor.

– Ela não veio Seth. E nem virá, nós não estamos juntos. – Falei olhando pros lados.

– O quê? – Seus olhos quase pularam pra fora atônitos.

– É isso mesmo que você ouviu. Nessie não me ama, ao contrário... está me odiando nesse momento. – Senti uma adaga rasgar meu peito quando me lembrei da expressão fria de Nessie enquanto partia da minha casa hoje cedo.

– Mas, o que aconteceu? Ela saiu daqui tão decidida... tão confiante de vocês se acertarem.

Ri amargamente para o garoto desiludido na minha frente.

– Vamos Seth, eu explico tudo no carro. Você alugou um táxi?

– Não. Vim no carro da Leah.

– Leah comprou um carro? – Arqueei uma sobrancelha.

Ele assentiu, exibindo a chave do carro e forçando um sorriso fechado. Algo me diz que terei muitas explicações a dar dentro desse carro... Que saco! Não queria ficar relembrando tudo de novo, mas sei que Seth não me deixará em paz se eu evitar o assunto.

– Bom, então vamos. Estou ansioso pra rever meu pai e dar um abraço no velho... – Tomei as chaves, sorrateiramente, de suas mãos. – Eu dirijo. – Falei rindo da carranca que Seth e ignorei seus protestos enquanto saiamos do aeroporto.

– Essa é uma boa oportunidade pra você ver o quanto estou dirigindo bem. – Disse ao me alcançar. Fiz um não bem humorado com a cabeça – Sem falar que você não sabe qual é o carro da Leah.

Parei de repente, encarando a fileira enorme de carros em torno da entrada e apertei o botão de alarme que tinha no chaveiro. As luzes do carro piscaram e ele fez um som característico de que tinha sido destravado.

Seth me olhou incrédulo e não resistir a rir da sua decepção.

– Você um “mala” Jacob Black. – Cruzou os braços.

– Deixa de ser criança Seth e entra logo nesse carro. – Falei colocando a bagagem no porta malas.

Antes que me obedecesse, joguei a chave em sua direção e seu reflexo fez com que a aparasse ainda no alto de sua cabeça. Um sorriso largo e cheio de dentes brotou de seus lábios deixanso evidente sua empolgação por dirigir, ou me mostrar que tinha aprendido realmente.

– E aí? O que está esperando? – Perguntei, já dentro do carro.

Seth estava nervoso e eu me perguntava se tinha sido uma boa idéia deixá-lo conduzir o automóvel até Forks. Sei que no caso de qualquer acidente, nós não sofreríamos nada grave. Nada que alguns dias de cama e os genes de lobo não resolvessem rapidamente. Mas todo mundo sabe, ou deveria saber, que no trânsito não somos responsáveis apenas por nós mesmos. Não quero carregar a culpa de machucar um humano comum...

O garoto assentiu meio frenético e rodou a chave na ignição. Sua manobra pra sairmos da vaga do estacionamento foi executada com maestria, o que me deixou um pouco mais tranqüilo.

Em menos de cinco minutos de estrada, Seth rompeu o silêncio, não me surpreendendo com a pergunta direta.

– Vai me contar o que aconteceu em Washington? O que diabos você fez de tão grave pra Nessie está te odiando...

Senti a ligeira vontade de dar uns tabefes na cabeça do moleque por me acusar premeditadamente. Mas, achei melhor ficar na minha. Meu animo se esvaiu completamente para qualquer tipo de brincadeira camarada, deixei a ironia falar por mim:

– Supostamente transei gostoso com Alice Cullen dentro de uma banheira... – Falei cerrando os punhos ao lembrar a acusação tão absurda.

– O quêêê? – Exclamou Seth pisando no freio bruscamente nos levando quase contra o pára-brisa.

“Santo cinto de segurança” – Pensei assustado com o movimento bruto do carro. Se meu rosto tivesse parado contra o vidro a chance de alguns cortes dolorosos eram possíveis. Mas isso nem se compara ao estrago que Leah faria comigo se eu danificasse o pára-brisa de seu carro.

– Mais uma dessas e você vêm pro banco do passageiro! – Censurei Seth pelo freio repentino.

Seth ignorou minha ameaça.

– Mas que porra é essa que você acabou de dizer? – Indagou com certo ódio e magoa no olhar. Além dos pais “corujas”, parece que Nessie ganhou mais um aliado enquanto esteve em Forks.

RENESMEE

Vovô estranhou a viagem repentina de Jacob e depois que anunciou nossa volta pra Forks, me procurou pra saber o motivo; Assim como o resto da família ele sabia que ninguém ficaria tão feliz quanto eu por tia Alice ter ido pra Forks com tio Jasper e consequentemente me dado a liberdade para ficar ao lado de Jacob o quanto quisesse. Por isso, não fazia muito sentido ele se ausentar logo agora. Expliquei todo o ocorrido e seus olhos caíram penosos sobre mim.

– Sua tia nunca faria isso querida. – Disse afagando meus cabelos enquanto me abraçava. – Ela pode ter se sentido sozinha esses dias...

– Titia estava mais pra “carente” vovô...

Ele riu.

– O fato é que ter somente Jacob por perto aumentou o grau de confiança que ela tinha nele. Ou melhor, fez brotar uma confiança que não tinha por ele. Convenhamos que Jacob é um ótimo garoto e extremamente sociável. – Disse usando seu sábio dom das palavras.

– Eu sei. Mas, porque tinham que se despir tanto. Isso é tão... constrangedor.

– Concordo que sua tia foi um pouco longe demais em suas vontades. Nossa Alice nunca respeita as fronteiras da sensatez, você sabe. Sempre é muito persistente... Me lembre de dar umas palmadas nela por isso quando chegarmos lá.

Dessa vez, eu ri em seus braços.

Apesar de não ter um calor corporal, vovô sempre me trazia a paz e a segurança que eu precisava.

– E Mari vovô? Ela irá conosco? – Indaguei, desaninhando-me de seus braços para encará-lo.

– Sim, já comuniquei Flora. Ela disse que caso precisássemos nos comunicar com ela era só falar com a natureza que ela ouviria. Decidi não perguntar detalhes e seguir suas palavras ao pé da letra. Enquanto eu vinha do hospital, desci do carro e fui até a lateral da floresta. Chamei algumas vezes por seu nome enquanto admirava algumas arvores do local. Ela apareceu de repente ao lado de Angus, assustando-me. Falei dos caçadores e ela compreendeu perfeitamente nossas razões; Disse também que em dois dias estaria em Forks conosco.

Assenti.

– Porque ainda está tão angustiada? – Indagou percebendo meu olhar distante e possivelmente o meu lábio inferior sendo torturado por meus dentes.

– Estou insegura. Se Jacob me ama tanto quanto diz, porque não ficou aqui?

– Pelo mesmo motivo que o seu amor por ele não quis ouvi-lo. Orgulho minha pequena! Esse é o mal dos apaixonados, você se sentiu traída e seu orgulho impediu que você desse uma chance de Jacob se explicar. Agora o orgulho de Jacob não o permite mais correr atrás de algo que ele pensa que já perdeu...

– Então quer dizer que ele... – Senti um nó se formar em minha garganta – me odeia? – Perguntei quase num sussurro.

– Não. Jacob não conseguiria te odiar, mas eu não me surpreenderia com uma leve camada de decepção. E você mais do que ninguém sabe que ficar decepcionado com alguém gera vários outros sentimentos, inclusive o ódio.

– O senhor pode ser mais direto... – Supliquei tentando desfazer o emaranhado que suas palavras formaram na minha cabeça. Se antes eu suspeitava que Jacob estivesse magoado comigo, agora sim fiquei mais convicta disso.

Vovô riu, colocando as mãos no bolso da calça e saindo da minha presença.

– Prepare suas coisas Nessie. Partiremos em duas horas – Disse ele caminhando até a cozinha onde vovó estava com Mari.

Arfei meio tensa com os últimos acontecimentos e subi as escadas até meu quarto. Após o banho que tomei mais cedo guardei a letra da musica - que fiz com Mari - para meu casamento. Fui até a gaveta e peguei o papel com os arranjos de notas musicais, guardando-o dentro de uma maleta pequena que eu levaria pra Forks.

– Ele vai me perdoar. Eu sei que vai... – Pensei tentando me convencer de que em breve terei meu Jacob e nunca mais precisaríamos nos afastar de novo.

JACOB

– Que papo é esse de fadas? – Seth perguntou assustado e mais confuso que nunca.

– É isso mesmo que ouviu. E não me faça contar tudo de novo... Pois não vou. – Falei cansado depois de narrar tudo que havia acontecido.

– Jake, isso é muito surreal.

– Eu sei, mas Nessie não acha isso. - Lamentei.

– Não to falando de você e Alice transando e sim das fadas existirem.

– Isso não tem nada de surreal Seth. Você não é um lobisomem? Qual o problema de Mari ser uma fada? Deixa de ser egoísta.

– É verdade. – Concordou arqueando as sobrancelhas, surpreso.

– E uma relação entre eu e Alice é sim surreal. Porque não acredita em mim?

– Desculpa cara. Mas é que... sei lá. Você e uma gata daquelas, nus dentro de uma banheira, é muito estranho que não tenha rolado nada. – Falou tentando abafar um sorrisinho safado.

– Babaca! – Dei um tapa no dorso de sua cabeça. Ele grunhiu fingindo ter doído – E nós não estávamos nus, estávamos... – Pensei em algo mais recatado pra definir nosso estado naquele banho, mas não me veio nada muito satisfatório à mente – seminus. É... diferente.

– Muito... – Retrucou com sarcasmo.

– Você não está ajudando Seth.

Deixei nítido meu mau humor.

– Foi mal. Eu acredito em você Jacob, se você diz que não rolou nada, sei que é verdade.

– Obrigado.

– Mas fala a verdade pra mim. Você tipo.... se sentiu atraído por Alicia Cullen?

– Que diabos de pergunta é essa Seth? – Vociferei, contrariado. O moleque ainda não acreditou nas minhas palavras.

– Não me interprete mal Jacob. É que... – engasgou – o impriting é suficiente pra fazer você... você sabe – insinuou fazendo um movimento de negativo com a mão, daqueles com o dedão virado pra baixo.

– Desde quando você ficou tão pervertido garoto? – Murmurei indignado com as suas insinuações.

– Você não me respondeu.

– O impriting não tem nada a haver com isso Seth. Ele é apenas a certeza que temos de que encontramos a pessoa certa. Não sou cego e fiquei sim muito excitado ao lado da Alice naquele maldito banho, principalmente quando o pé dela escorregou por cima do meu “amigo” sem querer.

Seth ficou atônito e muito surpreso com a revelação.

– Mas foi só isso! – Exclamei. - Amo Renesmee e nunca trocaria uma vida inteira ao lado dela por uma noite de tesão justamente com a tia da minha Nessie. Não sou tão otario assim...

– Falou bonito chefe. – caçoou – não vale a pena mesmo. Nessie é uma garota muito bacana e merece ser feliz ao lado de quem ama. E ela te ama com todas as forças meu amigo.

– É. Pode ser que sim... – Murmurei sem ânimo, encarando a paisagem turbida pelo anoitecer fora do carro.

Seth me olhou incrédulo, mas não disse nada. Apenas manteve os olhos fixos na estrada e logo estaríamos adentrando o caminho da reserva.


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